Fiel zelador de uma cópia da sexta edição, corrigida e aumentada, do Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora, em transumância desde 1991, deu-se às letras por livre e devota vontade – mas não por convicção. À falta de habilidade para futebolista e para rock star, optou por comprar bilhete para a fila da frente. Entre outras aventuras, trabalhou no jornal A Bola e, mais demoradamente, no Público, onde foi editor e certa vez publicou uma crónica sobre o super-herói pop Rui Reininho, o que o levou à escrita do livro GNR – Onde Nem a Beladona Cresce. É esse o seu nível de compromisso. Chegou à Time Out em 2018 e aqui empresta a sua pronúncia do Norte ao noticiário de Lisboa e a escrever sobre música, cinema, televisão e teatro. Na gastronomia, é um entusiasta dos clássicos: cabidelas, rojões e farinheiras.

Hugo Torres

Hugo Torres

Director-adjunto, Time Out Portugal

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‘Sandman’, ‘Poker Face’ e mais séries para ver em Julho

‘Sandman’, ‘Poker Face’ e mais séries para ver em Julho

É Verão e o sofá é quente. É dentro de casa. Sufocante. A época estival é mais dada a esplanadas, piscinas, praias e mergulhos. E no entanto o sofá, traído, lá nos espera no lar, doce lar, para o inevitável regresso. Na volta, o sofá (que neste texto tem vontade própria) terá um astuto plano de sedução, com outra parelha de actividades imbatível: descanso e séries de televisão. Vamos claudicar. Em Julho, as diferentes plataformas de streaming têm novidades bastantes para preencher o mês inteiro – mas como somos comedidos, para não tirar tempo ao ar livre, optámos por escolher apenas dez. Dez séries para ver em Julho. Parece-nos equilibrado. Recomendado: As 30 melhores séries na Netflix
As melhores séries para ver na Filmin

As melhores séries para ver na Filmin

O serviço de streaming e video on demand espanhol chegou a Portugal em 2016, quase uma década após ter nascido, munido de cinema independente e grandes clássicos da sétima arte. Mas aqui falamos de séries, num catálogo que também tem uma curadoria muito particular na selecção de produções em série, vindas dos quatro cantos do mundo, de criadores consagrados às mais jovens promessas. São muitos os tesouros que os verdadeiros cinéfilos aqui podem encontrar, num dos catálogos mais independentes (e por vezes supreendente) do streaming disponível em Portugal. Eis as melhores séries da Filmin. Recomendado: As 20 melhores séries na Max para ver agora
As 20 melhores séries para ver no SkyShowtime

As 20 melhores séries para ver no SkyShowtime

Com um rico cardápio de séries e filmes, prontos a fazer concorrência a outros serviços por cá instalados, o SkyShowtime chegou a Portugal em 2022 com conteúdos que trazem a marca dos estúdios Universal Pictures, da Paramount Pictures e da DreamWorks Animation, das redes televisivas Nickelodeon e Showtime, dos serviços de streaming norte-americanos Paramount+ e Peacock (NBC) e, claro, da produtora Sky Studios. Uma concorrência de peso aos poderes instalados em Portugal de outros gigantes do streaming, como a Netflix, a Disney+, a Prime Video ou a Max. Conheça 20 melhores séries que estão disponíveis no catálogo. Recomendado: As 30 melhores séries na Netflix
As 20 melhores séries no Disney+

As 20 melhores séries no Disney+

O Disney+ tornou-se, em tempo recorde, um dos serviços de streaming com mais subscritores no mundo. Casa da Fox, da National Geographic e da Lucasfilm, além das produções da Disney, da Pixar e da Marvel, tem um catálogo cada vez mais diversificado. E a nova área de entretenimento Star trouxe dezenas de séries (e filmes) para a plataforma. É certo que também por aqui se encontram clássicos como Ficheiros Secretos, Segurança Nacional, Perdidos ou PatoAventuras (sim, Ducktales, uh-uh). Mas é preciso avançar. Eis as 20 melhores séries para ver no Disney+ agora. Recomendado: As 10 melhores séries de 2024
As 20 melhores séries para ver na Prime Video

As 20 melhores séries para ver na Prime Video

O serviço Prime Video inclui muitas e diferentes coisas, desde entregas gratuitas de produtos comprados na loja online até um catálogo de canções, livros, filmes e séries em streaming, entre outras vantagens. Mas nas linhas que se seguem vamos concentrar-nos nas suas melhores séries. No cardápio, há clássicos para rever, mas também títulos mais recentes e conteúdos originais que merecem o nosso valioso tempo, de A Maravilhosa Sra. Maisel a Fleabag e a O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder. Estas são as 20 séries que valem mesmo a pena na Prime Video. Recomendado: As 30 melhores séries na Netflix
As 30 melhores séries na Netflix

As 30 melhores séries na Netflix

Entre conteúdos originais e reaproveitados (ou mesmo ressuscitados), a Netflix está sempre a testar a nossa resistência ao chamamento do binge watching. Títulos como Gambito de Dama, Ozark, Stranger Things ou The Crown são um espelho do melhor que a plataforma consegue produzir. Outros, como Breaking Bad, são óptimos exemplos de como levar audiência ao seu moinho (o streaming) por meios comprovados. A apontar-lhe alguma coisa, será a oscilação de conteúdos: estamos sempre na vertigem de ver a nossa série favorita desaparecer do catálogo. Por isso, não perca tempo: prepare-se para uma maratona e siga estas sugestões das melhores séries para ver na Netflix. Recomendado: As 20 melhores séries na Max para ver agora
Todos os filmes com nomeações aos Prémios Sophia que pode ver em casa

Todos os filmes com nomeações aos Prémios Sophia que pode ver em casa

A Academia Portuguesa de Cinema apresentou os seus candidatos aos Prémios Sophia, os Óscares portugueses. Grand Tour lidera com 11 nomeações, seguido de O Pior Homem de Londres e Revolução (sem) Sangue, ambos com dez. Além dos filmes, os Prémios Sophia também olham para o pequeno ecrã e inclui uma categoria dedicada à melhor série do ano. A lista completa de nomeados está disponível no site da Academia Portuguesa de Cinema e a cerimónia terá lugar no dia 27 de Abril, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril, com transmissão em directo na RTP2, como tem sido hábito. Recomendado: O melhor do cinema alternativo em Lisboa
As 10 melhores séries de 2024

As 10 melhores séries de 2024

Neste momento da história, são às centenas os títulos que estreiam todos os anos no pequeno ecrã. E num mundo global, Portugal não fica à margem desta força de produção. A equipa Time Out juntou as notas que foi tirando ao longo do ano para a complicada tarefa de escolher apenas 10 séries que estrearam em Portugal em 2024. Sim, ficou muita coisa de fora, mas também fizemos questão de guardar três posições para as séries portuguesas. Por isso, de Homicídios ao Domicílio a Astro-Mano, estas foram as séries que mais gostámos de ver em 2024. Recomendado: Os 10 melhores filmes de 2024
De ‘Dune: Prophecy’ a ‘Senna’, 11 séries para ver em Novembro

De ‘Dune: Prophecy’ a ‘Senna’, 11 séries para ver em Novembro

Com a Netflix ainda a comandar o número de estreias mensais, há sempre um grande leque de plataformas com propostas para os que se preferem enterrar no sofá para sobreviver ao Outono. Mas este mês um dos grandes destaque é mesmo Senna, série de ficção brasileira da Netflix que recorda a vida de Ayrton Senna, piloto de Fórmula 1 que morreu na pista em 1994. Temos ainda direito a mais um spin-off do universo de espiões Citadel (Prime Video), uma prequela de Dune (Max) ou mais uma ronda da última temporada de Cobra Kai (Netflix, outra vez). Haja tempo. Recomendado: 10 filmes de terror na Netflix para uma noite de susto
Bu! 13 séries para ver no Halloween

Bu! 13 séries para ver no Halloween

Mais do que o Equinócio de Outono, o Halloween marca a entrada na parte mais sombria do ano. Só daqui sairemos lá para Março. As noites longas estão cada vez mais longas, as temperaturas cada vez mais baixas e a verdade é que, apesar de já termos a nossa dose de resguardo doméstico para duas vidas, à medida que as semanas forem avançando em direcção ao Inverno vai apetecer cada vez menos sair de casa. Ora, o que aqui propomos é um conjunto de séries que casa bem com o espírito da época. Recomendado: Os melhores filmes de Halloween, com muito terror e algum humor
13 séries de terror que metem medo ao susto

13 séries de terror que metem medo ao susto

O dicionário diz-nos que terror é sinónimo de grande medo, de pavor e de pânico. Infelizmente é um conceito presente na vida real, mas por outro lado, e felizmente, é um género literário e também cinematográfico em que podemos testar alguns limites emocionais (e, por vezes, estomacais). Há bem mais do que duas mãos cheias de séries no streaming em que o terror é a palavra de ordem, seja causado por fantasmas, monstros ou apenas pessoas horríveis. Para este apanhado terrorífico, escolhemos 13 séries de terror que podem ser encontradas em vários serviços de streaming disponíveis em Portugal. Tenha medo, muito medo. Relacionado: As estrelas do cinema e da televisão que morreram até agora em 2024
As melhores séries da Apple TV+

As melhores séries da Apple TV+

A Apple TV+ é um serviço de streaming com um catálogo limitado, mas ao contrário do que possa parecer isso não é uma desvantagem. Em época de abundância, os espectadores encontram aqui um porto seguro, que tenta ter uma oferta mais apostada na qualidade do que na quantidade. O foco são as produções originais, que a pouco e pouco vão tornando o serviço incontornável para quem gosta de boa televisão. Há de tudo, das séries de grande orçamento (destaque para Mestres do Ar) às sitcoms surpreendentes (olá, Ted Lasso), da ficção científica (ponto extra por Dark Matter) às séries documentais de fôlego (1971: The Year That Music Changed Everything é uma pérola). Feitas as contas, há 20 séries da Apple TV+ que tem de ver. Relacionado: As 30 melhores séries na Netflix

Listings and reviews (20)

NOS Alive

NOS Alive

Arcade Fire, Dua Lipa and Pearl Jam lead the 16th edition of NOS Alive, returning to Passeio Marítimo de Algés on July 11, 12 and 13. Supporting acts include Smashing Pumpkins, Tyla and Sum 41, but it’s worth delving beyond the headline acts, especially as The Breeders celebrate 30 years of their classic album Last Splash. Our guide ensures you won’t miss a thing, big or small. Check out the full lineup below.  Concert Schedules July 11th NOS Stage - 6:30 PM: Nothing But Thieves - 8:00 PM: Benjamin Clementine - 9:50 PM: The Smashing Pumpkins - 12:00 AM: Arcade Fire Heineken Stage - 5:00 PM: Mazela - 5:50 PM: Unknown Mortal Orchestra - 7:15 PM: Kenya Grace - 8:40 PM: Black Pumas - 10:50 PM: Parcels - 1:30 AM: Jessie Ware - 3:00 AM: Moullinex ▲ GPU Panic WTF Clubbing - 5:00 PM: Conhecido João - 6:00 PM: Silly - 7:20 PM: Conjunto Corona - 8:50 PM: Bateu Matou - 10:10 PM: Zengxrl - 11:20 PM: Awen b2b Djeff b2b Xinobi - 1:30 AM: Me b2b Trikk - 3:00 AM: Fresko bsb Vallechi Bandstand - 5:30 PM: Inês Apenas - 6:50 PM: Tipo - 8:00 PM: João Não & Lil Noon - 9:50 PM: Ricardo Crávidá - 12:00 AM: Quant Fado Café - 5:15 PM: Francisco Moreira - 6:35 PM: Francisco Moreira - 8:05 PM: Maria Emília - 9:30 PM: Maria Emília - 11:30 PM: O Samba É 1 Só Comedy Stage - 5:00 PM: Mariana Rosária - 5:15 PM: Eduardo Marques - 5:30 PM: Pedro Sousa - 6:00 PM: Rui Xará - 7:30 PM: Carlos Vidal - 9:10 PM: Beatriz Gosta - 11:20 PM: Gilmário Vemba Portico - 3:00 PM: P'laguita - 4:15 PM: P'laguita - 5:30 PM: Tri
Rock in Rio Lisboa

Rock in Rio Lisboa

O Rock in Rio Lisboa está de regresso e em modo festa de aniversário: esta edição marca os 20 anos da versão portuguesa do maior festival do Brasil. Em 2024, tal como é habitual, a programação divide-se por dois fins-de-semana, o primeiro a 15 e 16 de Junho, o segundo a 22 e 23 do mesmo mês. Scorpions, Evanescence, Ed Sheeran, Jonas Brothers, James, Camila Cabello e Doja Cat são os cabeças-de-cartaz. Ivete Sangalo não falta, não podia faltar. Tal como um leque alargado de artistas portugueses, de Carolina Deslandes e Fernando Daniel a Ornatos Violeta e Peste & Sida. E há concertos que, mesmo sendo de bandas de covers, são muito aguardados: os Hybrid Theory, que se dedica ao legado dos Linkin Park, e Mamonas Assassinas – O Legado (leia a entrevista ao vocalista). “All in Rio” é o mote deste ano, em que o festival se muda para o Parque Tejo. É um festival para todos e é por isso que, além dos concertos, não faltam uma roda gigante, um slide e uma Rock Street necessariamente transfigurada. O All Experience, o ESC Online Sports Bar, o School of Rock CineStage, a Somersby Cupido House, a Rota 85 ou o Chef’s Garden Continente são outros dos espaços que encontra no recinto. Para aproveitar a experiência ao máximo, criámos um guia completo para o Rock in Rio Lisboa. Está tudo aqui abaixo. Bilhetes: quanto custam e onde comprar Os bilhetes estão à venda no site do Rock in Rio Lisboa e na Worten, e custam entre 84€ (diário), 147€ (passe fim-de-semana) e 360€ (VIP diário). Para o primei
Lumi

Lumi

Luís Antunes e José Miguel Pereira sonharam juntos este projecto e fizeram nascer a Lumi Geladaria no coração de Benfica. Os sabores são muitos e variam consoante o que a oferta de frutas que a dupla vai encontrando diariamente no mercado do bairro. Há gelados de leite e sorvetes, que são gelados de fruta com base de água. Estes últimos são vegan. “Não têm nenhum derivado de animal”, assegura Luís. O destaque vai, no entanto, para o “sabor de infância”, uma mistura de sumo de laranja, banana esmagada e bolacha Maria que está sempre na carta. Isto para humanos. Porque os cães também são servidos – com o “patudo”, um gelado adequado para cães, de avelã sem açúcar. Mas a Lumi não se resume a gelados – que são servidos em copo ou cone. Há bolos, brownies, waffles, crepes, batidos, sumos naturais e uma oferta cafetaria que vai do café bio ao chocolate quente. Também tem brunch, em versão normal e veggie, com quiches, panquecas, gelado com granola e fruta, sumo natural e um café com sobremesa gelada. + Na Lumi, os gelados são servidos em copo, cone ou brunch
O Filme do Bruno Aleixo

O Filme do Bruno Aleixo

3 out of 5 stars
A estreia no cinema do sexagenário urso-cão mais famoso das Beiras é um absurdo. Embora não o completo e espertalhão absurdo por que ansiávamos. Quem estava a salivar por hora e meia de sitcom focada em conversas do quotidiano, chocarrice saloia pontuada por silêncios desconfortáveis e pequenos embustes, terá de recalibrar as expectativas. O Filme do Bruno Aleixo começa com o protagonista coimbrão (com ascendência na Bairrada e no Brasil) a revelar ter sido contactado por “um homem que tem uma empresa que faz filmes” – Luís Urbano, da O Som e a Fúria, que já tinha produzido as séries “Aleixo Psi” e “Copa Aleixo” –, que o desafiou a rodar uma biografia sua para o grande ecrã. E Aleixo convoca a grupeta do costume – Homem do Bussaco, Renato Alexandre e Busto – para o ajudar a ter uma proposta para apresentar... no último dia do prazo. O que nos é apresentado é a conversa de café que resulta daí, com a representação, por actores de carne e osso – Adriano Luz, Rogério Samora, Manuel Mozos, Gonçalo Waddington, José Raposo, João Lagarto –, das ideias que vão surgindo. Tem graça, claro. E uma das premissas da interacção entre estas personagens, a de que os diálogos são circulares e que o ponto de partida interessa pouco, é respeitada. Mas se os criadores João Moreira e Pedro Santo constroem este filme em cima do conhecimento prévio deste universo, também sentiram necessidade de se afastarem dele para garantir acção, dando demasiado espaço ao live action. Já deveriam saber que um bom
Bostofrio

Bostofrio

2 out of 5 stars
Filho de pai incógnito é uma condição que a lei portuguesa prevê, desde 1977, apenas para casos excepcionais. Mesmo assim, é uma realidade que persiste: em 2010, existiam 150 mil nessas condições, e o número de registos anuais tem aumentado. O pai de Paulo Carneiro, que aqui se estreia na realização, é um deles. E o propósito deste documentário é uma busca por respostas, por histórias e até por uma simples fotografia que o ajudem a conhecer o avô, que só é incógnito no papel – na aldeia barrosã de Bostofrio, 30 habitantes, toda a gente sabe quem foi, como foi, o que aconteceu. Carneiro (Lisboa, 1990) passou por dificuldades para fazer este filme, não em quebrar a “lei do silêncio”, como quer fazer crer, mas em ganhar a confiança daquela gente simples, intimidada pela câmara e por inquirições delicadas. Esse processo ficaria bem fora do filme. Seria igualmente vantajoso que preparasse as entrevistas, para evitar ser errático, repetitivo e disfarçar o mau jeito. Descontando redundâncias narrativas e as bucólicas paisagens transmontanas, sobra pouco. É aí, e não no plano técnico, que se sente a falta de meios: seria necessária outra dedicação para alcançar o resultado pretendido. O documentário é exibido em conjunto com a curta Cinzas e Brasas, de Manuel Mozos. Por Hugo Torres
Skin - História Proibida

Skin - História Proibida

3 out of 5 stars
Bryon Widner é um supremacista branco numa encruzilhada: depois de participar no espancamento de um jovem negro durante uma manifestação, o brutamontes, venerado entre pares, começa a duvidar do caminho da violência. Skin passa-se no Ohio, em 2009, e é baseado em factos reais. Bryon não é só uma personagem – é alguém que decidiu sair do movimento neonazi, penou para o conseguir (com a ajuda de um activista negro), agiu como denunciante para o FBI, e passou dois anos em dolorosas cirurgias para remover as tatuagens iconográficas do rosto. O filme tem pontos de contacto com a curta-metragem homónima com que o realizador Guy Nattiv, de origem israelita, ganhou um Óscar. Mas a longa demora-se no recrutamento, nas batalhas fratricidas e no romance que o mantém à tona. Nattiv optou por se aproximar do monstro para tentar compreendê-lo. Não é o mesmo retrato cru e impiedoso deste tipo de marginalidade. O que retira pujança à narrativa, mas oferece a excelente Vera Farmiga ao elenco. Por Hugo Torres
Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

1 out of 5 stars
Lisboa tem poucas avenidas tão ricas, com gente de tantas proveniências, extractos sociais e projectos de
vida. É uma fonte virtualmente inesgotável de histórias e leituras da sua angulosa realidade, de leituras longitudinais ou trabalhos menos densos. É por isso frustrante ver Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos esconder a sua inépcia atrás de um título pomposo e da paciente bondade com que a cinefilia classifica este tipo de projecto: “filme- ensaio”. Um ensaio pressupõe explorar uma ideia, um bem escasso por estas paragens. Recuando a Cândido dos Reis e à República, passando pelo 1.o de Maio de 1974, Renata Sancho propõe-se olhar para as mudanças em curso nesta avenida (a rodagem decorreu entre 2016 e 2018, quando os preços do imobiliário dispararam). Mas o resultado é uma sequência de planos desconexos, sem interesse nem narrativa, que parece feita só para iniciados. E sabe deus que interesse encontrarão esses por aqui. Por Hugo Torres
Santiago, Italia

Santiago, Italia

3 out of 5 stars
As “geringonças” sinistras não são uma originalidade portuguesa. Em 1970, Salvador Allende congregou quase toda a esquerda chilena na candidatura presidencial que o levou ao poder, com o apoio essencial dos democratas-cristãos. Socialistas, sociais-democratas, comunistas e outros marxistas tomaram La Moneda pela via democrática, um feito extraordinário em tempo de golpes e revoluções, e em plena Guerra Fria, que gerou entusiasmo no país e
 um alarmismo despeitado em Washington. Entendendo que era preciso impedir que a experiência fizesse escola, o nefasto Richard Nixon pôs a CIA em campo para precipitar a queda do governo, o que acabou por acontecer de forma trágica a 11 de Setembro de 1973. Neste regresso ao documentário, Nanni Moretti começa por mostrar o ambiente de festa que se seguiu à eleição, passa às divergências no seio da coligação e, quando damos por nós, já os militares saíram à rua para “restaurar” a democracia, bombardeando a capital, Santiago, e instaurar uma ditadura que durou até 1990. Allende suicida-se. Pinochet, o general que comanda as tropas, ordena a perseguição imediata
 de esquerdistas mais activos, que encontram na diplomacia italiana um refúgio e a possibilidade de uma nova vida, na Europa, ao contrário do que acontece com os migrantes do Mediterrâneo hoje. E é aqui que o realizador italiano quer chegar: a intenção nunca foi abordar aqueles anos de sonho materializado, que até inspiraram o “compromisso histórico” da política italiana nos anos 1970.
Onde Está Você, João Gilberto?

Onde Está Você, João Gilberto?

“Porquê tentar encontrar um homem que não quer ser encontrado?” O realizador franco-suíço Georges Gachot faz a pergunta e dá a resposta com o documentário João Gilberto, Onde Está Você?, que se estreia neste sábado no Cinema Monumental. É um enamoramento, uma obsessão feita policial, que nos leva no encalço do pai da bossa nova. João Gilberto, recentemente desaparecido, aos 88 anos, passou a derradeira fase da sua vida em reclusão doméstica, longe dos palcos e de quaisquer olhares indiscretos. Rever o cantor e compositor era, por isso, um desejo acalentado por fãs, amigos e jornalistas. Nenhum dos quais foi bem-sucedido nesse desígnio. Gachot – que tem uma filmografia recheada de música brasileira, tendo se debruçado sobre Maria Bethânia (Música é Perfume, 2005), Nana Caymmi (Rio Sonata, 2010) e Martinho da Vila (O Samba, 2014) – foi para o Rio de Janeiro seguir os passos do jornalista alemão Marc Fischer, que ali passou cinco semanas a tentar cruzar-se com João Gilberto, para que este lhe cantasse ao violão, e à sua frente, “Ho-ba-la-lá”. O tema tinha-lhe sido dado a ouvir por um japonês, anos antes, servindo de porta de entrada à bossa nova e a uma paixão ímpar pelo seu autor. Fischer falhou o objectivo, mas descreveu o processo em Ho-ba-la-lá – À Procura de João Gilberto, suicidando-se pouco antes do lançamento do livro, em 2011. Miúcha, João Donato, Marcos Valle e Roberto Menescal são entrevistados no filme, tal como o barbeiro que atendia o compositor baiano em casa e o
Aperta Aperta Com Elas

Aperta Aperta Com Elas

2 out of 5 stars
Uma pequena e alva aldeia no cantão suíço dos Grisões vive uma ilusão: a normalidade dos casais, dos filhos, dos bolinhos, dos ajuntamentos de vizinhos e das missas dominicais esconde uma paz podre que vai deixar esta comunidade à beira do precipício. O catalisador é a chegada de um forasteiro no lugar onde ele é menos esperado: o púlpito da igreja. A diocese destaca para ali um pároco indiano com uma mensagem mais cristã do que a hierarquia católica gostaria, centrada no amor. Não só o amor etéreo: o padre Sharma aconselha o seu rebanho sobre o amor executado entre lençóis. Se no início é recebido com desconfiança racista, quando os homens descobrem as mulheres de Kama Sutra na mão, tentam afastá-lo para camuflar infidelidades, inseguranças e impotências. O filme de Christoph Schaub não cria o clima de tensão que uma história destas teria numa aldeia remota, nem funciona como a comédia que se anuncia (o mais hilariante da fita é o título em português). Salva-se a possibilidade de ouvirmos diálogos em romanche, uma língua em risco de extinção. Por Hugo Torres
Linhas Tortas

Linhas Tortas

2 out of 5 stars
Luísa é uma jovem e bela actriz. Acaba de regressar a Lisboa, tendo importado de Londres uma relação infeliz. António é um arguto e reconhecido escritor, que assina uma celebrada coluna de jornal: “Linhas Tortas”. É casado, tem um filho da idade de Luísa, e conhecemo-lo quando se estreia a fazer figura “de parvo” como comentador na televisão. São ambos utilizadores de redes sociais – ela descontraidamente, nos intervalos do dia; ele à noite, no escritório de casa, com um copo de uísque a acompanhar. É nesse ambiente virtual, em que António se esconde atrás do nome e da imagem do místico russo Grigori Rasputin, que se cruzam e inevitavelmente se enamoram. Após hesitações várias, decidem encontrar-se. O que não chega a acontecer: António sofre um acidente de viação, perde parcialmente a memória e fica hospitalizado por muito tempo. Rita Nunes, que se estreou em 1996 com a temperamental e homicida curta-metragem Menos Nove, e tem vindo a trabalhar em publicidade e televisão, trouxe para a sua primeira longa-metragem parte do elenco da série Madre Paula, que co-realizou para a RTP em 2017: Joana Ribeiro (Luísa), Maria Leite (amiga de Luísa), Miguel Nunes (filho de António) e Joana Pais de Brito; aos quais se juntaram Américo Silva (António) e Ana Padrão (mulher de António). Os actores estão tão bem quanto lhes permite o argumento, que Carmo Afonso, uma das contribuintes líquidas do Twitter português, escreveu. Sem espaço nem tempo para se desenvolverem, as personagens avançam por
Quero-te Tanto!

Quero-te Tanto!

1 out of 5 stars
Vicente Alves do Ó faria bem em levar a comédia a sério. Quero-te Tanto não é um filme,
 é um passeio da fama para actores de telenovela,
 a desfilar no nível rasteiro a que anseiam ver os
 seus nomes encastrados numa rua qualquer. Personificam bonecos de cartão que não chegam
 a ser personagens, a ter espessura, vieses, sofisticação. O realizador dirá que estamos diante de uma rom-com ostensivamente cartunesca, mas nada justifica o texto preguiçoso, as caricaturas toscas, os estereótipos simplórios, as graçolas em esboço. Os protagonistas, Mia (Benedita Pereira) e Pepê (Pedro Teixeira), estão numa encruzilhada familiar, entre a alegria do filho que vem e a angústia do dinheiro que falta. O casal decide roubar “rapidinhas da sorte”, do interior da estátua do Marquês de Pombal, e acaba detido, julgado e encarcerado. Até que ele foge da prisão para se reencontrar com a amada em Serpa, recorrendo a ajudas voluntárias 
e involuntárias (incluindo de uma jornalista cujas boas intenções são abocanhadas pela voracidade inescrupulosa da estação para que trabalha, a 
TVI, que co-produz o filme e nos entra pelos olhos dentro). No seu encalço leva os agentes Coelho e Raposo, interpretados por Pedro Lacerda e Joana Manuel ao estilo Jacques Clouseau, cujas aparições são raríssimos momentos de oxigénio na fita. Dalila Carmo e Rui Mendes também merecem apreço, em contraste com as desaustinadas Alexandra Lencastre e Fernanda Serrano. A banda sonora – Doce, Paião, Cid, Sheiks – atinge o zénite

News (469)

O segredo gastronómico mais bem guardado de Lisboa está dentro de uma piscina

O segredo gastronómico mais bem guardado de Lisboa está dentro de uma piscina

Alguma coisa estava demasiado certa. Enquanto os pais esperavam que as suas crianças terminassem as aulas de natação nas piscinas do Complexo Desportivo da Junta de Freguesia de Benfica, na coluna de som da cafetaria ia tocando MGMT. “Kids”. Damos por nós a bater o pé e a pensar na feliz coincidência. Depois, toca Arctic Monkeys. Depois, Clash, Queens of The Stone Age, Cream. O quê que se passa aqui? A cafetaria, que sempre tinha sido um espaço anódino, sem história, como todas as suas congéneres, tinha reaberto e estavam pessoas novas lá dentro. Aproximámo-nos e Victor Hugo Sintra estava a explicar a alguém que a granola era feita por eles, como tudo o que ali se servia, aliás, dos pratos do dia às sandes e à pastelaria. Mais atrás, André Andrade – no pulso, uma pulseira da Bluey. O quê que se passa aqui? Primeiro, passa-se que não há coincidências. O resto era preciso descobrir. As pistas iniciais estavam nas redes sociais e viríamos a confirmá-las mais tarde, em conversa com a dupla de cozinheiros: antes de se estabeleceram neste sítio improvável, a que deram o nome de Raio, passaram pelo Sea Me, o Rabo D’Pêxe, a Taberna do Calhau, a Isco, a Marquise ou o Mama Shelter. Não são estranhos ao serviço, nem gente preocupada em despachar clientes com o menor trabalho e a maior margem possíveis. As recomendações de amigos do bairro e vizinhos não tardaram e em menos de nada estávamos a almoçar nas mesas que costumavam servir de bancada aos pais a querer ter a miudagem debaixo de
Ground Burger vai fazer “arraial à americana” em Santa Apolónia (e oferecer comida)

Ground Burger vai fazer “arraial à americana” em Santa Apolónia (e oferecer comida)

O tempo passa. Foi há dez anos que o Ground Burger abriu portas em São Sebastião, mesmo ao lado da Gulbenkian. O resto é história: a Time Out Lisboa viria considerá-los o melhor hambúrguer da cidade, o que viria a abrir-lhes caminho para o Time Out Market. Mais recentemente, em 2024, abriu em Santa Apolónia o terceiro e maior restaurante da marca. É aqui que se vai celebrar o décimo aniversário do Ground Burger esta sexta-feira, 4 de Julho, simbolicamente Dia da Independência dos EUA, com um “arraial à americana”. A “grande festa de aniversário, celebrando uma década de sabor, autenticidade e inovação”, como se anuncia em comunicado, começa às 18.00. E o Ground Burger está a preparar “várias surpresas” para esse final de dia, “especialmente para as crianças”. Uma coisa já se sabe: até aos 12 anos, os miúdos terão um hambúrguer kids gratuito. Os adultos terão direito a um welcome drink e, no pedido de um hambúrguer, terão batatas fritas de oferta. “O ambiente promete ser descontraído e animado, com música ao vivo, cerveja artesanal de excelência, jogos e actividades inspiradas na tradição americana, tudo pensado para um final de tarde perfeito”, lê-se no mesmo comunicado. “A festa é de todos e para todos”, continua. “No espírito do 4th of July, dia que celebra a liberdade, a partilha e o convívio”. O Ground Burger recorda, na mesma nota, o seu pioneirismo em Lisboa, “tendo sido um dos primeiros a introduzir um conceito verdadeiramente dedicado à qualidade e autenticidade do ve
Quais foram os melhores concertos do Evil Live? Korn e mais cinco

Quais foram os melhores concertos do Evil Live? Korn e mais cinco

Entrámos no Estádio do Restelo na sexta-feira, 27 de Junho, com um propósito – aliás, dois. Primeiro, voltar a respirar os ares de um festival de metal a céu aberto em Lisboa. Segundo, fazer uma selecção dos seis melhores concertos do Evil Live 2025, de um total de 17 em três dias. O rácio parecia favorável, mas a verdade é que não foi fácil e cedo percebemos que teríamos de deixar de fora a banda mais estimulante do cartaz: Opeth. O que poderia bem ser mostra do nosso amuo por os suecos não terem tocado um único tema de Blackwater Park. Não é o caso. Com o sol a pino, uma setlist reduzida e perante uma plateia na esmagadora maioria a salivar por Korn, não era o momento para a filigrana do seu metal progressivo (palmas para “Master’s Apprentices”, no entanto). Mikael Åkerfeld aventou a hipótese de um concerto em nome próprio num espaço fechado (e deixou-nos a remoer naquela noite de 2006 em Gaia, no antigo Hard Club). Cá os esperamos para mais. Há outras ausências notáveis: os históricos do thrash Death Angel (morníssimo), os rockeiros e bem-dispostos Eagles of Death Metal (que desempenharam o papel de limpa-palato muitíssimo melhor do que os congéneres do ano passado, os Wolfmother), os portugueses Gaerea (fenómeno nacional que no final anunciaram umas merecidas datas no Hard Club e no LAV, para Dezembro) e Bizarra Locomotiva (que a nossa jovem companhia de sete anos garantia ter sido o segundo melhor concerto do dia, mesmo a querer estragar-nos as contas), e por fim Falling
Focacceria BM, um porto seguro no mar dos turistas

Focacceria BM, um porto seguro no mar dos turistas

É necessária uma grande dose de confiança para pedirmos a toda a gente que se cruza connosco para nos fazer uma crítica publicamente. Mas é exactamente o que acontece na Focacceria BM, que abriu no final de Maio numa nova localização, a uns meros cinco minutos a pé do sítio onde nasceu, em 2023: dobrou a esquina da Rua Bartolomeu Dias e fixou-se num espaço maior, mais confortável e luminoso na Rua Dom Lourenço de Almeida. Aqui, as mesas têm todas um código QR a exortar os clientes a deixarem uma crítica no Google, onde a Focacceria BM apresenta uma vitoriosa pontuação média de 4,9 (em cinco possíveis, a partir de cerca de 300 opiniões). A esmagadora maioria gosta – e muito. Estamos em Belém, mesmo ao lado do CCB, já depois de cruzarmos as imensas filas de turistas a aguardar para entrar no Mosteiro dos Jerónimos, para lá dos pastéis, da Praça do Império, do Padrão dos Descobrimentos. Estamos em território ocupado de Lisboa. No entanto, ao final da manhã de uma quarta-feira, dia da visita da Time Out, quem entra na nova Focacceria BM pede mesa em bom português, com todos os acentos e cedilhas. Os turistas também virão, mas para se misturarem com os residentes e os trabalhadores da zona. “É metade-metade”, garante Bruno Marcelino, o cérebro gastronómico por detrás de toda a operação. Quem vive ou faz vida nas redondezas torna-se cliente habitual. Quem vem de fora chega com as críticas do Google numa mão e curiosidade pela pontuação elevada na outra. Rita ChantreFocacceria BM
Sala de Corte cai para 81.º no ranking dos melhores restaurantes de carne do mundo

Sala de Corte cai para 81.º no ranking dos melhores restaurantes de carne do mundo

A Sala de Corte, em Lisboa, integra o World’s 101 Best Steak Restaurants desde que este ranking foi lançado, em 2022. É caso único em Portugal. Nenhum outro restaurante nacional conseguiu entrar desde então – e, ora mais abaixo, ora mais acima, o Sala de Corte nunca saiu da lista. Este ano não é diferente: reveladas no sábado, 21 de Junho, as escolhas para 2025 incluem o restaurante do grupo Plateform, chefiado por Luís Gaspar. No entanto, a posição é a mais baixa das quatro edições da lista. Caiu 28 lugares, para 81.º. Em 2024, a Sala de Corte tinha ficado na 53.ª posição. No ano anterior, em 34.º, a melhor classificação alcançada até agora. Em 2022, tinha iniciado o seu percurso nesta lista na 50.º posição. Ainda assim, os responsáveis pelo World’s 101 Best Steak Restaurants escrevem que “em 2025 a Sala de Corte consolidou a sua posição como o melhor restaurante de carne de Portugal”, dando conta de “uma experiência gastronómica excepcional que agrada tanto aos locais como aos visitantes”. “Continua a ser um destino imperdível”, sublinha-se. O mesmo texto refere o compromisso do restaurante com a experiência dos clientes, em particular com a qualidade dos produtos. “O menu é uma celebração das carnes premium, com cortes da Península Ibérica, Austrália e Wagyu japonês. Cada bife é meticulosamente seleccionado e maturado no local, depois grelhado com mestria no fogo para realçar os seus sabores naturais. Pratos exclusivos como o Chuletón de Buey Gallego e o T-bone maturado a
Madam Bō vai oferecer dumplings para assinalar abertura do novo espaço

Madam Bō vai oferecer dumplings para assinalar abertura do novo espaço

Cinco anos depois de se apresentar à sociedade alfacinha, Madam Bō tem uma segunda casa a debutar em Lisboa. Não fica longe da primeira, que fica no Príncipe Real e se mantém aberta e a servir os seus coloridos dumplings. A nova morada não substitui, acrescenta. Fica em plena Rua de São Bento, a meio caminho entre a Casa-Museu Amália Rodrigues e o Parlamento. Em soft opening desde 24 de Maio, o evento de inauguração está marcado para quarta-feira, 25 de Junho, com “uma acção especial de lançamento”. No Madam Bō de São Bento, instituiu-se que esse será o Dumpling Day, com oferta de 300 dumplings aos primeiros 100 visitantes. “Uma experiência de boas-vindas pensada para marcar a chegada da marca ao novo bairro”, lê-se em comunicado. Tanto mais que chega com novidades, em particular uma carta renovada e “identidade visual refrescada”. “Estávamos prontos para um espaço que reflectisse a nossa evolução: mais íntimo, mais refinado, mas ainda cheio daquele espírito irreverente e enérgico que o público tanto adora”, afirma Alexandre Tilmant, um dos sócios, citado na mesma nota. Quanto à localização deste segundo restaurante, diz ainda: “Queríamos um bairro que fosse, ao mesmo tempo, intemporal e pulsante, onde a Madam Bō pudesse assentar e continuar a surpreender. Por isso, São Bento não foi apenas uma mudança, mas também uma evolução”. As principais diferenças, face ao espaço original, estão na carta – com a promessa de “sabores mais intensos, pratos para partilhar e uma cozinha que
Os smash burgers da Dupe seguiram viagem da Avenida de Roma até ao Colombo

Os smash burgers da Dupe seguiram viagem da Avenida de Roma até ao Colombo

A moda da carne esmagada contra a chapa pode dividir opiniões, mas a verdade é que vem conquistando admiradores. E em Lisboa há um novo sítio para a experimentar, no Centro Comercial Colombo. É o segundo espaço da Dupe, que desde Novembro do ano passado alimenta a smash burgers quem passa à entrada da estação de Roma-Areeiro, e que agora seguiu viagem até Benfica. Faz oito anos que João Costa trabalha na restauração. Entre as hamburguerias e os Quiosques de Lisboa, não lhe falta experiência. Foi precisamente num dos Quiosques – no Saldanha – que nasceu a ideia de fazer smash burgers. Com o aumento da procura, decidiu criar um restaurante dedicado inteiramente a essa carne tostada que faz tanto sucesso entre os jovens. Primeiro, abriu na Avenida de Roma, perto da estação, com uma grande esplanada. Agora, começa a expandir para os centros comerciais. É bem na praça de alimentação do Colombo que está a nova loja do Dupe, a atrair quem ali passa com a decoração cool e minimalista que já é característica do primeiro restaurante. O menu, exibido num letreiro de luz acima do caixa, é um pouco menor do que na localização original. E qual é o rei aqui? O smash burger clássico, com queijo cheddar, cebola, picles, ketchup e mostarda. DR São dois os tamanhos do smash burger clássico, o M (8,45€), com duas rodelas de carne, e o XXL (9,95€), com três. Foi escolhido para representar a franquia no Colombo por ser o favorito dos clientes, e não é por acaso. “Testámos mais de cem receitas di
Ao terceiro restaurante, os “saudáveis” sabores da Selllva vêm com inspiração asiática

Ao terceiro restaurante, os “saudáveis” sabores da Selllva vêm com inspiração asiática

O bom sabor da Selllva é uma graça com alguns anos – mas é nossa. Foi assim que a Time Out deu conta da abertura do primeiro Selllva, na Avenida Mouzinho da Silveira, no início de 2020 (ainda não sabíamos o que esse ano do demónio tinha reservado para nós). Um restaurante de comida saudável sem fundamentalismos, com opções vegetarianas e veganas, “mas também boas propostas para quem não quer abdicar da proteína animal”, para agradar a todos, acrescentámos. A ideia pegou, e imagine no que isto deu: entretanto, abriram mais dois restaurantes com o nome Selllva à porta e decoração a condizer lá dentro. O segundo a abrir, em Junho de 2024, foi no número 29D da Rua 4 da Infantaria, e portanto chamado de Selllva Campo de Ourique. Essa variação não era a única originalidade em relação ao ponto de partida: aqui, a inspiração não era uma qualquer floresta cerrada, era – e é – especificamente a selva africana. Com decoração de interiores do atelier de arquitectura Catarina Cabral, em Campo de Ourique as cores quentes afastavam macacos e tucanos das paredes e abriam espaço a zebras, chitas e gazelas – e a algumas calorosas novidades no menu (não confundir com gnu), em particular o foco no fogo e no churrasco. Na semana passada chegou o terceiro, em pleno Santo António e onde mais senão em Alcântara, o bairro vencedor do concurso das Marchas Populares (calma, calma, em ex aequo com o Bairro Alto, nós sabemos). Chama-se Selllva Lx Factory, o que deixa poucas dúvidas em relação à localizaç
Está a acontecer um Festival de Francesinhas no Seixal

Está a acontecer um Festival de Francesinhas no Seixal

Tradicionais, feitas no forno a lenha, vegetarianas e veganas: estas são as variedades de francesinhas que pode experimentar no Festival das Francesinhas no Seixal. A quinta edição deste evento está a acontecer no Jardim do Fogueteiro desde 13 de Junho e dura até dia 22, com três restaurantes a servirem a mais famosa sanduíche do Porto. Os restaurantes presentes no Seixal são o Alicantina, o Alfândega Douro, que se destaca pela cozinha em forno a lenha, e o Santa Francesinha, que propõe uma francesinha 100% vegan, com bifinhos de seitan, enchidos vegetais e cogumelos portobello. Estes mesmos três participantes tinham estado recentemente no Festival de Francesinhas do Arco do Cego. No Seixal, a degustação de francesinhas faz-se ao almoço entre as 12.00 às 15.00, e ao jantar entre as 19.00 e as 22.30. Não se paga entrada. R. Pinho Leal (Amora). 13 Jun-22 Jun (Sex-Dom) 12.00-15.00, 19.00-22.30. Entrada livre 🏡 Já comprou a Time Out Lisboa, com as últimas aldeias na cidade? 🏃 O último é um ovo podre: cruze a meta no Facebook, Instagram e Whatsapp
Mr. Zombie: jogos e hambúrgueres. É preciso mais alguma coisa?

Mr. Zombie: jogos e hambúrgueres. É preciso mais alguma coisa?

“Hadouken!” Quem nunca se deixou apanhar pela força gravitacional de Street Fighter II, tem duas opções: atirar a primeira pedra (mas para quê?) ou dirigir-se ao 311A da Estrada de Benfica, dizer bom dia boa tarde, descer ao piso -1, procurar a sala arcade, agarrar no joystick e ser sugado por esse vórtex dos anos 1990. Se for acompanhado, melhor. Afinal, Street Fighter II foi o videojogo com que aprendemos que era possível expressar uma personalidade de comando na mão, e com que aprendemos a ler e a inutilizar um adversário. Portanto, não é tanto pela companhia, é pela experiência completa. “Sonic boom!” Não é fã de jogos de combate? Street Fighter II não é um jogo de combate, é um marco cultural – mas vamos tentar não revirar os olhos e seguir em frente. Adoptemos a postura agregadora da Mr. Zombie, onde estamos e onde cada um joga o que quer sem ser julgado por isso (Punisher, King of Fighters, Unbroken). E há de tudo para todos: além das arcades, é possível deitar a mão a comandos e consolas de retrogaming que vão da Megadrive e das diversas Playstation à Sega Saturn, à Super Nintendo, à Wii e até a um Game Boy gigante. Sim, estamos num espaço seguro e de encontro, uma espécie de intersecção no tempo para diferentes gerações. “A loja vive muito disso, de nostalgia”, diz João Rodrigues, que em 2018 decidiu deixar o seu emprego como designer gráfico e abrir uma loja de compra e venda de jogos em segunda mão. Foi assim que nasceu a Mr. Zombie, que entretanto já teve várias
Na Noite da Literatura Europeia, há prosa e poesia nas Avenidas Novas

Na Noite da Literatura Europeia, há prosa e poesia nas Avenidas Novas

Na noite de 28 de Junho (um sábado), será possível viajar pelos quatro cantos da Europa sem sair de Lisboa. Trata-se da Noite da Literatura Europeia, que quer voltar a atrair os leitores da cidade para a sua 13.ª edição. Esta viagem literária acontece a partir das 19.00, cruzando diversos espaços nas Avenidas Novas que serão ocupados por leituras encenadas de 15 obras de autores europeus. Como já é de costume, cada país participante traz ao evento uma obra literária contemporânea, que é apresentada ao público por um actor ou uma actriz numa sessão de leitura. Atravessando géneros como a prosa, a poesia, o teatro e a não-ficção, a ambição do evento é aproximar autores, actores e públicos.  As leituras espalham-se por espaços centrais na vida cultural da freguesia, como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Nouvelle Librairie Française e a Livraria Tantos Livros, entre tantas outras. Os históricos Salão das Rosas e Salão das Abelhas do Palácio Vilalva, sede da Provedoria de Justiça, também fazem parte do circuito do evento. Pelo segundo ano consecutivo, algumas das sessões são acompanhadas de interpretação em Língua Gestual Portuguesa.  © Carlos Porfírio / EUNIC PortugalNoite da Literatura Europeia 2023 David Machado, autor de Índice Médio de Felicidade (Prémio da União Europeia para a Literatura, Prémio Salerno Libro d’Europa), representa Portugal com o seu novo livro Os dias do ruído. Nesta obra, conta a história de Laura, cuja vida muda após matar um terrorista islâmico e pre
Muse são confirmação de última hora no NOS Alive

Muse são confirmação de última hora no NOS Alive

Os Muse vão tocar no NOS Alive a 12 de Julho. A banda britânica vai substituir os Kings of Leon, depois de os norte-americanos terem cancelado o espectáculo devido a uma "lesão grave" sofrida pelo vocalista Followill (segundo o próprio, partiu um pé a brincar com os filhos). Mas o espaço deixado em aberto no cartaz durou apenas um dia e a promotora Everything Is New revelou esta quinta-feira, em conferência de imprensa, o novo nome forte do festival, que acontece de 10 a 12 de Julho no Passeio Marítimo de Algés. Presença habitual em Portugal desde 2000 – ou seja, desde a digressão do disco de estreia, Showbiz (1999), altura em que tocaram na Ilha do Ermal, seguindo-se dois concertos no mesmo ano, 2002, na Aula Magna e no Sudoeste, já com Origin of Symmetry (2001) –, os Muse e o seu rock progressivo e reivindicativo já se apresentaram ao vivo uma dúzia de vezes no nosso país. A última aconteceu em 2022, no Rock in Rio Lisboa, quando Matthew Bellamy, Christopher Wolstenholme e Dominic Howard foram chamados, tal como agora, a substituir os cabeças-de-cartaz do festival – nesse caso, os Foo Fighters, após a morte do baterista Taylor Hawkins. No dia 12 de Julho, além dos Muse, tocam no NOS Alive os Nine Inch Nails, Amyl and The Sniffers, Bright Eyes ou Future Islands. Palcos cheios e um novo patrocinador A organização do festival aproveitou ainda para anunciar os últimos nomes confirmados para esta edição. Pelo Palco Coreto, voltado para propostas emergentes, vão passar Iolanda, Z