Quis ser muita coisa, mas depois cresceu e percebeu que era a escrever que ia traçar o seu caminho. Licenciou-se em Estudos de Cultura e Comunicação, na Faculdade de Letras, onde ganhou um gosto especial pela arte e cultura. Em 2023, à boleia de um estágio, chegou à Time Out, meio com o qual continua a colaborar hoje. Sempre actuou em várias frentes, ora ia a lojas acabadas de abrir, ora a peças de teatro. Agora, dedica-se a conhecer novos restaurantes, que é como quem diz a comer.

Beatriz Magalhães

Beatriz Magalhães

Jornalista

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Os melhores sítios para rechear a cesta de piquenique

Os melhores sítios para rechear a cesta de piquenique

Sabemos (e já lhe dissemos) quais são os melhores sítios para fazer piqueniques em Lisboa. Mas, se é daqueles que não gosta ou não tem tempo para encher o cesto de verga de iguarias, pode sempre optar por ir buscar a comida já pronta a um destes restaurantes. Junte a família, os amigos ou faça uma pequena escapadinha a dois para o meio do verde. O que não pode faltar é sombra... e boa comida. É só pegar no cesto, estender a toalha e praticar o ócio deitado na relva.  Recomendado: As melhores praias com Bandeira Azul perto de Lisboa
As melhores happy hours em Lisboa

As melhores happy hours em Lisboa

Beber um copo ao fim do dia, depois do trabalho, pode muito bem ser aquela rotina que de precisávamos e não sabíamos. É aí que entram as happy hours, a desculpa perfeita. Nestas horas felizes, não só as imperiais passam a custar menos, também os cocktails caem para metade do preço. Escolhendo bem, ainda encontra petiscos, como ostras ou tacos, com preços reduzidos para tornar a vida nas esplanadas na cidade ainda mais bela – pensando bem, é experiência que não têm preço (especialmente nos dias quentes de Verão). É tempo de correr as happy hours de Lisboa.  Recomendado: Os bares no Bairro Alto que precisa de conhecer
Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

As novidades multiplicam-se de tal forma que, quando descobrimos os restaurantes que abriram nos últimos meses, já temos novas mesas à nossa espera. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há lugar para a alta-cozinha, para aproximações às culinárias asiáticas, clássicos da bela Itália, estéticas inspiradoras e, claro, para a moda das sandes – com tudo e mais alguma coisa entre duas fatias de pão. Preparámos um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa e arredores, abertos nos últimos meses. Não fique desactualizado e faça uma reserva – tem muito por onde escolher.  Recomendado: Os 124 melhores restaurantes em Lisboa
Os melhores sítios para fazer piqueniques em Lisboa

Os melhores sítios para fazer piqueniques em Lisboa

Para fazer um bom piquenique, não precisa de sair da cidade. Ainda que, por vezes, pareça difícil, há vários sítios onde pode estender a toalha, relaxar, ler um livro e comer e beber ao som dos passarinhos (e alguns não podiam estar mais no centro). De mini-florestas a relvados junto ao rio ou miradouros inspiradores, encontrámos os melhores parques e jardins para fazer piqueniques em Lisboa. E se for daqueles que não quer ter preocupações (nem trabalho), há cafés e restaurantes que lhe preparam fazem a papinha toda – ou seja, uma cesta pensada para piqueniques.  Recomendado: Os melhores parques de campismo para dormir sob as estrelas
As melhores piscinas low cost em Lisboa (e arredores)

As melhores piscinas low cost em Lisboa (e arredores)

Gosta de dar um bom mergulho na piscina, mas recusa-se a esvaziar a carteira? Depois de explorar as melhores piscinas em Lisboa (e arredores), partimos em busca de mergulhos mais económicos, daqueles que refrescam as ideias e o corpinho sem dar cabo da conta bancária. Umas têm mais afluência, até porque são maiores, mas há opções para todos. Prepare o saco com os essenciais (fato de banho, toalha e óculos de mergulho) e vá meter água para uma destas piscinas baratas em Lisboa e arredores, sem comprometer o orçamento do Verão inteiro.  Recomendado: As melhores piscinas em Lisboa (e arredores)
‘Viagem a Lisboa’ e mais peças de teatro para ver esta semana

‘Viagem a Lisboa’ e mais peças de teatro para ver esta semana

Não precisa de procurar mais por peças de teatro para ver esta semana. Aqui, damos-lhe muitas e boas sugestões. Não precisa de ir a todas, mas cuidado – é que algumas produções têm temporadas curtas e esgotam rápido, sejam elas reposições há muito aguardadas ou estreias, obras de companhias nacionais ou digressões estrangeiras. Espreite a nossa lista e planeie a agenda dos próximos dias. E como mais vale prevenir que remediar, também lhe damos as peças que vão estar em cena nos próximos meses, para garantir lugar antes que esgote.    Recomendado: As melhores peças de teatro em Lisboa para ver em Junho
‘O Céu da Língua’ e mais peças de teatro para ver esta semana

‘O Céu da Língua’ e mais peças de teatro para ver esta semana

Há teatro para rir, para chorar, para pensar e para ouvir. Há teatro para amar intensamente e para odiar de morte, e ainda teatro para gostar assim-assim. Para os mais melodiosos, o teatro de revista e o teatro musical. E ainda há os bailados e a dança contemporânea. Na dúvida, é escolher uma e depois logo se vê. Pode ser que se torne fã e fique com vontade de voltar. O pior que pode acontecer é ter de esperar pelas nossas recomendações da semana seguinte. Para já, fique com as melhores peças de teatro para ver no Porto e arredores esta semana.  Recomendado: As peças de teatro no Porto para ver em Junho 
Piscinas municipais em Lisboa para dar umas braçadas à sombra

Piscinas municipais em Lisboa para dar umas braçadas à sombra

Se gosta de nadar, mas odeia o ruído dos banhistas e a sensação de se transformar num panado assim que se vê com areia da cabeça aos pés, as piscinas municipais podem ser uma excelente alternativa. Há tanques de competição, mas também de aprendizagem para os miúdos ou para os menos dados à mariposa. Já para não falar das muitas modalidades que pode começar a praticar, desde a clássica hidroginástica ao aquafitness. Reunimos as melhores piscinas municipais em Lisboa, quer pelo preço reduzido quer pela diversidade de oferta de actividades. Agora é consigo. Recomendado: As melhores piscinas em Lisboa (e arredores)
As melhores piscinas em Lisboa (e arredores)

As melhores piscinas em Lisboa (e arredores)

Eis uma receita infalível para evitar filas, pôr-se a salvo das alforrecas, refrescar as ideias e apanhar o tão desejado sol sem ter de levar com ondas ou tempestades de areia. Falamos das melhores piscinas em Lisboa. Muitas delas são verdadeiros oásis instalados em alguns dos melhores hotéis da cidade, como o Sheraton. Está à espera do quê para vestir o fato de banho, agarrar na toalha e dar um mergulho? Se acabar por se entusiasmar depois de uma tarde de descontracção, não perca o embalo. Aproveite e faça check-in. Recomendado: As melhores praias com Bandeira Azul perto de Lisboa
Dê um mergulho nestas piscinas oceânicas em Lisboa (e arredores)

Dê um mergulho nestas piscinas oceânicas em Lisboa (e arredores)

Está calor, mas não faz mal. Há muitos lugares onde combater as altas temperaturas. É hora de se banhar de creme protector, estender a toalha na espreguiçadeira e deixar que o sol faça o seu trabalho, com intervalos marcados por mergulhos aquáticos. Mas não são uns mergulhos quaisquer. Estas são piscinas de água salgada: é essa, aliás, a maravilha das piscinas oceânicas – um fingimento de que estamos no mar, mas num ambiente controlado, sem areia e sem a agitação marítima das ondas. Tome nota e prepare-se para nadar sem preocupações nestas piscinas oceânicas em Lisboa e arredores. Recomendado: As melhores piscinas low cost em Lisboa (e arredores)
Guia para aproveitar a Feira do Livro de Lisboa ao máximo

Guia para aproveitar a Feira do Livro de Lisboa ao máximo

A Feira do Livro está de regresso ao Parque Eduardo VII até 16 de Junho. E esta edição traz novidades, como melhores acessibilidades para pessoas com mobilidade condicionada, uma nova praça verde e novas iniciativas ligadas à sustentabilidade (embora tenha perdido os show cookings). Ao todo, estão confirmadas 960 marcas editoriais, distribuídas por 350 pavilhões. Está de volta a programação das Bibliotecas de Lisboa (BLX), a ser dinamizada no renovado espaço da Câmara Municipal de Lisboa, e também os lançamentos de livros, as sessões de autógrafos e os concertos, às sextas-feiras, às 22.00. O melhor é aproveitar este guia para não se perder na Feira do Livro. Parque Eduardo VII. 4 Jun-22 Jun. Seg-Qui 12.00-22.00, Sex e vésperas de feriado 12.00-23.00, Sáb 10.00-23.00 e Dom e feriados 10.00-22.00. Entrada livre Recomendado: Gosta de livros? Descubra estes clubes de leitura em Lisboa
Dez novos livros para levar para a praia este Verão

Dez novos livros para levar para a praia este Verão

Está na hora de pôr as leituras em dia e que altura melhor para isso do que as férias grandes? E são várias as novidades literárias para este Verão. Basta pensar no que precisa que lhe receitem. Uma saga familiar, um romance sobre manteiga e homicídios, ou uma história sobre não pertença? Há, mas não só. Também lhe damos uma biografia de Herberto Helder, uma viagem aos tempos de Huckleberry Finn ou uma obra sobre a caricata situação que levou a que fosse criada uma série sobre a vila açoriana de Rabo de Peixe. São dez livros para ler nos próximos meses.   Recomendado: Gosta de livros? Descubra estes clubes de leitura em Lisboa

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Monsanto Fest

Monsanto Fest

A 7.ª edição do Monsanto Fest assinala os 90 anos do Parque Florestal do Monsanto e, durante quatro dias, tem planeados passeios, piqueniques e concertos. Este ano, o festival junta as Juntas de Freguesia de Alcântara, Benfica, Campolide e da Ajuda e acontece em vários lugares, como na pista de radiomodelismo de Monsanto, onde tomam lugar os concertos, actuações musicais e ainda a transmissão do jogo de Portugal contra França para o Euro 2024. A entrada custa 5€ e inclui uma bebida. Abaixo, encontra toda a programação do festival.  O cartaz e os horários  4 de Julho, quinta-feira18.00 DJ Sun Set20.30 Califlow22.30 Tributo Popular 5 de Julho, sexta-feira 12.30 Piquenique15.00 Green Talent Monsanto18.00 Passeio Nocturno no Monsanto20.00 Transmissão em directo do jogo Portugal-França22.00 Monsanto Hip Hop Sessions com DJ Big, Sam The Kid, Phoenix RDC e XEG 6 de Julho, sábado09.30 Open Day Desportivo no Miradouro dos Montes Claros10.00 Passeio Cultural com Guia Famílias "90 anos de Monsanto" no Instituto Superior de Agronomia15.00 Foto-papper Família na pista de radiomodelismo17.00 Lisboa on Top – Subida à Torre do Galo18.00 Roda de Samba20.00 Tributo a Radiohead22.00 Prata da Casa00.00 Noise Dolls Club 7 de Julho, domingo09.30 Monsanto Run Fest 12.00 Mega Piquenique no Parque de Merendas da Vila Guiné 16.00 Pagode in Paradise 18.00 Tributo a Mamonas Assassinas21.00 O Pagode do Elias   Como chegar Se é da música que vai à procura em Monsanto, saiba que há várias formas de chegar

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Brad Pitt ou Monet? Nos smash burgers do No.Sense, a diferença está nos ingredientes

Brad Pitt ou Monet? Nos smash burgers do No.Sense, a diferença está nos ingredientes

Foi numa dark kitchen que tudo começou. Tomás Nogueira estudou gestão na faculdade, chegou a trabalhar numa empresa de café e, depois disso, foi fotógrafo durante sete anos. Fotografou de perto artistas de música, fez digressões. O trabalho corria-lhe bem. Mas Tomás queria ter um negócio próprio. “Tinha algum dinheiro amealhado e pensei ‘vou experimentar fazer aqui qualquer coisa’. Os meus pais tiveram uma hamburgueria há uns anos, então já conhecia, mais ou menos, as dinâmicas”, diz. Nasceu assim o No.Sense, numa cozinha perto do El Corte Inglés, disponível apenas através de serviços de entregas. O passo seguinte – abrir um restaurante – acabaria por se concretizar em Fevereiro, na Avenida Duque de Loulé. “Eu queria algo que fosse minimamente escalável. E uma hamburgueria é uma coisa que é mais facilmente padronizável”, explica Tomás, que viu na febre dos smash burgers o conceito perfeito. “Eu ia bastantes vezes a Madrid e lá já havia esta tendência dos smash burgers. Achei que era bom e quando comecei a pensar nisso, não havia nada cá. Depois, entretanto, apareceu o Street.” No início de 2024, lançou o negócio; no final de Junho, começou à procura de um espaço; em Setembro, encontrou-o bem no centro da cidade, em Picoas. Tal como se podia esperar, é um sítio descontraído. Tem pinta, tem boa “vibe”. Será, certamente, um destino de eleição para a gen z, em especial para os foodies que têm por hábito partilhar nas redes sociais o que andam a experimentar de novo. Mal entramos,
O novo Hello, Kristof tem brunch e café de especialidade torrado na casa

O novo Hello, Kristof tem brunch e café de especialidade torrado na casa

O primeiro Hello, Kristof abriu portas em 2016, na Rua do Poço dos Negros. Ricardo Galésio havia-se inspirado no estilo minimalista característico dos nórdicos para criar um sítio de pequenos-almoços e café, que eram acompanhados por uma selecção de revistas estrangeiras. Ricardo apelidava-o de “Coffee and Magazines”. Mas, desde então, muito mudou. Em 2020, Charlie e Malaylack Teixeira compraram o Hello, Kristof e, no ano passado, abriram mais dois espaços – em São Vicente e São Bento. Este último, de portas abertas desde Novembro, conta com uma carta que vai do brunch ao poké e inclui uma zona de torrefacção de café. Vindo de França, o casal chegou a Lisboa em 2021. E nem Charlie nem Malaylack tinham alguma vez trabalhado na área da restauração. Ele tinha uma empresa de construção civil, ela estava no campo da engenharia espacial. No entanto, queriam mudar de ares, uma vida mais calma e, acima de tudo, regressar às origens. “A minha família é portuguesa e já estava a ficar cansado da rotina em França… Fez sentido regressar ao país dos meus pais”, começa por contar Charlie, que é luso-francês. DR Reaberto o primeiro espaço, nesse mesmo ano, veio mais tarde a vontade de levar o brunch e o café de especialidade a outros locais da cidade. Primeiro, a São Vicente, em Março de 2024. “Quando encontrámos a loja no Campo de Santa Clara, inicialmente, era para ser uma cozinha – para fazer a preparação da comida e dos bolos, porque tudo é caseiro”, explica. “Mas depois encontrei um a
Os smash burgers do Stack comem-se como mandam os americanos. E o segredo está no pão

Os smash burgers do Stack comem-se como mandam os americanos. E o segredo está no pão

O que é que torna um smash burger especial? Alguns dirão a carne, outros os ingredientes e condimentos. No Stack, a resposta está no pão. Os sabores não se distanciam muito daquilo que encontramos noutros sítios de smash burgers. Basta olhar para a opção mais consensual do menu – o hambúrguer original –, que leva carne, queijo, pickles e cebola, mostarda e ketchup. O pão, esse sim, não tem igual (pelo menos, em comparação com os smash burgers que já provámos). Confeccionado com batata, este pão é leve e saboroso, não se tornando demasiado doce ou mole e pastoso, como acontece com o pão brioche, geralmente utilizado neste tipo de hambúrgueres. E porquê usar pão de batata? Porque, afinal de contas, esta é a “american way”. E no Stack vive-se toda a experiência como manda o lema americano. A ideia foi simples. “Trazer o que o hambúrguer significa nos EUA: a simplicidade, o respeito pelos ingredientes, a história do hambúrguer, simplificando-o com os melhores ingredientes locais que podemos ter”, enumera Malcolm Granath, um dos três sócios por detrás do Stack Smash Burgers. O proprietário, de origem sueca e suíça, que vive desde 2021 em Lisboa, esteve 12 anos em Los Angeles e confessa que quando regressou à Europa teve dificuldades em encontrar um hambúrguer como aqueles que comia nos EUA. “Eram demasiado elaborados”, considera. Rita ChantreStack Smash Burgers Foi então que se juntou aos franceses Louis Bayle e Paul Cukierman, depois de os conhecer numa festa na cidade, para ab
Em Picoas, há uma padaria de bairro a alimentar o amor pelo pão (e pela pastelaria)

Em Picoas, há uma padaria de bairro a alimentar o amor pelo pão (e pela pastelaria)

Joana Galo Costa tinha a sua padaria de bairro, em Sesimbra, de onde é natural. Lembra-se de, todos os fins-de-semana, ser preciso ligar para a dona Ricardina e encomendar o pão, senão este esgotava antes de lá chegar. “Metade do pão era comido dentro do carro, porque ia quentinho”, recorda. Era praticamente religioso, como se comprar pão acabado de sair do forno fosse a cura para todos os seus males. E talvez até fosse. Então, Joana decidiu abrir a sua própria padaria, com o desejo de que se venha a tornar a padaria deste bairro, ou seja, de Picoas. O pão vai mudando a cada dia da semana e a pastelaria não segue muitas regras, a não ser a da sazonalidade. Chama-se Padaria 110 e abriu há cerca de um ano na Rua Filipe Folque. É pequena, não havendo espaço para grandes movimentações. Do lado direito, um balcão de madeira recebe os clientes, do outro, duas mesas brancas redondas convidam os poucos que lá dentro cabem a sentar. Mas não se pode dizer que tudo é pequeno. A cozinha, pintada de branco, é bem ampla e usufrui de uma vista desafogada para o resto da padaria. “Ao início, muitas pessoas questionavam porque é que a parte da produção era tão grande e porque é que esta parte era tão pequenina. Eu acho que para se trabalhar bem temos de ter um bom espaço – para que seja organizado e limpo”, começa por dizer a padeira. RITACHANTRE Mas não foi só por esta razão que deu tanto destaque à cozinha. Também foi a maneira de dar uma cara aos padeiros e de os aproximar aos clientes.
A Pachecas não é só mercearia. Também tem brunch e DJ sets

A Pachecas não é só mercearia. Também tem brunch e DJ sets

Começou por ser uma mercearia convencional, com produtos que facilmente poderíamos encontrar noutras mercearias ou até supermercados. Não era diferenciada o suficiente e, para isso mudar, teve de ganhar uma nova imagem. Foi então que, em Março do ano passado, Vera Bleck se juntou ao projecto e que trouxe consigo uma mão cheia de ideias. O nome manteve-se, mas foi talvez a única coisa. As paredes foram pintadas e a decoração repensada, bem como a selecção de produtos à venda, que hoje se divide entre marcas portuguesas e estrangeiras pouco conhecidas, garante Vera. “Talvez encontres algumas num El Corte Inglés gourmet”, ou não. Depois, há toda uma garrafeira para descobrir, bem como um deli bar com opções de brunch e refeições mais leves. E ainda noites de copos e música. A Mercearia Pachecas reabriu em Outubro de 2024, na Rua Artilharia, a cinco minutos do Amoreiras, exactamente no mesmo local onde, um ano e meio antes, tinha aberto portas pela primeira vez. “Acabava por ser mais uma mercearia de conveniência básica, com produtos muito básicos, ou seja, com um sortido não muito diferenciado de um supermercado ou daquilo que já existia no bairro”, conta-nos Vera, sócia-gerente, acerca do negócio criado pela empresária Sara do Ó, CEO do grupo Your e presidente do conselho de administração da Ó Capital (que detém a Mercearia Pachecas), e Filipa Xavier de Basto. Luisa Bravo "No fundo, definimos várias áreas de negócio que não existiam antes” e, agora, “consegues, num só espaço,
Para este casal francês, o Sabor é tudo. Das frutas, dos legumes ou do queijo

Para este casal francês, o Sabor é tudo. Das frutas, dos legumes ou do queijo

Se no Verão é certo que há melancia, pêssego ou ameixa, no Inverno nunca falta tangerina, beterraba ou abóbora. Isto porque, para Olivia e Bryce, a época dita tudo – as cores, as formas, os sabores. E, por isso, se não lhes faz sentido comer kiwis em Julho, também não é nesta altura que os têm à venda na sua mercearia em Campo de Ourique. É lá – na Sabor Mercearia – que, além de carne e peixe, queijos e conservas, cervejas e vinhos naturais, encontramos frutas e legumes de pequenos produtores nacionais. Todos a seu tempo.     Esta não é uma mercearia tradicional. A balança antiga não serve para pesar os produtos, mas sim como peça de decoração na montra e, à porta, as caixas de fruta e de legumes não se empilham umas em cima das outras, antes estão dentro da loja, dispostas lado a lado sobre mesas corridas de madeira. As opções são variadas: ora temos pêssego, nectarina, melancia, ameixa e tomate, ora cebola, curgete, milho e beringela. Contudo, no dia da visita da Time Out não há tanto como de costume, adverte-nos Olivia Kohler. “Normalmente, o banco está cheio [de caixas com frutas e legumes]”, mas como a mercearia vai fechar para férias, as encomendas, desta vez, foram menores. DR Neste dia há menos, noutro haverá mais. Não é um problema, pois tanto Olivia como o seu namorado e parceiro de negócios, Bryce Lerebours, trabalham segundo um lema: qualidade acima de tudo. “Ao trabalhar com pequenos produtores locais, temos produtos com um sabor do outro mundo. E colocamos o s
Livros antigos não são coisa do passado. E estes alfarrabistas modernos provam-no

Livros antigos não são coisa do passado. E estes alfarrabistas modernos provam-no

Este artigo foi originalmente publicado na revista Time Out Lisboa, edição 673 — Primavera 2025 Ser alfarrabista tem muito que se lhe diga. Não se trata apenas de comprar livros usados, mas também de saber procurar e seleccionar. Trata-se de saber que os livros depois de lidos uma vez continuam em perfeitas condições para serem lidos mais duas, três ou dez vezes por mais duas, três ou dez pessoas. E trata-se de saber cuidar. Alguns dirão que ser alfarrabista é uma arte, mas uma arte que vai evoluindo e se vai transformando ao longo do tempo. Foi o que aconteceu com a Livraria Castro e Silva, que abriu em 1957 no Bairro Alto, ou com a Ulmeiro, que nasceu em 1969 em Benfica. Outras, que foram surgindo nos últimos anos, já encontraram um mercado diferente, como é o caso da Leituria, da Stuff Out, da Re-Read ou da Ecolivros. A premissa é a mesma, ainda que estes últimos não se sintam na posição de se auto-nomear de alfarrabistas – preferem antes livreiros de livros usados. É sem dúvida um novo tipo de alfarrabismo, que não se prende a nichos de mercado, nem sempre se faz numa livraria e que vai ganhando popularidade.   Pedro Castro e Silva cresceu no meio dos livros antigos. O avô fundou a Livraria Castro e Silva e o neto foi para lá trabalhar aos 15 anos. “Antigamente, havia muito menos oferta. Havia mais alfarrabistas, mas os alfarrabistas também só trabalhavam com um determinado tipo de livro. Não trabalhavam com tudo, escolhiam muito, ou porque não tinham espaço, ou não tinha
Questões existenciais, o ódio pelo outro e sonhos por realizar no Festival de Almada

Questões existenciais, o ódio pelo outro e sonhos por realizar no Festival de Almada

O Festival de Almada está de regresso entre 4 e 18 de Julho. A 42.ª edição do festival dedicado ao teatro e à dança desdobra-se por nove palcos de Almada e Lisboa com duas dezenas de criações nacionais e internacionais. Destacam-se os espectáculos de Joël Pommerat, William Forsythe, Pierre Guillois e Olivier Martin-Salvan, ou Emma Dante. E, este ano, presta-se homenagem à actriz Lia Gama. Um dos nomes que vai fazer parte da programação é o do criador francês Joël Pommerat, que já não é novato no Festival de Almada. Desta vez, a 13 e 14 de Julho, traz Marius ao Teatro Municipal Joaquim Benite. Parte da peça homónima escrita por Marcel Pagnol e passa-se em Marselha, onde seguimos a vida do jovem Marius que, apesar de ser apaixonado pelo mar, fica em terra para tomar conta do negócio de família. Levanta várias questões sobre o amor e sobre o que é vencer na vida.  Friends of Forsythe é a proposta do coreógrafo norte-americano William Forsythe e de Rauf ‘Rubberlegz’ Yasit e apresenta-se a 5 e 6 de Julho, também no Teatro Municipal Joaquim Benite. Através da comunicação física entre os bailarinos em palco, exploram-se as formações e linguagens dos mesmos, remontando às origens da dança folk, do hip-hop e do ballet. Nos dias 9 e 10, é a vez do alemão Thomas Ostermeier mostrar História da violência. Baseada na obra de Édouard Louis, a peça procura retratar a omnipresença do ódio em relação ao outro e à diferença, quer seja social ou sexual. Bernadette FinkFriends of Forsythe A com
Dos smash burgers aos milkshakes, o Patty quer ser um diner americano

Dos smash burgers aos milkshakes, o Patty quer ser um diner americano

Há dois anos, Rute Carvalho viajou até aos EUA e apaixonou-se por smash burgers, ao contrário do que ela própria pudesse pensar. “Eu não gosto de hambúrguer. É um bocado caricato, mas dizem que quem não gosta do produto que vende, se calhar consegue vender mais”, brinca. Talvez tenha sido o facto de a carne ser esmagada na grelha, ou até o tipo de pão, mas a verdade é que os smash burgers conquistaram-na. E então, chegada a Lisboa, com vontade de ter um negócio próprio, decidiu abrir um restaurante de smash burgers. Além da especialidade da casa, o Patty Smash Burgers, aberto desde 5 de Março, aposta nos milkshakes e nas sobremesas. Junto à entrada, há uma esplanada generosa e, lá dentro, das paredes às mesas e cadeiras, o restaurante pinta-se de vermelho e branco. E não, não é por estar próximo do Estádio da Luz. O Patty Smash Burgers vai antes buscar as suas cores e a sua estética aos diners tipicamente americanos. Os néons na parede, a música que toca e até os tabuleiros de metal e copos de plástico vermelhos em que a comida e bebida nos é servida têm todos um propósito: transportar-nos para esse universo que se vive do outro lado do Atlântico. RITACHANTRE “Eu sempre gostei muito dos american diners, de todo o ambiente, da decoração e tudo mais. E surgiu a ideia, quando provei o smash burger. Foi aí que me apaixonei completamente pelo hambúrguer em si e pensei que era este o caminho que queria levar como empresária”, começa por explicar a proprietária, que acredita ter e
O fenómeno Maria Francisca Gama: “Foram os leitores que decidiram que eu sou uma escritora”

O fenómeno Maria Francisca Gama: “Foram os leitores que decidiram que eu sou uma escritora”

Estamos no primeiro sábado da Feira do Livro. Por todo o lado andam famílias, para cima e para baixo, e algumas com uma pilha considerável de livros nas mãos. Na praça da Penguin, começam a preparar-se as mesas e cadeiras para a sessão de autógrafos às 17.00. Mas cerca de uma hora antes, já começa a formar-se uma fila. Entre quem passa, perguntando-se se será esta a fila para pagar, há quem, timidamente, se deixe ficar por aqui. Vão olhando em volta, impacientes, desviando-se de onde bate o sol, quando reparam em Maria Francisca Gama e sorriem-lhe e acenam na sua direcção. Ela retribui-lhes o olhar e acena de volta, com um sorriso de orelha a orelha. “Fico sempre muito nervosa nestas coisas. As pessoas tiveram a amabilidade de ler o meu trabalho e têm coisas a dizer, sentam-se e contam coisas delas e dizem coisas muito bonitas, muito lisonjeadoras, e tenho sempre pânico de não dizer a coisa certa ou de dizer uma coisa muito tola”, confessa, entre risos. Neste dia, muitas estão aqui para falar com a autora acerca do seu mais recente livro – Filha da Louca –, publicado no final de Maio, mais de um ano após A Cicatriz, que tomou de assalto o BookTok português. Tal como Rita da Nova ou Helena Magalhães, Maria Francisca Gama faz parte de um leque de escritoras da nova geração que têm vindo a tornar-se nomes cada vez mais sonantes da ficção literária portuguesa. Estreou-se com A Profeta, em 2022, mas, ao contrário do que seria esperado, só dois anos depois é que viria a colher os f
Muay thai, música country e massagens. Em Belém, há um festival dedicado à Tailândia

Muay thai, música country e massagens. Em Belém, há um festival dedicado à Tailândia

A Tailândia está de volta a Belém. Entre 20 e 22 de Junho, o festival que celebra este país vai trazer-nos gastronomia, demonstrações de danças tradicionais, concertos e desfiles. A entrada é livre. O Festival da Tailândia acontece no Jardim Vasco da Gama e, este ano, sob o tema "Pulso Criativo", de forma a destacar a criatividade, herança cultural e identidade tailandesas. A programação, pensada tanto para os mais pequenos como para adultos, conta com actuações de danças tradicionais, concertos de música country tailandesa, demonstrações de muay thai, desfiles de trajes típicos, oficinas de artes, horas de contos infantis e jogos. E também há tempo para massagens tailandesas e para provar algumas iguarias. Um dos destaques desta edição vai para a Travel Talk, protagonizada pela escritora Margarida Pereira-Müller, que vai abordar de que forma a gastronomia portuguesa influencia a cozinha tailandesa, e pelo fotógrafo, videógrafo e tour leader Tito Elbling, que vai partilhar as suas experiências de viagem, bem como dicas úteis para quem estiver a pensar visitar a Tailândia. Acontece no sábado, 21 de Junho, a partir das 14.00. Também neste dia, mas às 12.00, no Pavilhão Tailandês, serão revelados os vencedores do passatempo online "Sustainable Tourism in Amazing Thailand", promovido pela Autoridade do Turismo da Tailândia e que decorreu até 25 de Maio. O Festival da Tailândia é organizado pela Embaixada do Reino da Tailândia, com o apoio da Autoridade do Turismo da Tailândia (TA
Nos novos poemas de Isadora Neves Marques há política, mas também amor

Nos novos poemas de Isadora Neves Marques há política, mas também amor

É no cemitério de Highgate, em Londres, que fica a campa de Karl Marx. É onde o filósofo alemão, que nasceu em 1818 e morreu em 1883, está enterrado, sob uma enorme lápide cinzenta, na qual está inscrita a frase “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos”. A Campa de Marx é o título da mais recente antologia de poesia de Isadora Neves Marques. Em vez de restos mortais, esta campa em forma de livro guarda reflexões, dedicatórias e inquietações. Guarda também o amor, a infância, o capitalismo e o género, e guarda pais, mães, amigos e amantes. Isadora Neves Marques é realizadora e artista visual, mas é também na escrita que a encontramos. Em 2020, com Alice dos Reis, fundou a editora de poesia Pântano Books; em 2012 e 2017, publicou dois livros de contos – Morrer na América e The Integration Process/O Processo de Integração, respectivamente –; e, ao longo dos últimos anos, tem escrito ensaios e poesia, sempre em inglês. Estudou em Inglaterra e viveu quase dez anos em Nova Iorque, por isso não é de admirar o seu à-vontade perante a língua inglesa. Contudo, foi em A Campa de Marx que Isadora decidiu voltar-se inteiramente para a sua língua materna. “Nunca se deu a oportunidade de traduzir ou publicar alguma coisa em português, apesar de escrever muito do meu trabalho nas duas línguas. E quando eu e o João Concha, o director da não (edições), começámos a conversar acerca de fazer o meu livro de poesia, foi a oportunidade de, finalmente, ter algum trabalho de poesia em português”, expl