Experimentou o Lifestyle e a Cultura e nunca mais quis outra coisa. Bastou uma rápida passagem pela redacção do Público (corria o ano de 2011) para perceber o bem que se está por estas bandas. A Time Out encarregou-se do resto – de o levar a conhecer os cantos à cidade de Lisboa e fazê-lo ganhar um gostinho por lojas, artesãos e novas marcas locais. A moda esteve sempre no topo da lista, dentro e fora da redacção. À mesa, será sempre um eterno dividido entre as modernices do nosso tempo e todos aqueles lugares que pararam no tempo. Se tudo um resto falhar, um bom croquete vai sempre fazê-lo feliz.

Mauro Gonçalves

Mauro Gonçalves

Editor Executivo, Time Out Lisboa

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Articles (203)

As melhores coisas para fazer em Lisboa em Maio de 2025

As melhores coisas para fazer em Lisboa em Maio de 2025

Novo mês, uma agenda em branco, pronta a preencher com o que de melhor acontece em Lisboa – da arte ao teatro, da música à vida nocturna. E Maio está cheio. Além de ser mês de eleições, que estão aí à porta, e de Eurovisão, há muito para fazer na cidade. Falamos do Festival Jardins Abertos, do IndieLisboa ou dos ciclos de cinema ao ar livre, como o Black Cat Cinema. No MAAT, vai poder ver a nova exposição de Jeff Wall e, por vários palcos da capital, o festival de marionetas FIMFA. Para os lados de Cascais, a música toma conta do Coala Festival. Recomendado: Os 124 melhores restaurantes em Lisboa
Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Estamos em Abril e os dias já estão bem maiores. Mas que isso não o leve a trocar uma ou duas exposições por um lugar na esplanada, até porque há horas de sol que chegue para fazer tudo. No MAAT, acaba de inaugurar a primeira exposição do fotógrafo Jeff Wall em Portugal, com 63 obras, na maioria grandes formatos. Não muito longe dali, o MAC/CCB apanha a boleia do 25 de Abril e recorda o Verão Quente de 1975 com "Cartazes sem Censura". No Cinema São Jorge, o Festival Política apresenta quatro exposições durante três dias. Recomendado: Guia para não pagar entrada nos museus em Lisboa
Mamma mia! Vinte presentes para o Dia da Mãe

Mamma mia! Vinte presentes para o Dia da Mãe

Somos pela celebração do Dia da Mãe todos os dias do ano, mas encaramos este domingo, 4 de Maio, como um lembrete. E não acredite nas mães que dizem que não ligam nenhuma à data ou que dispensam presentes. A verdade é que sabe sempre bem receber um miminho, ainda mais numa data especial. Não sabe o que oferecer? Não se preocupe e seja generoso, que nós já fizemos o resto do trabalho todo. Damos-lhe 20 ideias de presentes para o Dia da Mãe, adaptadas ao orçamento de cada um. Recomendado: As novas lojas em Lisboa que tem mesmo de conhecer
Exposições em Lisboa a não perder em Abril

Exposições em Lisboa a não perder em Abril

No mês da Revolução, a agenda não fica indiferente ao 25 de Abril de 1974. No Museu do Aljube, são duas as exposições à boleia deste marco no calendário. Enquanto isso, o Festival Política volta a ocupar o Cinema São Jorge, este ano com quatro exposições. Mas há mais: em Belém, o recém-inaugurado MACAM exibe uma extensa colecção privada de arte contemporânea, exposta em permanência, e ainda duas mostras temporárias. No Centro de Arte Moderna Gulbenkian, espreite uma das exposições mais aguardadas do ano: "Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes". Recomendado: Os melhores museus em Lisboa
Dos 7€ aos 150€: presentes de Dia do Pai para todos os bolsos

Dos 7€ aos 150€: presentes de Dia do Pai para todos os bolsos

Dia do Pai é todos os dias, mas temos o 19 de Março a servir de lembrete para os mais distraídos. Sabemos que ninguém gosta de deixar a data passar em claro – nem que seja para poder arrastar o pai para ir jantar fora ou para ir beber um copo. A pensar nisso, fomos às compras, sempre a pensar em todos os orçamentos. Escolhemos as melhores prendas para pais, sejam eles mais clássicos ou desportivos, mais sérios ou descontraídos. Agora, não deixe para a última e aproveite estas 33 ideias de presentes para o Dia do Pai.  Recomendado: As melhores lojas de roupa para homem em Lisboa
As melhores lojas de roupa para homem em Lisboa

As melhores lojas de roupa para homem em Lisboa

Da alfaiataria ao streetwear – sem esquecer as melhores lojas de ténis ou até as paragens obrigatórias do circuito de lojas vintage e em segunda mão – o roteiro de lojas de roupa e acessórios exclusivamente (ou sobretudo) dedicadas ao universo masculino está a crescer. Com a vaidade aumenta a exigência, por isso nesta ronda pelas melhores lojas para homem em Lisboa vai encontrar algumas das mais bonitas. Pelo meio, há ainda uma mão-cheia de marcas portuguesas. Depois das compras, não se esqueça que também precisa de ficar penteado e bem aparadinho – e para isso tem as melhores barbearias em Lisboa. Recomendado: As melhores lojas de chapéus em Lisboa
Pé ante pé, descubra as melhores sapatarias em Lisboa

Pé ante pé, descubra as melhores sapatarias em Lisboa

Comprar um novo par de sapatos tem muito que se lhe diga. Há quem privilegie o conforto, enquanto outros procuram a última moda. Em Lisboa, não faltam opções para satisfazer ambos os requisitos. Há sítios onde vai encontrar bom calçado português – com mais ou menos rasgo criativo –, outros onde as etiquetas são internacionais, mas muitíssimo bem cotadas. E olhe que nem todas as opções seguem o desenho mais clássico de um sapatos. Há propostas bem mais urbanas para agradar à diversidade de gostos que tão bem define a contemporaneidade. Ponha pés a caminho – esta é a nossa lista das melhores sapatarias em Lisboa. Recomendado: As melhores lojas de chapéus em Lisboa
Em tecido, pele ou vime. Oito marcas portuguesas de malas e carteiras

Em tecido, pele ou vime. Oito marcas portuguesas de malas e carteiras

Não há limites para o que nos podemos lembrar (ou precisar) de pôr dentro de uma mala. E quando abertas, são autênticas caixinhas de surpresas. Não obstante o conteúdo, há que tem em conta a forma. Grandes ou pequenas, arredondadas ou rectangulares, em pele ou em tecido, rígidas ou maleáveis, sóbrias ou garridas – felizmente, há malas a carteiras para todos os gostos. Estas são de produção nacional e algumas delas honram longas tradições locais, como é o caso do trabalho do vime. Saiba onde encontras estas e outras marcas portuguesas de malas e carteiras. Recomendado: As melhores lojas de ténis em Lisboa
As melhores lojas de disfarces em Lisboa

As melhores lojas de disfarces em Lisboa

Quem quer, encontra sempre uma razão para se disfarçar, sobretudo nesta altura do ano, em que o Carnaval se aproxima a todo o vapor. É uma altura cheia de cor, serpentinas, brilhos e, acima de tudo, animação, por isso, também o disfarce deve estar à altura. Até porque há muitos desfiles a acontecer por toda a cidade ou festas e programas que exigem uma boa fantasia. Para garantir que faz um brilharete, damos-lhe uma ajuda. Só tem de escolher o modelo e os acessórios nas melhores lojas de disfarces em Lisboa. Recomendado: As novas lojas em Lisboa que tem mesmo de conhecer
As melhores lojas para comprar plantas em Lisboa

As melhores lojas para comprar plantas em Lisboa

Bonsais, cactos, arbustos, plantas rasteiras, trepadeiras, folhas grandes ou miudinhas, tudo para compor as divisões lá de casa ou até mesmo para dar outra vida ao quintal – se for o caso. Só tem que ter atenção à espécie para poder adaptá-la ao ambiente, mas se não souber da poda, haverá sempre nestes espaços quem o saiba aconselhar na hora da compra. Esta lista das melhores lojas para comprar plantas em Lisboa (e arredores) foi feita a pensar nos apaixonados por botânica, é todo um novo harém de clorofila à espera de ir morar lá para casa. Recomendado: 🍄 Dos cremes à comida, estes cogumelos são poderosos    
Os melhores sítios para ver stand-up comedy em Lisboa

Os melhores sítios para ver stand-up comedy em Lisboa

Nos últimos anos, Lisboa trilhou um caminho que a aproximou da comédia. Não falamos da velha revista à portuguesa, nem do cinema capaz de arrancar umas gargalhadas, mas sim de stand-up comedy feita por humoristas, sejam eles mais ou menos experimentados. Nem só de grandes salas de espectáculos e bilheteiras concorridas vive este roteiro. Pela cidade, há bares e pequenos auditórios que dão palco aos profissionais da arte de fazer rir. Chame a família, convide amigos e ria a bom rir nos melhores sítios para ver stand-up comedy em Lisboa. Recomendado: Peças de teatro para ver esta semana
Dia dos Namorados: coisas para fazer aos pares (ou não)

Dia dos Namorados: coisas para fazer aos pares (ou não)

Parece que o Cupido acertou em cheio na agenda da cidade. Dos jantares à luz das velas (e qualquer coisa mais) às oportunidades para pôr as quatro mãos na massa, Lisboa rende-se lentamente aos caprichos deste menino de arco e flecha na mão. No que depender de nós e das nossas sugestões, a lamechice será sempre em doses controladas. O mesmo não se pode dizer do conteúdo mais libidinoso, que por esta altura do ano espreita em cada esquina, sobretudo numa cidade como Lisboa, que já tem o seu quê de romantismo. Tome nota. Recomendado: Motéis em Lisboa – sempre prontos para uma rapidinha 

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Relíquias da Memória

Relíquias da Memória

Mais do que uma loja, este é um daqueles sítios onde nos podemos perder — em épocas e acabamentos, em detalhes e medidas, a visualizar como esta ou aquela peça ficariam lá em casa. Os objectos são às centenas e atravessam séculos de história. No espaço anteriormente ocupado pela República das Flores, as peças de decoração, mobiliário e luminária são a perder de vista. Há de tudo um pouco: arte sacra, móveis oitocentistas, candeeiros da década de 60, porcelanas orientais, lustres, letreiros e até um antigo posto de gasolina.
Homecore

Homecore

Alexandre Guarneri conheceu Portugal há 30 anos, na mesma altura em que fundou a sua própria marca de moda e lhe deu um nome que perdura até hoje, Homecore. Disposta em dois expositores, a colecção divide-se entre as linhas masculina e feminina. No vestuário, há um tipo de minimalismo que privilegia os cortes e os materiais. Muitas das roupas são reversíveis e feitas com tecidos provenientes de stocks parados de fábricas portuguesas. Mas há mais para descobrir nesta loja. Veja, os ténis que andam nas bocas do mundo, estão aqui e são, também eles, um projecto de amigos. La Boite Concept, uma marca francesa de colunas, gira-discos e sistemas de som, demonstra uma verdadeira valorização do design, enquanto as cerâmicas de Cécile Mestelan incorporam as linhas de algumas das peças da Homecore. A montra fica completa com a perfumaria e cosmética da bicentenária Buly e com as almofadas do Flores Textile Studio.
Boudoir Vintage Boutique

Boudoir Vintage Boutique

Entrar na Boudoir Vintage Boutique é como afastar a cortina que separa esta antiga sala, reservada à intimidade feminina, do resto da casa. Entre corpetes cor-de-rosa, luvas de renda, camisas de noite e combinações de toque sedoso e robes acetinados, a abertura da loja, em Abril de 2021, veio aumentar o nível de especificidade dos espaços já dedicados ao segmento da segunda mão em Lisboa. Aqui, brilha a roupa interior. A roupa interior não é a única coisa à venda na Boudoir Vintage Boutique. Como complemento, existem expositores com outras peças em segunda mão, algumas com assinatura de designer. 
Sons of the Silent Age

Sons of the Silent Age

É a última inauguração de Bruno Lopes e Tiago Andrade, também conhecidos como os senhores da moda vintage. A loja que nasceu como projecto fotográfico ganhou um espaço físico, mesmo em plena pandemia. Ao lado de peças mais especiais (o que inclui Chanel, Dior ou Saint Laurent), há peças personalizadas pelos próprios proprietários. Além do espaço na Calçada do Combro, a Sons of the Silent Age também já chegou à Rua do Ouro, no número 172.
Studiorise

Studiorise

É no estúdio onde tudo acontece. É escuro, tem capacidade para 20 pessoas (lotação reduzida devido à pandemia) e está equipado com um sistema de som digno de uma pista de dança. Porém, dançar só mesmo com os pés atarraxados nos pedais. Sim, porque estas aulas exigem calçado próprio, disponibilizado pelo estúdio e a fazer lembrar as velhas idas ao bowling. O studiorise abriu em Outubro de 2021 com uma versão festiva das habituais aulas de cycling. São 45 minutos non stop, o que significa que tem de ir preparado para suar em bica, do princípio ao fim. Não se preocupe porque no escurinho da sala não dá para ver nem a pessoa que está ao lado. Quanto à música, tudo depende de quem dá a aula. A trupe de instrutores é a jóia da coroa do Studiorise. São sete e cada um leva para o estúdio os seus ritmos favoritos.
American Vintage

American Vintage

Foram anos a conquistar a clientela lisboeta com um estilo minimalista de inspiração mediterrânica. Em 2021, a francesa American Vintage decidiu expandir-se na capital portuguesa e abrir uma loja na artéria mais luxuosa da cidade, a Avenida da Liberdade. Com cerca de 150 metros quadrados, o espaço reúne as colecções feminina e masculina da marca e faz parte de um plano de novas aberturas que contempla várias cidades europeias.
Drogaria Oriental

Drogaria Oriental

Quem diria que a loja que vende as famosas toucas às flores já tem mais de 120 anos? Nada mal. Ao contrário dos velhos negócios familiares que passam de pais para filhos, entre os três proprietários que a Drogaria Oriental já teve, não há qualquer parentesco. Nas prateleiras mantêm-se as especialidades da casa e não há grande superfície que lhes faça sombra. São escovas de fios de seda, sabonetes Ach. Brito, cremes Benamôr, perfumaria avulsa (ainda com os frascos antigos) e, claro, as toucas que um dia Cristina Ferreira descobriu e que, depois disso, começaram a sair que nem pão quente para todos os pontos do país. E o balcão é mesmo o original.  
Galeria Underdogs

Galeria Underdogs

Nascida em 2010 num armazém colossal do Braço de Prata, por aí passam alguns dos mais mediáticos artistas da actualidade. Dantes, o grande corpo artístico que é a Underdogs vivia com um pé em Marvila e outro no Cais do Sodré, mas os pés juntaram-se para caberem todos dentro do armazém na Rua Fernando Palha. Se antes havia duas casas a albergar obras de arte, agora passa a haver só uma – a Underdogs Art Store está agora instalada em Marvila, junto da galeria que sempre esteve por ali. Além disso, há também a Underdogs Capsule, dedicada a pequenas exposições e projectos experimentais.
Smile You Are in Spain Studio Part I

Smile You Are in Spain Studio Part I

Não, esta exposição não é financiada pelo Instituto de Turismo de España, embora a campanha publicitária lançada em 2004 tenha inspirado, e muito, o artista em questão. O objectivo foi, desde o início, ter magotes de gente a passar férias pelo país inteiro. Ora, o português Luís Lázaro Matos fez-lhes a vontade. Pisou os cenários paradisíacos dos anúncios e olhou para a forma como a paisagem, as tradições, as pessoas e a arte depressa são convertidas em coisas pontas a consumir. Daí, nasceu “Smile You Are in Spain Studio”. A primeira parte acaba de inaugurar na galeria Madragoa; a segunda, na forma de uma instalação performativa, vai ter de esperar até dia 24 de Fevereiro, dia em que arranca mais uma edição da ARCO, em Madrid. Mas, afinal, que postais trouxe o artista desta gincana por terras espanholas? Bem, talvez seja melhor saber primeiro o que levou na mala. Um smile e, por oposição, O Grito, de Edvard Munch, aqui, símbolo do amargo de boca trazido pela crise económica que bateu à porta, anos depois. A obra-prima foi à praia, tirou fotografias e agora o cenário veraneante veio para Lisboa, com paredes amarelas, desenhos na fachada da galeria e com a música “Hay Que Venir Al Sur”, de Raffaella Carrà, a ecoar ao longo da exposição. Vídeo, fotografia e desenho abrem o apetite para ver o capítulo seguinte. Até lá, é na Madragoa que o Verão espanhol estende a toalha.
Second Chance

Second Chance

Para João Figueiredo, não há como o retrato clássico. É no meio de intrigas palacianas e caprichos da nobreza que o artista ocupa a Galeria Espaço Arte Livre até meados de Janeiro. Nos últimos anos, este tem sido o cenário trabalhado por João e o resultado é agora trazido para a Avenida. Há uma instalação e um vídeo, mas é nas pinturas que o autor desafia os visitantes e desvendarem as histórias das personagens que lhe têm povoado o imaginário. Da condessa de peitos fartos e olhar superior ao barão de ar comprometido, em alguns casos as expressões denunciam que estão ligados entre eles e pelas razões mais rocambolescas. A relação de quem visita “Second Chance” com as pinturas é, por isso, imediata, numa espécie de big brother setecentista. No final, muito fica por desvendar, não fosse o artista um perito em aguçar curiosidades.
Barahona Possollo

Barahona Possollo

Depois do retrato oficial do ex-presidente da República, já muita tinta correu do pincel de Carlos Barahona Possollo. Ainda assim, esta é a primeira exposição do pintor, desde que a obra-prima veio a público, momento a que o próprio chama de “impacto mediático”. Se o nome continua fresco na cabeça dos lisboetas, isso só o número de entradas no Espaço Cultural Mercês o dirá. O que garantimos, desde já, é que Barahona Possollo volta ao Príncipe Real em preparos bem diferentes dos da última vez. O homoerotismo esbateu-se. Há corpos sim, mas muito mais próximos do nu mitológico, daquele que tem as curvas e protuberâncias todas no sítio, mas que não faz corar tanto. Dado o primeiro aviso, o segundo: aqui, o pintor diversificou o formato. Mal entramos, tanto damos de caras com o rapaz saudável com meia melancia (do mais próximo dos trabalhos anteriores de Possollo que vai ver por aqui), como nos apercebemos da quantidade de pequenas telas espalhadas pelas paredes. É caso para dizer que o artista se rendeu ao encanto das coisas pequenas. “Sinto que nos quadros pequenos posso arriscar mais do que nas grandes telas. Nessas, acho que não me dou tanta liberdade”, explica. E quando olhamos de perto, o realismo de Barahona Possollo ganha outros ares. Atraído pela mancha impressionista, passou o último ano de volta de paisagens: falésias, rochedos, colinas e, em dois casos muito particulares, a cidade de Lisboa. Ao longo dos quase 30 quadros, a figura humana ficou para segundo plano, numa
Pontas Soltas

Pontas Soltas

O senhor da imagem está bem, não se preocupe. Por estes dias, a loja e galeria Mona, nas Janelas Verdes, recebe a exposição “Pontas Soltas”, de Ivo Purvis, mais uma mente criativa da publicidade que se deu conta de que o que faz todos os dias talvez tenha o seu quê de artístico. E parece que algumas boas ideias não se chegaram a conveter em anúncios. Aqui, a avalanche de bonecada foi inevitável. Homem dos Bonecos é uma das imagens que pode ver durante as próximas semanas.

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Nem bar, nem discoteca. O Noir Désir quer ser um refúgio na noite lisboeta

Nem bar, nem discoteca. O Noir Désir quer ser um refúgio na noite lisboeta

Estamos de frente para o Jardim Constantino, num dos recantos mais pacatos da freguesia. Depois de anos fechada, a porta número 116B está novamente aberta. Lá dentro, espera-nos uma pequena recepção, civilizada e silenciosa. A partir daí, é descer quase a pique um sem número de degraus – três andares para debaixo da terra, segundo ouvimos dizer. À medida que descemos, sentimos a música aproximar-se. Chegámos à sala, uma espécie de mezzanine com vários níveis que converge para um único ponto – uma pista, onde os olhares de quem assiste estão sobre as cabeças de quem dança. A configuração do espaço é, no mínimo, especial. Um tesouro enterrado no subsolo lisboeta que a empresária Vanessa Cotrim encontrou e não quis largar. "Este espaço tem história", exclama a proprietária. "Já foi muitas coisas. Ouvi dizer que abrigou o primeiro after de Lisboa, nos anos 80, e também já foi um bar de striptease", continua. Estamos no antigo Passerelle 2, estabelecimento encerrado há mais de uma década. À chegada, Vanessa soprou o pó, pintou as paredes de preto e posicionou a luz estrategicamente. Chamou-lhe Noir Désir, o sítio que abre à noite, mas apartado da movida lisboeta. DRVanessa Cotrim durante a remodelação do espaço "Sempre imaginei um lugar onde a noite pudesse respirar com calma, sem pressa de acabar. Fugir do centro foi intencional. Quisemos criar um refúgio. Lisboa vibra, dança, explode. Isso é bonito, mas também há beleza no silêncio, nas ruas menos percorridas. O Noir Désir qui
Entre ficção e reportagem, a fotografia de Jeff Wall tomou conta do MAAT

Entre ficção e reportagem, a fotografia de Jeff Wall tomou conta do MAAT

Aos 78 anos, Jeff Wall apresenta-se, pela primeira vez, numa exposição individual em Portugal. No MAAT, a Galeria Oval é só o primeiro vislumbre de um percurso que se estende às galerias adjacentes. Ao longo de 63 imagens, o quotidiano que Wall encena e fotografa há mais de quatro décadas surge em todo o seu esplendor. Esplendor e dimensão, com o predomínio de grandes formatos e uma primeira parte marcada pelo formato que explorou durante os primeiros 30 anos de carreira – as caixas de luz. Retroiluminadas, mais de uma dezena de fotografias circundam a Galeria Oval. Representam uma extensa fase na obra do artista canadiano, situada entre 1978, altura em que visita o Prado e se deixa inspirar pela luz e pelo virtuosismo pictórico de mestres como Velázquez e Ticiano, em 2008. "No final desse período, estava já um pouco cansado de ter um único produto final. Nunca quis que o meu trabalho se restringisse daquela maneira e também não queria ser conhecido como o homem quem faz caixas de luz", desabafa Wall, durante a apresentação da exposição à imprensa. Daniel Malhão O papel veio depois. Poéticas, cinematográficas e, desde logo, presumivelmente encenadas, as imagens não estão organizadas cronologicamente, tão pouco dispostas por temas. Na verdade, o próprio artista desafia o público a encontrar ou até mesmo formular pequenas lógicas e narrativas à medida que percorre a exposição. A meio do trajecto, demora-se a falar de Cold storage, uma das fotografias a preto e branco incluída
Nova identidade, o estilo de sempre. A Mustique cresceu e agora chama-se Gandaia

Nova identidade, o estilo de sempre. A Mustique cresceu e agora chama-se Gandaia

Ao fim de oito anos, o projecto de Pedro Ferraz e Vera Caldeira levou uma volta. A Mustique, marca que se destacou pelo vestuário urbano, sem género, rico em elementos gráficos e totalmente produzido em Portugal, mudou de nome e renasceu agora na pele de Gandaia. Uma nova etiqueta, o estilo de sempre. "Quando fundámos a Mustique tínhamos vinte e poucos anos, não prevíamos que fosse ganhar a dimensão que ganhou. Começámos a ficar mais interessados em vender para mercados internacionais, mas quando fomos tentar registar a marca lá fora, não conseguimos. Tivemos de tomar esta decisão de mudar o nome para conseguirmos fazer as coisas bem feitas, até para continuar a aproveitar o balanço que estávamos a ter", resume Vera, em conversa com a Time Out. DRA loja de Santos A marca mantém-se bem presente na cidade. As duas lojas – em Santos e em São Bento – já reabriram portas. Renovadas, espelham um novo minimalismo com que a Gandaia veste os charriots. "A linguagem visual que tínhamos não é a mesma que queremos agora, aos trinta e poucos. Então, aproveitámos esta mudança também para fazer amadurecer um bocadinho a marca. Continuamos a ter peças coloridas, com padrões, que é muito a nossa onda, mas também temos peças lisas, mais atemporais. Queremos apostar mais nesse lado do guarda-roupa, que não é só as camisas para os festivais ou para as festas em barcos em Ibiza. É também roupa para o dia-a-dia", continua. "Estamos a ficar mais adultos, então procuramos mais isso também. É uma f
Afinal, o que faz um facialista? A resposta está na cara

Afinal, o que faz um facialista? A resposta está na cara

Este artigo foi originalmente publicado na revista Time Out Lisboa, edição 672 — Inverno 2025 O azul foi minuciosamente escolhido para absorver os sentidos e criar uma sensação de serenidade e imersão, como quando Inês Rebelo mergulhou no oceano e teve a certeza de que queria transportar aquela mesma visão para dentro de quatro paredes. Em Setembro, ao fim de 16 anos a trabalhar como facialista, instalou-se num espaço moldado à sua imagem. O que aqui faz não tem nada de alquímico – é ciência e tecnologia aplicadas à necessidade de cada rosto. “Estava tudo na minha cabeça”, começa por explicar. Fala do espaço, mas a frase resume tudo o resto. Há muito que Inês fez da experimentação uma aliada e isso permitiu-lhe criar os próprios tratamentos e aperfeiçoá-los ao sabor dos avanços tecnológicos e cosméticos. O objectivo é melhorar o aspecto, mas também a saúde da pele. “Sou fã da tecnologia. Acredito que conseguimos muito com as nossas mãos, mas a tecnologia traz-nos um resultado diferente, mais eficaz e duradouro. O meu objectivo é conseguir o máximo possível no menor tempo possível, sempre com uma abordagem não invasiva, claro”, resume. Manuel Manso Sem agulhas ou injectáveis, a fama de Inês Rebelo precede-a. É pioneira na redefinição da figura da facialista e percussora de uma nova relação entre as pessoas e o próprio rosto. “É um termo que não existia em Portugal e que voltou a trazer seriedade à estética, algo que se tinha perdido muito ao longo dos anos. Acho que agora há
Okuda San Miguel volta a expor na Underdogs e traz 17 obras inéditas

Okuda San Miguel volta a expor na Underdogs e traz 17 obras inéditas

As cores e as formas geométricas unem-se e ganham vida nas obras de Okuda San Miguel, que vai apresentar o seu trabalho pela terceira vez na galeria Underdogs. A exposição "Interdimensional Landscape" abre portas na sexta-feira, dia 30 de Abril, às 18.00. Nela, o artista espanhol vai apresentar 17 obras inéditas, feitas especificamente para a galeria lisboeta. Natural de Santander, cidade costeira do norte de Espanha, Okuda San Miguel começou a carreira em espaços abandonados, antes de se tornar num nome importante da arte contemporânea e urbana. Os seus projectos artísticos debruçam-se sobre temas como identidade e liberdade e estendem-se por murais, escultura, fotografia e vídeo, com exposições em várias parte do mundo, incluindo em Portugal.   D.R Sobre a exposição "Interdimensional Landscape", a Underdogs escreve em comunicado que é “(...)uma exploração da cor enquanto linguagem da abertura e multiplicidade. O artista pretende, assim, celebrar a diversidade e as infinitas nuances da experiência humana”. Os temas abordados nestas obras promovem uma sintonia e união de géneros, etnias e identidades. Para além disso, as obras cromáticas de San Miguel envolveram inteligência artificial, ferramenta que o artista usou durante o seu processo criativo para poder criar e explorar novas formas dentro desse universo. No dia da abertura da exposição, às 16.00, será lançada uma obra de edição limitada de Okuda San Miguel, inspirada numa das obras em exposição. "Interdimensional Lan
A nova colecção da 38 Graus quer fazer reviver um Verão sem filtros

A nova colecção da 38 Graus quer fazer reviver um Verão sem filtros

A temperatura sobe ligeiramente e já damos por nós a tentar desenterrar os biquínis e fatos de banho do fundo de armários e gavetas. A portuguesa 38 Graus adiantou-se e lançou uma nova colecção, inspirada nos dias quentes vividos sem filtros. Entre cores, padrões e texturas, as primeiras peças já estão à venda. Em comunicado, Marta Oliveira, fundadora e diretora criativa da marca, explica que “Playground é um grito de liberdade — criámos uma campanha mais crua, mais viva e menos construída. Quisemos mostrar a mulher real, no seu habitat natural: a praia, o calor, a festa. Tudo o que nos inspira na criação dos biquínis está presente nesta coleção — texturas, padrões desenhados in-house e uma paleta quente, pensada para destacar a beleza do corpo em movimento”. A campanha foi fotografada no Brasil com o objectivo de captar imagens de um Verão que não parece ter fim.  Priscilla Haefeli Desde 2017 que a missão da 38 Graus anda em torno da celebração do corpo das mulheres em todas as suas particularidades. Para se manter fiel ao princípio da diversidade e da representatividade, a marca portuguesa vende as suas peças de parte de cima e de baixo em separado para permitir que se misturem, não só tamanhos mas também modelos, para melhor se adaptarem a cada corpo. Estes modelos estão disponíveis para venda online e no 38 Graus Studio, na Rua dos Poços Negros. Os preços vão dos 44,95€ aos 119,90€. Rua do Poço dos Negros, 124 (São Bento). 21 396 1139. Seg-Dom 11.00-19.00 📲 O (novo) TO
Feminismo, hip hop e o Portugal de 1975. Festival Política marca 50 anos de PREC

Feminismo, hip hop e o Portugal de 1975. Festival Política marca 50 anos de PREC

São já nove edições de Festival Política, evento que nasceu em 2017 para "promover a participação cívica, a defesa dos direitos humanos e o combate à abstenção." Nos dias 24, 25 e 26 de Abril, regressa ao Cinema São Jorge com um programa que incide sobre os 50 anos do Processo Revolucionário em Curso (PREC), mas também sobre os 50 anos das eleições para a Assembleia Constituinte. "Esta será a maior edição de sempre", começa por referir Rui Oliveira Marques, co-director do festival, ao lado de Bárbara Rosa. Em três dias, estão marcadas 26 actividades, todas elas gratuitas. Há filmes, dentro e fora de competição, música, um espectáculo de humor e quatro exposições. "Este ano o festival coincide com os 50 anos das primeiras eleições livres, no pós-25 de Abril, e que ainda hoje são as mais participadas de sempre em Portugal", continua. EGEAC/José Frade O Festival Política também tem circulado pelo país com edições em Braga, Coimbra e Loulé, embora seja em Lisboa que reúne uma média de 2500 participantes, além de ocupar um lugar privilegiado na cidade e no calendário. "É onde temos mais actividades, até pela questão simbólica de coincidir com o 25 de Abril. Aliás, nesse dia, só começamos as actividades ao final da tarde. Queremos ser essa continuação da Avenida da Liberdade", remata. O cinema está no centro da programação, com 18 fitas em competição, na maioria produções nacionais e em torno de temas como os direitos humanos, cidadania, habitação, educação e direitos das mulhere
Este ano, o festival Jardins Abertos quer pô-lo a sujar as mãos na terra

Este ano, o festival Jardins Abertos quer pô-lo a sujar as mãos na terra

Este é já um ritual de Primavera para a cidade de Lisboa. A partir de 2 de Maio e durante quatro fins-de-semana, os Jardins Abertos regressam para abrir as portas a 24 espaços verdes, com um programa que inclui visitas guiadas, visitas livres e, pela primeira vez, actividades de jardinagem colectiva, uma oportunidade de sujar as mãos na terra enquanto se aprende mais sobre como cuidar das plantas e do seu habitat. Toda a programação é gratuita e não requer inscrição prévia. "Este ano queremos falar sobre o futuro. Não do futuro como uma utopia interessante, mas de um futuro que possa começar já hoje", anuncia André Ramalho Freire, da organização do festival que chega este ano à 14.ª edição. E para envolver o público nesta discussão, o festival estreia uma nova iniciativa. Chamam-lhe Jardinagem Colectiva e será uma oportunidade de aprender com quem mais percebe do assunto, ou seja, de jardins. O envolvimento da comunidade não fica por aí. A organização do festival convidou ainda vários grupos e colectivos a juntarem-se ao programa de actividades, entre eles a associação VERDE, Batoto Yetu, Biodiversity4All, Future Days e Tagis. "É uma actividade em que vários amigos, vizinhos ou até desconhecidos se juntam para cuidar de espaços que são de todos", detalha André. Sob a orientação de responsáveis e cuidadores de cada um dos espaços, estas actividades vão passar por três locais – os Jardins do Palácio Fronteira (3, 17), em São Domingos de Benfica, o Cemitério dos Ingleses (17, 24
Em Maio, a Cordoaria Nacional volta a transforma-se num recreio para coleccionadores

Em Maio, a Cordoaria Nacional volta a transforma-se num recreio para coleccionadores

A Cordoaria Nacional é mesmo o grande palco da arte de Lisboa. Ainda antes de mais uma edição da Arcolisboa, é a Lisbon Art and Antiques Fair (LAAF) a ocupar este espaço nobre da cidade. De 9 a 17 de Maio, a maior feira de arte nacional junta 35 expositores – entre antiquários, galerias de arte moderna e contemporânea, especialistas em joalharia ou design –, nacionais e estrangeiros. No total, os visitantes poderão contar com 1380 metros quadrados dedicados à arte, naquela que é a 22.ª edição da LAAF e que conta com Pedro Calapez como artista convidado. O pintor português levará para a cordoaria a sua série Lameiros, conjunto de telas inspiradas no nordeste transmontano, mais precisamente nos terrenos de uso comunitário que, no norte do país, se destinam ao armazenamento de forragens de aldeias vizinhas. DRPedro Calapez Organizado pela APA (Associação Portuguesa dos Antiquários), o evento volta a contar com a OITOEMPONTO na elaboração do projecto cenográfico. Na lista de participantes, destaque para cinco estreantes. São eles Alexandra Matias Jewelry, Atelier Daciano da Costa, Galeria da Estrela, Gracinha Viterbo Interior Design e L’Éléphant. A proposta é, portanto, ir da Antiguidade Clássica ao design contemporâneo sem sai da Cordoaria Nacional. Do lado da programação, o destaque volta a ser as Conversas Sobre Arte. Para o dia 12 de Maio está marcada a palestra Azulejo: um Património com Futuro, às 18.00. Dois dias depois, o mote é Visita a uma Colecção Particular de Arte
O mar, a violência e a memória colonial. Paula Rego e Adriana Varejão nunca estiveram tão próximas

O mar, a violência e a memória colonial. Paula Rego e Adriana Varejão nunca estiveram tão próximas

Vinte e cinco anos, e mais de 7500 quilómetros, separam os nascimentos de Paula Rego e Adriana Varejão. Mas encontrar pontos de contacto entre as obras das duas artistas não é um exercício que tenha começado hoje. Em Setembro de 2017, trabalhos seleccionados de uma e de outra já haviam sido postos em diálogo, numa exposição da Fortes D’Aloia & Gabriel, no Rio de Janeiro. Nick Willing, filho da pintora portuguesa, viajou na altura até ao Brasil, enquanto Adriana visitou o atelier de Paula, em Londres, onde as duas se conheceram pessoalmente. Quase oito anos depois, uma ideia (bem mais ambiciosa no que toca à escala e que começou a ser nutrida em 2021, ainda Paula Rego era viva) ganha forma no Centro de Arte Moderna Gulbenkian. Esta sexta-feira, inaugura "Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes", a primeira exposição conjunta das duas artistas em Portugal, que junta cerca de 80 obras na Nave do CAM. "As obras são bastante diferentes, mas a sinergia entre elas e a forma como dialogam é incrível", começa por denotar Adriana Varejão, nome incontornável da arte contemporânea brasileira, com obras espalhadas pelos grandes acervos de arte do mundo, incluindo a Tate Modern, em Londres, e o Metropolitan Museum of Art e o Guggenheim, em Nova Iorque. Pedro Pina A curadoria, tarefa que a artista dividiu com Helena de Freitas e Victor Gorgulho, agrupou as obras em 13 núcleos, cada um deles instalado num espaço circunscrito. Habitualmente ampla, a maior das galerias do edifíc
Fechado para obras, Museu Gulbenkian expõe as suas melhores peças no edifício do lado

Fechado para obras, Museu Gulbenkian expõe as suas melhores peças no edifício do lado

Estas peças são boas demais para ficarem guardadas, mesmo que seja apenas por algum tempo. Fechado para obras até Julho do próximo ano, o Museu Gulbenkian leva, a partir de 12 de Abril, mais de 300 peças emblemáticas da colecção para uma das galerias do Edifício Sede – na outra, continua a poder visitar a exposição "Arte Britânica – Ponto de Fuga". "Coincidindo com o 70.º aniversário da morte de Calouste Gulbenkian (1869-1955), a exposição não procura recriar o museu encerrado, mas usa o conceito de exposição temporária para explorar um caminho que a museografia das galerias permanentes não permite", lê-se no comunicado. Afinal, são milénios de história e uma viagem em jeito de "narrativa retrospectiva", com especial atenção "às afinidades formais entre objectos díspares, seguramente mais próxima dos critérios que norteariam a apresentação no palacete parisiense do coleccionador". Conte com um percurso que começa no século e que recua até à Antiguidade, numa amostra da colecção que sublinha o ecletismo de Calouste Gulbenkian. Arte chinesa, Idade Média, arte islâmica e pintura europeia são alguns dos núcleos representados, sem esquecer a joalharia de René Lalique ou obras-primas da pintura do século XIX – caso de As Bolas de Sabão de Manet ou de Retrato de Henri Michel-Lévy de Degas –, ou mesmo Flora, escultura de Jean-Baptiste Carpeaux. A exposição "Colecção Gulbenkian. Grandes Obras" termina com a apresentação inédita do conteúdo do cofre-forte do coleccionador, onde encontr
Com nove salas, centro interpretativo dos murais de Almada Negreiros abre esta terça-feira

Com nove salas, centro interpretativo dos murais de Almada Negreiros abre esta terça-feira

A partir desta terça-feira, as Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos contam com um centro interpretativo, dedicado aos murais de Almada Negreiros que foram inaugurados nestes edifícios nos anos 40 do século passado. Considerados o "maior e mais significativo conjunto de pintura mural do século XX, em Portugal", segundo a nota enviada à imprensa, os murais são obras emblemáticas do modernismo português. Pela primeira vez, o público terá acesso aos murais originais (no piso 1 de ambos os edifícios), mas também às nove salas que compõem o centro interpretativo, onde é possível aprender mais sobre a história das duas gares (da II Guerra Mundial ao regresso dos portugueses das ex-colónias), projectadas por Porfírio Pardal Monteiro, mas também sobre a vida e obra de Almada Negreiros, artista nascido a 7 de Abril de 1893. FREDERICO FONSECA O centro interpretativo fica no piso 0 da Gare Marítima de Alcântara. Três das salas são dedicadas em exclusivo às pinturas e ao processo criativo do qual resultaram, incluindo entrevistas e depoimentos de Almada durante e após a conclusão dos murais. As visitas são apoiadas por audioguia. Situadas a 800 metros uma da outra, as gares estarão agora ligadas por um transporte gratuito. O veículo é, na verdade, um modelo construído a partir do projecto original de um carrinho de bagagens desenhado pelo atelier Pardal Monteiro. Por sua vez, o restauro dos murais da Gare Marítima Rocha do Conde de Óbidos foi finalizado recentement