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Hugo Torres

Hugo Torres

Director-adjunto, Time Out Portugal

Fiel zelador de uma cópia da sexta edição, corrigida e aumentada, do Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora, em transumância desde 1991, deu-se às letras por livre e devota vontade – mas não por convicção. À falta de habilidade para futebolista e para rock star, optou por comprar bilhete para a fila da frente. Entre outras aventuras, trabalhou no jornal A Bola e, mais demoradamente, no Público, onde foi editor e certa vez publicou uma crónica sobre o super-herói pop Rui Reininho, o que o levou à escrita do livro GNR – Onde Nem a Beladona Cresce. É esse o seu nível de compromisso. Chegou à Time Out em 2018 e aqui empresta a sua pronúncia do Norte ao noticiário de Lisboa e a escrever sobre música, cinema, televisão e teatro. Na gastronomia, é um entusiasta dos clássicos: cabidelas, rojões e farinheiras.

Articles (102)

‘The Regime’, ‘Such Brave Girls’ e mais séries para ver em Março de 2024

‘The Regime’, ‘Such Brave Girls’ e mais séries para ver em Março de 2024

Com um mapa de estreias tão intenso na televisão – e em particular no streaming – estamos sempre atrás do prejuízo sem nunca chegar ao fim. Já vimos as melhores séries na Netflix? As melhores séries no Disney+? As melhores séries na HBO Max? As melhores séries na Prime Video? Para não irmos mais longe. E no entanto as novidades continuam a cair. E a watchlist aumenta mais um bocadinho. Este mês não é diferente. Pelo contrário: há mesmo 10 séries que queremos ver em Março de 2024. Acção, policial, sátira política, sitcom – há de tudo. Só é preciso começar. Recomendado: As melhores séries do momento

Bem-vindo ao zeitgeist: as séries de que toda a gente fala

Bem-vindo ao zeitgeist: as séries de que toda a gente fala

A evolução da espécie humana há muito entrou numa nova fase, tendo transformado o homo sapiens sapiens em seres devoradores de séries de televisão. O meio ambiente é propício: é Netflix para aqui, Disney+ para ali, Prime Video, HBO Max, Apple TV+, Filmin e tudo o que são canais em sinal aberto e por cabo. Todos os dias há novidades, todos os dias alguém nos recomenda uma série nova que temos mesmo de ver, e nós – bom, nós vamos tentando acompanhar. As plataformas são globais (ou nacionais), mas a experiência pode ser muito solitária. Há, no entanto, produções que nos devolvem o sentimento de partilha. São as séries de que toda a gente anda a falar ao mesmo tempo. São as séries do momento. Ei-las. Recomendado: Todos os filmes com nomeações aos Óscares que pode ver em casa

‘Angelyne’, ‘Avatar: O Último Airbender’ e mais séries a não perder em Fevereiro

‘Angelyne’, ‘Avatar: O Último Airbender’ e mais séries a não perder em Fevereiro

Angelyne (TVCine Edition), Tokyo Vice (HBO Max) e The New Look (Apple TV+) são os três destaques do mês para quem gosta de histórias baseadas em factos reais. Mas quem gosta de factos irreais também não vai mal servido: seja mais dado à ficção científica, com Halo (SkyShowtime), ou à fantasia, com Ted (SkyShowtime) ou Avatar: O Último Airbender (Netflix). As dez séries que queremos ver em Fevereiro incluem ainda dois remakes de peso: Mr. & Mrs. Smith (Prime Video) e Shōgun (Disney+). É muita televisão para um mês só. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

‘The Curse’, ‘Masters of the Air’ e outras séries para ver em Janeiro

‘The Curse’, ‘Masters of the Air’ e outras séries para ver em Janeiro

O ano não poderia começar melhor no pequeno ecrã. Na Netflix, Michelle Yeoh, uma das actrizes do momento, faz uma destemida matriarca de uma organização criminosa transnacional (e vai dar molho). Na SkyShowtime, estreia-se o mais recente fenómeno televisivo: The Curse, com Emma Stone. Mas as melhores séries para ver em Janeiro não se ficam pelo início do mês. Masters of the Air (Apple TV+), uma das mais aguardadas produções dos últimos anos, vai finalmente poder ser vista. Tal como as novas séries de Nicole Kidman (Expats, Prime Video) e de Sofía Vergara (Griselda, Netflix), sem esquecer o regresso de True Detective (HBO Max) com Jodie Foster. E há mais. Recomendado: As melhores séries do momento

Dez séries novas a não perder nos próximos meses

Dez séries novas a não perder nos próximos meses

O pequeno ecrã não pára. A cada semana, há mais uma mão-cheia de séries para ver. As grandes plataformas de streaming como a Netflix, a Disney+, a Amazon Prime Video, a HBO Max ou a Apple TV+ batalham tanto pela nossa atenção que não nos dão descanso. E ainda há tudo o resto, das mais pequenas e direccionadas (olá, Filmin) à boa e velha televisão. Só há uma solução: escolher. Mas escolher em cima da hora dá mau resultado e provoca demasiadas frustrações. O melhor é saber antecipadamente o que queremos ver. Foi para isso que se fez esta lista, com as séries novas a não perder nos próximos meses. Aqui não encontra segundas nem terceiras temporadas. Apenas novidades. Uma selecção de novidades. Recomendado: As estreias de cinema a não perder nos próximos meses

As 23 melhores séries de 2023

As 23 melhores séries de 2023

Matthew Macfadyen. Se tivéssemos de resumir o ano televisivo num único nome, seria esse o escolhido. Como ninguém nos encomendou esse exercício, fizemos outro: sentámo-nos a olhar para o vazio, a recordar horas e mais horas de televisão, no streaming e no cabo, para cumprirmos o ritual de escolher as melhores séries de 2023. Aliás, as melhores séries que vimos em 2023. É um detalhe importante. Netflix, Disney+, Prime Video, HBO Max, Apple TV+, SkyShowtime, Filmin e ainda os canais de televisão linear, com destaque para os FOX ou os TVCine, entram na lista com muitas histórias novas, embora tenham sido as mais antigas a deixarem-nos pelo beicinho. Vamos ver. Recomendado: As séries do momento que estão a colar-nos à televisão

‘Power Play’, ‘Berlim’ e mais séries para ver em Dezembro

‘Power Play’, ‘Berlim’ e mais séries para ver em Dezembro

Depois de seduzir Selena Gomez em Homicídios ao Domicílio, Cara Delevingne vai ensinar-nos uma coisa ou outra sobre sensualidade e prazer. É assim que vamos começar o mês, com uma série documental – e no cabo! O streaming vem depois e tem reservado para nós a derradeira temporada de Billions (HBO Max), uma nova de Reacher e um spin-off de La Casa de Papel: Berlim (Netflix). Mas as séries que queremos ver em Dezembro não terminam aqui. Entre as dez que aqui escolhemos, encontrará a extraordinária história de Gro Harlem Brundtland, para ver em Power Play (Filmin). Recomendado: As melhores séries do momento

De ‘Toda a Luz Que Não Podemos Ver’ a ‘Reservation Dogs’, nove séries para ver em Novembro

De ‘Toda a Luz Que Não Podemos Ver’ a ‘Reservation Dogs’, nove séries para ver em Novembro

Toda a Luz Que Não Podemos Ver, The Crown, Scott Pilgrim Dá o Salto, Squid Game: O Desafio. Quatro das nove séries que queremos ver em Novembro são da Netflix. É obra. Não admira que, apesar de apertar a malha à partilha de assinaturas e do bruá que se seguiu, a empresa tenha visto subir o número de utilizadores pagantes no terceiro trimestre do ano. Mas o cartaz de estreias tem necessariamente propostas de outras plataformas e não se ganha nada em menorizá-las. Pelo contrário: há grandes produções e verdadeiras pérolas por aí. Haja tempo e orçamento. Recomendado: As melhores séries do momento

‘Loki’, ‘Fúria’ e mais oito séries para ver em Outubro

‘Loki’, ‘Fúria’ e mais oito séries para ver em Outubro

Comédia de piratas, deuses a viajarem no tempo e terror de diferentes calibres (e para diferentes idades). Assim vai começar um mês de programação televisiva que se propõe saltar as fronteiras da produção anglo-saxónica: entre as dez séries que queremos ver em Outubro, há propostas vindas de Espanha, Itália e Noruega. Muito embora seja do coração do mainstream – isto é, do mundo do futebol – que nos vão chegar duas séries documentais em que podemos aprender uma coisa ou outra sobre boas e más intenções, sobre estrelas de Hollywood e sobre personagens de tablóides. Recomendado: As melhores séries do momento

‘Sex Education’, ‘The Super Models’ e outras séries para ver em Setembro

‘Sex Education’, ‘The Super Models’ e outras séries para ver em Setembro

O regresso às aulas é (mais ou menos) literal na televisão. Sex Education está de volta e promete uma temporada final a borbulhar com mal-entendidos, indiscrições e intimidades. Além desta, que é uma das produções mais populares da Netflix, a grelha de programação para este mês inclui, por exemplo, as estreias da série documental The Super Models e da série biográfica As mil vidas de Bernard Tapie, que devolvem ao pequena ecrã grandes figuras da década de 1990. Já The Architect vem directamente da primeira competição de séries do Festival de Berlim. E há mais. Estas são as oito séries que não queremos perder em Setembro. Recomendado: As melhores séries do momento

De ‘The Bear’ a ‘Star Wars: Ahsoka’, as séries para ver em Agosto

De ‘The Bear’ a ‘Star Wars: Ahsoka’, as séries para ver em Agosto

Agosto começa com uma sequência de segundas temporadas, para nos lembrar que também é diante do ecrã que devemos passar o Verão. Afinal, estamos há um ano à espera de regressar a The Bear, Winning Time: The Rise of The Lakers Dynasty e Heartstopper. Isto logo a abrir o mês. Depois virá uma muito antecipada terceira temporada: Homicídios ao Domicílio (olá, Meryl Streep). Nas novidades, os destaques vão desde o drama The Lost Flowers of Alice Hart à ficção científica de Star Wars: Ahsoka, passando pelo documentário Liv Ullmann: Uma estrada menos percorrida. Mas não se surpreenda se o grande êxito do Verão só chegar mais lá para a frente, em formato aventura, com One Piece. Estas são as séries para ver em Agosto. Recomendado: As melhores razões para ligar a televisão esta semana

Próxima paragem: aldeia gastronómica de Benfica

Próxima paragem: aldeia gastronómica de Benfica

Artigo originalmente publicado na edição de Junho da revista mensal Time Out Portugal O Calhariz Velho de Benfica está entalado entre a linha de comboio e duas vias rápidas, a CRIL e a Segunda Circular. A pé ou de carro, o acesso é inóspito e, lá chegados, as casas devolutas, os terrenos expectantes, o alcatrão tosco e o estacionamento desordenado dão a ideia de um lugar esquecido. Mas o Calhariz Velho continua a receber muito mais pessoas do que as que lá vivem. A razão é só uma: a comida. Há décadas que este é um destino conhecido pelos restaurantes dedicados à gastronomia nacional e não falta quem lá vá de propósito. A Junta de Freguesia de Benfica quer partir desse pressuposto para revitalizar por completo a zona, aproximando-a tanto do resto do bairro como do Monsanto. A recuperação deveria ter começado pela criação de uma ciclovia na Estrada do Calhariz, reduzindo o número de faixas de rodagem para o trânsito automóvel (actualmente tem quatro) e abrindo caminho para a mobilidade suave naquele troço. O projecto prevê ligar a ciclovia da Radial de Benfica (Avenida General Correia Barreto), que começa na rotunda de Pina Manique, junto ao estádio do Casa Pia, à ciclovia da Rua Conde Almoster, que se estende até Sete Rios, possibilitando o acesso de bicicleta ao centro da cidade num sentido ou noutro. Essa ligação será feita através da Estrada do Calhariz e da Rua Carolina Michaelis, com ramificações para a estação de comboios e para o campus do Instituto Politécnico de Lisb

Listings and reviews (17)

O Filme do Bruno Aleixo

O Filme do Bruno Aleixo

3 out of 5 stars

A estreia no cinema do sexagenário urso-cão mais famoso das Beiras é um absurdo. Embora não o completo e espertalhão absurdo por que ansiávamos. Quem estava a salivar por hora e meia de sitcom focada em conversas do quotidiano, chocarrice saloia pontuada por silêncios desconfortáveis e pequenos embustes, terá de recalibrar as expectativas. O Filme do Bruno Aleixo começa com o protagonista coimbrão (com ascendência na Bairrada e no Brasil) a revelar ter sido contactado por “um homem que tem uma empresa que faz filmes” – Luís Urbano, da O Som e a Fúria, que já tinha produzido as séries “Aleixo Psi” e “Copa Aleixo” –, que o desafiou a rodar uma biografia sua para o grande ecrã. E Aleixo convoca a grupeta do costume – Homem do Bussaco, Renato Alexandre e Busto – para o ajudar a ter uma proposta para apresentar... no último dia do prazo. O que nos é apresentado é a conversa de café que resulta daí, com a representação, por actores de carne e osso – Adriano Luz, Rogério Samora, Manuel Mozos, Gonçalo Waddington, José Raposo, João Lagarto –, das ideias que vão surgindo. Tem graça, claro. E uma das premissas da interacção entre estas personagens, a de que os diálogos são circulares e que o ponto de partida interessa pouco, é respeitada. Mas se os criadores João Moreira e Pedro Santo constroem este filme em cima do conhecimento prévio deste universo, também sentiram necessidade de se afastarem dele para garantir acção, dando demasiado espaço ao live action. Já deveriam saber que um bom

Bostofrio

Bostofrio

2 out of 5 stars

Filho de pai incógnito é uma condição que a lei portuguesa prevê, desde 1977, apenas para casos excepcionais. Mesmo assim, é uma realidade que persiste: em 2010, existiam 150 mil nessas condições, e o número de registos anuais tem aumentado. O pai de Paulo Carneiro, que aqui se estreia na realização, é um deles. E o propósito deste documentário é uma busca por respostas, por histórias e até por uma simples fotografia que o ajudem a conhecer o avô, que só é incógnito no papel – na aldeia barrosã de Bostofrio, 30 habitantes, toda a gente sabe quem foi, como foi, o que aconteceu. Carneiro (Lisboa, 1990) passou por dificuldades para fazer este filme, não em quebrar a “lei do silêncio”, como quer fazer crer, mas em ganhar a confiança daquela gente simples, intimidada pela câmara e por inquirições delicadas. Esse processo ficaria bem fora do filme. Seria igualmente vantajoso que preparasse as entrevistas, para evitar ser errático, repetitivo e disfarçar o mau jeito. Descontando redundâncias narrativas e as bucólicas paisagens transmontanas, sobra pouco. É aí, e não no plano técnico, que se sente a falta de meios: seria necessária outra dedicação para alcançar o resultado pretendido. O documentário é exibido em conjunto com a curta Cinzas e Brasas, de Manuel Mozos. Por Hugo Torres

Skin - História Proibida

Skin - História Proibida

3 out of 5 stars

Bryon Widner é um supremacista branco numa encruzilhada: depois de participar no espancamento de um jovem negro durante uma manifestação, o brutamontes, venerado entre pares, começa a duvidar do caminho da violência. Skin passa-se no Ohio, em 2009, e é baseado em factos reais. Bryon não é só uma personagem – é alguém que decidiu sair do movimento neonazi, penou para o conseguir (com a ajuda de um activista negro), agiu como denunciante para o FBI, e passou dois anos em dolorosas cirurgias para remover as tatuagens iconográficas do rosto. O filme tem pontos de contacto com a curta-metragem homónima com que o realizador Guy Nattiv, de origem israelita, ganhou um Óscar. Mas a longa demora-se no recrutamento, nas batalhas fratricidas e no romance que o mantém à tona. Nattiv optou por se aproximar do monstro para tentar compreendê-lo. Não é o mesmo retrato cru e impiedoso deste tipo de marginalidade. O que retira pujança à narrativa, mas oferece a excelente Vera Farmiga ao elenco. Por Hugo Torres

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

Avenida Almirante Reis em 3 andamentos

1 out of 5 stars

Lisboa tem poucas avenidas tão ricas, com gente de tantas proveniências, extractos sociais e projectos de
vida. É uma fonte virtualmente inesgotável de histórias e leituras da sua angulosa realidade, de leituras longitudinais ou trabalhos menos densos. É por isso frustrante ver Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos esconder a sua inépcia atrás de um título pomposo e da paciente bondade com que a cinefilia classifica este tipo de projecto: “filme- ensaio”. Um ensaio pressupõe explorar uma ideia, um bem escasso por estas paragens. Recuando a Cândido dos Reis e à República, passando pelo 1.o de Maio de 1974, Renata Sancho propõe-se olhar para as mudanças em curso nesta avenida (a rodagem decorreu entre 2016 e 2018, quando os preços do imobiliário dispararam). Mas o resultado é uma sequência de planos desconexos, sem interesse nem narrativa, que parece feita só para iniciados. E sabe deus que interesse encontrarão esses por aqui. Por Hugo Torres

Santiago, Italia

Santiago, Italia

3 out of 5 stars

As “geringonças” sinistras não são uma originalidade portuguesa. Em 1970, Salvador Allende congregou quase toda a esquerda chilena na candidatura presidencial que o levou ao poder, com o apoio essencial dos democratas-cristãos. Socialistas, sociais-democratas, comunistas e outros marxistas tomaram La Moneda pela via democrática, um feito extraordinário em tempo de golpes e revoluções, e em plena Guerra Fria, que gerou entusiasmo no país e
 um alarmismo despeitado em Washington. Entendendo que era preciso impedir que a experiência fizesse escola, o nefasto Richard Nixon pôs a CIA em campo para precipitar a queda do governo, o que acabou por acontecer de forma trágica a 11 de Setembro de 1973. Neste regresso ao documentário, Nanni Moretti começa por mostrar o ambiente de festa que se seguiu à eleição, passa às divergências no seio da coligação e, quando damos por nós, já os militares saíram à rua para “restaurar” a democracia, bombardeando a capital, Santiago, e instaurar uma ditadura que durou até 1990. Allende suicida-se. Pinochet, o general que comanda as tropas, ordena a perseguição imediata
 de esquerdistas mais activos, que encontram na diplomacia italiana um refúgio e a possibilidade de uma nova vida, na Europa, ao contrário do que acontece com os migrantes do Mediterrâneo hoje. E é aqui que o realizador italiano quer chegar: a intenção nunca foi abordar aqueles anos de sonho materializado, que até inspiraram o “compromisso histórico” da política italiana nos anos 1970.

Onde Está Você, João Gilberto?

Onde Está Você, João Gilberto?

“Porquê tentar encontrar um homem que não quer ser encontrado?” O realizador franco-suíço Georges Gachot faz a pergunta e dá a resposta com o documentário João Gilberto, Onde Está Você?, que se estreia neste sábado no Cinema Monumental. É um enamoramento, uma obsessão feita policial, que nos leva no encalço do pai da bossa nova. João Gilberto, recentemente desaparecido, aos 88 anos, passou a derradeira fase da sua vida em reclusão doméstica, longe dos palcos e de quaisquer olhares indiscretos. Rever o cantor e compositor era, por isso, um desejo acalentado por fãs, amigos e jornalistas. Nenhum dos quais foi bem-sucedido nesse desígnio. Gachot – que tem uma filmografia recheada de música brasileira, tendo se debruçado sobre Maria Bethânia (Música é Perfume, 2005), Nana Caymmi (Rio Sonata, 2010) e Martinho da Vila (O Samba, 2014) – foi para o Rio de Janeiro seguir os passos do jornalista alemão Marc Fischer, que ali passou cinco semanas a tentar cruzar-se com João Gilberto, para que este lhe cantasse ao violão, e à sua frente, “Ho-ba-la-lá”. O tema tinha-lhe sido dado a ouvir por um japonês, anos antes, servindo de porta de entrada à bossa nova e a uma paixão ímpar pelo seu autor. Fischer falhou o objectivo, mas descreveu o processo em Ho-ba-la-lá – À Procura de João Gilberto, suicidando-se pouco antes do lançamento do livro, em 2011. Miúcha, João Donato, Marcos Valle e Roberto Menescal são entrevistados no filme, tal como o barbeiro que atendia o compositor baiano em casa e o

Aperta Aperta Com Elas

Aperta Aperta Com Elas

2 out of 5 stars

Uma pequena e alva aldeia no cantão suíço dos Grisões vive uma ilusão: a normalidade dos casais, dos filhos, dos bolinhos, dos ajuntamentos de vizinhos e das missas dominicais esconde uma paz podre que vai deixar esta comunidade à beira do precipício. O catalisador é a chegada de um forasteiro no lugar onde ele é menos esperado: o púlpito da igreja. A diocese destaca para ali um pároco indiano com uma mensagem mais cristã do que a hierarquia católica gostaria, centrada no amor. Não só o amor etéreo: o padre Sharma aconselha o seu rebanho sobre o amor executado entre lençóis. Se no início é recebido com desconfiança racista, quando os homens descobrem as mulheres de Kama Sutra na mão, tentam afastá-lo para camuflar infidelidades, inseguranças e impotências. O filme de Christoph Schaub não cria o clima de tensão que uma história destas teria numa aldeia remota, nem funciona como a comédia que se anuncia (o mais hilariante da fita é o título em português). Salva-se a possibilidade de ouvirmos diálogos em romanche, uma língua em risco de extinção. Por Hugo Torres

Linhas Tortas

Linhas Tortas

2 out of 5 stars

Luísa é uma jovem e bela actriz. Acaba de regressar a Lisboa, tendo importado de Londres uma relação infeliz. António é um arguto e reconhecido escritor, que assina uma celebrada coluna de jornal: “Linhas Tortas”. É casado, tem um filho da idade de Luísa, e conhecemo-lo quando se estreia a fazer figura “de parvo” como comentador na televisão. São ambos utilizadores de redes sociais – ela descontraidamente, nos intervalos do dia; ele à noite, no escritório de casa, com um copo de uísque a acompanhar. É nesse ambiente virtual, em que António se esconde atrás do nome e da imagem do místico russo Grigori Rasputin, que se cruzam e inevitavelmente se enamoram. Após hesitações várias, decidem encontrar-se. O que não chega a acontecer: António sofre um acidente de viação, perde parcialmente a memória e fica hospitalizado por muito tempo. Rita Nunes, que se estreou em 1996 com a temperamental e homicida curta-metragem Menos Nove, e tem vindo a trabalhar em publicidade e televisão, trouxe para a sua primeira longa-metragem parte do elenco da série Madre Paula, que co-realizou para a RTP em 2017: Joana Ribeiro (Luísa), Maria Leite (amiga de Luísa), Miguel Nunes (filho de António) e Joana Pais de Brito; aos quais se juntaram Américo Silva (António) e Ana Padrão (mulher de António). Os actores estão tão bem quanto lhes permite o argumento, que Carmo Afonso, uma das contribuintes líquidas do Twitter português, escreveu. Sem espaço nem tempo para se desenvolverem, as personagens avançam por

Quero-te Tanto!

Quero-te Tanto!

1 out of 5 stars

Vicente Alves do Ó faria bem em levar a comédia a sério. Quero-te Tanto não é um filme,
 é um passeio da fama para actores de telenovela,
 a desfilar no nível rasteiro a que anseiam ver os
 seus nomes encastrados numa rua qualquer. Personificam bonecos de cartão que não chegam
 a ser personagens, a ter espessura, vieses, sofisticação. O realizador dirá que estamos diante de uma rom-com ostensivamente cartunesca, mas nada justifica o texto preguiçoso, as caricaturas toscas, os estereótipos simplórios, as graçolas em esboço. Os protagonistas, Mia (Benedita Pereira) e Pepê (Pedro Teixeira), estão numa encruzilhada familiar, entre a alegria do filho que vem e a angústia do dinheiro que falta. O casal decide roubar “rapidinhas da sorte”, do interior da estátua do Marquês de Pombal, e acaba detido, julgado e encarcerado. Até que ele foge da prisão para se reencontrar com a amada em Serpa, recorrendo a ajudas voluntárias 
e involuntárias (incluindo de uma jornalista cujas boas intenções são abocanhadas pela voracidade inescrupulosa da estação para que trabalha, a 
TVI, que co-produz o filme e nos entra pelos olhos dentro). No seu encalço leva os agentes Coelho e Raposo, interpretados por Pedro Lacerda e Joana Manuel ao estilo Jacques Clouseau, cujas aparições são raríssimos momentos de oxigénio na fita. Dalila Carmo e Rui Mendes também merecem apreço, em contraste com as desaustinadas Alexandra Lencastre e Fernanda Serrano. A banda sonora – Doce, Paião, Cid, Sheiks – atinge o zénite

Besta

Besta

2 out of 5 stars

Jersey é um paraíso fiscal no Canal da Mancha. Esqueçam as congéneres caribenhas:
 esta ilha é austera, a alegria reside na família e no circuito fechado de amigos. Moll (Jessie Buckley) é uma jovem adulta sufocada por um pai demente e uma mãe rígida e controladora. Conhecemo-la pouco antes de ela fugir do seu aniversário, passar a noite a dançar com um estranho, e acabar a ser salva de uma possível violação por Pascal (Johnny Flynn), um “artesão” cadastrado, marginal e suspeito de ser um assassino em série. Moll apaixona-se e enfrenta toda a gente para o defender, criando uma tensão explosiva na pequena comunidade. Michael Pearce (Bafta para melhor estreia) não consegue dar à história o suspense que se exigiria e a força do filme perde-se na realização, no guião pouco subtil e na ineficaz direcção de actores. Por Hugo Torres

Zubir

Zubir

O segredo desta churrasqueira está no molho com que se lambuzam os pitos acabados de sair da grelha. Um piripíri de inspiração indiana que faz a síntese desta casa no Bairro das Colónias: frango moçambicano, picante indiano, atendimento brasileiro. Para acompanhar  com batata frita e arroz basmati bem seco (meio frango com ambos, 5,50€). O espaço é  muito pequeno, halal (não serve álcool) e ponto de encontro da comunidade muçulmana local. Quando lá fomos, duas senhoras de hijab discutiam os méritos de Shakira.

Brick Cafe Lisboa

Brick Cafe Lisboa

Um oásis de boa comida a preços  imbatíveis. Nuno Pereira e Inês Araújo tinham aberto há pouco a Casa Amarela, ao Rato, quando se juntaram ao arquitecto Luís Carvalho e ficaram com o Brick. Mantiveram o brunch que fez a clientela na primeira vida da casa e começaram a trabalhar na cozinha com influências asiáticas, peixe fresco e produtos sazonais. Os sabores dispararam, os preços ficaram no sítio: 7,50€ a 8€ os pratos de carne e de peixe, 6,20€ a 6,70€ o prato económico e a salada (um deles é sempre  vegetariano). As sobremesas são  caseiras (a tarte de lima, 2,50€ a fatia, é a mais popular), há cerveja artesanal (3,20€) e vinho (3€/copo) da semana, sumos do dia (1,50€-1,70€) e ambiente de bairro. O que é um feito num sítio onde nem sempre é fácil conseguir mesa, sobretudo ao fim-de-semana.

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Morreu o poeta Nuno Júdice

Morreu o poeta Nuno Júdice

Nuno Júdice morreu este domingo, aos 74 anos. O poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo ocasional deixa uma obra literária com mais de sete dezenas de títulos, parte dos quais traduzidos em várias línguas. Começou a publicar em 1972, com A Noção de Poema, e o primeiro de muitos prémios veio logo em 1975. Uma Colheita de Silêncios, o seu derradeiro livro de poemas, é do ano passado. É um dos mais reconhecidos poetas nacionais do nosso tempo. Isso mesmo salienta Marcelo Rebelo de Sousa, na nota da Presidência que deu a notícia da sua morte: “Nuno Júdice foi um autor decisivo numa época de transição da poesia portuguesa, entre as tendências experimentais da década de 1960 e o tom mais quotidiano dos anos 80 e seguintes. E mesmo no contexto da geração de 70, a que pertencia, não se parecia com nenhum outro, com os seus versos por vezes longos, discursivos, meditativos, o tom tardo-romântico, as interrogações sobre a noção de poema, mais tarde o pendor evocativo, melancólico ou irónico.” Doutorado em literatura medieval, Nuno Júdice foi também professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, mas há quase uma década que não dava aulas. Dirigiu a revista Colóquio-Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian, e antes disso a revista literária Tabacaria, editada pela Casa Fernando Pessoa (CFP). A criação desta casa-museu foi, aliás, ideia em que esteve directamente envolvido, e que encontrou no então vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, J

Aproveitou o calor no fim-de-semana? Temperaturas vão baixar em Lisboa

Aproveitou o calor no fim-de-semana? Temperaturas vão baixar em Lisboa

O sábado foi bom, o domingo foi de praia. Ontem, Lisboa registou 23º Celsius de máxima e não faltou quem aproveitasse o calor para um mergulho no último fim-de-semana de Inverno. A estação do frio e das chuvas foi muito pouco rigorosa este ano, mas a entrada da Primavera, na quarta-feira, 20 de Março, também será incaracterística. As temperaturas vão cair no início desta semana e deve mesmo chover no dia de início da estação das flores. As temperaturas descem logo esta segunda-feira, dia 18, embora apenas dois graus, tanto no caso da máxima como da mínima – para 21º C e 12º C, respectivamente. Ainda assim, os termómetros ultrapassarão a barreira dos 20ºC, tal como voltará a acontecer na sexta-feira (14ºC-23ºC) e no sábado (12ºC-21ºC), segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Nos restantes dias, ficarão abaixo desse limiar. É na terça-feira que se vai sentir mais a descida: com nuvens altas a taparem por completo o céu, as temperaturas devem oscilar entre os 11ºC e os 19ºC. No dia seguinte, o primeiro da Primavera, a mínima e a máxima mantêm-se, mas o IPMA adverte para a probabilidade de ocorrência de precipitação, sobretudo de madrugada e à tarde. Na quinta-feira, é menos provável que chova (mas não seria surpresa) e a mínima cai para 10ºC. Sexta-feira e sábado, o sol regressa e vai ficar mais quente outra vez. Mas não é para durar: no domingo, Lisboa esfria novamente. Siga o novo canal da Time Out Lisboa no Whatsapp + Ainda falta muito para m

Time Out Media pára em dia de greve de jornalistas

Time Out Media pára em dia de greve de jornalistas

Quinta-feira, 14 de Março de 2024. A data é importante. Pela primeira vez em mais de 40 anos, há uma greve geral de jornalistas. Percebe-se porquê: o jornalismo e as empresas de media que o sustentam sentem um aperto existencial. Apesar dos constantes diagnósticos de profunda crise no sector e do reconhecimento transversal de que esta é uma actividade central à vida democrática, ao seu escrutínio e à sua pluralidade, ninguém no poder político parece verdadeiramente sobressaltado ou investido em tentar resolver o problema. Sobram as manifestações de preocupação com títulos específicos, em períodos ainda mais dramáticos, mas escasseia a determinação para testar soluções. O protesto ficou definido no 5.º Congresso de Jornalistas, em Janeiro, e a redacção da Time Out não poderia deixar de se associar a ele. Em consequência, a direcção editorial da revista decidiu parar completamente a produção noticiosa em Lisboa e no Porto, esta quinta-feira. Dado o carácter estrutural da crise que está na origem desta greve geral, e do estado de emergência permanente em que os media operam há longos anos, a administração da Time Out Portugal solidarizou-se com os jornalistas da empresa e decidiu que os restantes funcionários afectos a produtos informativos também vão parar – do design ao departamento financeiro e ao de publicidade. O jornalismo é uma actividade colectiva. E todos os trabalhadores dos media, jornalistas ou não, são afectados por esta agonia. Nas suas diversas vozes e materializa

No Dia Mundial do Teatro, o São João abre os bastidores com actividades gratuitas

No Dia Mundial do Teatro, o São João abre os bastidores com actividades gratuitas

O Teatro Nacional São João (TNSJ) vai comemorar o Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, com diversas actividades gratuitas ao longo do dia. Nessa quarta-feira, o público é convidado a visitar os seus monumentos nacionais, a acompanhar um ensaio da próxima produção da casa, Fado Alexandrino, e a assistir a um conjunto de leituras encenadas. O programa começa às 10.00 com visitas guiadas aos bastidores do Mosteiro de São Bento da Vitória e do TNSJ. Das 14.00 às 16.00, quem quiser poderá assistir a um ensaio técnico aberto de Fado Alexandrino, espectáculo montado a partir do romance homónimo de António Lobo Antunes. A peça estreia a 5 de abril e tem como dramaturgo e encenador Nuno Cardoso. O dia termina com o Crepúsculo, um conjunto de leituras encenadas e dirigidas por Nuno Cardoso incluídas no projecto Theatre for Democracy. As leituras começam às 21.00 e seguem quatro jovens dramaturgos enquanto lidam com perigos que ameaçam os princípios da democracia, como a homofobia, o racismo, a plutocracia e o nacionalismo. Afonso Santos, Catarina Lacerda, Joana Petiz, João Melo, Mafalda Lencastre juntam-se a Nuno Cardoso na interpretação dos textos Out Defining, de Francesca Lancelotti; A Maré Sobe, de Gurshad Shaheman; Rexit!, de Stuer Dhaenens & Vanden Broecke; e 93 Metros de Comprimento, de Denise Duncan. + Porto celebra Dia Nacional dos Centros Históricos com mais de 80 actividades gratuitas + Morreu o “senhor Batatinha”, o mais antigo vendedor de praia do Porto

Sérgio Godinho, Capicua e David Fonseca dão concertos grátis em Benfica

Sérgio Godinho, Capicua e David Fonseca dão concertos grátis em Benfica

Cinco dias para 50 anos do 25 de Abril. Entre 24 e 28 de Abril, Benfica vai ter um programa intensivo – e maioritariamente gratuito – que leva música, cinema e teatro ao bairro. O destaque vai para os concertos de David Fonseca (dia 25, quinta-feira), Capicua (dia 27, sábado) e Sérgio Godinho (dia 28, domingo), todos de entrada livre e todos em horário próprio para famílias: 17.00. Acontecem no Palácio Baldaya, espaço central do programa. “Queremos que 2024 seja um ano de festa e de evocação, mas também de aprendizagem, de reflexão e de acção. Para todos, com todos. Em Benfica, em Portugal e pelo mundo, celebramos 50×2, porque celebramos duas vezes – 50 anos do 25 de Abril e 50 anos de Democracia. Em Benfica, celebramos 50xTodos, porque todos são chamados a participar”, lê-se no comunicado da Junta de Freguesia, publicado esta terça-feira nas redes sociais. O programa começa na véspera do 25 de Abril, tal como a revolução em 1974. O espectáculo Vozes em Liberdade, que com um big band vai recordar temas que “dificilmente se poderiam cantar” sem liberdade, abre a sequência de concertos gratuitos no Palácio Baldaya. É na noite de 24 de Abril, às 21.00. Dois dias depois, a 26, sexta-feira, o grupo coral Planície Cantada actua às 21.00, seguido do Grupo Alma de Coimbra, às 21.45. No sábado, dia 27, às 21.00, sobe ao palco a Tuna Académica de Lisboa. Para o Cine-teatro Turim, a programação reserva um ciclo de cinema, que vai durar os cinco dias, e dois trabalhos da bYfurcação Teatr

Os resultados das eleições em Lisboa, freguesia a freguesia

Os resultados das eleições em Lisboa, freguesia a freguesia

O PS venceu as eleições no distrito de Lisboa. Com 36,43% dos votos, elegeu 15 deputados – mais um do que a AD, que teve a preferência de 30,48% dos votos expressos neste que é o maior círculo eleitoral do país. O distrito de Lisboa elege 48 dos 230 deputados à Assembleia da República e tem um papel fundamental na composição do Parlamento. No entanto, o resultado deste domingo revela algumas diferenças face às preferências globais de quem participou nas eleições legislativas de 2024. No país, AD venceu com 29,5%, o PS conseguiu 28,7% e o Chega fechou o pódio com 18,1%. A IL obteve 5,1% dos votos; o BE, 4,5%; a CDU, 3,3%; o Livre, também 3,3%; e o PAN, 1,9%. No distrito de Lisboa, contudo, foi o PS que ficou à frente, com 27,7% (elegendo então 15 deputados), ficando a AD com 27% (14) e o Chega com 17% (9). Em compensação, os partidos mais pequenos tiveram votações mais expressivas: Iniciativa Liberal, 6,6% (3 deputados); Livre, 5,5% (2); BE, 5% (2); CDU, 3,7% (2); e PAN, 2,49% (1). O PS venceu nos concelhos de Sintra, Amadora, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Sobral de Monte Agraço, Alenquer e Azambuja. A AD conquistou Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras, Mafra, Arruda dos Vinhos, Cascais, Oeiras e, por fim, Lisboa. Na capital, os resultados foram estes: AD, 33,3%; PS, 26,2%; Chega, 11,7%; Livre, 7,7%; IL, 7,5%; BE, 5,1%; CDU, 3,5%; e PAN, 2,1%. Nas eleições legislativas de 2022, os resultados foram bem distintos. Mas o que acontece se olharmos para as votações freguesia a

Os resultados das eleições no Porto, freguesia a freguesia

Os resultados das eleições no Porto, freguesia a freguesia

No distrito do Porto, a disputa pelo primeiro lugar nas eleições legislativas deste domingo foi até à última. Tal como nos resultados nacionais, a AD venceu, mas por apenas 1012 votos. Uma diferença que  equivale a menos de uma décima de distância entre as duas forças políticas: a coligação à direita conquistou 30,41% dos votos; os socialistas, 30,32%. Ainda assim, o suficiente para a primeira eleger 14 deputados e os segundos se ficarem pelos 13. O círculo eleitoral do Porto é o segundo maior do país, só atrás de Lisboa. Elege 40 dos 230 deputados à Assembleia da República. Sete desses deputados serão do Chega, que obteve 15,3% dos votos e ficou em terceiro no conjunto do distrito. Segue-se a IL, com 5,74% (dois deputados eleitos); o BE, com 4,7% (dois); o Livre, com 3,6% (um); e a CDU, com 2,38% (um). Com 2,1%, o PAN voltou a falhar a eleição de um representante pelo Porto. No país, os resultados foram ligeiramente distintos: a AD conquistou 29,5% das preferências de quem foi votar, enquanto o PS amealhou 28,7%; o Chega, 18,1%; a IL, 5,1%; o BE, 4,5%; a CDU, 3,3%; o Livre, também 3,3%; e o PAN, 1,9%. A AD venceu em dez dos 18 concelhos do distrito do Porto: desde logo o próprio Porto, mas também Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Trofa, Maia, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Marco de Canavezes e Felgueiras. O PS ganhou nos demais: Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Santo Tirso, Valongo, Gondomar, Lousada, Amarante e Baião. Voltando à cidade do Porto, se olharmos os resultados

Férias em Nova Iorque? Vai haver mais voos directos do Porto

Férias em Nova Iorque? Vai haver mais voos directos do Porto

Os voos directos entre o Porto e Newark, onde fica o segundo maior aeroporto da Área Metropolitana de Nova Iorque, estão de volta a 6 de Abril e vão manter-se até 26 de Outubro. No entanto, a companhia norte-americana United Airlines anunciou esta sexta-feira que, durante a época alta, este serviço sazonal vai ser reforçado com um segundo voo directo. Este vai acontecer cinco dias por semana, entre 24 de Maio e 18 de Agosto. Na prática, são quase dois voos directos diários a ligar o Norte de Portugal e a região de Nova Iorque. O voo habitual sai perto da hora do almoço; o novo sai mais cedo, às 9.00. O regresso é feito, em ambos os casos, de madrugada. Os voos são operados em aviões Boeing 757-200, com 176 lugares, de acordo com o comunicado da United Airlines, que sublinha ser “a única transportadora americana a voar para o Porto”. “Estamos entusiasmados por anunciar um aumento dos voos de Portugal para os EUA com um segundo voo diário entre o Porto e Nova Iorque/Newark durante o Verão de 2024”, diz José Ferreira, responsável da companhia em Portugal, citado na mesma nota. “O aumento deste serviço irá satisfazer a forte procura da temporada de Verão e oferecer aos nossos clientes em Portugal ainda mais opções de viagem e maior flexibilidade, com a possibilidade de ligação a outros destinos nas Américas através do nosso hub de Nova Iorque/Newark.” Voos directos a partir de Lisboa, Açores e... Faro A United opera ainda voos diários durante todo o ano entre Lisboa e Newark, ass

Consagrado na Meo Arena, Slow J vai a banhos no Meco

Consagrado na Meo Arena, Slow J vai a banhos no Meco

A Meo Arena ainda não estava completamente vazia, depois de dois concertos consecutivos de Slow J há muito esgotados, quando a Música no Coração anunciou o seu trunfo nacional para o Super Bock Super Rock: era ele mesmo, o homem da noite, o setubalense João Coelho, ou Slow J, que regressou aos discos com grande impacto no final do ano passado. Afro Fado é o álbum português mais ouvido de sempre no Spotify, no primeiro dia após o lançamento (24 de Novembro). É obra. Com temas como “Where U @”, “Sem Ti” e “Ultimamente” no alinhamento, o disco cumpre a promessa do título e faz um exercício de síntese entre o fado e as sonoridades africanas (Slow J tem ascendência luso-angolana). O público aderiu e esgotou duas vezes a maior sala de espectáculo do país, esta quinta e sexta-feira. Agora, terá nova oportunidade de o ver num grande palco, o principal da Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco. Slow J actua a 19 de Junho, o segundo de três dias do Super Bock Super Rock. Ou seja, no mesmo dia de 21 Savage, Black Coffee e Mahalia. O rapper esteve para actuar no festival em 2021, mas essa edição teve de ser cancelada devido à pandemia. Depois, não voltou ao cartaz nem em 2022 nem em 2023, provavelmente à espera de Afro Fado, que a promotora Música no Coração classifica como um “clássico instantâneo da música portuguesa”, num comunicado enviado à meia-noite. O Super Bock Super Rock tem ainda confirmados os nomes de Måneskin, Tom Morello e Royal Blood, todos para 18 de Julho. Para

Afinal, há greve nos comboios esta semana?

Afinal, há greve nos comboios esta semana?

Os comboios da CP e da Fertagus devem circular como habitualmente esta semana, ao contrário do que estava previsto. A greve convocada pela Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário (Aprofer), para 5 e 7 de Março, ou seja, terça e quinta-feira, não vai acontecer. A Infraestruturas de Portugal (IP) informou durante o fim-de-semana, num brevíssimo comunicado, que a greve tinha sido desconvocada. A paralisação tinha como causa um aparente impasse nas negociações para melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da IP. Em Janeiro, a Aprofer já se tinha mobilizado para três dias de greve, o que levou à supressão de centenas de comboios. Na sexta-feira, antes de se saber que a greve tinha sido desconvocada, a CP antecipava “perturbações significativas” na circulação de comboios esta semana. + Sabia que há uma nova forma de carregar o passe? + Ratos no Bairro Alto: moradores e comerciantes queixam-se de “aumento significativo”

Pronto para o combate? O wrestling está de volta a Almada

Pronto para o combate? O wrestling está de volta a Almada

Um ano após a estreia, o Almada Wrestlefest está de volta à Casa Amarela este sábado, dia 9. As hostilidades começam às 21.00 e a entrada é livre, sujeita à lotação do espaço. Entre os cinco combates da noite, destaca-se o duelo feminino entre Cláudia Bradstone e Laura Di Matteo, marcado pela ausência de regras e possibilidade de uso de objectos na luta. O grande confronto da noite é, porém, entre os lutadores portugueses Paulo “Knockout” Cruz e João Milão, que sobem ao ringue numa disputa pela Taça Conquista de Almada 2024. Inserido no programa municipal Março à Solta 2024, a iniciativa é do Portugal Wrestlefest, organização que procura levar eventos de wrestling a diferentes localidades do país. “Há uma nova geração de lutadores de wrestling profundamente apaixonada por esta arte e que quer mostrar o que vale, no maior palco possível”, explica João Ribeiro, um dos organizadores do evento, citado em comunicado. A primeira edição do Almada Wrestlefest também se realizou na Casa Amarela, em Março do ano passado. Quatro meses depois, a comunidade portuguesa de wrestling voltou ao Parque Mayer, onde há mais de 70 anos decorriam combates entre estrelas nacionais como Tarzan Taborda e Carlos Rocha. Em Novembro, o Wrestlefest voltou à Casa Amarela com o Wrestlefest: Straight Outta Almada. + Afinal, há greve nos comboios esta semana? + Matinés dançantes: a febre de sábado à tarde está de volta

Deixou de haver restaurantes de ramen com estrela Michelin (em todo o mundo)

Deixou de haver restaurantes de ramen com estrela Michelin (em todo o mundo)

Quando o prestigiado Guia Michelin revelou a sua edição de 2024 para Tóquio, em Dezembro, a equipa da Time Out local notou que a cidade havia sido agraciada com menos 23 estrelas do que no ano anterior. Ao examinar a lista mais atentamente, descobriu que os três restaurantes de ramen de Tóquio que tinham estrela Michelin perderam esse estatuto no guia de 2024. Isso significa que actualmente não existe um único restaurante de ramen com estrela Michelin em Tóquio – ou qualquer parte do mundo, na verdade. O Tsuta, na sua encarnação original em Sugamo, foi o primeiro restaurante de ramen do mundo a receber uma estrela Michelin em 2015 (perdeu-a alguns anos depois). Nos últimos anos, até 2023, apenas três outros especialistas em ramen haviam sido premiados com uma estrela Michelin: o Nakiryu, pelo adorado dandanmen; o Konjiki Hototogisu, pelo excelente caldo de porco e amêijoas, e o Ginza Hachigou, pelo sublime caldo de ramen semelhante a um consommé. No Guia Michelin de 2024, nenhum destes três restaurantes de ramen manteve a estrela. No entanto, são reconhecidos com uma classificação Bib Gourmand (“restaurantes de boa qualidade e bom preço”), juntamente com outros 16 restaurantes de ramen, três dos quais são novos no guia deste ano. Estes três são o Ramen Break Beats em Meguro, o There is Ramen em Suginami, e o Japanese Ramen Gokan em Higashi-Ikebukuro. O Ramen Break Beats serve um ramen sofisticado repleto de umami, graças à adição de cogumelos porcini no caldo de shoyu (molho