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‘Ninguém Disse que Iria ser Fácil’ e mais 12 novidades literárias

Se não resiste às novidades, recomendamos estes 13 livros. Há ficção e não-ficção para todos os gostos.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Se a energia acumulada em dias e dias de maratona no sofá ou na cadeira do escritório tornou mais difícil o que antes era fácil (sim, estamos a falar de ler), então está na hora de repor os níveis de leitura (e o que não nos falta são sugestões para leitores). Para o convencer, seleccionámos as novidades literárias que temos debaixo de olho. Ao todo, são 13 livros, fresquinhos ou ainda em pré-venda, à espera de irem parar à sua estante. Lembre-se: ler pede calma e dedicação, mas continua a ser uma das melhores formas de viajar sem sair do sítio. Onde quer que esteja.

Recomendado: Linguagem neutra. Queremos respeitar a língua ou as pessoas?

Novidades literárias a ter debaixo de olho

Ninguém Disse que Iria ser Fácil

Fernando Alvim tem dedicado a vida à comunicação. Primeiro na rádio, depois na televisão, pelo meio na imprensa. Neste, que é o seu mais recente livro de crónicas, celebra os seus 50 anos (feitos a 3 de Maio) com 50 dissertações mais ou menos sérias, incluindo alguns dos seus pensamentos mais íntimos. José Luís Peixoto, que assina o prefácio, promete “um armazém onde se pode encontrar um pouco desse Alvim menos evidente”.

De Fernando Alvim. Contraponto. 152 pp. 15,50€ (lançamento a 2 de Maio)

Amêndoas

Neste premiado romance de estreia, “o grande fenómeno da literatura coreana” como é apresentado, Yunjae não sabe o que é medo, tristeza, raiva ou desejo. Nasceu com alexitimia, a incapacidade de identificar e expressar sentimentos. Foram duas estruturas em forma de amêndoa, localizadas no seu cérebro, que o condicionaram brutalmente, mas a mãe e a avó são o seu porto seguro. No pequeno apartamento onde vivem, há papéis coloridos, espalhados pelas divisões, que o lembram de quando sorrir, agradecer ou mostrar preocupação. Até que, no dia em que faz 16 anos, um acto de violência atroz vira tudo do avesso.

De Won-pyung Sohn. Editorial Presença. 216 pp. 15,90€ (lançamento a 8 de Maio)

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Nas Suas Mãos

Nesta biografia ilustrada, com desenho de Clément Oubrerie, que se desvia delicadamente da tradicional prancha de BD com várias incursões na aguarela, Leïla Slimani dá-nos a conhecer a notável Suzanne Nöel. Primeiro brilhante estudante de Medicina, depois pioneira da cirurgia estética e reconstrutiva, especialidade considerada perigosa e desnecessária pela comunidade médica do início do século XX, Nöel não só enfrentou os preconceitos do seu tempo como lutou incessantemente pelo direito de voto das mulheres, pela sua independência e pelo reconhecimento do seu trabalho como cirurgiã plástica.

De Leïla Slimani e Clément Oubrerie. Iguana. 208 pp. 22,95€ (lançamento a 13 de Maio)

Faca – Meditações na Sequência de uma Tentativa de Homicídio

A 12 de Agosto de 2022, 33 anos depois da fatwa contra ele decretada pelo aiatola Khomeini, Salman Rushdie foi atacado, e quase morto, por um jovem com uma faca. Estava no palco do anfiteatro de Chautauqua, em Nova Iorque, para falar sobre a importância de manter os escritores fora de perigo. Agora, pela primeira vez e com memorável pormenor, fala-nos dos traumáticos acontecimentos desse dia. Ao fazê-lo, oferece não só um relato profundamente pessoal da experiência e da sua superação, como também uma meditação sobre a vida, a perda, o amor e a arte.

De Salman Rushdie. Dom Quixote. 272 pp. 18,80€ (lançamento a 14 de Maio)

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Antologia do Conto Erótico Brasileiro

De Machado de Assis a Sérgio Sant’Anna, passando por Hilda Hist e Júlia Lopes de Almeida, esta antologia – organizada segundo o critério cronólogico – reúne 59 textos escritos entre 1886 e 2023, que provam como o corpo erótico só se revela na qualidade de incógnita. O conjunto apresentado pode, contudo, ser dividido em três partes, que compõem as distintas fases da produção erótica brasileira.

Com organização de Eliane Robert Moraes. Tinta-da-China. 408 pp. 22,90€ (lançamento a 23 de Maio)

Vou Dizer-te o Que Penso

Nesta colecção de textos, Joan Didion, uma das escritoras mais marcantes das últimas décadas, explora desde notícias dos jornais americanos, sessões com viciados em jogo e uma visita a Nancy Reagan até ser mulher do governador da Califórnia – e de, por isso, ter uma equipa de televisão a filmar tudo o que fazia em casa – ou um encontro que teve com veteranos da Segunda Guerra Mundial em Las Vegas.

De Joan Didion. Cultura. 144 pp. 15,95€ (lançamento a 23 de Maio)

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Sistemas em Estado Crítico

Vencedor dos prémios Hugo, Nebula, Alex e Locus, e brevemente uma série de televisão na Apple TV+ (Murderbot, com Alexander Skarsgård no papel principal), este é o primeiro volume da série de ficção científica Murderbot Diaries, de Marta Wells, e leva-nos até a um futuro dominado por corporações e viagens espaciais. A personagem principal é um andróide que pirateou o próprio módulo de controlo e que se refere a si mesma como Assassiborgue. Revelando profundo desprezo pelos humanos, tudo o que realmente quer é estar em paz, e tempo suficiente para descobrir quem é.

De Martha Wells. Relógio d’Água. 120 pp. 17€ (lançamento a 25 de Maio)

Deriva

Depois de se estrear com Leme, onde relata uma juventude marcada por violência doméstica, a cronista e escritora volta à não-ficção com a mesma intimidade, mas sem fio condutor. Em Deriva, deambula por temas muito diferentes: da memória das férias em família à dormida numa cama de hotel com percevejos, passando pelas insónias ou pelas difíceis negociações entre mãe e filhas. O prefácio é de Gregório Duvivier.

De Madalena Sá Fernandes. Companhia das Letras. 240 pp. 16,65€ (lançamento a 27 de Maio)

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Pobres Criaturas

Talvez já tenha visto Pobres Criaturas no cinema, mas este é o livro que deu origem ao filme. Escrito por Alasdair Gray, acompanha a ambição científica de Godwin Baxter, de criar a companheira perfeita, que se concretiza quando encontra o corpo afogado da jovem Bella, que ele traz de volta à vida numa proeza ao estilo de Frankenstein; e como o seu sonho é perturbado pelo amor ciumento do Dr. Archibald McCandless. Pelo meio, Bella começa a explorar a sua posição como mulher na sombra do patriarcado.

De Alasdair Gray. Cultura Editora. 320 pp. 18,50€ (lançamento a 4 de Junho)

A Palavra que Resta

Debruçando-se sobre o poder universal da palavra escrita e da linguagem, e o modo como afectam os nossos relacionamentos, este romance fala-nos de repressão, violência e vergonha através da história de Raimundo Gaudêncio, que guarda uma carta nunca lida há mais de 50 anos. Até que este homem analfabeto que, na sua juventude, teve um amor secreto brutalmente interrompido, resolve aos 71 anos que ainda é tempo de aprender a ler e, talvez, decifrar essa ferida aberta do passado.

De Stênio Gardel. Dom Quixote. 176 pp. 16,60€ (lançamento a 18 de Junho)

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Elefante na Sala

Em que sítio do mundo seria possível juntar Cristiano Ronaldo e Marie Kondo, Shakira e a Mãe Kikas? Provavelmente, em nenhum, a não ser nas páginas deste livro. Joana Marques, humorista conhecida por ser extremamente desagradável, não deixa os seus créditos por mãos alheias e brinda os principais protagonistas da actualidade com a sua habitual simpatia. Elefante na Sala é uma espécie de resumo dos últimos dois anos, em Portugal e no mundo, sobretudo no que toca a ocorrências irrelevantes.

De Joana Marques. Contraponto. 192 pp. 17,70€ (lançamento a 26 de Junho)

Taylor Swift: A História Completa

Como é que uma jovem da Pensilvânia se tornou a artista mais bem paga e mais premiada de sempre? É o que Chas Newkey-Burden – jornalista e autor de mais de duas dezenas de biografias de personalidades mundialmente famosas – nos assegura revelar em Taylor Swift: A História Completa. Ou melhor, a história dos impressionantes 34 anos da estrela pop, que é já uma das figuras mais influentes do mundo. Editada em Portugal pela Contraponto, a biografia não autorizada foi originalmente publicada em 2013 e actualizada recentemente para incluir os últimos 11 anos da vida e carreira da estrela pop.

De Chas Newkey-Burden. Contraponto. 304 pp. 18,80€ (lançamento a 4 de Julho)

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Tu Tens de Existir

Escrito e ilustrado por Yungblud, pseudónimo artístico do cantor, compositor e multi-instrumentalista britânico Dominic Harrison, este diário – para ler e para nos pôr a criar – é uma fusão entre Destrói Este Diário, Queimar Depois de Escrever e O Caminho do Artista. Além de arte e letras inéditas, inclui conselhos criativos e questões pertinentes. E, atenção, “vai acabar todo rebentado se o usares como deve ser”.

De Yungblud. Lua de Papel. 160 pp. 13,90€ (lançamento a 27 de Agosto)

Para leitores ávidos

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