O Convento da Sertã é uma unidade hoteleira que deu nova vida a um antigo e muito degradado convento franciscano do século XVII. Os frades viviam de esmolas e andavam a pregar pela freguesia até ao século seguinte, quando o convento passou a servir também de escola: ensinava-se latim em 1772, mas sete anos depois a Rainha D. Maria I deu autorização para se fazer ali uma escola para ensinar a ler, escrever e contar. A extinção das ordens religiosas, no século XIX, ditou o fim deste convento, que viria a ganhar nova vida (ou várias vidas) como edifício laico: foi quartel da GNR, casa de habitação, escola e sede dos escuteiros.
A mutação final em hotel fez-se com o cuidado de preservar a estrutura e as memórias daquele lugar. Ganhou-se conforto, mas manteve-se alguma solenidade. A capela de oração do convento é agora a recepção, o antigo claustro é sala de estar e de pequenos-almoços. Os quartos obrigaram-nos a ir ver qual o superlativo do verbo confortável – cá está: confortabilíssimos. E o pequeno-almoço, cheio de produtos locais e pormenores deliciosos, é mais eficaz para nos fazer sair da cama do que qualquer despertador.
O edifício em si (já falámos da piscina? Há uma piscina) é suficiente para fazer uma visita. A tranquilidade daquele lugar e a gastronomia da Sertã também servem como desculpa. Mas a nossa sugestão é usar o Convento da Sertã como base a partir da qual pode explorar aquela zona do interior português – estamos perto de Pedrógão Grande, pelo que fazer turismo ali é também uma forma de ajudar. O próprio convento tem uma série de rotas muito bem delineadas que o ajudam a explorar o rio Zêzere, as Aldeias de Xisto e todo o património histórico e natural da zona.