Rua da Vergonha

O último filme de Mizoguchi, estreado em 1956, pouco antes da sua morte, é, mais uma vez, sobre o lado escondido da vida burguesa, incidindo a sua atenção sobre o quotidiano de casas de meninas, ou melhor, sobre a vida de trabalhadoras sexuais. Embora o tema seja uma constância na sua obra, acompanhando a existência de cinco raparigas tentando evitar o destino, encontra-se aqui um exercício estilístico algo afastado do lirismo, por isso mais próximo de uma variedade de realismo cru, sem a dose de metafísica que sempre habitou os seus filmes.