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Ponta de São Lourenço
Ágata XavierPonta de São Lourenço

Viagens: sugestões de trilhos para fazer na Madeira

A Time Out foi descobrir este jardim à beira-mar plantado, calcorrear trilhos, descer levadas e percorrer trails.

Escrito por
Ágata Xavier
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Descoberta por mar em 1419 por Tristão Vaz Teixeira, Bartolomeu Perestrelo e João Gonçalves Zarco, redescoberta por terra em 2018 pela Time Out. Andámos pelas levadas da Madeira a testar o calçado e a resistência em percursos que tanto pode fazer a andar como a correr. 

Para os adeptos da marcha, da corrida, do running, do trail, do trekking, da observação de pessoas ou pássaros, sugerimos quatro percursos em vários pontos da ilha para que dê corda aos sapatos. Com maior ou menor acentuação, por baixo ou por cima das nuvens, estes trilhos vão ajudá-lo a conhecer alguns dos lugares mais bonitos da ilha da Madeira.

Recomendado: Cinco sítios para comer na Madeira

Quatro trails para conhecer na Madeira

Ponta de São Lourenço: Trilho cais do Sardinha

1. Ponta de São Lourenço: Trilho cais do Sardinha

Fica na ponta mais seca da ilha e de lá consegue ver-se a rocha vulcânica primitiva (com cerca de 5 milhões de anos) junto ao mar. Quando se passa Machico, a vegetação torna-se rasteira porque o terreno é muito arenoso e exposto ao vento e, ainda antes de chegar ao destino, passará pela Quinta do Lorde, um empreendimento turístico com muita pinta.  Chegando à Ponta de São Lourenço dá-se um fenómeno interessante, o curioso dom da ubiquidade, pois este é dos poucos sítios onde se consegue estar em contacto tanto com o norte como com o sul da ilha. É junto ao parque de estacionamento que começa o trilho Cais do Sardinha, em homenagem à família que possuía uma casa mesmo na ponta da Ponta de São Lourenço. A pé ou a correr, irá começar pela Baía D’Abra. Depois, a meio do percurso, encontra uma praia (a descida é íngreme, cuidado), por isso aproveite para dar um mergulho, subir ao miradouro e regressar. Quem corre, faz o percurso de oito quilómetros numa hora e meia. Quem vai passear, demora cerca de três.

2. Passeio circular pelo Curral das Freiras

É a derradeira prova de esforço para quem já tem experiência na arte de desbravar trilhos. Os 23 quilómetros deste percurso circular que fica em Câmara de Lobos podem demorar entre quatro a seis horas a percorrer. Tem início na Boca das Torrinhas, que separa a serra da Boaventura da do Curral das Freiras, seguindo depois pela Encumeada até Relvinhas. A viagem pedestre termina no vale do Curral das Freiras, que fica mesmo no coração da ilha, e deve o nome às freiras do convento de Santa Clara que ocuparam os terrenos de pastagem mais abrigados das investidas dos corsários franceses, nos séculos XV e XVI. Aproveite para conhecer a gastronomia local, sobretudo a  sopa de castanha e o brigalhó, um tubérculo parecido com o inhame que só cresce nessa zona da ilha e que demora mais de dez horas a cozinhar.

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Pico do Arieiro
©Ágata Xavier

3. Pico do Arieiro

Ortográfica e geograficamente é bem diferente do homófono bairro lisboeta. Embora possa ser escrito de ambas as maneiras, com E ou co I, é com esta última vogal que está gravado para a posteridade no gigantesco marco que repousa na montanha. Ligado ao Pico Ruivo, o ponto mais alto do arquipélago, com uns imponentes 1862 metros, o do Arieiro é um verdadeiro cartão postal que satisfaz a necessidade de todos: dos turistas de pau de selfie aos trekkers mais experientes. Aqui, além das nuvens que parecem passear por baixo dos nossos pés, vê-se um caminho alternativo para Mordor-do-bem, ou seja o Pico Ruivo, com cerca de 6 quilómetros (12 com o regresso). Também se encontra o massaroco, uma flor violeta que é endémica da ilha da Madeira.

Do Ribeiro Frio à Portela, pela Levada do Furado
Ágata Xavier

4. Do Ribeiro Frio à Portela, pela Levada do Furado

A meio do percurso encontra um viveiro de trutas que, na verdade, são pequenos defensores do protocolo de Quioto, isto é, indicam a boa qualidade da água das ribeiras e cascatas da região. Esta é zona onde a laurissilva se mostra em todo o seu esplendor com diferentes espécies de loureiro (das Canárias, o madeirense, o dos Açores), til, língua de vaca ou arbustos de mirtilos. De fácil acessibilidade, os caminhos não são planos, são um pouco escorregadios, até, aumentando bastante o nível de adrenalina. Além disso, há uma neblina que não o deixa ficar sozinho. O trilho segue pela Levada do Furado, das primeiras da ilha a ser mapeada, até ao miradouro da Portela, em Machico. Este trajecto de 10,7 quilómetros costuma demorar entre três a quatro horas a fazer e passa por campos agrícolas e pela Penha d’Águia. Esteja atento porque pode encontrar um bis-bis: não é um percurso igual ao que fez, mas sim um pássaro endémico da ilha.

Coisas para fazer na Madeira

  • Coisas para fazer

À primeira vista, combinam bebidas imisturáveis, a lembrar uma aula de físico-química na qual se põem à prova reagentes que podem explodir. Mas, na verdade, as combinações insólitas tornam-se bebidas obrigatórias de quem visita o arquipélago. Algumas misturam cerveja e vinho, noutras combina-se cerveja com chocolate em pó. Não faça esse esgar de insatisfação, nem negue à partida uma bebida que desconhece, aproveite para provar estes cocktails populares quando der um salto à ilha da Madeira.

Cinco sítios para comer na ilha da Madeira
  • Viagens

A Madeira, além de ser um jardim à beira-mar plantado, é uma das regiões portuguesas mais ricas no que toca à variedade de coisas que se podem pôr no prato. A lista é longa: milho frito, peixe-espada (ou só espada como chamam os madeirenses), espetadas (em espeto de metal ou pau de louro), lapas, bolo do caco barrado em manteiga e alho, e um sem-fim de frutas a juntar aos ícones da ilha, a banana e o maracujá (não estranhe se encontrar pêra-meloa, banana-pêra ou maracujá-tomate à venda no Mercado dos Lavradores, no centro do Funchal). 

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  • Viagens

Quando as instruções do compositor são seguidas, a 8ª sinfonia de Mahler exige uma orquestra com cerca de 120 músicos, dois coros com um mínimo de 32 cantores cada, oito solistas vocais e um coro infantil. Chamam-lhe “sinfonia dos mil”. É mais ou menos o mesmo que sucede com o Belmond Reid’s Palace. No histórico hotel da Madeira, para que tudo corra em harmonia e a tempo, há centenas de pessoas que todos os dias seguem a mesma pauta. A diferença é que aqui apenas vemos os solistas e pouco mais, que o resto da orquestra toca nos bastidores e só se assoma à boca de cena se for chamada a isso. 

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