Quando foi construída, em meados do século XVII, a Quinta da Mata tinha propósitos muito práticos – trabalhar a terra, sobreviver. O edifício, um solar rural com capela e fachada de granito, mudou de vocação em 1993 e é desde então uma referência turística na zona. Serve também de quartel-general para muitos viajantes, sobretudo estrangeiros, que estão prestes a partir para a aventura da Estrada Nacional 2. O anfitrião, Luís Moreira, é um entusiasta da estrada, da natureza e de tudo o que há em Trás-os-Montes – incluindo os vinhos, dos quais é grande conhecedor (fique atento à garrafeira, no rés-do-chão, e deixe-se guiar pelas sugestões de Luís). Se tiver a sorte de o encontrar por lá pode dar por si a passar horas a ouvir histórias da quinta, daquela zona e do que por lá se faz. Uma visita guiada informal pela horta e pelos jardins da quinta foi uma autêntica lição sobre agricultura biológica e sustentabilidade.
Os seis quartos da Quinta da Mata são de decoração simples, à qual se aplica também o adjectivo “rústico”, que está muito gasto, coitado, mas que se adapta bem aqui. O pequeno-almoço inclui, como não podia deixar de ser, pastéis de Chaves. Umas maravilhas folhadas feitas pela fresca que vamos lamentar não termos para sempre na primeira refeição do dia.