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De ‘As Boas Mães’ ao final de ‘Barry’, 15 séries para ver em Abril
Como é que diz o provérbio? Em Abril, séries mil. Ou algo parecido. Este mês o pequeno ecrã vai fazer desabar sobre nós uma torrente de produções, que além de muitas novidades inclui as temporadas finais de dois títulos bem-amados: Barry e A Maravilhosa Sra. Maisel. Entre a primeira série a ser premiada num grande festival de cinema (a italiana As Boas Mães, em Berlim), uma prequela do musical que celebrizou John Travolta e Olivia Newton-John (Grease: Rise of the Pink Ladies), um remake por fascículos de David Cronenberg (Dead Ringers) ou uma espécie de A Guerra dos Tronos mas na Roma Antiga (Domina), o difícil vai ser escolher. Estas são as 15 séries que queremos ver em Abril. Relacionado: As melhores séries do momento

11 séries novas a não perder nos próximos meses
O pequeno ecrã não pára. A cada semana, há mais uma mão-cheia de séries para ver. As grandes plataformas de streaming como a Netflix, a Disney+, a Amazon Prime Video, a HBO Max ou a Apple TV+ batalham tanto pela nossa atenção que não nos dão descanço. E ainda há tudo o resto, das mais pequenas e direccionadas (olá, Filmin) à boa e velha televisão. Só há uma solução: escolher. Mas escolher em cima da hora dá mau resultado e provoca demasiadas frustrações. O melhor é saber antecipadamente o que queremos ver. Foi para isso que se fez esta lista, com as séries novas a não perder nos próximos meses. Aqui não encontra segundas nem terceiras temporadas. Apenas novidades. Uma selecção de novidades. Recomendado: As estreias de cinema a não perder nos próximos meses

O fim de ‘Succession’, ‘Stonehouse’ e mais dez séries para ver em Março
Março, na televisão, começa numa galáxia muito, muito distante. The Mandalorian (Disney+) está de volta para mais aventura com marca Star Wars e dá o mote para um mês de regressos de peso: mais lá para a frente, Ted Lasso (Apple TV+) entra na terceira temporada; e Succession (HBO Max) avança dramaticamente para o capítulo final (valerá a pena alimentar a ideia de que o fim anunciado pelo criador Jesse Armstrong é um golpe de teatro, qual família Roy?). Mas também há novidades que queremos mesmo ver: são os casos de Extrapolations (Amazon Prime Video), Stonehouse (Filmin) ou A Mania do Bem-estar (Netflix). Feitas as contas, estas são as 12 séries a não perder em Março. Recomendado: As melhores séries do momento

Óscares: os filmes nomeados que tem mesmo de ver em streaming
Nem todos os cinéfilos apreciam partilhar salas de cinema, por exemplo pelo perigo de ter de ouvir pipocas a estalar na boca do vizinho. A boa notícia é que há muitos filmes com nomeações aos Óscares para ver em vários serviços de subscrição e, por isso mesmo, compilamos – por ordem alfabética – este guia para não lhe passar um ao lado. Do multinomeado Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, disponível no serviço TVCine+, a produções que chegam aos prémios com apenas uma nomeação, como Blonde. Mas tudo vale a pena se a cinefilia não é pequena. A cerimónia de atribuição dos prémios está marcada para o próximo dia 13 de Março. Recomendado: Os filmes que ganharam mais Óscares

Óscares: os filmes nomeados que tem mesmo de ver em streaming
Nem todos os cinéfilos apreciam partilhar salas de cinema, por exemplo pelo perigo de ter de ouvir pipocas a estalar na boca do vizinho. A boa notícia é que há muitos filmes com nomeações aos Óscares para ver em vários serviços de subscrição e, por isso mesmo, compilamos – por ordem alfabética – este guia para não lhe passar um ao lado. Do multinomeado Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, disponível na TV Cine, a produções que chegam aos prémios com apenas uma nomeação, como Blonde. Mas tudo vale a pena se a cinefilia não é pequena. A cerimónia de atribuição dos prémios está marcada para o próximo dia 13 de Março. Recomendado: Os filmes que ganharam mais Óscares

A Praça do Império reabriu com os polémicos brasões em pedra
O jardim da Praça do Império voltou a ser local de passagem entre o Mosteiro dos Jerónimos, o Centro Cultural de Belém e a travessia para o Padrão dos Descobrimentos. A renovação está terminada e a obra, que durou meses, concluída. No chão encontram-se os polémicos brasões dos distritos portugueses e das antigas “províncias ultramarinas”, e os escudos da Ordem de Avis e da Ordem de Cristo. Símbolos agora esculpidos em calçada portuguesa, em substituição dos buxos originais que ali existiam desde as cerimónias dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique (1960-1961), quando foram acrescentadas ao projecto desenhado por Cottinelli Telmo para a Exposição do Mundo Português (1940). Manter a evocação do passado colonial no jardim foi o que atrasou vários anos a reabilitação da Praça do Império, gerando intensos debates entre quem defendia que a sua preservação era também a preservação da memória nacional, e quem defendia que essa memória não era algo que se devesse continuar a celebrar num espaço público. A actual opção foi apresentada em 2019 pelo gabinete ACB – Arquitetura Paisagista, num projecto que teve a arquitecta paisagista Cristina Castel-Branco como responsável. Além dos brasões, foi reabilitado o pavimento, retirou-se a relva que rodeava o lago e a fonte luminosa, e plantaram-se árvores no espaço de uma antiga zona de estacionamento. Também passou a existir uma horta que é uma homenagem aos Jerónimos. A inauguração aconteceu nesta terça-feira, 14 de Fevereiro, pelo Pres

‘Funny Woman’, ‘The Consultant’ e mais 12 séries a não perder em Fevereiro
Christoph Waltz, David Tennant e Billy Crudup. É este trio que vamos poder ver na televisão este mês. Cada um na sua série: The Consultant, Litvinenko e Olá, Amanhã!. E cada um no seu serviço de streaming: Amazon Prime Video, Disney+ e Apple TV+, respectivamente. Para todos os efeitos, é um bingo. Para a Netflix fica o regresso de Tu e para a HBO Max uma série documental sobre a produção da primeira temporada de House of The Dragon. Há ainda regressos muito aguardados como os de Operação Maré Negra e Carnival Row. Mas há mais. Estas são as 14 séries que queremos ver em Fevereiro. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

As séries novas da Netflix de que anda à procura
A Netflix é a terra da abundância no que toca ao streaming. Todas as semanas se estreiam mais e mais séries e filmes. É difícil, senão impossível, acompanhar o ritmo. Como escolher o que ver a seguir quando há tantas e tão variadas opções? Aqui concentramos a nossa atenção nas séries disponíveis na Netflix. E nem sequer é em todas séries: aqui olhamos para as novidades. Nada de novas temporadas, reposições, fundo de catálogo, nada disso. Esta é a lista das séries novas da Netflix que valem a pena ver. Recomendado: As 20 melhores séries para ver na Amazon Prime Video

‘The Last of Us’, ‘That 90’s Show’ e outras séries para ver em Janeiro
Houve um tempo em que Ashton Kutcher e Mila Kunis eram um casal, um tempo muito antes de o serem. Um tempo anterior a Efeito Borboleta, a Jobs. Anterior a Cisne Negro, a Um Belo Par... de Patins. Um tempo em que faziam o casal de adolescentes descerebrados e o mundo era simples, resumindo-se a conversas numa cave alimentadas a erva, cerveja e à partilha da miríade de pensamentos profundos que estas duas substâncias fomentam entre amigos. Esse era o tempo de That 70's Show e não volta para trás. O tempo avança. Embora, neste caso, avance para trás – para os anos 1990, com uma nova geração a ocupar o piso inferior da casa dos Foreman. É possível voltar a uma sitcom em que já fomos felizes? A Netflix paga para ver. Ainda assim, não tanto como a HBO para recriar o popular videojogo The Last of Us, naquela que deve ser a produção televisiva mais exuberante deste início de 2023. Veremos. Mas as opções não se esgotam entre o abismo e a nostalgia. Há outras boas promessas. Estas são as 12 séries que queremos ver em Janeiro. Recomendado: As melhores séries do momento

As 22 melhores séries de 2022
Nem tudo o que reluz é ouro. Mas em televisão o inverso também é verdadeiro: nem tudo o que é ouro reluz. É preciso montar o equipamento e avaliar minuciosamente tudo o que anda nas bocas do mundo, e ainda peneirar o resto. Por vezes encontram-se preciosidades no meio da torrente e de muito entulho. Mesmo assim, dada a proficuidade da produção para o pequeno ecrã é virtualmente impossível estar a par de tudo o que chega ao streaming, ao cabo e à televisão em sinal aberto. É inevitável que os balanços de final de ano pequem por omissão. Por outro lado, o lote do que ficou por ver também seja fruto de uma escolha: preferiu-se investir o tempo de ecrã noutras coisas. Feito o preâmbulo, vamos ao que interessa. Estas são as melhores séries que vimos em 2022. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

‘The Calling’, ‘Emily in Paris’ e mais séries para ver em Dezembro
Dezembro vai ser um mês intenso. É sempre. Compras, viagens, família, amigos, jantares de grupo, réveillon... Do início ao fim, Dezembro não pára. Quem tem tempo para ver séries? E no entanto vai ser impossível resistir aos cantos da sereia televisiva. Mais não seja porque estão de regresso várias produções que há anos vamos acompanhando, entre novas temporadas (Jack Ryan), reboots (Gossip Girl) e prequelas (1923). Mas também porque há novidades absolutas a que vamos querer estar atentos, em particular pelo talento envolvido (The Calling, Alaska Daily, O Recruta). Entre uma rabanada e outra, lá arranjaremos forma. Estas são as 15 séries para ver em Dezembro. Recomendado: As melhores séries do momento

De ‘The Crown’ a ‘Wednesday’, 13 séries para ver em Novembro
Por um lado perde assinantes, por outro ameaça veladamente os utilizadores que partilham subcrição (e a conta mensal) e lança versões da plataforma com publicidade. A Netflix já viveu melhores dias. Ainda assim, é capaz de nos pôr a olhar para as estreias deste mês e a fazer contas ao tempo de sofá só com as suas propostas. É que entre as séries para ver em Novembro estão a nova temporada de The Crown, a primeira incursão televisiva (a sério) de Tim Burton (Wednesday), o novo projecto dos alemães que nos deram Dark (1899), e ainda um documentário de true crime por fascículos para limpar o palato (Sally, a Assassina). Problema: é preciso arranjar tempo para ver Albano Jerónimo em El Pre$idente (Amazon Prime Video), Julia Roberts e Sean Penn na minissérie Gaslit (TVCine Emotion) e o regresso à fantasia de Willow (Disney+). É um bom problema. Recomendado: As melhores séries do momento
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O Filme do Bruno Aleixo
A estreia no cinema do sexagenário urso-cão mais famoso das Beiras é um absurdo. Embora não o completo e espertalhão absurdo por que ansiávamos. Quem estava a salivar por hora e meia de sitcom focada em conversas do quotidiano, chocarrice saloia pontuada por silêncios desconfortáveis e pequenos embustes, terá de recalibrar as expectativas. O Filme do Bruno Aleixo começa com o protagonista coimbrão (com ascendência na Bairrada e no Brasil) a revelar ter sido contactado por “um homem que tem uma empresa que faz filmes” – Luís Urbano, da O Som e a Fúria, que já tinha produzido as séries “Aleixo Psi” e “Copa Aleixo” –, que o desafiou a rodar uma biografia sua para o grande ecrã. E Aleixo convoca a grupeta do costume – Homem do Bussaco, Renato Alexandre e Busto – para o ajudar a ter uma proposta para apresentar... no último dia do prazo. O que nos é apresentado é a conversa de café que resulta daí, com a representação, por actores de carne e osso – Adriano Luz, Rogério Samora, Manuel Mozos, Gonçalo Waddington, José Raposo, João Lagarto –, das ideias que vão surgindo. Tem graça, claro. E uma das premissas da interacção entre estas personagens, a de que os diálogos são circulares e que o ponto de partida interessa pouco, é respeitada. Mas se os criadores João Moreira e Pedro Santo constroem este filme em cima do conhecimento prévio deste universo, também sentiram necessidade de se afastarem dele para garantir acção, dando demasiado espaço ao live action. Já deveriam saber que um bom

Bostofrio
Filho de pai incógnito é uma condição que a lei portuguesa prevê, desde 1977, apenas para casos excepcionais. Mesmo assim, é uma realidade que persiste: em 2010, existiam 150 mil nessas condições, e o número de registos anuais tem aumentado. O pai de Paulo Carneiro, que aqui se estreia na realização, é um deles. E o propósito deste documentário é uma busca por respostas, por histórias e até por uma simples fotografia que o ajudem a conhecer o avô, que só é incógnito no papel – na aldeia barrosã de Bostofrio, 30 habitantes, toda a gente sabe quem foi, como foi, o que aconteceu. Carneiro (Lisboa, 1990) passou por dificuldades para fazer este filme, não em quebrar a “lei do silêncio”, como quer fazer crer, mas em ganhar a confiança daquela gente simples, intimidada pela câmara e por inquirições delicadas. Esse processo ficaria bem fora do filme. Seria igualmente vantajoso que preparasse as entrevistas, para evitar ser errático, repetitivo e disfarçar o mau jeito. Descontando redundâncias narrativas e as bucólicas paisagens transmontanas, sobra pouco. É aí, e não no plano técnico, que se sente a falta de meios: seria necessária outra dedicação para alcançar o resultado pretendido. O documentário é exibido em conjunto com a curta Cinzas e Brasas, de Manuel Mozos. Por Hugo Torres

Skin - História Proibida
Bryon Widner é um supremacista branco numa encruzilhada: depois de participar no espancamento de um jovem negro durante uma manifestação, o brutamontes, venerado entre pares, começa a duvidar do caminho da violência. Skin passa-se no Ohio, em 2009, e é baseado em factos reais. Bryon não é só uma personagem – é alguém que decidiu sair do movimento neonazi, penou para o conseguir (com a ajuda de um activista negro), agiu como denunciante para o FBI, e passou dois anos em dolorosas cirurgias para remover as tatuagens iconográficas do rosto. O filme tem pontos de contacto com a curta-metragem homónima com que o realizador Guy Nattiv, de origem israelita, ganhou um Óscar. Mas a longa demora-se no recrutamento, nas batalhas fratricidas e no romance que o mantém à tona. Nattiv optou por se aproximar do monstro para tentar compreendê-lo. Não é o mesmo retrato cru e impiedoso deste tipo de marginalidade. O que retira pujança à narrativa, mas oferece a excelente Vera Farmiga ao elenco. Por Hugo Torres

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos
Lisboa tem poucas avenidas tão ricas, com gente de tantas proveniências, extractos sociais e projectos de vida. É uma fonte virtualmente inesgotável de histórias e leituras da sua angulosa realidade, de leituras longitudinais ou trabalhos menos densos. É por isso frustrante ver Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos esconder a sua inépcia atrás de um título pomposo e da paciente bondade com que a cinefilia classifica este tipo de projecto: “filme- ensaio”. Um ensaio pressupõe explorar uma ideia, um bem escasso por estas paragens. Recuando a Cândido dos Reis e à República, passando pelo 1.o de Maio de 1974, Renata Sancho propõe-se olhar para as mudanças em curso nesta avenida (a rodagem decorreu entre 2016 e 2018, quando os preços do imobiliário dispararam). Mas o resultado é uma sequência de planos desconexos, sem interesse nem narrativa, que parece feita só para iniciados. E sabe deus que interesse encontrarão esses por aqui. Por Hugo Torres

Santiago, Italia
As “geringonças” sinistras não são uma originalidade portuguesa. Em 1970, Salvador Allende congregou quase toda a esquerda chilena na candidatura presidencial que o levou ao poder, com o apoio essencial dos democratas-cristãos. Socialistas, sociais-democratas, comunistas e outros marxistas tomaram La Moneda pela via democrática, um feito extraordinário em tempo de golpes e revoluções, e em plena Guerra Fria, que gerou entusiasmo no país e um alarmismo despeitado em Washington. Entendendo que era preciso impedir que a experiência fizesse escola, o nefasto Richard Nixon pôs a CIA em campo para precipitar a queda do governo, o que acabou por acontecer de forma trágica a 11 de Setembro de 1973. Neste regresso ao documentário, Nanni Moretti começa por mostrar o ambiente de festa que se seguiu à eleição, passa às divergências no seio da coligação e, quando damos por nós, já os militares saíram à rua para “restaurar” a democracia, bombardeando a capital, Santiago, e instaurar uma ditadura que durou até 1990. Allende suicida-se. Pinochet, o general que comanda as tropas, ordena a perseguição imediata de esquerdistas mais activos, que encontram na diplomacia italiana um refúgio e a possibilidade de uma nova vida, na Europa, ao contrário do que acontece com os migrantes do Mediterrâneo hoje. E é aqui que o realizador italiano quer chegar: a intenção nunca foi abordar aqueles anos de sonho materializado, que até inspiraram o “compromisso histórico” da política italiana nos anos 1970.

Onde Está Você, João Gilberto?
“Porquê tentar encontrar um homem que não quer ser encontrado?” O realizador franco-suíço Georges Gachot faz a pergunta e dá a resposta com o documentário João Gilberto, Onde Está Você?, que se estreia neste sábado no Cinema Monumental. É um enamoramento, uma obsessão feita policial, que nos leva no encalço do pai da bossa nova. João Gilberto, recentemente desaparecido, aos 88 anos, passou a derradeira fase da sua vida em reclusão doméstica, longe dos palcos e de quaisquer olhares indiscretos. Rever o cantor e compositor era, por isso, um desejo acalentado por fãs, amigos e jornalistas. Nenhum dos quais foi bem-sucedido nesse desígnio. Gachot – que tem uma filmografia recheada de música brasileira, tendo se debruçado sobre Maria Bethânia (Música é Perfume, 2005), Nana Caymmi (Rio Sonata, 2010) e Martinho da Vila (O Samba, 2014) – foi para o Rio de Janeiro seguir os passos do jornalista alemão Marc Fischer, que ali passou cinco semanas a tentar cruzar-se com João Gilberto, para que este lhe cantasse ao violão, e à sua frente, “Ho-ba-la-lá”. O tema tinha-lhe sido dado a ouvir por um japonês, anos antes, servindo de porta de entrada à bossa nova e a uma paixão ímpar pelo seu autor. Fischer falhou o objectivo, mas descreveu o processo em Ho-ba-la-lá – À Procura de João Gilberto, suicidando-se pouco antes do lançamento do livro, em 2011. Miúcha, João Donato, Marcos Valle e Roberto Menescal são entrevistados no filme, tal como o barbeiro que atendia o compositor baiano em casa e o

Aperta Aperta Com Elas
Uma pequena e alva aldeia no cantão suíço dos Grisões vive uma ilusão: a normalidade dos casais, dos filhos, dos bolinhos, dos ajuntamentos de vizinhos e das missas dominicais esconde uma paz podre que vai deixar esta comunidade à beira do precipício. O catalisador é a chegada de um forasteiro no lugar onde ele é menos esperado: o púlpito da igreja. A diocese destaca para ali um pároco indiano com uma mensagem mais cristã do que a hierarquia católica gostaria, centrada no amor. Não só o amor etéreo: o padre Sharma aconselha o seu rebanho sobre o amor executado entre lençóis. Se no início é recebido com desconfiança racista, quando os homens descobrem as mulheres de Kama Sutra na mão, tentam afastá-lo para camuflar infidelidades, inseguranças e impotências. O filme de Christoph Schaub não cria o clima de tensão que uma história destas teria numa aldeia remota, nem funciona como a comédia que se anuncia (o mais hilariante da fita é o título em português). Salva-se a possibilidade de ouvirmos diálogos em romanche, uma língua em risco de extinção. Por Hugo Torres

Linhas Tortas
Luísa é uma jovem e bela actriz. Acaba de regressar a Lisboa, tendo importado de Londres uma relação infeliz. António é um arguto e reconhecido escritor, que assina uma celebrada coluna de jornal: “Linhas Tortas”. É casado, tem um filho da idade de Luísa, e conhecemo-lo quando se estreia a fazer figura “de parvo” como comentador na televisão. São ambos utilizadores de redes sociais – ela descontraidamente, nos intervalos do dia; ele à noite, no escritório de casa, com um copo de uísque a acompanhar. É nesse ambiente virtual, em que António se esconde atrás do nome e da imagem do místico russo Grigori Rasputin, que se cruzam e inevitavelmente se enamoram. Após hesitações várias, decidem encontrar-se. O que não chega a acontecer: António sofre um acidente de viação, perde parcialmente a memória e fica hospitalizado por muito tempo. Rita Nunes, que se estreou em 1996 com a temperamental e homicida curta-metragem Menos Nove, e tem vindo a trabalhar em publicidade e televisão, trouxe para a sua primeira longa-metragem parte do elenco da série Madre Paula, que co-realizou para a RTP em 2017: Joana Ribeiro (Luísa), Maria Leite (amiga de Luísa), Miguel Nunes (filho de António) e Joana Pais de Brito; aos quais se juntaram Américo Silva (António) e Ana Padrão (mulher de António). Os actores estão tão bem quanto lhes permite o argumento, que Carmo Afonso, uma das contribuintes líquidas do Twitter português, escreveu. Sem espaço nem tempo para se desenvolverem, as personagens avançam por

Quero-te Tanto!
Vicente Alves do Ó faria bem em levar a comédia a sério. Quero-te Tanto não é um filme, é um passeio da fama para actores de telenovela, a desfilar no nível rasteiro a que anseiam ver os seus nomes encastrados numa rua qualquer. Personificam bonecos de cartão que não chegam a ser personagens, a ter espessura, vieses, sofisticação. O realizador dirá que estamos diante de uma rom-com ostensivamente cartunesca, mas nada justifica o texto preguiçoso, as caricaturas toscas, os estereótipos simplórios, as graçolas em esboço. Os protagonistas, Mia (Benedita Pereira) e Pepê (Pedro Teixeira), estão numa encruzilhada familiar, entre a alegria do filho que vem e a angústia do dinheiro que falta. O casal decide roubar “rapidinhas da sorte”, do interior da estátua do Marquês de Pombal, e acaba detido, julgado e encarcerado. Até que ele foge da prisão para se reencontrar com a amada em Serpa, recorrendo a ajudas voluntárias e involuntárias (incluindo de uma jornalista cujas boas intenções são abocanhadas pela voracidade inescrupulosa da estação para que trabalha, a TVI, que co-produz o filme e nos entra pelos olhos dentro). No seu encalço leva os agentes Coelho e Raposo, interpretados por Pedro Lacerda e Joana Manuel ao estilo Jacques Clouseau, cujas aparições são raríssimos momentos de oxigénio na fita. Dalila Carmo e Rui Mendes também merecem apreço, em contraste com as desaustinadas Alexandra Lencastre e Fernanda Serrano. A banda sonora – Doce, Paião, Cid, Sheiks – atinge o zénite

Besta
Jersey é um paraíso fiscal no Canal da Mancha. Esqueçam as congéneres caribenhas: esta ilha é austera, a alegria reside na família e no circuito fechado de amigos. Moll (Jessie Buckley) é uma jovem adulta sufocada por um pai demente e uma mãe rígida e controladora. Conhecemo-la pouco antes de ela fugir do seu aniversário, passar a noite a dançar com um estranho, e acabar a ser salva de uma possível violação por Pascal (Johnny Flynn), um “artesão” cadastrado, marginal e suspeito de ser um assassino em série. Moll apaixona-se e enfrenta toda a gente para o defender, criando uma tensão explosiva na pequena comunidade. Michael Pearce (Bafta para melhor estreia) não consegue dar à história o suspense que se exigiria e a força do filme perde-se na realização, no guião pouco subtil e na ineficaz direcção de actores. Por Hugo Torres

Zubir
O segredo desta churrasqueira está no molho com que se lambuzam os pitos acabados de sair da grelha. Um piripíri de inspiração indiana que faz a síntese desta casa no Bairro das Colónias: frango moçambicano, picante indiano, atendimento brasileiro. Para acompanhar com batata frita e arroz basmati bem seco (meio frango com ambos, 5,50€). O espaço é muito pequeno, halal (não serve álcool) e ponto de encontro da comunidade muçulmana local. Quando lá fomos, duas senhoras de hijab discutiam os méritos de Shakira.

Consultório Veterinário das Sete Colinas
Os cães, gatos e coelhos dos Anjos estavam à míngua de espaços para fazer a pedicure e o check-up periódico. Em Junho de 2018, o casal de investigadores Mark e Joana abriu esta espécie de centro de saúde para os vizinhos de quatro patos, com banhos e tosquias (25€-50€), vacinas, desparasitações, tratamento de infecções e medicina natural holística (28€ a consulta). Tirar dúvidas é grátis. E, ao contrário do que é habitual, os cães adoram ir a este consultório. O segredo está na loja, um antigo talho que ficou com um odor residual a carne
News (256)

No Verão, as laterais da Avenida da Liberdade vão voltar a ter um só sentido
As faixas laterais da Avenida da Liberdade vão voltar, no Verão, a ter os sentidos que tinham há mais de uma década, ascendente de um lado e descendente do outro. Mas não vão voltar àquilo que eram: a velocidade máxima será limitada a 30 quilómetros por hora, tanto para desincentivar a circulação por estas vias como para permitir a convivência do trânsito automóvel com o das bicicletas, criando um “canal ciclável” entre o Marquês de Pombal e os Restauradores. A decisão de reverter as mudanças à circulação introduzidas em 2012 já foi aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa há quase dois anos e meio, ainda no executivo de Fernando Medina (embora por iniciativa da então vereadora social-democrata Teresa Leal Coelho). No entanto, as necessárias obras para a aplicar foram sendo adiadas. Vão acontecer agora. O Público avança nesta quarta-feira que a empreitada, a cargo da Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), vai começar em Abril e, progredindo de forma faseada, “quarteirão a quarteirão”, durar até ao início de Agosto. Quatro meses. Em resposta dada por escrito àquele jornal, a EMEL informa que o projecto prevê a demolição de algumas ilhas construídas nos cruzamentos (para permitir a continuidade das vias), intervenções nos semáforos, instalação de sensores de tráfego, além de “elementos adicionais” necessários à introdução dos novos sentidos. Não está planeada qualquer perda de lugares de estacionamento no final da obra, embora o tráfego automóvel venha a sofre

Sónar Lisboa vai construir “ponte criativa” com Barcelona
Enric Palau, co-fundador do Sónar, deixou os escritórios do festival em Barcelona para vir a Lisboa anunciar uma “grande celebração” para este ano. O Sónar faz 30 anos e é na capital portuguesa que a festa vai começar, entre 31 de Março e 2 de Abril, antes de seguir para Istambul, para mais três dias de música electrónica no final de Abril, e culminar no regresso a casa em meados de Junho. Está quase. Dentro de duas semanas, arte, música, ciência e tecnologia concentram-se no Parque Eduardo VII, entre o Pavilhão Carlos Lopes, a Estufa Fria e uma novidade que Palau trouxe também consigo: junto ao Marquês de Pombal, será criada uma Plaza Barcelona, uma iniciativa do Ayuntamiento catalão para criar “pontes criativas” com as principais cidades europeias. Começa cá. “Não é uma coisa apenas para promover a cidade de Barcelona. É para criar pontes criativas e discussão entre Barcelona e Lisboa, no formato de debates, conferências e apresentações. Haverá um programa a começar todos os dias ao meio-dia”, revelou esta quinta-feira, na Doca da Marinha, em conferência de imprensa. A tecnologia e o dinamismo económico gerado à sua volta nas duas cidades serão os protagonistas nesta Plaza, mas as actividades não se vão esgotar no universo das start-ups, das scale-ups e dos potenciais unicórnios: vão aos videojogos, às indústrias criativas, ao ambiente e até à gastronomia. Mas isso é um acréscimo. Arte, música, ciência e tecnologia: no quarteto de palavras que faz do Sónar o que ele é, a mú

Um brinde à coragem de Sara Carinhas
Qual é a nossa primeira memória? À entrada para a Sala Mário Viegas, Sara Carinhas vai pedir aos espectadores que as escrevam em pedacinhos de papel, para depois os depositarem numa caixa de madeira. Vão fazer parte do espectáculo, quando a actriz e encenadora estiver a mostrar fotografias antigas em diapositivos, desfiando memórias da própria infância. “Eu vivi uma vida soviética. Dividia o meu apartamento com mais três famílias”, vai revelando, entre imagens de muito calor, de relva verde, verde, verde, de riso e felicidade inteira. Vai revelando como tudo isso lhe lembra o som do avô a cantarolar enquanto as pérolas dos colares que ele fazia tilintavam umas nas outras. Memórias suas que vai misturando com as nossas e com as de outros membros da família, memórias que foi descobrindo ora em conversas, ora nas fotografias do bisavô retratista em Viana do Castelo, ora no diário da avó Maria da Nazaré, que trocou o frio da Guarda por Algés e que morreu com Alzheimer, esquecida da sua história. A própria Sara – ou “besnica”, como lhe chamava a avó – tem uma “branca” sobre o momento desse diagnóstico: “Quem é que lhe disse, como é que ela reagiu, quando é que decidimos que iria lá para casa, se a abracei…” Última Memória estreia-se a 22 de Março e fica em cena até 2 de Abril na black box do São Luiz – Teatro Municipal, em Lisboa, que terá uma disposição diferente do habitual. Sara Carinhas quer aproximar o público de si enquanto lhe conta estas e outras memórias, enquanto lhe vai

Ana Moura é a artista com mais nomeações aos prémios Play
Melhor álbum, canção do ano e melhor artista feminina. Sem surpresa, Ana Moura é a artista com mais indicações à quinta edição dos Play – Prémios da Música Portuguesa, que serão entregues a 20 de Abril numa gala no Coliseu dos Recreios. Os nomeados de 11 das 13 categorias foram revelados nesta quarta-feira, a partir da votação de cerca de 300 pessoas directa ou indirectamente ligadas à indústria da música (que fazem as suas escolhas a partir de longlists obtidas a partir de critérios volumétricos, como vendas e airplay nas rádios). As outras duas – Prémio da Crítica e Prémio Carreira – dependem de um júri restrito e só serão conhecidos os respectivos vencedores na própria cerimónia. Além de Ana Moura e do seu Casa Guilhermina (disco do ano para a Time Out), há outros artistas com mais do que uma nomeação: Aldina Duarte (melhor álbum de fado, melhor artista feminina), Carlão (canção do ano, melhor artista masculino), Club Makumba (melhor álbum, artista revelação), Ivandro (canção do ano, melhor artista masculino), Mário Laginha (melhor artista masculino, melhor álbum jazz), Maro (canção do ano, melhor artista feminina), Nena (melhor artista feminina, artista revelação), Pedro Sampaio (duas das quatro nomeações do prémio Lusofonia) e Sara Correia (canção do ano, melhor artista feminina). Calema, Capitão Fausto, Linda Martini e Wet Bed Gang concorrem pelo prémio de melhor grupo, enquanto A Garota Não e Milhanas disputam a categoria de artista revelação com Club Makumba e Nena.

Bob Dylan vem a Lisboa para dois concertos “livres” de telemóveis
Mais de cinco anos depois, Bob Dylan vai regressar a Portugal para um conjunto de três concertos. Primeiro, toca no Coliseu Porto Ageas, a 2 de Junho. Descansa então um dia e desce a Lisboa, para dois espectáculos consecutivos no Sagres Campo Pequeno, a 4 e 5 de Junho. O músico norte-americano traz as canções do seu mais recente disco, Rough and Rowdy Ways, lançado em 2020. Bob Dylan anda a mostrar este disco ao mundo desde 2021, numa digressão mundial que só terminará em 2024. Mas as datas no Porto e em Lisboa só foram conhecidas nesta sexta-feira, quando foram anunciadas pela Everything is New. É a mesma promotora que já tinha sido responsável por trazer o cantor e compositor a Portugal da última vez que este cá esteve, em 2018, para actuar na Altice Arena. Os bilhetes são postos à venda às 10.00 de 15 de Março, ou seja, na próxima quarta-feira. Para os espectáculos no Sagres Campo Pequeno, custam entre 45€ e os 245€, com preços intermédios nos 70€, 80€, 125€ e 165€. Para o Coliseu Porto Ageas, são mais baratos: o intervalo fica entre 50€ e os 165€. A promotora informa que cada um dos espectáculos de Bob Dylan será um “phone free show”. O que quer dizer que não serão permitidos os telemóveis na sala durante os concertos. Não é a primeira vez que acontece em Lisboa: quando levou Madame X ao Coliseu dos Recreios, Madonna também fez a mesma exigência. Nessa altura, cada espectador depositava o seu telemóvel numa bolsa que era fechada à entrada e só reaberta à saída. Bob Dylan,

Ordem da Cabidela reúne-se em seis jantares à volta do prato tradicional
A Ordem da Cabidela vai ter seis jantares em 2023. O calendário ritualístico começa a 1 de Março no Pica Pau, o restaurante do Príncipe Real em que o chef Luís Gaspar se dedica a recuperar o receituário tradicional português. O segundo evento é ainda em Lisboa, a 4 de Abril, no Zunzum Gastrobar da chef Marlene Vieira. Depois, os “irmãos de sangue” desta organização de comilões, organizada pelas Edições do Gosto desde 2016, vão de viagem pelo país. Até Novembro, há jantares em Braga, Setúbal, Alter do Chão e Estremoz. “Respeitando a mescla entre a tradição e a inovação, a Ordem da Cabidela surge como forma de celebrar este prato tradicional português. É um elogio a tão adorada iguaria, em que são alvo de distinção, no grau de cavaleiros, os seus fiéis seguidores, com direito a cerimónia de entronização”, referem os organizadores no comunicado em que dão conta das datas deste ano. Leu bem: entronização. Se não fizeram já parte da Ordem, os comensais são iniciados numa cerimónia no final, na qual lhes é dada uma pena de metal (simbolizando a galinha no tacho) para usarem ao pescoço como membros de pleno direito. DRCerimónia de entronização da Ordem da Cabidela “Pela Ordem!”, grita-se depois em uníssono. É um momento, embora o essencial seja o que se passa antes: o menu. Este “incluiu a tradicional cabidela e também outros pratos inspirados na iguaria homenageada, desde as entradas à sobremesa”. As propostas podem ser as mais diversas. Podem até ser vegetarianas (já aconteceu).

Benfica recusa pagar por estacionamento, EMEL teme impacto de referendo
Benfica vai continuar a ser uma ilha de estacionamento gratuito em Lisboa. No primeiro referendo local da cidade, que decorreu neste domingo, os eleitores responderam de forma esmagadora à pergunta sobre o alargamento das áreas de actuação da EMEL na freguesia: o “não” colheu 79,84% dos votos; o “sim”, 20,16%. A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, que se absteve de tomar uma posição pública sobre esta consulta, receia que o impacto que esta pode ter tido na percepção sobre o seu trabalho. “Concorda que a Junta de Freguesia de Benfica emita um parecer favorável à colocação de parquímetros nas Zonas de Estacionamento de Duração Limitada de Benfica [ZDEL]?” Esta foi a pergunta colocada a um universo de 30.756 eleitores inscritos, mas a que só responderam 9476. Isto significa uma abstenção elevada, na ordem dos 70%. Ou seja, o resultado não é vinculativo. Ainda assim, o presidente da Junta de Freguesia, Ricardo Marques (PS), sempre disse que acataria o resultado, independentemente dos níveis de participação. O número de votos brancos (9) ou nulos (33) foram muito reduzidos. “A democracia saiu hoje reforçada”, escreveu Ricardo Marques no Instagram, este domingo à noite, ao anunciar os resultados. “É o momento de dirigir um enorme agradecimento a todos os fregueses que participaram com o seu voto, aos grupos defensores do Sim e do Não pelo debate construtivo e pela elevação sempre demonstrada, à comunicação social pelo interesse demonstrado e pelo seu import

Patrocínio de marca de cerveja dá novo nome ao Campo Pequeno
O Campo Pequeno foi rebaptizado. Agora é Sagres Campo Pequeno. O patrocínio da marca da Central de Cervejas e Bebidas foi revelado esta terça-feira, 24 de Janeiro, antes do primeiro concerto de 2023 na emblemática sala de espectáculos de Lisboa – The Kooks. O valor envolvido neste “naming” não foi divulgado por nenhuma das partes, mas Álvaro Covões acredita tratar-se de um passo “fundamental” para a viabilização financeira do espaço. “O importante não é quanto é que o patrocinador deu para tornar algo possível, o importante é aquilo que se conseguiu fazer”, diz o empresário à Time Out, após a conferência de imprensa. “As salas de espectáculos parecem estar em vias de extinção. Há 50 anos que não se constrói uma sala privada em Portugal, pelo menos com uma certa dimensão. Não tinha de ser esta dimensão, podia estar a falar de um teatro de 1500 lugares. Não se constrói. As poucas que apareceram foram feitas pelo sector público. E, pelo contrário, muitas outras que já existiram desapareceram. Isto é um inferno. O Cine-Teatro Odéon vai ser apartamentos e restaurante de luxo; o Cine-Teatro Paris, junto à Estrela, vai ser a entrada de um condomínio de luxo; o Olympia que o La Féria tinha comprado vai ser um hotel... Isto é uma coisa assustadora. Temos de inverter isso.” “Quando não há salas privadas, alguma coisa vai errada. Significa que há um problema financeiro, porque senão os privados investiam. Portanto, o naming é fundamental. Foi uma forma encontrada em muitos países para m

Trânsito na Baixa: obras obrigam a inverter sentido da Rua dos Douradores
O abatimento que há mais de um mês levou ao corte do trânsito na Rua da Prata, na Baixa, vai ter novas consequências na circulação do trânsito a partir desta quinta-feira, 26 de Janeiro. Para permitir o acesso à Praça da Figueira e depois ao Rossio, enquanto durarem as obras de reparação na Rua da Prata, os veículos vão fazer a Rua dos Douradores no sentido Sul-Norte. Mas não todos: os pesados vão atravessar através da Rua da Madalena. A alteração ao trânsito foi comunicada esta quarta-feira pela Câmara Municipal de Lisboa, que sugere alternativas para “evitar constrangimentos do trânsito”. Quem vem do Parque das Nações deve optar, segundo o município, pela Avenida Infante Dom Henrique e a Avenida Mouzinho de Albuquerque. O trânsito proveniente de Belém tem a Avenida de Ceuta ou as avenidas Infante Santo e Dom Carlos I como possibilidade. No mesmo comunicado, a autarquia apresenta em detalhe as vias de trânsito com as alterações previstas. É a imagem que se encontra abaixo. Maria Lomelino (DMM/DIPM) + Patrocínio de marca de cerveja dá novo nome ao Campo Pequeno + Os colchões de Anushka saltaram da rua para dentro de uma galeria

Luísa Sobral: “Sou assim como o Paul McCartney: muito metódica e organizada”
Luísa Sobral espanta-se quando nos ouve elencar tudo o que fez durante os anos da pandemia. “É engraçado. Somos muito exigentes connosco próprios. Se olhar para trás, acho que estive parada”, diz-nos. Não esteve. Encontramo-nos na esplanada do Este Oeste, no Centro Cultural de Belém, para a primeira entrevista que a cantautora – é assim que gosta de dizer – deu a propósito do novo álbum, DanSando, lançado a 21 de Outubro. É o sexto de originais, 11 anos depois da estreia com The Cherry on my Cake. É uma manhã amena no início do Outono. Os turistas andam lá ao fundo, para trás e para diante, de mapas ao vento, sempre a avançar. De certa maneira, Luísa movimenta-se da mesma forma: como se serenamente vogasse pelo mundo, mas decidida a ver o que veio para ver. Quase dois anos depois de ter lançado um podcast [O Avesso da Canção], depois de muitas horas a conversar com artistas, está de volta ao lugar da entrevistada.Agora sou muito mais exigente! [Risos.] Estou a brincar. Eu sei que vocês não têm o tempo que eu tinha. Eu tinha o tempo todo que quisesse para preparar as entrevistas, e só ia quando estava completamente pronta. Mas qual dos lugares é que prefere?Foi giro brincar aos jornalistas. Gostei. Mas, às tantas, fiquei cansada. Porque fazia uma pesquisa exaustiva. Ia ver quase todas as entrevistas daquelas pessoas. Tudo. Queria ter palavras delas. Coisas que elas disseram, não que disseram sobre elas. Eram muitas horas. Do Sérgio Godinho, por exemplo, havia muitas entrevista

Lota d’Ávila, um “mercado” de peixe e marisco no meio de Lisboa
Um mercado de peixe sem bordões, mas com boas rabanadas. Se nos pedissem para descrever em poucas palavras o Lota d’Ávila, que abriu recentemente no lugar do extinto Rabo d’Pêxe, nas Avenidas Novas, era assim que o faríamos. Ao leme da cozinha, o chef Vasco Lello aceita uma fórmula ainda mais sintética: marisqueira moderna. Mas hesita. O marisco e o peixe frescos são a aposta da casa; e a decoração salta à vista: as boias de barco nas paredes, as caixas usadas para transportar e leiloar a pesca distribuídas pelo espaço, a balança para pesar o produto em destaque na banca de peixe, a “barra” (balcão), a sala transformada em “bar de praia”, o terraço à laia de deck, tudo. Então por que hesita Vasco Lello? Se nos perguntassem, diríamos que era porque a expressão marisqueira moderna é omissa quanto a rabanadas. No entanto, na resposta do chef, ficamos a saber que é porque não vê mal algum em olhar para o Lota d’Ávila como uma marisqueira tradicional, desde que isso lhe permita ter uns “pratos de inspiração”. Luis FerrazO chef Vasco Lello As ostras, por exemplo. Há ao natural (3€/unidade) e à moda da casa, com puré de aipo, ovas de salmão, cebolinho e dashi (4€/unidade). Até o couvert: a proposta da carta é a versão “Lastro” (5,50€), com pão de fermentação lenta, manteiga dos Açores e paté – que no dia da visita da Time Out era de fígado de tamboril. No entanto, nada impede que se avance imediatamente para as torradinhas (3,50€), abrindo caminho à velha maneira para a Mariscada

Lisboa antecipa luzes de Natal, mas conta poupar 50% no consumo energético
A árvore de Natal do Terreiro do Paço vai ser iluminada às 19.00 de segunda-feira, 5 de Dezembro. A inauguração das luzes natalícias será, por isso, um dia antes do que estava previsto. Ainda assim, o período em que estas estarão ligadas continua ser duas semanas inferior em relação ao ano passado, como medida de poupança energética. O horário de funcionamento das luzes também será reduzido, seguindo as recomendações do Governo. Até 6 de Janeiro, as luzes serão ligadas todos os dias às 18.00. De domingo a quinta-feira, permanecerão acesas até às 23.00; à sexta-feira e ao sábado, um pouco mais, até à meia noite. No dia de Natal e na véspera da passagem de ano, ficarão até à 1.00 da madrugada. Os locais são os habituais: as principais avenidas, ruas e praças da cidade. Mas, primeiro, ilumina-se o pinheiro de Natal com 30 metros de altura erigido junto ao rio Tejo. As iluminações recorrem a lâmpadas de baixo consumo com tecnologia LED, de acordo com o comunicado da Câmara Municipal de Lisboa deste sábado, em que a autarquia anuncia a antecipação do arranque oficial da iniciativa e reconhece as necessidades de poupança impostas pela crise energética, embora também a necessidade de impulsionar o comércio com estes tradicionais adornos natalícios. “A poupança dos recursos do planeta é algo que nos preocupa verdadeiramente. E com isso em mente procuramos sempre optar por garantias na utilização das mais recentes técnicas de poupança, quer pela utilização de materiais mais eficientes