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Luís Filipe Rodrigues

Luís Filipe Rodrigues

Editor

Desde que se juntou à equipa da Time Out Lisboa, em 2009, Luís Filipe Rodrigues editou as páginas de Noite, Música e Filmes, e assinou artigos em todas as restantes. Estudou cinema, fez rádio, leva o dia a ouvir música e ainda passa um discos de vez em quando.

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Articles (353)

ML Buch e outros concertos a não perder em Lisboa esta semana

ML Buch e outros concertos a não perder em Lisboa esta semana

Todas as semanas, quase todos os dias, há música para ouvir nos bares e salas de espectáculos da cidade, da pop-rock mais orelhuda ao jazz mais livre, de pequenas bandas locais a grandes nomes internacionais, passando por tudo o que se encontra no meio. E porque alguns concertos valem mais a pena do que o resto, ou porque uns são potenciais surpresas enquanto outros são valores mais ou menos seguros, toda a informação ajuda. Siga as nossas dicas e sugestões. Não se vai arrepender. Recomendado: Os concertos a não perder em 2024 em Lisboa, de Taylor Swift a Karol G

Kenny Berg & Co$tanza: “Somos uns sem vergonha na cara”

Kenny Berg & Co$tanza: “Somos uns sem vergonha na cara”

Desde o final da década passada que Kenny Berg e Co$tanza vêm a deixar a sua marca no soundcloud e nas margens do hip-hop nacional. O primeiro, que garante chamar-se Ronaldo Rosas, é uma das figuras mais entusiasmantes a trabalhar no submundo do trap portuense. Miguel Costa, o segundo, esteve ligado à promotora lisboeta Maternidade e inspirou-se na linha verde do metro de Lisboa para, em 2019, gravar o álbum homónimo, que descreve como a “banda sonora de um videojogo que não existe”. Este ano, juntaram-se no EP cK, que apresentam ao vivo este sábado, 13 de Abril, no Ferro Bar. E já estão a pensar no segundo disco. O primeiro EP em conjunto é uma das boas surpresas deste ano. Cinco músicas sem gorduras nem tempo a perder condensadas num disco nocturno e afirmativo, confiançudo. Quinze intensos minutos de festa e roço ao longo dos quais o trap se transforma numa club music desconstruída e abrasiva, simultaneamente herdeira do eurodance e da hyperpop. Tem alguns pontos de contacto com “só + 1 vez”, uma das faixas da Co$tape de Co$tanza, com a voz de Kenny Berg, no entanto não é exactamente o que se esperaria de nenhum deles. Ainda bem. “Acho que ambos estávamos à procura de um tipo de estímulo que trouxesse algum desafio e ar fresco. Pelo menos eu estava mega-bloqueado”, começa a explicar o cantor e rapper do Porto, que desde o lançamento do primeiro álbum, Tinderland (2021), se tinha dedicado “mais a outras coisas como a pintura” – uma das suas obras integra a colecção municipa

Sleaford Mods e outros concertos a não perder no Porto esta semana

Sleaford Mods e outros concertos a não perder no Porto esta semana

Todas as semanas, quase todos os dias, há música para ouvir nos bares e salas de espectáculos da cidade, da pop-rock mais orelhuda ao jazz mais livre, de pequenas bandas locais a grandes nomes internacionais, passando por tudo o que se encontra no meio. E porque alguns concertos valem mais a pena do que o resto, ou porque uns são potenciais surpresas enquanto outros são valores mais ou menos seguros, toda a informação ajuda. Siga as nossas dicas e sugestões para a agenda de concertos no Porto. Não se vai arrepender. Recomendado: As melhores peças de teatro para ver esta semana

800 Gondomar: “Tivemos de fazer coisas novas para ter o que dizer”

800 Gondomar: “Tivemos de fazer coisas novas para ter o que dizer”

As histórias da maior parte das bandas acabam antes do tempo. Ainda mais em Portugal, onde é quase impossível viver da música. Ou ter ânimo e paciência para continuar a tocá-la. “Tem que haver um grande controlo emocional e logístico, do tempo e das prioridades”, diz Rui Fonseca. “Às vezes, torna-se muito complicado fazer essa ginástica toda, sendo músico, freelancer, e a tentar viver numa das cidades mais gentrificadas do país [o Porto]”. Na adolescência, Rui foi o baterista, letrista e vocalista dos 800 Gondomar, um desses grupos cuja história parecia ter terminado cedo demais. Despediram-se em Setembro de 2018, com um concerto no quintal dele em Rio Tinto – seguido por outro menos mitificado, em 2019, na ZDB. Hoje, no entanto, sabemos que a sua história não tinha terminado. São Gunão, o álbum editado em Março e agora apresentado ao vivo, está aí para prová-lo. E ainda bem. O hiato anunciado em 2018 tinha deixado um sabor amargo na boca. Os EPs de estreia e o único álbum desta primeira vida, Linhas de Baixo (2017), eram documentos garage-punk com vigor adolescente, riffs tesudos e refrães prontos para serem entoados em conjunto, mas escutava-se nas entrelinhas que o melhor ainda estava para vir. Ao vivo, confirmavam-se estas suspeitas. Em palcos institucionais ou improvisados, de norte a sul do país, os 800 Gondomar revelavam-se uma força de natureza; podiam ter assumido o nome do autocarro que ligava a freguesia suburbana de Rio Tinto à Baixa do Porto, mas eram uma locomot

Capitão Fausto, Autechre e mais concertos em Lisboa em Abril

Capitão Fausto, Autechre e mais concertos em Lisboa em Abril

Com a chegada da Primavera, os dias crescem enquanto o tempo passado em casa diminui. E ainda bem, porque há concertos lá fora à nossa espera. Para os mais aguardados, como as apresentações do novo álbum dos nossos Capitão Fausto ou a estreia dos incomparáveis Autechre, na Culturgest, já não há bilhetes. Mas há mais por onde escolher, dos regressos dos Yes e de Lloyd Cole a Portugal ao ciclo Sons de Liberdade do Teatro Tivoli BBVA, em que JP Simões, Gisela João e B Fachada revisitam velhas canções de protesto e os seus autores, para comemorar os 50 anos da revolução. Recomendado: Os concertos a não perder em Lisboa esta semana

Programa das festas para Abril em Lisboa

Programa das festas para Abril em Lisboa

O que não falta em Lisboa são sítios para dançar até o sol nascer. Antes disso pode sempre aquecer os ânimos num bonito bar lisboeta, explorar tudo o que é novidade ou quem sabe fazer um aquecimento caseiro com os vinis recentemente adquiridos. O programa das festas para este mês de Abril, como em todos os outros, encontra-se bem recheado. Há de tudo um pouco tudo: festas que apelam aos amantes das electrónicas, das músicas latinas e africanas. Ninguém fica de fora. Seja qual for o excesso da sua preferência, o importante é sair e viver a noite na cidade. E lembre-se de beber água porque não queremos manhãs (nem tardes; e muito menos noites) difíceis.  Recomendado: As melhores coisas para fazer em Lisboa este mês

Capitão Fausto: “Só se sofre com aquilo que não se tem”

Capitão Fausto: “Só se sofre com aquilo que não se tem”

Os Capitão Fausto tinham 19, 20 e poucos anos quando se estrearam em disco com Gazela, em 2011. E tocavam juntos há ainda mais tempo, nalguns casos desde os 12. “Éramos adolescentes e pré-adolescentes”, recorda Tomás Wallenstein, no terraço do quartel-general da banda e da editora Cuca Monga, em Alvalade. “Imaginámos que íamos ser sempre os cinco”, conta Domingos Coimbra. Só que não. Quando a vida começava a voltar ao normal, ainda em 2022, o teclista Francisco Ferreira anunciou que se ia embora. A notícia caiu como uma bomba no seio do grupo de amigos e ecoa – com mais e com menos estrondo – nas dez faixas do novo álbum, Subida Infinita, o último com Francisco. Se Capitão Fausto Têm os Dias Contados (2016) era o disco em que se confrontavam com a chegada da vida adulta e aceitavam que a mocidade tinha chegado ao fim, e A Invenção do Dia Claro (2021) documentava aqueles primeiros anos em que maioridade é motivo de festejo e sinónimo de independência, Subida Infinita é o disco em que percebem que ser adulto é uma merda e que esta “vida é sempre a perder”, como diziam os outros. É um disco marcado pela perda e “as ausências”; em que “a palavra ‘nada’ aparece em quase todas as músicas”, como repara Tomás, além de vocalista, o letrista e principal responsável por isso. Um terço das faixas, sublinhamos, até tem “nada” no título. “Há uma presença da ausência muito grande”, concorda o cantor. “Foi algo que nos acompanhou ao longo destes anos.” É que não perderam só um membro – aliás

Éme: “Sinto que a minha biografia deixou de ter interesse”

Éme: “Sinto que a minha biografia deixou de ter interesse”

João Marcelo, o cantor e compositor que conhecemos como Éme há mais de uma década, ainda era adolescente quando nos sentámos com o gravador ligado pela primeira vez, em Dezembro de 2011. Falámos da sua banda, Os Passos em Volta; da sua editora, a Cafetra; da sua carreira a solo; da vida e das dores de crescimento numa cidade e num país então sequestrados pela troika, que ele e os amigos traduziam em canções – e ainda hoje traduzem – com a maior naturalidade. O mundo deu muitas voltas desde essa altura, porém ele nunca parou de verter aquilo que sente em canções. E acaba de reunir mais dez no seu novo Disco Tinto. Assim que nos sentamos, no miradouro do Monte Agudo, diz que está preocupado porque desta vez não teve ninguém a criticá-lo, e sente que precisa desse choque com a realidade. Está a exagerar, se bem que a sua preocupação é genuína. “Se a Mariana [Pita, ou Moxila, a sua companheira] não gosta ou acha que alguma coisa não está tão boa como as outras, não se coíbe de dizê-lo. Dá-me um feedback super-honesto, de uma forma muito crítica. Mas, normalmente, havia uma ideia de que a unanimidade da banda, das pessoas com quem estava a gravar, era um critério para a música estar pronta. Neste caso, não tive tanto isso. Dependi mais a minha intuição.” O Disco Tinto, editado há nem uma semana, foi o primeiro que produziu e gravou sem a ajuda de amigos e conselheiros como o Cão da Morte (hoje Luís Severo), Filipe Sambado, B Fachada ou Manel Lourenço (Primeira Dama), que o acompan

Éme: “Senti que a minha biografia deixou de ter interesse”

Éme: “Senti que a minha biografia deixou de ter interesse”

João Marcelo, o cantor e compositor que conhecemos como Éme há mais de uma década, ainda era adolescente quando nos sentámos com o gravador ligado pela primeira vez, em Dezembro de 2011. Falámos da sua banda, Os Passos em Volta; da sua editora, a Cafetra; da sua carreira carreira a solo; da vida e das dores de crescimento numa cidade e num país recém-sequestrados pela troika, que ele e os amigos traduziam em canções – e ainda hoje traduzem – como poucos. O mundo deu muitas voltas desde então, mas ele nunca parou de verter aquilo que sente em canções. E acaba de reunir mais dez no seu novo Disco Tinto.   Assim que nos sentamos, no miradouro do Monte Agudo, diz que está preocupado porque desta vez não teve ninguém a criticá-lo, e sente que precisa desse choque com a realidade. Está a exagerar, se bem que a preocupação é genuína. “Se a Mariana [Pita, ou Moxila, a sua companheira] não gosta ou acha que alguma coisa não está tão boa como as outras, não se coíbe de dizê-lo. Dá-me um feedback super honesto, de uma forma muito crítica. Mas, normalmente, havia uma ideia de que a unanimidade da banda, das pessoas com quem estava a gravar, era um critério para a música estar pronta. Neste caso, não tive tanto isso. Foi mais a minha intuição.”   O Disco Tinto, editado há nem uma semana, foi o primeiro que produziu e gravou sem a ajuda de amigos e conselheiros como o Cão da Morte (hoje Luís Severo), Filipe Sambado, B Fachada ou Manel Lourenço (Primeira Dama), que o acompanharam ao longo d

Depeche Mode, Patti Smith e mais concertos em Lisboa em Março

Depeche Mode, Patti Smith e mais concertos em Lisboa em Março

Os dias ficam maiores, chega a Primavera, muda a hora. Em Março parece que a nossa vida começa a crescer e o cartaz de concertos dá sinais disso mesmo. Eis a nossa lista, seleccionada e em actualização, dos concertos a não perder em Lisboa em Março. Desde apresentações de novos álbuns de artistas portugueses, como PZ, Hélio Morais, O Marta ou Teresinha Landeiro, à celebração dos aniversários de discos cruciais de Bruno Pernadas, Glockenwise e Matt Elliott, passando por mais uma edição do festival Sónar e o primeiro Belém Soundcheck, há muito por onde escolher. Recomendado: Os concertos a não perder em Lisboa esta semana

Os melhores bares em Lisboa

Os melhores bares em Lisboa

Dizem que Lisboa é a nova Berlim – e são capazes de ter razão. A movida da cidade já ganhou fama internacional e há discotecas para todos os gostos, do rock ao techno, passando pelo funaná ou o reggaetón. Há um bar de cocktails na lista dos melhores do mundo, outros clássicos onde precisa de tocar à campainha para entrar e sítios onde dá jeito conhecer o porteiro para passar à frente na fila. Dizemos-lhe os bares que acabam de abrir e recomendamos outros onde nunca vai passar sede. São os 25 melhores bares em Lisboa e não pode ficar sem os conhecer. Recomendado: Copos e bola? É para já – os melhores sports bars de Lisboa 

Patti Smith, Karol G e outros concertos em Lisboa em Julho

Patti Smith, Karol G e outros concertos em Lisboa em Julho

Há muitos festivais a lutarem pela nossa atenção durante o mês de Julho – na cidade, mas não só. Os maiores trazem veteranos de peso e artistas emergentes a Lisboa e arredores, dos Pearl Jam ao rapper 21 Savage, passando pelos Air e Patti Smith. Mas também há grandes espectáculos em nome próprio, incluindo um par de datas de Karol G, uma das mais populares cantoras do reggaetón e da música urbana latina de agora, na MEO Arena. Para quem não gosta de confusões, há concertos mais pequenos, como a reunião de Cansei de Ser Sexy no Lisboa Ao Vivo. É só escolher.  Recomendado: Os concertos a não perder em Lisboa esta semana

Listings and reviews (13)

POSTMODERNIST GAMES: Dead Club

POSTMODERNIST GAMES: Dead Club

Primeira sessão dos Postmodernist Games da editora Russian Library no Desterro. O programa gira em torno de Glitterbug, derradeira obra completada por Derek Jarman, compilando filmes em Super 8 datados de 1971 a 1986 e capturados em jeito de diário visual. A sua exibição será acompanhada por uma instalação de vídeo de Marisa Tristão e Sebastião Bizarro, DJ sets de João Castro com Isabela Abate, e de Astrea, performances de Bruno Humberto e de Pedro Henrique, e um concerto dos Dead Club. O duo de Violeta Luz e João Silveira acaba de editar o single "I Need It", com uma versão da "Space Oddity" de David Bowie no lado B, e tem um novo EP na calha para o Outono. A sua música é um lânguido exorcismo synth-punk, com tanto de assombrado como de sedutor.

Lisboa Games Week

Lisboa Games Week

Três anos depois da última edição física, o Lisboa Games Week volta a ocupar os pavilhões da FIL, no Parque das Nações, entre 17 e 20 de Novembro. Ao longo destes quatro dias, no maior evento de videojogos do país, vai ser possível experimentar e conhecer novos títulos e plataformas de jogos, desde consolas e simuladores de realidade virtual a computadores e telemóveis; mas também experimentar máquinas de arcada vintage e consolas retro.  Os e-sports voltam a ser um dos principais focos da programação, com várias competições a disputarem-se no recinto. Continua também a haver espaço para o cosplay e a cultura pop, com espectáculos de wrestling, bancas de artistas independentes, merchandising e sessões de autógrafos. Há ainda conferências e uma aposta no serviço educativo, para levar os videojogos ao maior número de pessoas. E o maior número de pessoas à FIL.

Sortidos MIL

Sortidos MIL

Ainda falta mais de meio ano para a próxima edição do MIL. Mas, para assinalar o início das candidaturas de artistas para o festival de 2020, o Musicbox decidiu fazer uma espécie de MIL em ponto pequeno, com artistas emergentes do continente europeu. A primeira a subir ao palco, no sábado, será a harpista portuguesa Carolina Caramujo (na foto), que se encontra a gravar o primeiro álbum a solo, com lançamento previsto para Novembro. Segue-se a cantora e compositora indie catalã Núria Graham, que editou em 2017 o disco Does it Ring a Bell? por El Segell del Primavera. Depois é a vez de GENTS, duo dinamarquês de synthpop romântica e nostalgica, cujo novo álgum Humam Connection, deve sair a 11 de Outubro. O último concerto da noite é o de Kukla, cantora eslovena de turbo-pop. Depois há Dj sets de Dinamarca, que apesar do nome é chileno e vive na Suécia, e do português Progressivu.

Built To Spill

Built To Spill

Os Built to Spill ajudaram a definir e a expandir o som do indie rock americano nos anos 90. Liderados por Douglas G. Martsch, cantor, herói da guitarra, principal compositor e único membro permanente do grupo ao longo das décadas, gravaram temas que se tornaram clássicos da canção eléctrica americana e álbuns que mais parecem monumentos, cuja influência foi quase imediata e se continua a sentir. Discos como There’s Nothing Wrong With Love (1993) um disco de indie-pop de guitarras, áspero, conciso e com o coração na lapela, sem o qual os primeiros (e bons) trabalhos dos Death Cab For Cutie nunca teriam existido. Ou Perfect From Now On (1997), o terceiro álbum e o primeiro com o selo da multinacional Warner, com as suas canções paisagísticas e cordilheiras de guitarras que se confundiam com o mapa americano e nas quais escutávamos pontos de contacto com o que os contemporâneos Modest Mouse estavam a fazer. Ou Keep It Like A Secret (1999), o terceiro clássico consecutivo e combinação quase perfeita entre a abordagem mais directa do disco de 1993 com a epicidade do seu sucessor. É precisamente Keep It Like A Secret que ouviremos esta quarta-feira na Zé dos Bois, Um segredo mal guardado depois dos concertos de Oruã e Shaolin Soccer. Doug Martsch e companhia têm celebrado ao vivo os 20 anos do disco, e um dia antes de actuarem no NOS Primavera Sound trazem a Lisboa os segredos mal guardados que são as suas canções. Não faltará nenhuma. Desde clássicos indie efusivos como “The Plan

Ciclo Maternidade

Ciclo Maternidade

Vários artistas da Maternidade vão desfilar pelo palco do Auditório Municipal António Silva, no Cacém, entre sexta-feira e sábado: Filipe Sambado, Bejaflor, Catarina Branco, Aurora Pinho e Vaiapraia. O convite partiu do teatromosca, mas a promotora teve “carta branca” para fazer o que quisesse, garante o cantor e compositor Filipe Sambado. “Optámos por ter só concertos de bandas associadas à Maternidade porque nunca tocámos no Cacém. Nenhum de nós”, diz Rodrigo Araújo, vulgo Vaiapraia, outro dos mentores da agência. Desde finais de 2014 que a promotora Maternidade dá música a Lisboa e ao resto do país. Além de agenciar cantores como Luís Severo, Filipe Sambado e Vaiapraia, entre outros, teve durante muito tempo
uma mensalidade nas Damas, onde deu
a conhecer inúmeros e bons músicos independentes portugueses (chegou recentemente ao fim), e ao longo dos anos trouxe várias bandas estrangeiras a Portugal, em muitos casos pela primeira vez. No Ciclo Maternidade deste fim-de-semana, os concertos começam às quatro da tarde de sexta-feira, na estação ferroviária do Rossio, onde vai actuar a cantora/ compositora indie Catarina Branco, que editou o primeiro EP, ‘Tá Sol, este ano.
 O cantor e produtor de pop caseirinha e electrónica Bejaflor, que se estreou com um belo disco homónimo no ano passado, é o segundo a tocar, a partir das nove no Auditório Municipal António Silva. A noite termina com Filipe Sambado (na foto). “Naquele belo formato solo, muito comunicativo, de guitarra ao peito

Paião

Paião

João Pedro Coimbra, Nuno Figueiredo, Jorge Benvinda, Marlon e VIA são os Paião. E, como o nome sugere, interpretam canções escritas e cantadas por Carlos Paião, um dos maiores nomes da pop portuguesa da década de 80. Depois de um primeiro concerto, no ano passado, durante o Festival da Canção, e da edição de um CD, chamado apenas Paião, apresentam-se ao vivo no Capitólio.

José Pinhal Post-Mortem Experience/ Catarina Branco/ Sreya/ Japo

José Pinhal Post-Mortem Experience/ Catarina Branco/ Sreya/ Japo

Durante muito tempo, a Noite às Novas foi uma das bonitas noites (passe a redundância) da Zé dos Bois. Uma espécie de baile de debutantes em que artistas mais ou menos desconhecidos se davam a conhecer, e por onde ao longo dos anos passou uma legião de gente boa, de Norberto Lobo a Alek Rein ou a Sallim. Entretanto o nome caiu em desuso ali para os lados da rua da Barroca, apesar de a ZDB ter continuado a revelar novos valores e, ocasionalmente, até a juntá-los todos numa só sessão. É o que vai mais uma vez acontecer na sexta-feira. Porque, apesar de o velho nome não ser usado, a ideia é mais ou menos a mesma. Há a recriação do repertório de José Pinhal, nome mais ou menos desconhecido da música ligeira do Norte de Portugal, pela José Pinhal Post-Mortem Experience, que agrega músicos da Favela Discos e dos Equations, e recria o repertório do cantor com destreza e músculo, mas sem qualquer ironia. Pela primeira vez em Lisboa. Vai ouvir-se também a indie-pop caseirinha de Catarina Branco, que vai apresentar o EP de estreia acompanhada pela sua banda. E as canções pop fora do baralho e difíceis de compartimentar de Sreya, que já ouvimos em Lisboa em mais do que uma ocasião e cujo primeiro disco, Emocional, tem mão de Conan Osiris. Depois dos concertos, há um DJ set de JAPO, vulgo Menino da Mãe, vulgo Bernardo Bertrand, pronto para nos fazer dançar com a sua electrónica.

12 anos do Musicbox

12 anos do Musicbox

12 Anos. O número pode não ser redondo, mas não é por isso que o Musicbox não vai assinalar a data com a pompa do costume. As comemorações arrancam pelas 21.30 de quinta-feira, com a habitual entrega de presentes em forma de música gratuita. Neste caso, concertos de Pedro Mafama, cantor e produtor de uma música portuguesa difícil de delimitar, com tanto fado como hip-hop; do duo Môrus, de Alexandre Moniz e Jorge Barata; e dos Sunflowers (na foto), banda portuense de garage-punk com tensão psicadélica. Segue-se, à meia-noite e meia de quinta para sexta-feira, o ponto alto das festividades, a estreia em território nacional de Ms Nina, nome de proa do perreo espanhol, a trabalhar nos campos do trap e do reggaeton mais liberto e futurista. No país aqui ao lado, anda há uns anos a meter o público a dançar com a sua música sugestiva e abertamente sexualizada, mas positiva, questionando ideias heteronormativas de género e domínio. O regresso aos palcos dos Sensible Soccers, agora com uma nova formação, está marcado para sexta-feira. A banda portuguesa vai mostrar as novas composições a incluir num eventual sucessor de Villa Soledade, álbum de 2016 que sintetiza com mestria a vastidão electrónica, ensinamentos krautrock e a synthpop oitentista. Conhecendo o historial deles, o mais certo é vir aí coisa boa. Depois do concerto dos Sensible Soccers, na sexta-feira, a festa continua com Nuno Lopes, sem dúvida o melhor DJ português que também é um actor conhecido, e Dupplo, que é como que

Kiss/ Megadeth

Kiss/ Megadeth

Os Kiss são mais conhecidos do que a música que fazem. Gene Simmons, Paul Stanley e companhia – Tommy Thayer na guitarra e Eric Singer na bateria completam a actual formação, nos lugares e pinturas faciais dos históricos Ace Frehley e Peter Criss – andam nisto desde 1973 e são lendas do hard rock, todavia são mais as pessoas 
que reconhecem as suas caras maquilhadas, as vestes de cabedal e aquela língua do que as que conseguem trautear um par de canções deles. Parece estranho, mas é apenas o reflexo da maneira como a banda superou as limitações da sua música, de nicho, e se tornou uma instituição da cultura popular do Ocidente. Os autores de “I Was Made for Lovin’ You” (a mais conhecida canção dos Kiss, que nem sempre é tocada ao vivo) partilham o cartaz com os Megadeth, que garantiram ainda na década de 80 o seu lugar no pódio do thrash metal californiano e continuam aí para as curvas. Dystopia, de 2016, é o mais recente disco da banda de Dave Mustaine.

Meatbodies

Meatbodies

O nome de Chad Ubovich confunde-se com os Meatbodies, a banda que lidera e à qual já emprestou o nome. Confunde-se também com algum do melhor garage rock californiano dos últimos anos – antes dos Meatbodies, tocou na banda de Mikal Cronin e continua a acompanhar esse ícone garageiro que é Ty Segall, 
nos Fuzz. Mas concentremo-nos nos Meatbodies, que regressam ao MusicBox no sábado e no dia seguinte fazem das suas no festival Milhões de Festa. Editaram este ano Alice, álbum conceptual cuja lírica 
é indecifrável, mas cuja música não desilude: garage rock distorcido, com psicotrópicos à solta na corrente sanguínea. Tão violento como inspirador. Revigorante.

The Divine Comedy

The Divine Comedy

Entre os muitos que já tentaram fazer da música pop uma amálgama de ideias clássicas com sensibilidades modernas, poucos o conseguiram com a imaginação de Neil Hannon. A música dos seus Divine Comedy é um universo sumptuoso de pop orquestral enlaçada com destreza lírica. Mãos menos hábeis não saberiam conferir tanta elegância aos floreados teatrais que ornamentam a sua música, mas Neil Hannon é uma criatura rara, um compositor tão inteligente quanto galhofeiro. Foreverland, aventura-se no mundo romantizado da mundanidade, serpenteado por cordas e sopros. Louva a extraordinariedade dos quotidianos mais vulgares, pintados com referências históricas, melodias sensoriais, letras laboriosas e um coração pop sempre a palpitar. Com referências que vão desde Catarina, a Grande, à Legião Estrangeira Francesa, mas sem deixar de ser um álbum disfarçadamente autobiográfico sobre aquilo que vem depois do “felizes para sempre”. Mesmo quando escreve de forma mais dissimulada, autodepreciativa ou espirituosa, Neil Hannon só escreve canções de amor. É um romântico incurável, que se há-de fazer?

Huerco S.

Huerco S.

Desde o início da década passada que o produtor americano Brian Leeds edita música electrónica fantasmagórica e ambiental sob diferentes monikers – Huerco S. e Pendant são os mais conhecidos. Regressa à ZDB enquanto Huerco S. para apresentar Plonk, de 2022. Na primeira parte, George Silver apresenta o disco inocente indecente, também deste ano.

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Regresso da Thug Unicorn a Lisboa, com o Dengo Club, adiado para Maio

Regresso da Thug Unicorn a Lisboa, com o Dengo Club, adiado para Maio

Depois de seis anos de ausência, Luísa Cativo e Supa reavivaram as noites Thug Unicorn no passado sábado, 13, no Hard Club (Porto), numa parceria com o Dengo Club de Saint Caboclo. E não podia ter corrido melhor. Estavam à espera de 400 pessoas e apareceram 600. Muitas mais ficaram à porta. O regresso a Lisboa estava agendado para este sábado, mas teve de ser adiado para 4 de Maio. O anúncio foi feito pelo Dengo Club, através do Instagram. "Devido a circunstâncias imprevistas, tomámos a difícil decisão de adiar a Y2K LX, originalmente marcada para sábado", escreveram naquela rede social. "Esta decisão não foi tomada de forma fácil; o clubbing em Portugal ainda não é reconhecido como cultural, e o governo dificulta imenso a realização de festas como a nossa." Contactado pela Time Out, Saint Caboclo explicou que a sala onde tinham pensado fazer a festa "não conseguiu assegurar as licenças necessárias". Ainda de acordo com o DJ e promotor, "quase todos os espaços em Lisboa estão a sofrer do mesmo". Particularmente os mais alternativos. Tocar no passado e no presente ao mesmo tempo O organizador prefere, porém, olhar para o lado positivo. O novo local, o Higher Ground, tem uma capacidade maior do que a sala secreta onde tinham pensado originalmente montar esta edição do Dengo Club. O que é bom, porque a maior parte dos bilhetes para a data original já estava vendida. Em Lisboa, esperam repetir o sucesso verificado no Porto, onde o Dengo Club nunca tinha recebido tanta gente. "E p

O 25 de Abril dá o mote para pensar nos Futuros da Liberdade na Ajuda

O 25 de Abril dá o mote para pensar nos Futuros da Liberdade na Ajuda

“Nunca foi tão importante celebrar o 25 de Abril como é hoje.” A frase tem sido repetida como um mantra ao longo dos últimos meses, ganhando maior intensidade à medida que as semanas se sucedem e as conquistas da revolução parecem cada vez mais ameaçadas. Quem a diz desta vez, numa tarde quente no Jardim da Parada, é Joana Krämer Horta, que pelo segundo ano consecutivo organiza o festival Futuros da Liberdade com Sofia Montanha e Henrique Loja, da Supermala. O programa desenrola-se em vários pontos do bairro da Ajuda entre esta quinta-feira, 18, e domingo, 21. Mas materializou-se pela primeira vez entre 27 e 29 de Abril do ano passado, entre a Rua das Gaivotas 6, que Joana programava na altura, e a galeria de Sofia e Henrique, a Mala. “Foi um evento piloto para que depois um festival pudesse crescer”, descreve agora Joana. “A partir daí foi possível fazermos a candidatura ao [programa] Arte pela Democracia, da DGARTES, e acabámos por ganhar esse apoio”, continua. “Este ano estamos com outra solidez.” E com um alinhamento mais extenso. Apesar de integrar as comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril e da democracia, o programa proposto por Joana Krämer Horta e a associação tenta evitar a armadilha da nostalgia. “Como diz o nome, a ideia é criarmos novos diálogos, novas formas de pensar sobre as liberdades”, desenvolve a programadora. “É importante olharmos para o passado, tratarmos no presente, para podermos encarar o futuro com vontade de desbravar caminho”. Por outras

O Sol da Caparica tem novos organizadores, mas o mesmo cartaz

O Sol da Caparica tem novos organizadores, mas o mesmo cartaz

Desde a sua génese que O Sol da Caparica leva uma data de artistas portugueses e mais uns quantos de outros países lusófonos, em Agosto, à Costa com que partilha o último nome. E vai continuar a contratar exactamente o mesmo tipo de músicos este ano, apesar de o Grupo Chiado ter deixado de organizar o festival e sido substituído por um consórcio que inclui o cantor André Sardet. No cartaz anunciado esta quarta-feira, destacam-se os Calema, L7nnon e Karetus, a 15 de Agosto. No segundo dia, 16, Diego Miranda e Rui Veloso são, por agora, os principais trunfos no programa. Xutos & Pontapés, Os Quatro e Meia e Insert Coin são os maiorais de 17. Por fim, no domingo, 18, está confirmado T-Rex, uma das maiores estrelas e talentos do trap nacional. Mas os nomes de MC Ryan e Padre Guilherme também estão escritos com letras gordas no cardápio. Vale igualmente a pena ouvir o rock suavemente psicadélico dos Ganso e o threesome percussivo dos Bateu Matou, a 16; a arqueologia popular portuguesa da José Pinhal Post-Mortem Experience, as rimas de Capicua e a música popular brasileira dos Gilsons, nobres descendentes de Gilberto Gil, a 17; ou, no último dia, a pop colorida de Cláudia Pascoal e o indie rock dos Linda Martini. E não só. Os ingressos para O Sol da Caparica já se encontram à venda. O bilhete diário custa 28€ e o passe geral sobe para 78,50€. Para o último dia do festival, dedicado como sempre às crianças, há ainda um bilhete especial à venda por 3€, que dá acesso ao recinto das 10

A liberdade está a passar por Marvila

A liberdade está a passar por Marvila

Pouco mais de 200 metros separam a taproom da Dois Corvos e o Fermentage Brewpub, na Rua Capitão Leitão, em Marvila. Nos últimos anos, habituámo-nos a circular entre estas e outras salas do bairro, para assistir a concertos e DJ sets, nas festas e arruadas do Lisbon Beer Dept. E a música vai voltar a sair à rua no sábado, 27, sob o mote de Marvila Livre. A entrada, essa, também é livre. Os 50 anos do 25 de Abril começam a ser celebrados (com dois dias de atraso), pelas 16.00, no Fermentage, que vai receber uma tertúlia literária. Alex Couto, Cláudia Lucas Chéu, João Miguel Fernandes e Maria Roque Martins vão conversar sobre o seu percurso, os desafios que o sector literário enfrenta e o que é, afinal, isso da liberdade. Segue-se, na Dois Corvos, a apresentação da Bloc Party, que tem nome de banda mas é uma sour IPA com goiaba e maracujá, acabada de fazer pelas duas cervejeiras. E volta-se ao Fermentage para um par de concertos: Iguana Garcia e Quelle Dead Gazelle, com pausa para jantar entre um e o outro. Pela noite dentro, entre as duas salas, vai ser possível ouvir DJ sets de Zarco, Cativo e Doce da Casa. Abril na Musa é sinónimo de festa e protesto As celebrações dos 50 do 25, na Musa de Marvila, começam logo na quarta-feira, 24, véspera de feriado. E não podiam começar melhor, com um concerto dos Sereias, banda maldita e magnífica que leva a liberdade do jazz para dentro de um rock ríspido, enquanto o poeta e cabeça-de-lista do PTCP/MRPP pelo Porto às últimas eleições, An

Festival dos Capuchos celebra as conquistas de Abril entre Maio e Junho

Festival dos Capuchos celebra as conquistas de Abril entre Maio e Junho

As celebrações dos 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974, em Almada, não se encontram circunscritas a um mês e contaminam outras propostas culturais do município. É o caso do histórico Festival de Música dos Capuchos, fundado em 1980 por José Adelino Tacanho e António Wagner Diniz e retomado, após uma longa ausência, em 2021, sob a direcção do pianista Filipe Pinto-Ribeiro. O concerto de abertura da quarta edição desta segunda vida do festival está marcado para 29 de Maio, no Convento dos Capuchos. O programa, que junta as Sinfonias n.º 5 e n.º 8 de Beethoven, vai ser interpretado pela Orchestre Consuelo parisiense, dirigida por Victor Julien-Laferrière. Segue-se, no fim do mês, uma homenagem a António Mega Ferreira, em que Filipe Pinto-Ribeiro toca Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, enquanto Filipa Leal e Pedro Lamares lêem textos do autor. Já no sábado, 1 de Junho, há um recital de piano de Elisabeth Leonskaja, que vai tocar peças de Mozart, Webern, Schubert e Beethoven. E pelas 18.00 domingo, 2, o festival muda-se do Convento dos Capuchos para o Teatro Municipal Joaquim Benite, onde o maestro Martim Sousa Tavares vai voltar a dirigir a ópera Na Colónia Penal, de Philip Glass, a partir do conto homónimo de Franz Kafka. Com encenação de Miguel Loureiro e movimento de Miguel Pereira. Só volta a ouvir-se música no Convento dos Capuchos às 21.00 de sexta-feira, 7, quando o Paganini Ensemble interpretar peças do autor que lhe dá o nome. Já no sábado, 8, pelas 18.00,

A Microsoft ambiciona fazer de “cada ecrã uma Xbox”

A Microsoft ambiciona fazer de “cada ecrã uma Xbox”

É por causa da Microsoft, e em particular da sua Xbox, que os videojogos são o que são: um negócio multimilionário, que transcende e abafa todos os outros sectores culturais e disputa protagonismo com a indústria desportiva. Nada disto teria sido possível sem o trabalho pioneiro da Nintendo; nem a aposta em novas experiências imersivas e narrativas da Sony, que meteu os comandos nas mãos de um público mais velho. Não obstante, foi a entrada em cena da Xbox que, em 2001, deslocou o epicentro da indústria – dominada até então por empresas japonesas – para ocidente e cimentou o estatuto mainstream dos videojogos. Agora, a Microsoft pretende voltar a mudar as regras dos jogos, fazendo de “cada ecrã uma Xbox”, nas palavras Sarah Bond, a presidente da empresa. A ideia não é enfiar ou ligar uma consola – até agora, aquilo que a Xbox era para a maioria – a cada ecrã. A estratégia passa pela internet, que tornará possível, por um lado, o streaming de videojogos, tornando obsoletas as consolas que conhecemos, a médio prazo. Por outro lado, e no imediato, a solução consiste em adaptar e vender noutras plataformas os títulos que até agora eram exclusivos da Microsoft. Uma decisão polémica, contrariando a lógica que até agora regia o sector, em que cada fabricante de hardware tentava garantir o maior número e os melhores exclusivos, forçando os jogadores a comprar esta ou aquela máquina. E a Microsoft passou os últimos anos a absorver estúdios independentes para garantir que as Xboxes era

Festival holandês Verknipt muda-se para o Parque Eduardo VII em Abril

Festival holandês Verknipt muda-se para o Parque Eduardo VII em Abril

Desde 2012 que, nos Países Baixos, Verknipt é sinónimo de electrónica da pesada. Mas só no ano passado é que o festival de hard techno começou a internacionalizar-se. E está prestes a chegar a Lisboa. A primeira edição nacional realiza-se a 24 de Abril, no Pavilhão Carlos Lopes. "Era inevitável trazermos o Verknipt para Portugal, dado o enorme crescimento da cultura techno no país e a sua rica tradição na música electrónica", de acordo com o fundador Mer Hajbarati, citado em comunicado. "Escolher a véspera do feriado nacional de Portugal como data da nossa edição inaugural não poderia parecer mais apropriado," continua. O programa não se afasta um milímetro do techno mais pesado e visceral. O cabeça de cartaz é 6EJOU, que actua ao vivo. Além dele, vão passar por cá Alignment, CLTX, DIØN, OGUZ e Raxeller. O contingente nacional inclui Stëh e Madson Carpenter, num set back-to-back, bem como Ornella. Esta primeira edição portuguesa, que se vai prolongar pela noite dentro até às seis da manhã, tem o cunho dos responsáveis do festival Sound Waves, em parceria com os promotores holandeses. Em comunicado, a organização destaca, além da música, "a iluminação, lasers e ecrãs LED com efeitos visuais característicos" desta rave. Os bilhetes custam 46€ e encontram-se à venda online. Pavilhão Carlos Lopes (Parque Eduardo VII). 24 Abr (Qua). 20.00-06.00. 46€ Siga o novo canal da Time Out Lisboa no Whatsapp + Judeline é uma das grandes promessas da música espanhola. Estreia-se agora em Lisb

Judeline é uma das grandes promessas da música espanhola. Estreia-se agora em Lisboa

Judeline é uma das grandes promessas da música espanhola. Estreia-se agora em Lisboa

Judeline ainda não lançou o primeiro álbum, mas há cada vez mais gente convencida de que vai ser a próxima grande cena. Há uma semana, um dos maiores cantores de reggaetón, J Balvin, anunciou que ela ia acompanhá-lo e actuar nas primeiras partes da sua próxima digressão, que passa a 1 de Junho pelo Passeio Marítimo de Algés. No ano passado, Tainy, o super-produtor responsável pela reinvenção e o actual vigor do reggaetón e das músicas urbanas latinas, convidou-a para cantar em DATA, o primeiro álbum em nome próprio dele e um dos melhores de 2023. Pelo meio, a editora multinacional Interscope, da Universal, contratou-a e prepara-se para lançar o seu primeiro disco. E vamos ouvir as novas canções em primeira mão esta sexta-feira, 12, no Musicbox. Pedro Azevedo, o programador da sala do Cais do Sodré, é um dos convertidos. Atento há mais de uma década às mutações das músicas latinas, foi o primeiro a trazer a Portugal artistas espanhóis como C. Tangana, Bad Gyal ou, mais recente, Ralphie Choo – com quem Judeline partilha múltiplas referências. A jovem cantora, com 21 anos feitos já em Janeiro, é uma das suas grandes apostas para este semestre. Anda há meses a alertar para este concerto, porque acredita que vamos ouvir falar muito dela nos próximos anos. Aqui ao lado, há quem a compare a Rosalía, uma admiradora confessa do primeiro EP da andaluza, de la luz (2022). Apesar de útil, esta comparação é injusta, porque a inferioriza e, ao mesmo tempo, coloca um peso demasiado grande s

Vai escutar-se música barroca nas igrejas de Lisboa até ao fim do mês

Vai escutar-se música barroca nas igrejas de Lisboa até ao fim do mês

O ensemble Divino Sospiro impôs-se, nos últimos 20 anos, como um dos projectos determinantes nos campos da música antiga e da interpretação historicamente informada em Portugal, colaborando com intérpretes de todo o mundo. E vai voltar a trazer ao país velhos cúmplices, como o celebrado contratenor alemão Andreas Scholl, no ciclo Lisboa Música Antiga, entre 18 e 28 de Abril. O ciclo, promovido pela orquestra barroca dirigida por Massimo Mazzeo, é composto por seis concertos de música sacra setecentista, tocada em igrejas da época. E arranca na quinta-feira, 18, na Capela da Bemposta, em Arroios. Na primeira noite, Andreas Scholl e o alaudista bósnio Edin Karamazov interpretam canções do barroco inglês até Handel, além de peças de Edin Karamazov. O programa continua na Capela da Bemposta durante mais dois dias. Na sexta-feira, 19, o ensemble renascentista Arte Mínima, com direcção de Pedro Sousa Silva, contrapõe a polifonia instrumental de Leonora Duarte (1610-1678) à "austeridade dos sons catedralícios das matinas para a Semana Santa, que narram episódios dos últimos dias de Cristo", segundo a organização. No dia seguinte, na mesma capela, é a vez do Americantiga Ensemble e dos Solistas da Orquestra Barroca de Mateus tocarem "Mozart à Portuguesa". Isto é, uma versão do Requiem de Mozart para quatro cantores, violoncelo solista, dois fagotes e órgão, de acordo com manuscritos datados do século XIX, encontrados na Sé de Évora e transcritos por Ricardo Bernardes. Este programa r

Festival Contrasta leva o veterano Manu Chao à Fortaleza de Valença

Festival Contrasta leva o veterano Manu Chao à Fortaleza de Valença

Desde 2022 que a promotora Ritmos, também responsável pelo Primavera Sound portuense e pelo Vodafone Paredes de Coura, organiza o Festival Contrasta em Valença. Manu Chao é o primeiro nome confirmado para a edição deste ano, que se realiza entre 12 e 13 de Julho. Nascido em França há mais de 60 anos, numa família de republicanos espanhóis, Manu Chao foi um nome meio inescapável na viragem do século e nos anos zero, chegando a ser nomeado para os Grammys (e a receber um Grammy Latino). No circuito das músicas do mundo, era um colosso. Mas o ex-Mano Negra nunca pareceu completamente à vontade com a fama e o negócio da música e, a dada altura, decidiu desaparecer. De acordo com um perfil publicado no jornal espanhol El País durante a pandemia, vive dos royalties, só toca como e quando lhe apetece. Pelos vistos, apeteceu-lhe dar um concerto acústico a 13 de Julho, um sábado, nas Cortinas de São Francisco, em Valença. Os ingressos para o Festival Contrasta já estão à venda online e nos locais habituais. Por agora, os passes custam 20€ e os bilhetes diários ficam-se pelos 15€. A partir de 1 de Julho, encarecem 5€. Cortinas de São Francisco (Valença). 12-13 Jul (Sex-Sáb). 15€-25€ + As flautas new age de André 3000 vão ouvir-se em Paredes de Coura + Nelly Furtado está a tentar relançar a carreira. E vem cantar a Serralves

A ‘Soma’ lisboeta e global de Branko vai ser resolvida perante o Coliseu

A ‘Soma’ lisboeta e global de Branko vai ser resolvida perante o Coliseu

Os Buraka Som Sistema de João Barbosa apresentaram-se no Coliseu dos Recreios pela primeira vez em Novembro de 2011. Desde então, o músico e produtor lisboeta que hoje conhecemos como Branko voltou a subir ao histórico palco da capital, em festivais e acompanhado por outros artistas, todavia nunca lá se apresentou em nome próprio. Isso vai mudar a 28 de Novembro. O concerto, anunciado esta terça-feira, faz parte da digressão de Soma, o mais recente álbum de Branko, editado a 15 de Março e apresentado ao vivo na capital passados nove dias, no passado domingo, 24, durante o Sónar Lisboa. No festival fundado em Barcelona, o compositor esteve acompanhado por outros músicos, mas pode (e deve) ter ainda mais artistas ao seu lado. Soma é um instantâneo de uma “nova Lisboa”, cada vez mais globalizada, que tem em Branko um dos seus principais embaixadores. Não é só ele, porém, que se ouve ao longo destas 12 faixas. O produtor, que se costumava gabar de precisar apenas de um laptop para fazer música, teve a rica ideia de fechar vários músicos locais no estúdio Namouche, ligar os microfones e deixá-los a tocar. Depois, editou e usou essas jam sessions, que se prolongaram durante horas, como matéria-prima.  O resultado é um álbum de diálogos multilingues e lânguidos convites ao roço, em que o tarraxo, a kizomba e os afrobeats se enrolam com o funk carioca e outras músicas brasileiras, mas também com os ritmos portugueses e as línguas francas da canção global, como a pop e o

Dengo Club vai trazer a internet (e a Thug Unicorn) de volta à vida real

Dengo Club vai trazer a internet (e a Thug Unicorn) de volta à vida real

A Thug Unicorn era a internet na vida real, a cultura do Tumblr de meados da década passada materializada numa festa. Começou em 2012, no Plano B, no Porto, antes de se mudar para o Maus Hábitos e para o Gare; de subir ao Milhões de Festa, em Barcelos, e de viajar até ao Walk & Talk, em Ponta Delgada; de pisar os palcos e as cabines lisboetas do Musicbox, do Lux (no primeiro aniversário da Rádio Quântica, onde chegaram a ter um programa), do Estúdio Time Out e até do Arraial Pride. Era, também, um espaço seguro e acolhedoramente queer, onde o hip-hop, o r&b e outras músicas urbanas do norte e do sul global davam as mãos ao seapunk, vaporwave e outros sons demasiado online. Em 2018, este unicórnio entrou em hibernação, mas Saint Caboclo prepara‑se para acordá-lo nas próximas edições Y2K do seu Dengo Club, nos dias 12 e 20 de Abril. Quando Luísa Cativo, Supa, Tânia Pena e Jackie organizaram as primeiras festas, Eudes Junior ainda não era Saint Caboclo, mas uma criança, a viver com os pais no Brasil. Pouco tempo depois, porém, mudou-se para Portugal com a família e, já adolescente, chegou a ir a algumas edições. “Lembro-me da última a que fui, em 2017, se não me engano, no [Estúdio] Time Out. Fui com uns amigos do Montijo. Todo o mundo falava sobre essa festa, era uma coisa grande dentro do nosso grupo, quase todos gays, lésbicas, tinha alguns héteros também”, conta o DJ e fundador do Dengo Club. “Na altura saía muito no Bairro Alto e para discotecas como o Trumps e a Posh. Mas