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Hugo Torres

Hugo Torres

Director-adjunto, Time Out Portugal

Fiel zelador de uma cópia da sexta edição, corrigida e aumentada, do Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora, em transumância desde 1991, deu-se às letras por livre e devota vontade – mas não por convicção. À falta de habilidade para futebolista e para rock star, optou por comprar bilhete para a fila da frente. Entre outras aventuras, trabalhou no jornal A Bola e, mais demoradamente, no Público, onde foi editor e certa vez publicou uma crónica sobre o super-herói pop Rui Reininho, o que o levou à escrita do livro GNR – Onde Nem a Beladona Cresce. É esse o seu nível de compromisso. Chegou à Time Out em 2018 e aqui empresta a sua pronúncia do Norte ao noticiário de Lisboa e a escrever sobre música, cinema, televisão e teatro. Na gastronomia, é um entusiasta dos clássicos: cabidelas, rojões e farinheiras.

Articles (99)

‘The Regime’, ‘Such Brave Girls’ e mais séries para ver em Março de 2024

‘The Regime’, ‘Such Brave Girls’ e mais séries para ver em Março de 2024

Com um mapa de estreias tão intenso na televisão – e em particular no streaming – estamos sempre atrás do prejuízo sem nunca chegar ao fim. Já vimos as melhores séries na Netflix? As melhores séries no Disney+? As melhores séries na HBO Max? As melhores séries na Prime Video? Para não irmos mais longe. E no entanto as novidades continuam a cair. E a watchlist aumenta mais um bocadinho. Este mês não é diferente. Pelo contrário: há mesmo 10 séries que queremos ver em Março de 2024. Acção, policial, sátira política, sitcom – há de tudo. Só é preciso começar. Recomendado: As melhores séries do momento

Bem-vindo ao zeitgeist: as séries de que toda a gente fala

Bem-vindo ao zeitgeist: as séries de que toda a gente fala

A evolução da espécie humana há muito entrou numa nova fase, tendo transformado o homo sapiens sapiens em seres devoradores de séries de televisão. O meio ambiente é propício: é Netflix para aqui, Disney+ para ali, Prime Video, HBO Max, Apple TV+, Filmin e tudo o que são canais em sinal aberto e por cabo. Todos os dias há novidades, todos os dias alguém nos recomenda uma série nova que temos mesmo de ver, e nós – bom, nós vamos tentando acompanhar. As plataformas são globais (ou nacionais), mas a experiência pode ser muito solitária. Há, no entanto, produções que nos devolvem o sentimento de partilha. São as séries de que toda a gente anda a falar ao mesmo tempo. São as séries do momento. Ei-las. Recomendado: Todos os filmes com nomeações aos Óscares que pode ver em casa

‘Angelyne’, ‘Avatar: O Último Airbender’ e mais séries a não perder em Fevereiro

‘Angelyne’, ‘Avatar: O Último Airbender’ e mais séries a não perder em Fevereiro

Angelyne (TVCine Edition), Tokyo Vice (HBO Max) e The New Look (Apple TV+) são os três destaques do mês para quem gosta de histórias baseadas em factos reais. Mas quem gosta de factos irreais também não vai mal servido: seja mais dado à ficção científica, com Halo (SkyShowtime), ou à fantasia, com Ted (SkyShowtime) ou Avatar: O Último Airbender (Netflix). As dez séries que queremos ver em Fevereiro incluem ainda dois remakes de peso: Mr. & Mrs. Smith (Prime Video) e Shōgun (Disney+). É muita televisão para um mês só. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

‘The Curse’, ‘Masters of the Air’ e outras séries para ver em Janeiro

‘The Curse’, ‘Masters of the Air’ e outras séries para ver em Janeiro

O ano não poderia começar melhor no pequeno ecrã. Na Netflix, Michelle Yeoh, uma das actrizes do momento, faz uma destemida matriarca de uma organização criminosa transnacional (e vai dar molho). Na SkyShowtime, estreia-se o mais recente fenómeno televisivo: The Curse, com Emma Stone. Mas as melhores séries para ver em Janeiro não se ficam pelo início do mês. Masters of the Air (Apple TV+), uma das mais aguardadas produções dos últimos anos, vai finalmente poder ser vista. Tal como as novas séries de Nicole Kidman (Expats, Prime Video) e de Sofía Vergara (Griselda, Netflix), sem esquecer o regresso de True Detective (HBO Max) com Jodie Foster. E há mais. Recomendado: As melhores séries do momento

As 23 melhores séries de 2023

As 23 melhores séries de 2023

Matthew Macfadyen. Se tivéssemos de resumir o ano televisivo num único nome, seria esse o escolhido. Como ninguém nos encomendou esse exercício, fizemos outro: sentámo-nos a olhar para o vazio, a recordar horas e mais horas de televisão, no streaming e no cabo, para cumprirmos o ritual de escolher as melhores séries de 2023. Aliás, as melhores séries que vimos em 2023. É um detalhe importante. Netflix, Disney+, Prime Video, HBO Max, Apple TV+, SkyShowtime, Filmin e ainda os canais de televisão linear, com destaque para os FOX ou os TVCine, entram na lista com muitas histórias novas, embora tenham sido as mais antigas a deixarem-nos pelo beicinho. Vamos ver. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

‘Power Play’, ‘Berlim’ e mais séries para ver em Dezembro

‘Power Play’, ‘Berlim’ e mais séries para ver em Dezembro

Depois de seduzir Selena Gomez em Homicídios ao Domicílio, Cara Delevingne vai ensinar-nos uma coisa ou outra sobre sensualidade e prazer. É assim que vamos começar o mês, com uma série documental – e no cabo! O streaming vem depois e tem reservado para nós a derradeira temporada de Billions (HBO Max), uma nova de Reacher e um spin-off de La Casa de Papel: Berlim (Netflix). Mas as séries que queremos ver em Dezembro não terminam aqui. Entre as dez que aqui escolhemos, encontrará a extraordinária história de Gro Harlem Brundtland, para ver em Power Play (Filmin). Recomendado: As melhores séries do momento

De ‘Toda a Luz Que Não Podemos Ver’ a ‘Reservation Dogs’, nove séries para ver em Novembro

De ‘Toda a Luz Que Não Podemos Ver’ a ‘Reservation Dogs’, nove séries para ver em Novembro

Toda a Luz Que Não Podemos Ver, The Crown, Scott Pilgrim Dá o Salto, Squid Game: O Desafio. Quatro das nove séries que queremos ver em Novembro são da Netflix. É obra. Não admira que, apesar de apertar a malha à partilha de assinaturas e do bruá que se seguiu, a empresa tenha visto subir o número de utilizadores pagantes no terceiro trimestre do ano. Mas o cartaz de estreias tem necessariamente propostas de outras plataformas e não se ganha nada em menorizá-las. Pelo contrário: há grandes produções e verdadeiras pérolas por aí. Haja tempo e orçamento. Recomendado: As melhores séries do momento

‘Loki’, ‘Fúria’ e mais oito séries para ver em Outubro

‘Loki’, ‘Fúria’ e mais oito séries para ver em Outubro

Comédia de piratas, deuses a viajarem no tempo e terror de diferentes calibres (e para diferentes idades). Assim vai começar um mês de programação televisiva que se propõe saltar as fronteiras da produção anglo-saxónica: entre as dez séries que queremos ver em Outubro, há propostas vindas de Espanha, Itália e Noruega. Muito embora seja do coração do mainstream – isto é, do mundo do futebol – que nos vão chegar duas séries documentais em que podemos aprender uma coisa ou outra sobre boas e más intenções, sobre estrelas de Hollywood e sobre personagens de tablóides. Recomendado: As melhores séries do momento

‘Sex Education’, ‘The Super Models’ e outras séries para ver em Setembro

‘Sex Education’, ‘The Super Models’ e outras séries para ver em Setembro

O regresso às aulas é (mais ou menos) literal na televisão. Sex Education está de volta e promete uma temporada final a borbulhar com mal-entendidos, indiscrições e intimidades. Além desta, que é uma das produções mais populares da Netflix, a grelha de programação para este mês inclui, por exemplo, as estreias da série documental The Super Models e da série biográfica As mil vidas de Bernard Tapie, que devolvem ao pequena ecrã grandes figuras da década de 1990. Já The Architect vem directamente da primeira competição de séries do Festival de Berlim. E há mais. Estas são as oito séries que não queremos perder em Setembro. Recomendado: As melhores séries do momento

De ‘The Bear’ a ‘Star Wars: Ahsoka’, as séries para ver em Agosto

De ‘The Bear’ a ‘Star Wars: Ahsoka’, as séries para ver em Agosto

Agosto começa com uma sequência de segundas temporadas, para nos lembrar que também é diante do ecrã que devemos passar o Verão. Afinal, estamos há um ano à espera de regressar a The Bear, Winning Time: The Rise of The Lakers Dynasty e Heartstopper. Isto logo a abrir o mês. Depois virá uma muito antecipada terceira temporada: Homicídios ao Domicílio (olá, Meryl Streep). Nas novidades, os destaques vão desde o drama The Lost Flowers of Alice Hart à ficção científica de Star Wars: Ahsoka, passando pelo documentário Liv Ullmann: Uma estrada menos percorrida. Mas não se surpreenda se o grande êxito do Verão só chegar mais lá para a frente, em formato aventura, com One Piece. Estas são as séries para ver em Agosto. Recomendado: As melhores razões para ligar a televisão esta semana

Próxima paragem: aldeia gastronómica de Benfica

Próxima paragem: aldeia gastronómica de Benfica

Artigo originalmente publicado na edição de Junho da revista mensal Time Out Portugal O Calhariz Velho de Benfica está entalado entre a linha de comboio e duas vias rápidas, a CRIL e a Segunda Circular. A pé ou de carro, o acesso é inóspito e, lá chegados, as casas devolutas, os terrenos expectantes, o alcatrão tosco e o estacionamento desordenado dão a ideia de um lugar esquecido. Mas o Calhariz Velho continua a receber muito mais pessoas do que as que lá vivem. A razão é só uma: a comida. Há décadas que este é um destino conhecido pelos restaurantes dedicados à gastronomia nacional e não falta quem lá vá de propósito. A Junta de Freguesia de Benfica quer partir desse pressuposto para revitalizar por completo a zona, aproximando-a tanto do resto do bairro como do Monsanto. A recuperação deveria ter começado pela criação de uma ciclovia na Estrada do Calhariz, reduzindo o número de faixas de rodagem para o trânsito automóvel (actualmente tem quatro) e abrindo caminho para a mobilidade suave naquele troço. O projecto prevê ligar a ciclovia da Radial de Benfica (Avenida General Correia Barreto), que começa na rotunda de Pina Manique, junto ao estádio do Casa Pia, à ciclovia da Rua Conde Almoster, que se estende até Sete Rios, possibilitando o acesso de bicicleta ao centro da cidade num sentido ou noutro. Essa ligação será feita através da Estrada do Calhariz e da Rua Carolina Michaelis, com ramificações para a estação de comboios e para o campus do Instituto Politécnico de Lisb

‘Full Circle’, ‘Good Omens’ e mais séries para ver em Julho

‘Full Circle’, ‘Good Omens’ e mais séries para ver em Julho

É Verão e o sofá é quente. É dentro de casa. Sufocante. A época estival é mais dada a copos e esplanadas, jardins e piqueniques, praias e mergulhos. E no entanto o sofá, traído, lá nos espera no lar, doce lar, para o inevitável regresso. Na volta, o sofá, que neste texto tem vontade própria, terá um astuto plano de sedução, que passa por outra parelha de actividades imbatível: descanso e séries de televisão. Vamos claudicar. Em Julho, as diferentes plataformas de streaming têm novidades bastantes para encher o mês inteiro – mas como somos comedidos, para não tirar tempo ao ar livre, optámos por escolher apenas nove. Nove séries para ver em Julho. Parece-nos equilibrado. Recomendado: As melhores séries do momento

Listings and reviews (18)

Lumi

Lumi

Luís Antunes e José Miguel Pereira sonharam juntos este projecto e fizeram nascer a Lumi Geladaria no coração de Benfica. Os sabores são muitos e variam consoante o que a oferta de frutas que a dupla vai encontrando diariamente no mercado do bairro. Há gelados de leite e sorvetes, que são gelados de fruta com base de água. Estes últimos são vegan. “Não têm nenhum derivado de animal”, assegura Luís. O destaque vai, no entanto, para o “sabor de infância”, uma mistura de sumo de laranja, banana esmagada e bolacha Maria que está sempre na carta. Isto para humanos. Porque os cães também são servidos – com o “patudo”, um gelado adequado para cães, de avelã sem açúcar. Mas a Lumi não se resume a gelados – que são servidos em copo ou cone. Há bolos, brownies, waffles, crepes, batidos, sumos naturais e uma oferta cafetaria que vai do café bio ao chocolate quente. Também tem brunch, em versão normal e veggie, com quiches, panquecas, gelado com granola e fruta, sumo natural e um café com sobremesa gelada. + Na Lumi, os gelados são servidos em copo, cone ou brunch

O Filme do Bruno Aleixo

O Filme do Bruno Aleixo

3 out of 5 stars

A estreia no cinema do sexagenário urso-cão mais famoso das Beiras é um absurdo. Embora não o completo e espertalhão absurdo por que ansiávamos. Quem estava a salivar por hora e meia de sitcom focada em conversas do quotidiano, chocarrice saloia pontuada por silêncios desconfortáveis e pequenos embustes, terá de recalibrar as expectativas. O Filme do Bruno Aleixo começa com o protagonista coimbrão (com ascendência na Bairrada e no Brasil) a revelar ter sido contactado por “um homem que tem uma empresa que faz filmes” – Luís Urbano, da O Som e a Fúria, que já tinha produzido as séries “Aleixo Psi” e “Copa Aleixo” –, que o desafiou a rodar uma biografia sua para o grande ecrã. E Aleixo convoca a grupeta do costume – Homem do Bussaco, Renato Alexandre e Busto – para o ajudar a ter uma proposta para apresentar... no último dia do prazo. O que nos é apresentado é a conversa de café que resulta daí, com a representação, por actores de carne e osso – Adriano Luz, Rogério Samora, Manuel Mozos, Gonçalo Waddington, José Raposo, João Lagarto –, das ideias que vão surgindo. Tem graça, claro. E uma das premissas da interacção entre estas personagens, a de que os diálogos são circulares e que o ponto de partida interessa pouco, é respeitada. Mas se os criadores João Moreira e Pedro Santo constroem este filme em cima do conhecimento prévio deste universo, também sentiram necessidade de se afastarem dele para garantir acção, dando demasiado espaço ao live action. Já deveriam saber que um bom

Bostofrio

Bostofrio

2 out of 5 stars

Filho de pai incógnito é uma condição que a lei portuguesa prevê, desde 1977, apenas para casos excepcionais. Mesmo assim, é uma realidade que persiste: em 2010, existiam 150 mil nessas condições, e o número de registos anuais tem aumentado. O pai de Paulo Carneiro, que aqui se estreia na realização, é um deles. E o propósito deste documentário é uma busca por respostas, por histórias e até por uma simples fotografia que o ajudem a conhecer o avô, que só é incógnito no papel – na aldeia barrosã de Bostofrio, 30 habitantes, toda a gente sabe quem foi, como foi, o que aconteceu. Carneiro (Lisboa, 1990) passou por dificuldades para fazer este filme, não em quebrar a “lei do silêncio”, como quer fazer crer, mas em ganhar a confiança daquela gente simples, intimidada pela câmara e por inquirições delicadas. Esse processo ficaria bem fora do filme. Seria igualmente vantajoso que preparasse as entrevistas, para evitar ser errático, repetitivo e disfarçar o mau jeito. Descontando redundâncias narrativas e as bucólicas paisagens transmontanas, sobra pouco. É aí, e não no plano técnico, que se sente a falta de meios: seria necessária outra dedicação para alcançar o resultado pretendido. O documentário é exibido em conjunto com a curta Cinzas e Brasas, de Manuel Mozos. Por Hugo Torres

Skin - História Proibida

Skin - História Proibida

3 out of 5 stars

Bryon Widner é um supremacista branco numa encruzilhada: depois de participar no espancamento de um jovem negro durante uma manifestação, o brutamontes, venerado entre pares, começa a duvidar do caminho da violência. Skin passa-se no Ohio, em 2009, e é baseado em factos reais. Bryon não é só uma personagem – é alguém que decidiu sair do movimento neonazi, penou para o conseguir (com a ajuda de um activista negro), agiu como denunciante para o FBI, e passou dois anos em dolorosas cirurgias para remover as tatuagens iconográficas do rosto. O filme tem pontos de contacto com a curta-metragem homónima com que o realizador Guy Nattiv, de origem israelita, ganhou um Óscar. Mas a longa demora-se no recrutamento, nas batalhas fratricidas e no romance que o mantém à tona. Nattiv optou por se aproximar do monstro para tentar compreendê-lo. Não é o mesmo retrato cru e impiedoso deste tipo de marginalidade. O que retira pujança à narrativa, mas oferece a excelente Vera Farmiga ao elenco. Por Hugo Torres

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

1 out of 5 stars

Lisboa tem poucas avenidas tão ricas, com gente de tantas proveniências, extractos sociais e projectos de
vida. É uma fonte virtualmente inesgotável de histórias e leituras da sua angulosa realidade, de leituras longitudinais ou trabalhos menos densos. É por isso frustrante ver Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos esconder a sua inépcia atrás de um título pomposo e da paciente bondade com que a cinefilia classifica este tipo de projecto: “filme- ensaio”. Um ensaio pressupõe explorar uma ideia, um bem escasso por estas paragens. Recuando a Cândido dos Reis e à República, passando pelo 1.o de Maio de 1974, Renata Sancho propõe-se olhar para as mudanças em curso nesta avenida (a rodagem decorreu entre 2016 e 2018, quando os preços do imobiliário dispararam). Mas o resultado é uma sequência de planos desconexos, sem interesse nem narrativa, que parece feita só para iniciados. E sabe deus que interesse encontrarão esses por aqui. Por Hugo Torres

Santiago, Italia

Santiago, Italia

3 out of 5 stars

As “geringonças” sinistras não são uma originalidade portuguesa. Em 1970, Salvador Allende congregou quase toda a esquerda chilena na candidatura presidencial que o levou ao poder, com o apoio essencial dos democratas-cristãos. Socialistas, sociais-democratas, comunistas e outros marxistas tomaram La Moneda pela via democrática, um feito extraordinário em tempo de golpes e revoluções, e em plena Guerra Fria, que gerou entusiasmo no país e
 um alarmismo despeitado em Washington. Entendendo que era preciso impedir que a experiência fizesse escola, o nefasto Richard Nixon pôs a CIA em campo para precipitar a queda do governo, o que acabou por acontecer de forma trágica a 11 de Setembro de 1973. Neste regresso ao documentário, Nanni Moretti começa por mostrar o ambiente de festa que se seguiu à eleição, passa às divergências no seio da coligação e, quando damos por nós, já os militares saíram à rua para “restaurar” a democracia, bombardeando a capital, Santiago, e instaurar uma ditadura que durou até 1990. Allende suicida-se. Pinochet, o general que comanda as tropas, ordena a perseguição imediata
 de esquerdistas mais activos, que encontram na diplomacia italiana um refúgio e a possibilidade de uma nova vida, na Europa, ao contrário do que acontece com os migrantes do Mediterrâneo hoje. E é aqui que o realizador italiano quer chegar: a intenção nunca foi abordar aqueles anos de sonho materializado, que até inspiraram o “compromisso histórico” da política italiana nos anos 1970.

Onde Está Você, João Gilberto?

Onde Está Você, João Gilberto?

“Porquê tentar encontrar um homem que não quer ser encontrado?” O realizador franco-suíço Georges Gachot faz a pergunta e dá a resposta com o documentário João Gilberto, Onde Está Você?, que se estreia neste sábado no Cinema Monumental. É um enamoramento, uma obsessão feita policial, que nos leva no encalço do pai da bossa nova. João Gilberto, recentemente desaparecido, aos 88 anos, passou a derradeira fase da sua vida em reclusão doméstica, longe dos palcos e de quaisquer olhares indiscretos. Rever o cantor e compositor era, por isso, um desejo acalentado por fãs, amigos e jornalistas. Nenhum dos quais foi bem-sucedido nesse desígnio. Gachot – que tem uma filmografia recheada de música brasileira, tendo se debruçado sobre Maria Bethânia (Música é Perfume, 2005), Nana Caymmi (Rio Sonata, 2010) e Martinho da Vila (O Samba, 2014) – foi para o Rio de Janeiro seguir os passos do jornalista alemão Marc Fischer, que ali passou cinco semanas a tentar cruzar-se com João Gilberto, para que este lhe cantasse ao violão, e à sua frente, “Ho-ba-la-lá”. O tema tinha-lhe sido dado a ouvir por um japonês, anos antes, servindo de porta de entrada à bossa nova e a uma paixão ímpar pelo seu autor. Fischer falhou o objectivo, mas descreveu o processo em Ho-ba-la-lá – À Procura de João Gilberto, suicidando-se pouco antes do lançamento do livro, em 2011. Miúcha, João Donato, Marcos Valle e Roberto Menescal são entrevistados no filme, tal como o barbeiro que atendia o compositor baiano em casa e o

Aperta Aperta Com Elas

Aperta Aperta Com Elas

2 out of 5 stars

Uma pequena e alva aldeia no cantão suíço dos Grisões vive uma ilusão: a normalidade dos casais, dos filhos, dos bolinhos, dos ajuntamentos de vizinhos e das missas dominicais esconde uma paz podre que vai deixar esta comunidade à beira do precipício. O catalisador é a chegada de um forasteiro no lugar onde ele é menos esperado: o púlpito da igreja. A diocese destaca para ali um pároco indiano com uma mensagem mais cristã do que a hierarquia católica gostaria, centrada no amor. Não só o amor etéreo: o padre Sharma aconselha o seu rebanho sobre o amor executado entre lençóis. Se no início é recebido com desconfiança racista, quando os homens descobrem as mulheres de Kama Sutra na mão, tentam afastá-lo para camuflar infidelidades, inseguranças e impotências. O filme de Christoph Schaub não cria o clima de tensão que uma história destas teria numa aldeia remota, nem funciona como a comédia que se anuncia (o mais hilariante da fita é o título em português). Salva-se a possibilidade de ouvirmos diálogos em romanche, uma língua em risco de extinção. Por Hugo Torres

Linhas Tortas

Linhas Tortas

2 out of 5 stars

Luísa é uma jovem e bela actriz. Acaba de regressar a Lisboa, tendo importado de Londres uma relação infeliz. António é um arguto e reconhecido escritor, que assina uma celebrada coluna de jornal: “Linhas Tortas”. É casado, tem um filho da idade de Luísa, e conhecemo-lo quando se estreia a fazer figura “de parvo” como comentador na televisão. São ambos utilizadores de redes sociais – ela descontraidamente, nos intervalos do dia; ele à noite, no escritório de casa, com um copo de uísque a acompanhar. É nesse ambiente virtual, em que António se esconde atrás do nome e da imagem do místico russo Grigori Rasputin, que se cruzam e inevitavelmente se enamoram. Após hesitações várias, decidem encontrar-se. O que não chega a acontecer: António sofre um acidente de viação, perde parcialmente a memória e fica hospitalizado por muito tempo. Rita Nunes, que se estreou em 1996 com a temperamental e homicida curta-metragem Menos Nove, e tem vindo a trabalhar em publicidade e televisão, trouxe para a sua primeira longa-metragem parte do elenco da série Madre Paula, que co-realizou para a RTP em 2017: Joana Ribeiro (Luísa), Maria Leite (amiga de Luísa), Miguel Nunes (filho de António) e Joana Pais de Brito; aos quais se juntaram Américo Silva (António) e Ana Padrão (mulher de António). Os actores estão tão bem quanto lhes permite o argumento, que Carmo Afonso, uma das contribuintes líquidas do Twitter português, escreveu. Sem espaço nem tempo para se desenvolverem, as personagens avançam por

Quero-te Tanto!

Quero-te Tanto!

1 out of 5 stars

Vicente Alves do Ó faria bem em levar a comédia a sério. Quero-te Tanto não é um filme,
 é um passeio da fama para actores de telenovela,
 a desfilar no nível rasteiro a que anseiam ver os
 seus nomes encastrados numa rua qualquer. Personificam bonecos de cartão que não chegam
 a ser personagens, a ter espessura, vieses, sofisticação. O realizador dirá que estamos diante de uma rom-com ostensivamente cartunesca, mas nada justifica o texto preguiçoso, as caricaturas toscas, os estereótipos simplórios, as graçolas em esboço. Os protagonistas, Mia (Benedita Pereira) e Pepê (Pedro Teixeira), estão numa encruzilhada familiar, entre a alegria do filho que vem e a angústia do dinheiro que falta. O casal decide roubar “rapidinhas da sorte”, do interior da estátua do Marquês de Pombal, e acaba detido, julgado e encarcerado. Até que ele foge da prisão para se reencontrar com a amada em Serpa, recorrendo a ajudas voluntárias 
e involuntárias (incluindo de uma jornalista cujas boas intenções são abocanhadas pela voracidade inescrupulosa da estação para que trabalha, a 
TVI, que co-produz o filme e nos entra pelos olhos dentro). No seu encalço leva os agentes Coelho e Raposo, interpretados por Pedro Lacerda e Joana Manuel ao estilo Jacques Clouseau, cujas aparições são raríssimos momentos de oxigénio na fita. Dalila Carmo e Rui Mendes também merecem apreço, em contraste com as desaustinadas Alexandra Lencastre e Fernanda Serrano. A banda sonora – Doce, Paião, Cid, Sheiks – atinge o zénite

Besta

Besta

2 out of 5 stars

Jersey é um paraíso fiscal no Canal da Mancha. Esqueçam as congéneres caribenhas:
 esta ilha é austera, a alegria reside na família e no circuito fechado de amigos. Moll (Jessie Buckley) é uma jovem adulta sufocada por um pai demente e uma mãe rígida e controladora. Conhecemo-la pouco antes de ela fugir do seu aniversário, passar a noite a dançar com um estranho, e acabar a ser salva de uma possível violação por Pascal (Johnny Flynn), um “artesão” cadastrado, marginal e suspeito de ser um assassino em série. Moll apaixona-se e enfrenta toda a gente para o defender, criando uma tensão explosiva na pequena comunidade. Michael Pearce (Bafta para melhor estreia) não consegue dar à história o suspense que se exigiria e a força do filme perde-se na realização, no guião pouco subtil e na ineficaz direcção de actores. Por Hugo Torres

Zubir

Zubir

O segredo desta churrasqueira está no molho com que se lambuzam os pitos acabados de sair da grelha. Um piripíri de inspiração indiana que faz a síntese desta casa no Bairro das Colónias: frango moçambicano, picante indiano, atendimento brasileiro. Para acompanhar  com batata frita e arroz basmati bem seco (meio frango com ambos, 5,50€). O espaço é  muito pequeno, halal (não serve álcool) e ponto de encontro da comunidade muçulmana local. Quando lá fomos, duas senhoras de hijab discutiam os méritos de Shakira.

News (345)

Cerâmica, mobiliário e vídeo: a Lisbon by Design está de volta

Cerâmica, mobiliário e vídeo: a Lisbon by Design está de volta

O design vai estar em destaque na cidade dentro de um mês. Em simultâneo com a Lisbon Design Week, a Lisbon by Design regressa de 23 a 26 de Maio ao Palacete Gomes Freire para a quarta edição da feira, que irá reunir artistas, artesãos, estúdios e galerias. Vão estar presentes “mais de 25 artistas”, de acordo com o comunicado da organização. A selecção esteve a cargo de Julie de Halleux, curadora e fundadora do evento, que pretende ser um ponto de encontro entre talentos emergentes e designers consagrados. Como tal, foi introduzido, este ano, o Prémio de Arte, que tem precisamente o propósito de apoiar artistas e fomentar sinergias criativas na comunidade. Cerâmica, mobiliário, têxteis, metal, vídeo e iluminação: há peças para todos os gostos. Tal como destaca Julie de Halleux na mesma nota, o acervo reunido na feira apresenta um “conjunto diversificado de técnicas e perspectivas”, numa “profunda ligação à tradição e à natureza”. As colaborações a quatro ou mais mãos que se destacam unem Carlos Manuel Gonçalves e Maria Pratas; Martinho Pita, Vasco Barracão e Hum Gallery; Mariana Rola e Vago Ceramics; Odile Collective, Miguel Saboya e Estado Bruto; Azure x Pareidolia Design, que funde os têxteis e a cerâmica; e, por fim, Apewood e Sebastião Lobo, numa comunhão entre o mobiliário de madeira e o trabalho em ferro. Além de nomes de criadores individuais já confirmados – como Amande Haeghen, Burel Factory, Geraldine de Lemos, João Bruno Videira, Studio EEME, Origin Made, Studio F

O final da temporada de ‘Bluey’ tem uma surpresa (e uma inquietação)

O final da temporada de ‘Bluey’ tem uma surpresa (e uma inquietação)

Este texto não contém spoilers. Este texto contém uma novidade e uma dúvida. Primeiro a novidade: o Disney+ estreou esta terça-feira, 23 de Abril, um novo e último episódio para a terceira temporada de Bluey, a série de animação para crianças que os adultos adoram ver. Chama-se “Surpresa” e tem Bandit, o pai, a tentar alinhar em duas brincadeiras completamente diferentes com Bluey e a sua irmã mais nova, Bingo (e a mãe, Chilli, a tentar explicar às pequenas como é ter filhos sem as traumatizar para a vida). É o episódio número 50 desta temporada e volta aos oito, nove minutos de duração habituais, depois de o anterior, “O Sinal”, ter contado uma história de 30 minutos (e ter criado um laço intergeracional, pondo em simultâneo toda a gente, novos e velhos, ou a chorar ou com um nó na garganta). A primeira temporada teve 52 episódios. A segunda, 51. E agora este parece ser o final da terceira. É aqui que está a dúvida, embora esta seja mais grave do que estamos a fazer crer: e se este for o final de toda a série? Os fãs estão a roer as unhas. Há artigos na imprensa. A história de “Surpresa” – que não vamos contar, este texto não contém spoilers – abre essa porta. Mas a verdade é que é incerto o que vai acontecer à série criada e escrita pelo australiano Joe Brumm. Será que volta? Ou será que este episódio é só um fim para a comovente sequência que começou a 7 de Abril com “O Cesto Especial”, continuou com “O Sinal” e desemboca agora em “Surpresa”? Vamos ter de esperar para sabe

Na noite de 24 de Abril, o Terreiro do Paço vai ter fogo-de-artifício e videomapping

Na noite de 24 de Abril, o Terreiro do Paço vai ter fogo-de-artifício e videomapping

Os 50 anos do 25 de Abril vão ser celebrados no Terreiro do Paço, um dos principais palcos da revolução em 1974, com mais uma Festa de Abril. A programação tem início às 22.00 da véspera e vai contar com vários espectáculos, tais como projecção audiovisual (videomapping), concertos e fogo-de-artifício. A entrada é livre. A noite de comemorações ao ar livre inicia-se com uma experiência imersiva: um espectáculo de videomapping com música de Rodrigo Leão. É uma parceria com a Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de Abril e vai ter as históricas fotografias de Alfredo Cunha projectadas na fachada principal da praça (a do Arco da Rua Augusta). Depois, entram em cena mais de 180 músicos: a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, o Coro de Santo Amaro de Oeiras e o Coro da Escola Artística do Instituto Gregoriano de Lisboa vão interpretar temas de José Afonso, José Mário Branco, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Lopes-Graça e Carlos Paredes. Os solistas Marina Pacheco (soprano) e Mário João Alves (tenor) e os músicos Gaspar Varela (guitarra portuguesa), Pedro Mourato (guitarras), Francisco Santos (baixo eléctrico) e Sertório Calado (bateria) também se vão juntar a este momento musical. Com a concepção e direcção artística de Luís Varatojo, seis jovens actores vão narrar histórias “acerca do Portugal de hoje e do caminho percorrido”, com “projecção de imagens que ilustram histórias e canções”, tal como é comunicado pela EGEAC. Numa simbiose de perspectivas pessoais e informações

Passear à noite num convento? Em Sintra, é possível (e ainda é servido chá)

Passear à noite num convento? Em Sintra, é possível (e ainda é servido chá)

O Convento dos Capuchos, em Sintra, volta a receber visitas nocturnas a partir de 4 de Maio, com vários horários disponíveis entre as 19.30 e as 22.00, repetindo-se a iniciativa todos os sábados até ao fim do mês (dias 11, 18, 25). “À noite no Convento dos Capuchos” assinala o aniversário do monumento fundado a 3 de Maio de 1560, Dia da Invenção de Santa Cruz. As visitas são guiadas e duram uma hora e 15 minutos. Nesse período, os participantes vão conhecer o convento franciscano “no ambiente intimista que a atmosfera crepuscular e nocturna potencia”, lê-se num comunicado da Parques de Sintra. O percurso inicia-se e termina junto ao portão de entrada, na escadaria do Terreiro das Cruzes, e percorre o interior do convento e o claustro. No final, sob a abóbada celestial nocturna, o momento de convívio é acompanhado com um chá. “Desprovido de luxo e conforto” e seguindo “a filosofia e os ideais da Ordem de S. Francisco de Assis”, como se explica no site da Parques de Sintra, o Convento serviu como local de redenção espiritual dos frades que viviam afastados da sociedade. Nestas visitas, também se recupera esse passado, em particular locais providos de cunho religioso e outrora essenciais para a vida da comunidade: o alpendre, o Terreiro da Fonte, a Capela da Paixão de Cristo, a portaria, a igreja, o corredor das celas (reservado à meditação e reflexão), o coro alto, o refeitório, a cozinha, a casa das águas, a biblioteca, as enfermarias, a sala do capítulo (local utilizado para

A liberdade sai à rua em Sintra até ao final do ano

A liberdade sai à rua em Sintra até ao final do ano

A Câmara Municipal de Sintra vai celebrar os 50 anos da revolução de Abril com um programa cultural gratuito que inclui música, exposições, debates, conferências, teatro, concertos e actividades para os mais novos. A primeira actividade já decorreu no domingo passado (7 de Abril), a maioria das exposições e concertos estão programados até Junho, mas só em Dezembro é que se vão fechar portas às comemorações. Um dos principais objectivos desta longa programação é familiarizar a camada mais jovem da população com a Revolução dos Cravos. Para tal, vão ser apresentadas as peças de teatro 25 de Abril, sempre! e Fazes parte! faz a tua parte, ambas no centro cultural Chão de Oliva. Escrita e interpretada por jovens entre os 14 e os 17 anos (participantes de uma oficina de criação teatral), a peça Um jantar revolucionário, evocando no Centro Cultural Olga Cadaval Salgueiro Maia e personagens históricas mundiais. Sintra vai, ainda, receber cinco exposições no âmbito desta programação: “A Municipalidade Sintrense e a Liberdade 1974-1976”, na Casa da Cultura Lívio de Morais; “O Primeiro 1.º de Maio com Gosto a Liberdade”, de Carlos Granja, na zona pedonal da Rua Heliodoro Salgado; “Os Livros que Não Puderam Ser Livres”, na Biblioteca Municipal de Sintra – Casa Mantero; e “O Cartaz Gráfico e o 25 de Abril”, no MU.SA – Museu das Artes de Sintra. Entre todas, destaca-se “Carlos Granja, um fotógrafo sintrense do 25 de Abril”, também apresentada no MU.SA a partir de 19 de Abril, que revela f

Gossip juntam-se ao cartaz do Meo Kalorama

Gossip juntam-se ao cartaz do Meo Kalorama

Os Gossip têm presença confirmada no MEO Kalorama. Formados em 1999, a banda constituída pela cantora Beth Ditto, o multi-instrumentalista Brace Paine e a baterista Hannah Billie encontraram o sucesso nos anos 2000, mas estavam há mais de uma década sem editar material novo. Mas este ano voltaram aos discos com Real Power – e à estrada. Este que é o sexto álbum do grupo e marca um novo capítulo criativo, com músicas que expressam a criatividade e o poder da família escolhida após traumas colectivos e pessoais. As gravações começaram ainda antes da pandemia, em 2019, teve ao leme o produtor Rick Rubin, que já tinha trabalhado com os Gossip no álbum Music For Men, de 2009. O conjunto norte-americano actua em Lisboa a 29 de Agosto, no primeiro de três dias do festival MEO Kalorama. É o mesmo dia de Massive Attack, Sam Smith, Peggy Gou ou Ana Lua Caiano. Nos demais dias passam pelo Parque da Bela Vista LCD Soundsystem, The Smile, The Kills, Burna Boy, Raye ou Ana Moura. Os bilhetes diários estão à venda por 65€ e o passe geral a 160€. Siga o novo canal da Time Out Lisboa no Whatsapp + Marchas Populares de Lisboa são candidatas a Património Cultural Imaterial

Estudantes vão ter um dia inteiro de entrada gratuita na Culturgest

Estudantes vão ter um dia inteiro de entrada gratuita na Culturgest

A Culturgest celebra o Dia Estudante a 17 de Abril. Durante todo o dia, a programação inclui conversas sobre a ditadura e ajuda humanitária, visitas guiadas aos bastidores e às exposições e uma peça de teatro. A entrada é grátis para quem frequentar o ensino profissional ou universitário e os bilhetes podem ser levantados no local a partir das 10.00. A primeira actividade decorre das 11.00 às 12.30, na sala 2. Numa edição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, a conversa Férias em Ditadura relembra as vivências numa colónia de férias para filhos de presos políticos nas Caldas da Rainha, durante o Estado Novo. O painel de oradores é constituído pela jornalista que resgatou a história, Joana Pereira Bastos, por Conceição Lopes, monitora da colónia de férias, e por Marco Martins, encenador de uma peça de teatro sobre o tema, que deve estrear-se em Dezembro. Durante 45 minutos, às 12.00, às 14.00 e às 15.00, são realizadas visitas guiadas às reservas da colecção CGD, para mostrar o processo de conservação da colecção de arte que conta com 1800 obras. Das 14.30 às 16.00, os estudantes vão poder visitar os bastidores e ficar a conhecer o quotidiano da Culturgest, logo, o processo de trabalho das áreas de programação técnica, produção e comunicação num centro cultural. Outro ponto do programa é a exposição de Enzo Cucchi. Das 14.30 às 15.30 e das 16.00 às 17.00, os jovens têm direito a uma visita guiada às obras do pintor italiano transvaguardista, que está em exposição desde 15

E se subisse Alfama em contra-relógio? O desafio está lançado

E se subisse Alfama em contra-relógio? O desafio está lançado

Do Largo do Chafariz, junto ao Museu do Fado, até ao Miradouro Santa Luzia, é sempre a subir. Não é fácil fazer o percurso nas calmas, muito menos a correr. Mas é exactamente isso que propõe o Challenge Up Portas do Sol: uma prova de velocidade e resistência, subindo em contra-relógio aqueles 510 metros pelas ruelas de Alfama, passando pelo Beco do Mexias, a Rua de S. Miguel, a Rua da Regueira e o Beco Garcês, até às Portas do Sol.  O desafio está marcado para a manhã de 4 de Maio, um sábado. A primeira prova (escalonamento) arranca às 9.30, para dividir os participantes com base nos tempos obtidos: 1.ª Liga Masculina (< 2’29”), 2.ª Liga Masculina (> 2’30”), 1.ª Liga Feminina (< 3’14”) e 2.ª Liga Feminina (> 3’15”). Todos os atletas participam na segunda partida (eliminatória). Nessa fase, apuram-se nove para os quartos-de-final. De seguida, na meia-final, passam os seis melhores de cada Liga. A última corrida ocorre às 11.45, decidindo-se o pódio. As partidas ao longo de toda a prova realizam-se em duplas ou triplas de atletas, de 15 em 15 segundos. Existem três critérios de classificação, aplicados por esta ordem: liga atribuída, número de fases em que participou e tempo da última fase. No final de cada corrida, será disponibilizada uma classificação geral, uma classificação masculina, uma classificação feminina e uma classificação por escalão. No final, os primeiros três classificados (masculinos e femininos) recebem um troféu. O vencedor absoluto tem ainda direito a um ja

Capela setecentista da Quinta da Fidalga vai ser recuperada

Capela setecentista da Quinta da Fidalga vai ser recuperada

A capela da Quinta da Fidalga, em Sintra, vai ser recuperada. A autarquia anunciou esta terça-feira uma intervenção de 500 mil euros neste edifício do século XVIII, erigido em Agualva-Cacém. O conjunto de acções de conservação e restauro vai abranger tanto o interior como o exterior da capela, incluindo isolamento acústico, instalação eléctrica e de comunicações. Mas é a recuperação de pinturas decorativas e marmoreados (escaiola) que se destaca na obra. A capela é de 1731. Com uma arquitectura característicamente setecentista e barroca, possui uma fachada com um remate em frontão triangular, com um painel de azulejos, uma zona inferior revestida a placas de cantaria e uma torre, com aberturas em arco de volta perfeita. De planta longitudinal, é composta por uma nave e capela-mor, com sacristia adossada, um púlpito com balaústres, em pau-santo, e um retábulo de talha dourada, de acordo com a descrição disponível no site da Direcção-Geral do Património Cultural. Classificado como Imóvel de Interesse Municipal pelo Instituto Português do Património Arquitectónico, a quinta – de nome Nossa Senhora do Monte do Carmo – remonta ao segundo quartel do século XVIII. Foi edificada a pedido de José Ramos da Silva (provedor da Casa da Moeda e pai do escritor Matias Aires, ambos sepultados na capela). Foi depois adquirida pelo conde de Mesquitela, Bartolomeu Costa Macedo, que casou com Maria do Ó de Figueiredo Osório Cabral, o que popularizou a propriedade como Quinta da Fidalga. Siga o

Em vez de carros, no sábado a Marginal vai ter escalada, jogos e karaté

Em vez de carros, no sábado a Marginal vai ter escalada, jogos e karaté

O Dia Mundial da Actividade Física assinala-se este sábado, 6 de Abril, e os municípios de Lisboa, Oeiras e Cascais uniram esforços para promover, com impacto, a prática do exercício físico e hábitos de vida saudáveis. Como? Cortando o trânsito na Marginal e ocupando os 15 quilómetros de estrada que ligam a Parede a Alcântara com actividades para toda a família. Entre as 9.00 e as 14.00, não há carros, só desportistas.  O pontapé de saída, no entanto, é dado no dia anterior, sexta-feira, com a Faculdade de Motricidade Humana, na Cruz Quebrada, a dedicar uma conferência ao tema da actividade física (os interessados podem inscrever-se aqui). Depois, adeus cadeiras. Lisboa abre espaço ao Dia Mundial da Actividade Física na Avenida da Índia. A primeira proposta fica junto ao Centro de Congressos, onde a diversão se faz sobre rodas, com circuitos de ciclismo. Seguindo para a Cordoaria Nacional, encontra-se um leque de desportos colectivos. E no Jardim Infantil do Largo Marquês de Angeja, junto ao Museu Nacional dos Coches, as crianças podem exercitar-se com kids athletics (e não só). Na Praça do Império, há fitness e actividades com vários tipos de bicicletas. Na Avenida da Torre de Belém, junto ao Palácio do Governador, a dança e os desportos de combate são os protagonistas. Por fim, nas imediações do viaduto de Algés, há animação, música e escalada. A programação do lado alfacinha está na íntegra aqui. Em Oeiras, a programação de sábado inclui canoagem, mergulho, aulas de fitne

Incêndio obriga a evacuar Solar dos Presuntos

Incêndio obriga a evacuar Solar dos Presuntos

O Solar dos Presuntos foi evacuado durante o serviço deste sábado à noite, devido a um incêndio numa arrecadação da cave. O fogo foi extinto em cerca de 15 minutos. Ainda assim, dez pessoas tiveram de ser assistidas e conduzidas ao hospital por inalação de fumo. Segundo a gerência do emblemático restaurante das Portas de Santo Antão, o proprietário, Pedro Cardoso, foi um deles. Os restantes são funcionários da casa. “Ao início da noite de hoje, deflagrou um pequeno incêndio no nosso piso técnico -1, na zona do lixo. Não existiu qualquer ferido e a situação foi rapidamente controlada pelos nossos funcionários e pelo Pedro. Foram assistidos por prevenção”, lê-se num breve comunicado do Solar dos Presuntos, publicado nas redes sociais duas horas após o incidente. À Lusa, fonte do Regimento de Sapadores de Bombeiros disse ter registado 10 feridos ligeiros por inalação de fumos – sete dos quais seguiram para o Hospital de Santa Maria, ao passo que três ficaram logo ali, no vizinho Hospital de São José. O pedido de socorro ocorreu às 20.10, tendo os Sapadores Bombeiros mobilizado cinco viaturas e 18 elementos para o local. Às 20.24 já estava extinto, afirmou a mesma fonte à agência noticiosa. “Por questões de precaução e segurança para com todos os nossos clientes e staff, o Solar dos Presuntos foi evacuado para que todas as diligências necessárias fossem efectuadas com máxima celeridade”, acrescenta o comunicado do restaurante. “Queremos desde já agradecer a máxima compreensão e

Eduardo das Conquilhas, the seafood man from Cascais, has passed away

Eduardo das Conquilhas, the seafood man from Cascais, has passed away

Eduardo das Conquilhas will be closed in the coming days for the worst of reasons: the man who founded the classic restaurant in Parede, and gave it its name, passed away this Sunday, at the age of 93. "Today, my and our father left us," wrote his son Ricardo Santos on social media. "He departed in our arms, with all the love and affection he always gave and received. He left in peace, surrounded by the love of our family." Eduardo Santos, who will go down in history as Eduardo das Conquilhas, opened his establishment in 1965. In the beginning, he sold coffees, soft drinks, codfish pastries, and savory pastries... "But that wasn't enough," he recalled himself in a video recorded in 2021. It was then that an employee suggested that they should feature a specialty on the menu: cockles. And so they did. "Every day, I went to Mercado da Ribeira to get two kilos of cockles." When it came time to name the place, the solution came from the same employee. Thus, Eduardo das Conquilhas was born, today an institution in the Cascais Line and even in Greater Lisbon. "My father is our pride. A beautiful and unparalleled life journey. We will be here to make him proud of what he taught us, the values ​​he passed on to us. We will remember many times the joy he conveyed in his laughter and the port wine with which we toasted in cherished moments," reads Ricardo Santos' post, who, in addition to the family surname, also inherited his father's nickname: Ricardo das Conquilhas. "My father was l