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Cidadãos-cientistas contaram 800 casais de corujas-das-torres em Portugal

O primeiro censo nacional de corujas-das-torres contou com a colaboração de 1100 voluntários. Em Lisboa, registaram-se 43 locais com estas aves de rapina.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Estávamos em Fevereiro de 2023 quando a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves lançou o desafio: procurar corujas-das-torres e contá-las. Os resultados foram anunciados online esta quarta-feira, 14 de Fevereiro. Os cidadãos-cientistas, 1100 voluntários de norte a sul de Portugal e na Madeira, ajudaram a identificar 800 casais de corujas-das-torres no país. Em Lisboa, foram registados 43 locais com estas aves de rapina nocturnas (em 163 pontos de escuta).

“Esta iniciativa de ciência cidadã permitiu monitorizar a espécie numa área consideravelmente maior do que teria sido possível se a contagem tivesse sido feita apenas por especialistas”, lê-se em comunicado da SPEA. Os dados recolhidos servem de base para os cientistas estimarem o tamanho actual da população desta ave de rapina nocturna e poderem avaliar a sua evolução no futuro.

No âmbito desta iniciativa, para a qual apenas 268 voluntários usaram uma metodologia que exigia conhecimento prévio em identificação de aves, foram submetidos quase 2300 registos. Estes permitiram verificar a presença da coruja-das-torres em 399 quadrículas de 1x10 em Portugal continental e 11 no arquipélago da Madeira. “126 destas quadrículas teriam ficado por monitorizar se o censo não tivesse sido aberto a toda a população”, declara-se na mesma nota, explicando que foi possível alargar o desafio ao público sem experiência porque a coruja-das-torres é muito tolerante à presença humana, nidificando até em edifícios citadinos, e fácil de identificar (tem um disco facial branco em forma de coração e uma voz inconfundível).

Os especialistas estimam que a população de coruja-das-torres anda entre os 800 e os 5000 casais. O limite inferior corresponde aos casais contados durante o censo, enquanto o limite superior representa o número de casais que se teria registado se todas as quadrículas em que se registou a presença de coruja-das-torres tivessem o maior número de casais possível. “Para saber se a população está a aumentar ou diminuir, os investigadores terão de repetir o censo daqui a alguns anos, com a mesma metodologia, e comparar os resultados. Isto quer dizer que os cientistas vão voltar a pedir ajuda aos cidadãos para contar corujas.”

Para se preparar para o próximo censo, basta consultar o site do projecto, onde encontra informações sobre as sete espécies de aves de rapina que existem em Portugal, bem como onde as observar. Caso queira começar já a registar as suas observações, pode fazê-lo no PortugalAves/eBird, que também tem apps para Android e iOS.

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