Não tem papas na língua – mal estaríamos se a editora de Comer & Beber da Time Out Lisboa tivesse. Como poderia, então, provar o melhor que se cozinha por esta cidade fora? Dos pratos tradicionais ao fine dining, de junk food a entranhas, ela papa tudo menos grupos. Papa festivais, papa concertos, papa peças de teatro e tudo o que mexe com a cidade. Conhece Lisboa inteira, periferia incluída, dando-lhe espaço, dando-lhe voz, batendo o pé contra muros e falsas fronteiras. 

Cláudia Lima Carvalho

Cláudia Lima Carvalho

Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa

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Os melhores restaurantes japoneses e de sushi em Lisboa

Os melhores restaurantes japoneses e de sushi em Lisboa

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só na década de 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. E desengane-se se pensa que comida japonesa é só sushi. Na lista que se segue provamos-lhe que há muito mais a descobrir. São os melhores restaurantes japoneses e de sushi em Lisboa. Recomendado: Os melhores sítios para comer ramen em Lisboa
O melhor da agenda na gastronomia

O melhor da agenda na gastronomia

Somos adeptos de boas mesas, mas somos sobretudo a favor de bons encontros, fartos e bem regados. As novidades gastronómicas multiplicam-se e, para que não perca pitada, organizamos-lhe a agenda. Foodies, gastrónomos, chefs, restaurateurs e todos aqueles a quem a gastronomia interessa: eis os eventos a não perder. Festivais de talento, mercados de vinhos, debates de ideias, jantares a várias mãos, festas que celebram a diversidade de sabores e prémios para o que de melhor se faz por cá. É o maravilhoso mundo da gastronomia portuguesa em eventos a acontecer nas próximas semanas. Recomendado: Os 124 melhores restaurantes em Lisboa
Do cinema à gastronomia, estes são os rostos da Lisboa Negra

Do cinema à gastronomia, estes são os rostos da Lisboa Negra

Lisboa é de todos aqueles que a fazem e de todos aqueles que a vivem. É sítio de convergência, encontro, mistura e simbiose entre pessoas de culturas e lugares diferentes e que aqui encontram espaço para serem tudo aquilo a que aspiram. Durante os últimos quatro anos, contámos as histórias de vários elementos da comunidade negra e demos-lhes espaço para que partilhassem a sua visão da cidade e do mundo. São do teatro, do cinema, da música, da moda, da gastronomia e do desporto. São a nossa Lisboa negra. Recomendado: 25 coisas incríveis para fazer em Lisboa (para moradores e turistas)   
As melhores esplanadas em Lisboa

As melhores esplanadas em Lisboa

Numa cidade que se faz maioritariamente de sol, é normal que não faltem esplanadas. Olhemos à volta e apreciemos a quantidade de lugares sentados ao ar livre onde podemos beber um copo ou petiscar. Ainda assim, apontamos-lhe as melhores esplanadas em Lisboa para os dias de calor – ou até para os dias mais frios, afinal não há quiosque, restaurante ou bar que não se saiba precaver. Mais escondidas ou com mais animação, para refeições completas em família ou uns copos depois do trabalho, é nestas esplanadas que gostamos de estar. Recomendado: As melhores esplanadas e restaurantes na Costa da Caparica
Os melhores restaurantes de peixe em Lisboa

Os melhores restaurantes de peixe em Lisboa

Restaurantes de peixe em Lisboa? A resposta mais imediata talvez aponte para as mesas à beira‑mar (em Cascais há várias), mas também no centro da cidade se come bom peixe fresco, na grelha ou no tacho. Seja em restaurantes em que as bancas se parecem às dos mercados, carregadas de peixes; seja nos mais tradicionais, em que o peixe também faz parte dos pratos do dia. Nestes restaurantes de peixe em Lisboa e nos arredores há boas esplanadas (algumas para comer mesmo com o pé na areia), mas acima de tudo peixe sempre fresco.  Recomendado: Os melhores restaurantes baratos em Lisboa  
Sete restaurantes em Campolide para comer e beber com agrado

Sete restaurantes em Campolide para comer e beber com agrado

Não é dos maiores bairros da cidade, mas nem por isso faltam opções para comer. Talvez não seja a escolha mais óbvia na altura de decidir onde reservar mesa, porém poderá sair surpreendido – nem boas esplanadas faltam por aqui. Campolide é casa de comida tradicional portuguesa, mas também há boas carnes e até aos pratos mais frescos e contemporâneos, sem nunca esquecer, obviamente, o frango assado (olá, Valenciana!). Nestes sete restaurantes em Campolide não vai sair desiludido. E o mais certo é querer voltar. Não se esqueça é de reservar. Sendo uma zona tão bem servida de transportes, o mais seguro é deixar o carro em casa. Recomendado: Os melhores restaurantes em Lisboa até dez euros
Os melhores restaurantes baratos em Lisboa

Os melhores restaurantes baratos em Lisboa

Não há como evitar o elefante na sala: está caro sair em Lisboa e comer fora já foi mais barato. São vários os motivos que explicam a subida de preços, mas a verdade é que fica cada vez mais difícil acompanhar. Felizmente, restam uns quantos achados que cumprem os requisitos quando o prato chega à mesa mas também quando chega a hora de pedir a conta. Entre tascas, petiscos e cozinha do mundo, a garantia é que nestes restaurantes baratos em Lisboa, a conta nunca vai sair pesada. São os melhores restaurantes para comer muito e pagar pouco. Em alguns até consegue fazer a festa por menos de dez euros (embora para essa categoria tenhamos mais algumas sugestões). Recomendado: Porque é que os restaurantes estão caros?  
As melhores esplanadas e restaurantes na Costa da Caparica

As melhores esplanadas e restaurantes na Costa da Caparica

Há areais e marés para todos os gostos, destinos clássicos e paragens menos óbvias na Costa da Caparica, uma zona que tem vindo a crescer muito nos últimos anos. São 15 quilómetros de costa e muitas praias por onde escolher. Mas e na hora de matar a fome ou beber um copo? Fica perdido, sem saber para onde se virar e como distinguir os bons restaurantes das armadilhas para turistas e veraneantes? Estamos cá para ajudar. Reunimos 14 esplanadas e restaurantes na Costa da Caparica, dos que o servem mesmo em cima da areia, aos que se afastam ligeiramente das ondas para servir brunches a qualquer hora do dia, peixe fresco, petiscos, sushi ou até boas pizzas. Recomendado: As melhores praias na Costa da Caparica
Os melhores restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa

Os melhores restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa

Do Minho ao Algarve, do interior ao litoral – não é preciso sair de Lisboa para experimentar os melhores sabores da cozinha portuguesa. Açordas, bacalhaus, rissóis e pataniscas. Entremeadas, croquetes, cozidos e empadões – o que não falta nestes restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa são especialidades do país inteiro. E temos de tudo, dos restaurantes com toalhas de papel e travessas de inox aos pratos criativos onde a tradição está, ainda assim, bem vincada. Verdade seja dita, é a melhor comida de conforto que alguém pode querer. Troque as fusões e a comida do mundo por um destes pratos com sabor a Portugal. Recomendado: 🍽️ Os 124 melhores restaurantes em Lisboa
Os melhores novos brunches em Lisboa

Os melhores novos brunches em Lisboa

Adivinha quem voltou? Não é que a moda tivesse alguma vez desaparecido, mas nos últimos tempos temos assistido à multiplicação de brunches nas suas variadas formas. São cada vez mais uma refeição para toda a hora e longe vão os tempos em que se resumiam a ovos e panquecas. Demos a volta ao mundo à volta da mesa do pequeno-almoço e estes foram os novos brunches em Lisboa que descobrimos. Dos lugares mais instagramáveis a pequenos segredos – ainda –, há uma dezena de novidades na cidade. O ideal, é escolher e reservar mesa. Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa
The 32 best restaurants in Lisbon

The 32 best restaurants in Lisbon

As well as having an endless number of things to do, museums to visit, bars to try, and fado music to weep along to (we’re drawing on personal experience here), Lisbon has a truly incredible food scene (one of the city’s restaurants even made our list of the world’s best steaks). And of course, there’s also Time Out Market Lisboa, where you’ll find some of the city’s most exciting dishes all under one roof.  Our team of local experts has compiled this list to give you an insider look into what’s really worth eating in Lisbon. It doesn’t matter if it’s an experimental Michelin-starred fine dining restaurant, a traditional seafood joint serving up classic dishes, an excellent pizzeria or a sensational sushi spot – if it’s exceptional, it’s on this list. Hungry? You soon will be…RECOMMENDED🫛 The best vegetarian restaurants in Lisbon⭐️ The best Michelin-starred restaurants in Lisbon🪩 The best clubs in Lisbon🛍️ The best shopping in Lisbon This guide was written by the editorial team at Time Out Lisbon. At Time Out, all of our travel guides are written by local writers who know their cities inside out. For more about how we curate, see our editorial guidelines.
A prova superada de André Cruz

A prova superada de André Cruz

Chef ou cozinheiro?Eu sou cozinheiro e vou ser cozinheiro a vida toda, mas neste momento sou chef de cozinha porque ocupo essa posição. Mas, por exemplo, em casa sou cozinheiro, não sou chef [risos].  Actividade favorita quando não estás a cozinhar?Apicultura. O melhor prato tipicamente português?Há tantos e as pessoas lá fora conhecem tão poucos. Cabidela, cozida à portuguesa, peixe grelhado... Diria cabidela porque não sei se gosto mais de fazer ou de comer, mas tem que ser com galinha caseira. Livro de cozinha favorito?Cozinha Tradicional Portuguesa, da Maria de Lourdes Modesto. Sem dúvida. Se tiveres amigos de fora em Lisboa, onde é que os levas a jantar?A casa. O que é que não suportas comer?Iscas. Já provei todas. Há sempre alguém que diz: “É porque ainda não provaste a minha”. E eu faço o esforço e provo, mas é impossível. Não consigo. Acho que é trauma da escola. De resto, como tudo: miolos, rins, moelas... Para quem é que gostarias de cozinhar?Não tenho essa coisa. Olha, hoje vou cozinhar para uma pessoa que entra um bocadinho dentro da pergunta e que é o engenheiro Bento dos Santos. Era miúdo e andava nesta coisa de ser cozinheiro ou não, e ele tinha uns programas na RTP em que falava de produto. Falava do pão, do azeite, de variadíssimas coisas. O programa e a maneira como ele falava fascinavam-me. Mas nunca dei por mim a pensar, eh pá, gostava de cozinhar para esta pessoa. Se calhar um Alain Ducasse, gostava muito.  E o que prepararias?Pratos portugueses, sem dúvi

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Primeira gala do Guia Repsol Portugal

Primeira gala do Guia Repsol Portugal

O anúncio do regresso do Guia Repsol a Portugal foi feito em Espanha no ano passado e desde então que a marca se tem vindo a mostrar por cá, com as inspecções aos restaurantes a acontecer desde o Verão. O que é o Guia Repsol? É um mapa e guia gastronómico que nasceu em Espanha em 1979, quando a Internet não era ainda uma realidade, com o intuito de apontar os melhores restaurantes no país. Começou por se chamar La Guía del Viajero, também conhecido como Guía Campsa. Numa realidade bem distante da actual, sem redes sociais, trends e influencers, não tardou a que o Guia se destacasse, especialmente por desbravar caminhos até então desconhecidos num país tão diverso, premiando os restaurantes que mais se destacavam. Entre 2000 e 2007, a marca chegou a apostar em Portugal com uma edição própria, embora sem o mediatismo de Espanha. Depois disso, o Guia Repsol para Espanha ainda passou a incluir Portugal, mas só até 2015. Dez anos depois, a Repsol volta a apostar em Portugal, desta vez da mesma forma que faz em Espanha, com uma gala e um guia digital exclusivos.  Quando é que acontece a gala e que prémios são atribuídos? A primeira gala do Guia Repsol dedicada a Portugal está marcada já para o dia 7, segunda-feira, no Convento de São Francisco, em Santarém. Ao contrário do que costuma acontecer com grande parte das cerimónias de entrega de prémios, no dia da festa, os chefs e os restaurantes distinguidos saberão exactamente o que vão receber. É assim que acontece há anos em Espanha
Chefs On Fire

Chefs On Fire

O festival gastronómico dedicado à cozinha de fogo regressa à Fiartil, no Estoril, novamente para três dias de boa comida e concertos. Depois de Gonçalo Castel-Branco, o seu fundador, ter decidido apostar num dia extra no ano passado, o Chefs on Fire volta acontecer em dose tripla, de 20 a 22 de Setembro. Entre os chefs anunciados, destacam-se no cartaz aqueles que este ano brilharam na gala do Guia Michelin: Vítor Matos, que conquistou duas estrelas Michelin para o Antiqvvm e uma para o 2Monkeys; João Sá (uma estrela no Sála) e Rodrigo Castelo (uma estrela e estrela verde no Ó Balcão). Com uma estrela Michelin, estão também confirmados Luís Brito (A Ver Tavira), Arnaldo Azevedo (Vila Foz) e Pedro Pena Bastos (Cura) – os três em estreia no festival onde todos os pratos preparados têm de passar pelo fogo. Capitão Fausto, Bárbara Tinoco e RIOT B2B Pedro da Linha são os cabeças de cartaz, encerrando, respectivamente, os três dias de evento. Bilhetes: quanto custam e onde comprar A entrada diária, que inclui cinco doses de comida e duas bebidas, tem o preço de 90€, enquanto bilhete para os três dias, com 15 doses de comida e 10 bebidas, custa 230€. O bilhete infantil custa 20€ por dia e inclui quatro doses de comida e bebidas ilimitadas na zona kids. Os bilhetes estão à venda online. Crianças até aos seis anos não pagam entrada. Quem cozinha o quê e quando Sexta-feira, dia 20 Mauricio Vale (Soi) Flatbread negro com leitão vietnamita e pickles de mexilhão fumado Luis Gaspar (Bri

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É na cozinha que Gil Fernandes brilha, mas é fora dela que o menu evolui

É na cozinha que Gil Fernandes brilha, mas é fora dela que o menu evolui

Passa pouco das dez da manhã de uma insuspeita quinta-feira quando Gil Fernandes organiza uma ida às rochas no Guincho para mostrar a um pequeno grupo de jornalistas o potencial que ali se esconde. Com a maré baixa, vemo-lo de joelhos, a apanhar e a provar algas. “Não é o jardim do hotel, mas é quase”, diz-nos, enquanto vai partilhando também aquilo que tem vindo a aprender nesta vontade de abrir cada vez mais as portas da sua cozinha. À frente do restaurante estrelado da Fortaleza do Guincho desde 2018, o chef não tem dúvidas de que o menu que serve é melhor quanto mais próximo for da sua história e, acima de tudo, do local onde está inserido. Lapas boas são as que estão perto da água, explica, entusiasmado. Já as algas são outra história – ou várias histórias. Alface-do-mar, bodelha, cabelo de velha, osmundea, kombu, codium… Algumas há que são boas para caldos, outras para servir no prato. Nada se aprende só nos livros, garante Gil Fernandes. “É preciso apanhá-las, cozinhá-las e perceber como é que funciona. Há muito teste, muita tentativa/erro”, conta o chef, natural de Ribamar, na Lourinhã.  Arlei Lima Há muito que no restaurante onde mantém uma estrela Michelin que tem vindo a olhar para o que o rodeia, com o objectivo de trabalhar o mais local possível, não deixando por mãos alheias o que pode também fazer. “Sair do restaurante é muito importante, até para a cabeça”, confidencia, relatando algumas manhãs à beira-mar, mais para os lados da Ericeira, onde vive. Por agor
No Exuberante, o brunch de domingo é um almoço de família

No Exuberante, o brunch de domingo é um almoço de família

Não foi preciso muito para que o Exuberante, o restaurante do novo Altis Porto, começasse a dar que falar e se tornasse numa das novas paragens obrigatórias no Porto – e muito se deve ao trabalho da chef Rafaela Ferreira, com o apoio de André Cruz, chef no estrelado Feitoria, em Lisboa. Poucos meses depois da abertura, aposta-se agora também num brunch de domingo, que quer ser ponto de encontro de famílias.  “Nas primeiras vezes que olhei para este espaço, pensei mesmo que era o restaurante perfeito para almoços de família, para reunir as pessoas à mesa. E aqui no Porto, pela minha experiência, percebo que as pessoas dão muito valor a esse almoço de domingo”, começa por contar Rafaela Ferreira, que assumiu a chefia do Exuberante, vinda do Feitoria. “O brunch surge um bocadinho para cativar os portugueses a conhecer o restaurante de uma perspectiva ainda mais descontraída, mas sempre com o critério e a qualidade com que fazemos tudo, do pequeno-almoço ao jantar”, continua. DR Sem uma porta directa para a rua, obrigando quem chega a entrar pelo hotel, persiste ainda para muitos a ideia de que é tudo demasiado formal – ou fora do alcance. Uma ideia que não podia estar mais errada, garante a chef. “É sempre um desafio acrescido. Ainda existe um bocadinho o estigma, as pessoas associam logo que vai ser caro ou que vai haver muita formalidade.”  Ora, se o Exuberante com a sua cozinha contemporânea, focada no produto, nos ciclos da natureza e nos sabores locais, tem vindo a fazer
O Aqui Há Peixe resistiu até onde conseguiu. Agora, mudou de mãos

O Aqui Há Peixe resistiu até onde conseguiu. Agora, mudou de mãos

Há um ano, Miguel Reino já apontava as dificuldades em manter aberto o Aqui Há Peixe. Agora, 15 anos depois de abrir no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, no Chiado, anunciou “o fecho de um ciclo”. O restaurante de peixe e marisco, porém, vai continuar a funcionar. “Querem manter a mesma coisa”, revela Miguel à Time Out, mas não sem lamentar o desfecho. “Foi muito difícil para mim, mudaram-se as tradições, mudaram-se os horários, os encargos foram muito elevados.” Foi no Facebook, na página do Aqui Há Peixe, que Miguel e Mafalda Reino deram conta da mudança. “Em Maio de 2025, o Aqui Há Peixe fechou um longo volume da sua história. Fizemos uma passagem de testemunho e avançamos agora para uma nova etapa da nossa vida pessoal e profissional. Quem visitar o restaurante já não nos encontrará por lá”, lê-se na publicação, assinada pelo casal.  ©Francisco Santos “A ideia de fazer um restaurante de peixe surgiu como uma tela em branco, tal e qual aquela areia que pousava sobre os nossos pés quando nos mudámos para a Praia do Pego em Maio de 1996. Ao longo de 29 anos servimos as pessoas sob o lema ‘o prazer de bem servir’ porque para nós o trabalho assentava sobre essa experiência de enorme satisfação física, emocional e espiritual. É muito gratificante pensarmos nas tantas e tantas pessoas que se sentaram à nossa mesa, que viajaram tantos quilómetros para nos ver, para saborear a nossa comida”, acrescenta ainda a nota.  Foi com o irmão Gigi, hoje na Quinta do Lago, que a história do A
Kappo reopened more refined, more ambitious (and closer to the star)

Kappo reopened more refined, more ambitious (and closer to the star)

The light wood tones and red lights have vanished, along with the tables behind the counter and some of the informal charm. A new light contrasts with the black that now dominates the space, there’s a new counter — even closer to the kitchen — and a fresh energy. Tiago Penão’s Kappo has reopened in Cascais after two months of renovations. It’s more elegant, refined, and hopefully closer to its goal: a Michelin star. RITA GAZZO “I’m like a kid in a toy shop,” laughs Tiago Penão after another fully booked service — 12 seats at the counter. “The feedback we’ve received has been great. People say we’re really in a Kappo 2.0. It was a pretty cool upgrade. That was our goal and we’re happy with it,” the chef proudly says, for whom two months were more than enough to develop a ‘new restaurant’. “This is the restaurant I’ve always imagined, with the concept I always envisioned, served exactly as I imagined.” Unlike before, this new Kappo only offers one seating. The aim is to serve all 12 guests at the same time, without rush or pressure to turn tables, as could happen since opening in 2021 — and even before Izakaya launched a year later, not far from here. “That was always the plan, and now was the right time to implement it,” explains Tiago Penão. This was also made possible by Izakaya’s success, which will open a second location in Príncipe Real later this year, and the addition of both restaurants to the Cook Book group portfolio, led by chef José Avillez and the Arié family.
Pizza, sandes e vinho natural: na Caparica, a Blitz está ainda melhor

Pizza, sandes e vinho natural: na Caparica, a Blitz está ainda melhor

Chegaram a Portugal há cinco anos e não demorou para que David Liptay e Anna Bárath se enturmassem, fazendo da Costa da Caparica mais do que uma casa para si, mas um ponto de encontro para todos – primeiro com um pop-up no Palms e depois com a Blitz. Dois anos depois, a pizzaria que abriram continua a ser um sítio único na zona. O espaço mudou para que tudo pudesse ficar ainda melhor, cumprindo-se por fim a designação que acompanha o nome “Pizza & Deli”. Há agora uma pequena montra de deli e uma selecção de vinhos naturais. RITA CHANTRE “Queremos continuar focados nas pizzas, mas há coisas que já conseguimos começar a fazer”, diz Anna, explicando que o delibar é um sonho antigo. “Eu adoraria ter várias sandes e um pouco mais de saladas. No fundo, ter uma espécie de mercearia com sandes. Essa seria a ideia e é o nosso sonho, mas aqui não temos esse espaço e as pessoas vêm para a pizza”, acrescenta rapidamente David, dando conta, por agora, de três sandes, entre elas uma bem tentadora de almôndegas (10€), na carta desde o início. A essa juntam-se mais duas opções, uma de mortadela, stracciatella, rúcula e mostarda de mel (8€) e outra vegetariana com baba ganoush, tomate, queijo de cabra, alface, pimentos, melaço de româ e zaatar (8€).  RITA CHANTRESandes de almôndegas Abrir outro espaço não está nos planos por agora, mas não é descartado no futuro. “É outro tipo de compromisso, talvez para o próximo ano se encontrarmos um sítio, eu adoraria fazê-lo, mas não estamos nesse po
Adeus, Decadente e Insólito. Olá, Gandaia Club e Hidden Rooftop

Adeus, Decadente e Insólito. Olá, Gandaia Club e Hidden Rooftop

Na rua, só o menu com o novo nome bem legível à porta denuncia a mudança. O Decadente, no hostel Independente, no Miradouro de São Pedro de Alcântara, chama-se agora Gandaia Club. Em busca de uma nova vida e dos clientes de sempre, está de cara lavada. É um novo restaurante, acolhedor e boémio na mesma medida. A transformação aconteceu com a entrada do grupo Paradigma, que já soma no portfólio restaurantes como o Canalha ou o Ofício, e que aproveitou aqui para afinar a casa, sem cortar necessariamente com o passado. Na cozinha, mantém-se o chef David Vieira. No topo, e com a vista de sempre, também o Insólito renasce como The Hidden Rooftop. Henrique IsidoroDavid Vieira “O Decadente está aberto há 15 anos, já muita coisa aconteceu, já foi muita coisa. E quantos mais anos um restaurante está aberto, mais tempo há para existirem outras coisas novas. É normal que as pessoas transitem para as coisas novas, o próprio tecido da cidade está a mudar, as pessoas que vivem cá, as pessoas que frequentam”, começa por reflectir David Vieira, no Independente desde a ressaca da pandemia. “É normal que as coisas tenham que mudar. Acho que foi isso que aconteceu com o Decadente”, acrescenta. Tempos houve em que tanto o restaurante como o terraço (numa vertente mais de bar) se destacavam na cidade, entre mudanças de menu e afinações de conceito. O que acontece agora, porém, é mais do que isso – é uma espécie de reset e também por isso a mudança de nome. “Quando o Decadente abriu recebia muit
O Kappo reabriu mais apurado, mais ambicioso (e mais perto da estrela)

O Kappo reabriu mais apurado, mais ambicioso (e mais perto da estrela)

Os tons claros da madeira e as luzes vermelhas desapareceram, bem como as mesas atrás do balcão e até alguma da informalidade. Há uma nova luz a contrastar com o preto que domina agora o espaço, um novo balcão – ainda mais próximo da cozinha – e uma nova vida. O Kappo, de Tiago Penão, reabriu em Cascais depois de dois meses de obras de renovação. Está mais elegante, requintado e, espera-se, mais próximo do objectivo: a estrela Michelin.  RITA GAZZO “Estou como os miúdos numa loja de brinquedos”, ri-se Tiago Penão, depois de mais um serviço com o balcão cheio – 12 lugares. “O feedback que temos recebido é óptimo. Dizem-nos que realmente estamos num Kappo 2.0. Foi um upgrade porreiro. Era esse o nosso objectivo e estamos satisfeitos com isso”, orgulha-se o chef, para quem dois meses foram mais do que suficientes para se desenvolver um “novo restaurante”. “Este é o restaurante que sempre idealizei, com um conceito que sempre idealizei e servido como idealizei.” Ao contrário do que acontecia até agora, neste novo Kappo faz-se apenas um seating. O objectivo é servir os 12 clientes ao mesmo tempo, sem pressas e sem pressão de ter de rodar lugares como podia acontecer desde que abriram em 2021 e ainda antes de abrirem o Izakaya, um ano depois, não muito longe daqui. “Sempre foi o objectivo e agora foi a altura certa para o implementar”, explica Tiago Penão. E para isso contribuiu também o sucesso do Izakaya, que ainda este ano ganhará uma segunda morada no Príncipe Real, e a entra
53 anos depois, o Pabe continua a reinventar-se numa luta contra o esquecimento

53 anos depois, o Pabe continua a reinventar-se numa luta contra o esquecimento

O tempo passa, o Pabe mantém-se – ou resiste numa cidade em constante transformação e num mundo que se tende a guiar por tendências. Sempre discreto, de serviço atento, o restaurante, que abriu em 1972 na Rua Duque de Palmela, continua a ser um dos grandes clássicos da restauração nacional. Com novos donos desde 2017, o Pabe tem vindo discretamente a renovar-se. Sem descurar a sua história, procura também chegar a uma nova geração de clientes. A mais recente aposta na esplanada é disso exemplo. “Isto não é uma coisa altamente instagramável, mas tem de se perceber o contexto histórico. Não se pode perder a identidade.” As palavras são de Luís Espírito Santo que, sem que tivesse planeado, passou de cliente a proprietário do Pabe em 2017, ao lado do sócio José Pinto. Apagar a história do restaurante que se tornou ponto de encontro de jornalistas e políticos, especialmente nas décadas de 80 e 90, nunca foi uma opção, mesmo sabendo que seria necessário renovar o espaço.  Rita Chantre “Estava tudo muito antigo. Há paredes aqui que estão velhas, aparentemente, mas são novas. As alcatifas são novas. Gastou-se o dobro de dinheiro”, aponta o responsável, revelando um investimento de cerca de dois milhões de euros. “Tudo o que é parte de trás, cozinhas, balneários, zonas técnicas, frigoríficos, é novo. Desde os ares-condicionados, electricidade… Da porta cá para dentro, é tudo novo praticamente. As madeiras foram todas construídas”, enumera, lamentando ainda assim a dificuldade em che
O Velho Eurico está como novo, mas conseguir mesa continua (muito) difícil

O Velho Eurico está como novo, mas conseguir mesa continua (muito) difícil

É uma coincidência impossível de ignorar. Nas colunas ouve-se: “É só contar até três/ 1, 2, 3, Vou nascer outra vez/ Fechar os olhos/ 1, 2, 3, Vou nascer outra vez/ Respirar bem fundo/ 1, 2, 3, Vou nascer outra vez/ Começar de novo…” A música dos Ritual Tejo encaixa como uma luva nesta reabertura do Velho Eurico, cinco meses depois de o restaurante ter fechado para obras. É uma espécie de renascimento que se vive por aqui. Começa-se de novo o que já corria tão bem, mas que se acredita poder correr ainda melhor. A música não é sequer um detalhe, é a continuidade, tal como as caras de quem recebe quem chega, de forma sempre igual – sejamos amigos da casa ou estreantes, embora por estes dias sejam mais os amigos a voltar. O resto está diferente, embora nem tanto. O Velho Eurico continua a ser uma tasca punk, mesmo de paredes (ainda quase) vazias. A diferença é que agora tem melhores condições para todos. Rita Chantre Desde o início de Maio que a romaria ao Largo de São Cristóvão, na Mouraria, se voltou a sentir – não em direcção ao Castelo, mas às portas do Velho Eurico, a tasca que Zé Paulo Rocha e Fábio Algarvio transformaram em 2019, com respeito à história da casa deixada pelo casal minhoto Eurico Ferreira e Carolina Cunha. A música alta q.b., as cantorias, a agitação, os pequenos ajuntamentos à espera de mesa, a fila à porta. É só mais um dia normal e estranho é quando alguma destas coisas não acontece. Reservas para jantar, por exemplo, até Agosto, já são muito poucas. A
Café nunca é demais? Está aí a Lisbon Coffee Week

Café nunca é demais? Está aí a Lisbon Coffee Week

Lisboa é a cidade das bicas e do cafezinho a qualquer hora, mas também já é a cidade dos bons cafés de especialidade e isso é motivo de celebração na segunda edição da Lisbon Coffee Week. Até domingo, dia 25, multiplicam-se as provas guiadas, os workshops, as festas, as conversas e os encontros em cafés. Eis uma boa oportunidade para ficar a par do que de melhor se tem feito na área por cá.  A partida é dada esta segunda-feira no Liberty Café, em Santos, às 19.00 com um bingo que promete durar e animar noite dentro – a inscrição é gratuita e para acompanhar à um menu pensado para ocasião, vinho e café.  Com curadoria Tasteology, responsável também pela Porto Coffee Week e outras experiências à volta do café, a programação é vasta, pensada tanto para profissionais da área como para curiosos e apreciadores. Esta terça, por exemplo, há um workshop de bebidas de Verão com café e alternativas vegetais no Casa Casa Cafe, em Arroios – ainda há lugares e o custo de participação (30€) inclui a degustação das bebidas, bem como todo o material de apoio. Já na quarta, baristas e artistas são convidados a competir no Latte Art Throwdown. Afinal, quem é que domina a arte de desenhar com café? “Com 16 participantes a competir frente a frente num formato de eliminação directa, este campeonato desafia a consistência, a criatividade e o sangue-frio dos melhores artistas de latte do país”, lê-se na descrição do evento. “Ao longo de quatro rondas intensas, os concorrentes terão de replicar padrõ
Congresso de Cozinha abre-se ainda mais e põe a saúde no centro do debate

Congresso de Cozinha abre-se ainda mais e põe a saúde no centro do debate

Duas décadas depois de ter começado a olhar para a indústria, o Congresso de Cozinha está maior e mais aberto também. É um momento de diálogo e reflexão para todos os que trabalham na área da gastronomia e restauração, mas também de partilha entre todos os que se interessam por comida em todas as suas formas. Este ano, pela primeira vez, o evento acontece nos Jardins do Marquês, em Oeiras, nos dias 12 e 13 de Outubro. “Uma só saúde” é o tema escolhido.  “O Nirvana Studios [onde o Congresso tem acontecido] tem sido um sítio muito interessante, gostamos daquele contexto, mas agora vamos para os Jardins do Palácio Marquês de Pombal. Estamos muito expectantes e muito felizes. É um espaço histórico e ao ar livre que se alinha com o tema do evento”, disse Paulo Amado, fundador do Congresso e um dos grandes impulsionadores da gastronomia nacional, relevando que espera mais de 1700 pessoas por dia. Aberto ao público, mediante compra de bilhete (45€/um dia ou 65€/dois dias), são sempre muitas as conversas, onde há sempre espaço para diálogo com o público, com chefs portugueses e internacionais. Confirmados estão já nomes como Pablo Jesús Rivero, do Don Julio, em Buenos Aires, considerado no ano passado o melhor restaurante da América Latina pelo 50 Best Restaurants, além de Rodrigo Castelo (Ó Balcão, uma estrela Michelin e uma estrela verde), Diogo Formiga (Encanto, uma estrela Michelin e uma estrela verde), Louise Bourrat (Boubou’s), Pedro Pena Bastos, Lara Espírito Santo e George Mc
Depois das estrelas, as chaves. Portugal tem 55 hotéis com chaves Michelin

Depois das estrelas, as chaves. Portugal tem 55 hotéis com chaves Michelin

Dois anos depois de a Michelin ter apostado em Portugal, com o apoio do Turismo de Portugal, para que o país passasse a ter a sua própria gala para as estrelas Michelin na restauração, chegou a vez de também os hotéis nacionais serem premiados – e desta vez não ficaram por entregar as distinções máximas, nem os Açores foram deixados de fora. As três chaves, que apontam a excelência e hotéis verdadeiramente únicos no mundo, foram entregues ao Vila Vita Parc, em Porches, e ao Penha Longa, em Sintra. Portugal tem ainda 13 hotéis com duas chaves, entre os quais o Ritz, em Lisboa, ou o Six Senses Douro Valley, em Lamego, e 40 com uma chave. Matthew Shaw “Os restaurantes são destinos, mas o que acontece antes ou depois da refeição? Dormimos em algum lado”, começa por contextualizar Elizabeth Boucher, directora de relações externas do Guia Michelin, numa pequena cerimónia que aconteceu esta quinta-feira no MAAT, explicando que o Guia Michelin quer ajudar-nos a “encontrar o sítio perfeito para dormir”. “Queremos fazer o que fazemos melhor, combinando os melhores lugares para ficar e para comer.” À semelhança dos restaurantes, também os hotéis são visitados por inspectores da Michelin, anónimos e especializados. “Alguns são especialistas em restaurantes e outros em hotéis, alguns em ambos”, atesta a francesa Elizabeth Boucher. Sobre as distinções, a responsável do guia admite, entre risos: “Não fomos muito criativos aqui. Temos uma, duas e três chaves”. “Podíamos ser mais inovadores