Começou a rabiscar textos impublicáveis em criança, tentou seguir ciências exactas na adolescência, chegou à idade adulta e assumiu que a vida devia passar pelo jornalismo. Escreveu nas áreas da saúde, viagens, sociedade, economia e cultura, cofundou uma revista generalista sobre Lisboa e foi freelance durante oito anos, período em que colaborou com o Público, Expresso, Exame e Jornal de Negócios. Vive desde 2008 em Lisboa, cidade-casa, é da geração à rasca e integra, desde 2023, a equipa da Time Out, onde vasculha as folhas da Grande Alface e escreve os temas que fazem mexer a cidade, da política aos becos favoritos de Pessoa. 

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Rute Barbedo

Rute Barbedo

Jornalista

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Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Novembro vai ser um mês em grande, no que toca a exposições. Até domingo, o Lisbon Art Weekend vai entrar em cerca de 50 espaços da cidade, entre museus, galerias e estúdios de artistas. Mas há mais. No CAM Gulbenkian, inaugura uma grande exposição de Carlos Bunga – "Habitar a Contradição" –, com obras do artista e peças da colecção. Há fotografias de Alfredo Cunha para ver na ZET, uma nova galeria na Baixa, mais uma edição do World Press Cartoon em Algés e "Kalabongó", exposição do fotógrafo Jorge Panchoaga, a inaugurar na Narrativa. Recomendado: As melhores exposições de fotografia para ver em Lisboa
As melhores coisas grátis para fazer em Lisboa esta semana

As melhores coisas grátis para fazer em Lisboa esta semana

É uma semana para explorar exposições novas ou que ainda não viu, nos quatro dias e 50 espaços do Lisbon Art Weekend. Mas também para sentar e ver os filmes do ciclo sobre censura da Casa da Achada. Se tem medo do escuro, a exposição Mais Luz (a primeira individual de Chema Alvargonzalez depois da sua morte), na Sociedade Nacional de Belas-Artes, é o programa a seguir. Na Ajuda, por sua vez, há para ver a exposição de Lu Nan, nome maior da fotografia contemporânea chinesa, sobre centros de detenção na Birmânia, e, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, "Histórias Lindas de Morrer". Em Oeiras, contos, oficinas e espectáculos enchem o programa do festival Passa a Palavra e, nos Coruchéus, o teatro faz questionar quantas mulheres, ao longo de séculos, terão sido esquecidas e omitidas pela História. Fazemos pensar demais? Um magusto na Penha de França, na companhia de dois coros lisboetas, resolve o caso, com certeza. Recomendado: As melhores coisas para fazer em Lisboa em Outubro
Os melhores sítios para andar de skate em Lisboa e arredores

Os melhores sítios para andar de skate em Lisboa e arredores

Foi entre os anos de 1940 e 1950 que os californianos começaram a imaginar uma forma de surfar em terra firme. No início, improvisaram pranchas com rodas, até que, em 1959, a empresa Roller Derby lançou-se na produção em massa e o skateboarding explodiu. Em Portugal, deslizar na rua ganhou ritmo apenas depois do 25 de Abril, com o primeiro campeonato nacional de skate a acontecer em 1979 e o primeiro parque de skate a construir-se na Quinta da Balaia, em Albufeira, sete anos depois. Na Área Metropolitana de Lisboa, a coisa também pegou. Até hoje. Em Lisboa, na Margem Sul e na Linha de Sintra, continuam a construir-se, a renovar-se e a usar rampas, bowls e corrimões, pensadas para novatos, experientes e audazes.  Recomendado: Saiba quais são as melhores coisas radicais para fazer em Lisboa
Exposições grátis a não perder em Lisboa e arredores

Exposições grátis a não perder em Lisboa e arredores

Artes plásticas, fotografia, vídeo, som, instalação, obras documentais e ficcionais. Nesta selecção de exposições grátis em Lisboa encontram-se categorias e não-categorias, universos que vão da liberdade do oceano à arquitectura austera. Aqui nunca se esquecem as galerias de arte (comerciais e municipais), de entrada habitualmente gratuita, mas também há lugares fora do mapa cultural estabelecido, tal como o movimento das associações, que não deixam o sector dormir. Do clássico ao experimental, damos-lhe algumas alternativas para pensar no mundo, apreciar a beleza ou divertir-se. Gostos, há para tudo. Recomendado: 20 galerias de arte em Lisboa: um roteiro alternativo
As melhores exposições de fotografia para ver em Lisboa

As melhores exposições de fotografia para ver em Lisboa

Na rentrée cultural, uma exposição nunca vem só, e a fotografia não é excepção. A Mostra de Fotografia e Autores - MFA não nos deixa esquecer que é preciso mexer, trazendo à tona o olhar de diferentes fotógrafos a vários espaços da cidade. Já em "Saison Floue - Temporada Turva" (na Narrativa), vamos à França rural, onde nos confrontamos com os "bandos à parte" do trabalho sazonal e as suas vidas em caravanas, ao relento e em casas ocupadas. Até ao final do ano, marca o calendário Imago Lisboa Photo Festival, sob o mote “Quebrar o Silêncio – Caminhar Juntos” e com dez exposições que colocam o dedo nas feridas da xenofobia e do racismo. Na Ochre Space, chegam-nos as prisões do Norte de Myanmar, pelos olhos de Lu Nan. Tempo ainda para conhecer o trabalho de mulheres pioneiras da fotografia no Museu do Chiado e para ver (se ainda não o fez) "Venham Mais Cinco - O Olhar Estrangeiro sobre a Revolução Portuguesa", que foi prolongada até Novembro, em Almada. Recomendado: 🖼️ Os melhores museus em Lisboa
Oito aldeias que resistem dentro da cidade

Oito aldeias que resistem dentro da cidade

Este artigo foi originalmente publicado na revista Time Out Lisboa, edição 673 — Primavera 2025 Em Carnide, Benfica, na Ameixoeira ou no Lumiar, nos Olivais, na Ajuda e nas Laranjeiras, dando ainda um salto a Odivelas, encontrámos oito aldeias dentro da cidade. São pequenas bolsas de resistência a um modo de vida acelerado e ruidoso, das grandes superfícies e dos semáforos. Povoaram-nas, há décadas, homens e mulheres do êxodo rural, vindos do Alentejo, de Trás-os-Montes, do Minho, trabalhando em quintas e fábricas. Foram eles que, mais tarde, aqui montaram mercearias, padarias, restaurantes e oficinas onde os urbanos, essa espécie em expansão, vão agora experimentar o vagar, depois de uma curta viagem de metro. As grávidas daqui, que fique escrito, não terão de dar à luz em ambulâncias. O porco também não se mata nestas coordenadas. Mas há missas, funerais e bailaricos. E a vida é boa para quem está de visita. Ora vejam. Recomendado: As melhores tascas de Lisboa
Os melhores parques de campismo para dormir sob as estrelas

Os melhores parques de campismo para dormir sob as estrelas

Acampar pode ter diferentes motivações. Desde o ser humano farto da vida urbana que quer escapar aos ruídos mais maquinais e tecnológicos, até à pessoa cansada da posição "cadeira-de-escritório" que quer esticar tendões e músculos 20 horas ao dia. A verdade é que passar férias num parque de campismo já não é só o que era. Dos aburguesados glampings aos parques com o condão da vida natural, as opções são várias, de Trás-os-Montes ao Algarve, passando pelos Açores. Nestes parques, há ecoturismo, fornos a lenha, mas também ginásios e tubos para dormir junto à vidraça, sem nunca esquecer as estrelas. O difícil pode ser escolher. Desligue-se do mundo em alguns dos melhores parques de campismo em Portugal. Recomendado: Os melhores sítios para ver as estrelas em Lisboa
Guia para não pagar entrada nos museus em Lisboa

Guia para não pagar entrada nos museus em Lisboa

Conhecimento é dinheiro, máxima que se aplica à cultura, que por sua vez faz gerar mais conhecimento e, portanto... é fazer as contas. Fazendo-as, damos a conhecer (lá está!) dez sugestões para alimentar o vício da arte sem gastar dinheiro. Ao todo, são nove museus com dias, horas e circunstâncias específicas de entrada livre, aos quais se acrescentam oito, de gestão nacional, que pode visitar gratuitamente em qualquer data, ao abrigo do programa que oferece 52 dias anuais de entradas sem pagar. Seja ao domingo ou na última quinta-feira do mês, na lista figuram algumas das melhores colecções do país, que podem ir da azulejaria à videoarte. Só tem de estar atento, apontar na agenda e encontrar o tempo certo. Recomendado: Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana
O melhor da Penha de França

O melhor da Penha de França

É uma das grandes áreas residenciais da cidade e uma das mais procuradas pelas camadas jovens. Um dos motivos está no preço médio por metro quadrado da freguesia, claro, facto que também terá atraído ao território pequenos negócios, ateliers de artistas e projectos experimentais nos últimos anos. A história, porém, não saiu daqui, pelo que esta é uma espécie de visita guiada que inclui um cemitério e um antigo convento, que passa pelo miradouro, almoça numa neotasca e janta num italiano, passando ainda pelo clube recreativo e por pequenas salas de concertos. Saiba o que fazer na Penha de França. Recomendado: O melhor de Campo de Ourique
Lojas históricas em Lisboa: velhas e boas

Lojas históricas em Lisboa: velhas e boas

Que as paredes contam histórias suspeita-se ainda antes de existir o fado. Mas também há que ouvi-las das bocas dos ourives, pasteleiros, funcionários de cafés, lojas de ferragens, tecidos, cerâmica e outros quejandos. Na volta aos espaços centenários que marcam a identidade lisboeta, passa-se ainda por marinheiros, reis, bandidos, poetas e revolucionários. E dos relatos chegam receitas milenares, artes rigorosas e até cheiros vindos do outro lado do planeta. Corremos a cidade e atravessámos séculos, para fazer um roteiro de 48 grandes lojas que continuam a servir bem e à antiga, porque o que é clássico é bom. A viagem começa em 1741 com a Fábrica Sant’Anna e termina no espaço histórico do Armazém das Malhas, aberto desde 1962. Recomendado: As novas lojas em Lisboa que tem mesmo de conhecer
10 cidades que transformaram património industrial em centros culturais

10 cidades que transformaram património industrial em centros culturais

Sobre o local onde se produziram e armazenaram bens alimentares para as Forças Armadas e de segurança, a Manutenção Militar Norte, no Beato, está em discussão a criação de um grande pólo cultural, artístico e comunitário. A ideia seria ali formar várias casas: a da fotografia, da ilustração, do som, do teatro e da dança, da música, das artes plásticas, do vinho, entre outras. E há uma petição a circular para que aqueles 15 edifícios não sejam entregues ao abandono ou à especulação. No novo Bairro do Grilo, pede-se, caberiam respostas à crise da habitação, mas também à falta de equipamentos "sociais, culturais e estudantis da cidade e do país". Impossível? Nem por isso, se olharmos para o que tem acontecido, nas últimas décadas, em cidades como Berlim, Madrid, Paris ou Viena, onde estruturas fabris em desuso tornaram-se pesos pesados da cultura, e da vida.
Saiba quais são as melhores coisas radicais para fazer em Lisboa

Saiba quais são as melhores coisas radicais para fazer em Lisboa

Isto não é sobre desportos, mas sobre atitude. Por isso, avisamos desde já que, se não tem queda para quedas, ou para o imprevisto, é melhor parar já de ler. Entre atirar machados a uma parede a ir para o quarto escuro de uma discoteca, saltar de asa-delta ou num túnel de vento, a adrenalina pode variar, mas existe sempre. Não tem medo e gosta de se pôr à prova? Veio ao sítio certo. Destemidos da cidade: eis as coisas mais radicais para fazer em Lisboa e arredores – e riscar da lista. Recomendado: Sítios onde um adulto pode ser criança em Lisboa

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Angelina DIY

Angelina DIY

É um lugar criado em modo DIY por dezenas de skaters, que tinham vontade de praticar skate num lugar acessível por transportes públicos e no centro da cidade. Em Santos (junto à discoteca Urban Beach), o Angelina grita assim por esse direito a brincar, particar e fazer desporto na rua, sem ter de apanhar um comboio para os arrabaldes. Sobre o facto de ter sido construído de skaters para skaters (de nível avançado ou não), um dos seus criadores, Daniel Galli explicou o seguinte à revista Betesga: "Os prós são inúmeros, desde o prazer de construir e depois andar de skate no spot que tu próprio construíste, até ver outras pessoas a andar de skate de diferentes formas, escolher o tipo de obstáculo a construir e até escolher onde o DIY vai acontecer, no nosso caso um spot virado para o rio, com o pôr-do-sol e tudo mais. Claro que há aquele 'medo' de não saber quanto tempo vai durar, de as pessoas que frequentam não cuidarem como tu, de os obstáculos serem roubados, como já aconteceu na Angelina, e a dificuldade tanto financeira como de mão-de-obra. Mas o importante é manter a chama acesa, o espírito de união, as gargalhadas, as sessões, os churrascos e os momentos que o skate proporciona." O espaço está vivo desde 2023. anda a crescer como ponto de encontro desde 2023. À revista Betesga, um dos seus criadores, Daniel Galli, explicava como 
Skatepark de Campolide

Skatepark de Campolide

Fica debaixo de um dos viadutos da CRIL, junto ao Bairro da Liberdade, e é composto por duas zonas interligadas: uma de street skate e outra de rampa. Tem também uma box em extensão e duas hips para os aéreos. Na zona de street, há obstáculos como escadas, muretes de deslize, lombas, corrimãos, gaps e pequenas rampas, para se poder saltar e deslizar entre elas. "Já passei aqui dias e dias seguidos a treinar para campeonatos. Sempre que volto, é especial", disse à Time Out sobre este spot o atleta olímpico Gustavo Ribeiro, em 2022.
Skatepark de Ouressa

Skatepark de Ouressa

Foi inaugurado em 2024 e fica no Parque Urbano de Ouressa, em Mem Martins. Com cerca de 1.000 metros quadrados de área, tem vários obstáculos técnicos, como o bowl de betão, uma caixa de manuals, uma flatbar, uma box central, quarters e corners. Foi pensado para poder acolher quem está a dar os primeiros passos no skate, mas também nos patins ou nas manobras em BMX.
Skatepark da Baixa da Banheira

Skatepark da Baixa da Banheira

Skate, patins ou BMX cabem, em separado ou ao mesmo tempo, no skatepark da Baixa da Banheira. O espaço foi inaugurado em 2025 e vem de uma longa reivindicação da juventude local, que, até aqui, estava limitada aos obstáculos da rua. Longe de ser uma simples pista ou rampa, o parque tem como atractivo seis poços em composição de pirâmide, bem como um bowl. Integrado no Parque José Afonso, é também um local agradável de estadia e socialização.
Skatepark do Parque da Cidade

Skatepark do Parque da Cidade

Boobie Trap. Assim ficou apelidado este parque do Barreiro, depois de dois meses de trabalho autodidacta do skater Thaynan Costa e amigos, que reconstruiram o local em 2015, dando-lhe obstáculos para todos os níveis. É, portanto, um espaço feito de skaters para skaters, cujo objectivo, na altura da sua criação, foi oferecer rampas que não existiam noutros locais, mas com um grau de dificuldade acessível, permitindo a evolução da prática. 
Skatepark do Calhariz de Benfica

Skatepark do Calhariz de Benfica

Inaugurado em 2025, o parque do Calhariz Velho foi um projecto escolhido pelos jovens de Benfica, através do Orçamento Participativo Jovem 2023. O espaço baldio debaixo de um viaduto tornou-se, então, num ponto de encontro para quem gosta de praticar skate, patins em linha ou BTT. O parque tem várias zonas técnicas de skate de rua, que simulam elementos urbanos como escadas, muretes e corrimões. A área dedicada à rampa tem um quarter-pipe, e há curbs e muretes de deslize para os mais audazes. Nas proximidades, há restaurantes para matar a fome, mas também a Residência Universitária do Calhariz, que acolhe eventos culturais e tem uma vending machine, para quem se esqueceu de levar a garrafa de água.
Skatepark do Vale da Ameixoeira

Skatepark do Vale da Ameixoeira

O parque nasceu em 2017 junto à Piscina Municipal de Santa Clara e é um lugar de vista desafogada para o pôr-do-sol, no limite de Lisboa. Apesar de não haver metro "à porta" (só autocarros), é um local calmo onde dá gosto testar algumas manobras, tanto nas zonas de street como na rampa em V ou no hip para saltos. Noutra das zonas, há também um percurso a descer com vários obstáculos. Tudo culmina na "praça" principal, onde há escadas, muretes de deslize, lombas, corrimões ou gaps.
Skatepark de Pedrouços

Skatepark de Pedrouços

Construído em 1996, é um dos primeiros parques de skate do país. Depois de requalificado, em 2025, tornou a poder receber os skaters que veneram o old school, mas também os que estão a aprender. O espaço, com a clássica rampa ao centro, recebe skates, mas também BMX e patins em linha. Tem ainda lombas e outros obstáculos para treinar. 
Skatepark de Almada

Skatepark de Almada

Inaugurado em Junho de 1993 e reabilitado em 2016, foi o primeiro skatepark a existir em Almada. Desenhado na lógica da skateplaza, fica integrado no Parque da Juventude e tem obstáculos para vários níveis e manobras. Entre eles estão as rampas, os curbs, as escadas, os corrimões, os quarter pipes e um pequeno half-pipe.
Cinema na Casa da Achada

Cinema na Casa da Achada

"Há sempre espaço na sociedade democrática para censuras formais e institucionais ou também oficiosas e dissimuladas. O poder, seja qual for a sua natureza, tem sempre os seus apetites e desejos. E o capital também", avisa a Casa da Achada, para falar da segunda parte do ciclo "O Filme Proibido é o mais apetecido - Censura(s) nas Democracias". Tanto no amor, como no trabalho, os filmes de Outubro deixam-nos ver o que muitos não gostaram (ou gostariam) que fosse visto. 
O Infinito Lugar da Luz

O Infinito Lugar da Luz

A recriação do atelier de Manuel Cargaleiro na Quinta da Fidalga (projecto de Siza Vieira), Seixal, numa instalação que ficará permanentemente na oficina de artes é um dos atractivos desta exposição. Mas o seu conteúdo não fica obviamente atrás, já que no espaço há um vasto conjunto de obras da autoria do artista falecido em 2024, doadas ao município. Com enfoque nas últimas obras, passa-se por diversos suportes e técnicas, integrando estudos e desenhos. A exposição acolhe ainda trabalhos de outros artistas, que enfatizam a vertente de coleccionador de Cargaleiro, como Sonia Delaunay, Marcelle Cahn, Vieira da Silva, Arpad Szenes, Nathalia Goncharova, Zao Wou-Ki, Júlio Resende, Armando Alves, José Escada, René Bértholo, Lourdes Castro, José Rodrigues, Eduardo Luiz e Pedro Avelar. No mesmo espaço, uma obra conjunta realizada com o também seixalense Vhils (Alexandre Farto), marca a contemporaneidade da sua obra.
Oficina de Artes Manuel Cargaleiro

Oficina de Artes Manuel Cargaleiro

A Oficina de Artes Manuel Cargaleiro é um espaço de arte contemporânea, projectado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira e inaugurado em 2016 na Quinta da Fidalga, concelho do Seixal. Replicando o espaço de trabalho do artista falecido em 2024, o espaço é uma homenagem à sua vida e obra, que recebeu, pouco mais de um ano após a sua morte, uma grande exposição em que entram as obras mais recentes, mas também peças da sua colecção pessoal. O espaço vale a visita, não só pelo interior, como pelos espaços generosos à volta. Na quinta, há passeios, oficinas de desenho, entre outras actividades programadas para a tranquilidade própria do local. 

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Em contra-corrente, uma galeria de arte abriu na Baixa. A primeira exposição é de Alfredo Cunha

Em contra-corrente, uma galeria de arte abriu na Baixa. A primeira exposição é de Alfredo Cunha

Por cima, trabalham os funcionários da dst (de Domingos da Silva Teixeira, grupo de engenharia e construção fundado na década de 1940) e foi deles que partiu a ideia de criar uma galeria de arte no rés-do-chão do edifício, em plena Baixa. Podendo parecer estranho, não é. A sede do grupo em Palmeira, Braga, está pejada de obras de arte — a começar por uma reinterpretação de A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, na qual alguns dos trabalhadores tomam os lugares de apóstolos e José Teixeira, o presidente (e coleccionador), o de Jesus. Também há aulas de filosofia, de pintura, um cabeleireiro chamado Spot António Variações (Fiscal, onde o artista nasceu, é já ali ao lado), bibliotecas e uma discoteca. Em 2014, surgiu também a ZET, no centro da cidade, em parte como montra da aposta da empresa na cultura e na arte (que, já agora, é mecenas de vários projectos artísticos pelo país), com uma forte presença no mercado comercial online e com uma programação regular. "Os colegas de Lisboa sentiam falta que acontecesse aqui o que aconteceu em Braga, de mostrar uma certa dinâmica cultural", enquadra à Time Out a directora e curadora Helena Mendes Pereira, na ZET (o nome vem de Zé Teixeira) da Rua da Prata, o pequeno espaço inaugurado na quinta-feira, 6 de Novembro, com a exposição "Cartografia do Desejo", em que Alfredo Cunha se testa abordando o corpo, o nu e a intimidade. "O nosso país é muito centralista", continua a curadora. E na ZET a ideia é descentrar, apostando na arte contemporâ
Das refeições à lavagem da louça: novo percurso mostra universo doméstico do Palácio da Ajuda

Das refeições à lavagem da louça: novo percurso mostra universo doméstico do Palácio da Ajuda

O Palácio Nacional da Ajuda abre pela primeira vez ao público um percurso expositivo sobre o que estaria por detrás e em torno da arte de comer, no tempo de D. Luís e D. Maria Pia. O programa O Quotidiano da Mesa Real, a inaugurar a 20 de Novembro e aberto ao público a partir do dia seguinte, evoca "espaços de serviço há muito desaparecidos ou inacessíveis, como as cozinhas, mantearia, arrecadações e copa, propondo o percurso histórico que liga a Sala de Jantar, onde se reconstitui o requintado recheio original, à Sala de Lavagens da Loiça", comunica a Museus e Monumentos de Portugal. DRO Quotidiano da Mesa Real Ao contrário da narrativa habitual, centrada nos grandes banquetes e cerimónias, este projecto privilegia os espaços e a força de trabalho. Durante a visita, assim, será possível perceber onde e como se guardavam, usavam e lavavam os objectos utilizados para as refeições, bem como as rotinas e o modus operandi das pessoas que "sustentavam o quotidiano deste palácio, que coexistia inevitavelmente com a etiqueta e o luxo". O novo percurso pode ser realizado mediante a compra do bilhete normal de entrada no museu, no valor de 15 euros, ou ao abrigo do programa de entrada gratuita em museus, para cidadãos portugueses e residentes em Portugal, 52 dias por ano. Largo da Ajuda (Ajuda). Qui-Ter 10.00-18.00 (última entrada às 17h15). Gratuito 52 dias por ano para portugueses e residentes em Portugal  🏃 Mais coisas para fazer: fique a par do melhor da agenda de Lisboa 📲
Por este canal do Palácio de Queluz passeava a realeza. Agora vai ser restaurado

Por este canal do Palácio de Queluz passeava a realeza. Agora vai ser restaurado

O Canal dos Azulejos do Palácio Nacional de Queluz será alvo de restauro, voltando a ter o espelho de água que o caracterizava no século XVIII, informa a Parques de Sintra. Será uma forma de aproximar os visitantes "da atmosfera e das vivências da época em que a família real e a corte se passeavam de barco sobre as águas tranquilas (represadas por um sistema de comportas), apreciando as paisagens fantasiosas dos grandes painéis de azulejos", pode ler-se no comunicado. Com uma extensão de 120 metros, acompanhando a Ribeira do Jamor, o canal atravessa os Jardins de Queluz, sendo as suas paredes laterais interiores decoradas com cerca de 50 mil azulejos, excluindo os do bloco central. Do projecto da Parques de Sintra em colaboração com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), "já foram concluídas as análises que permitiram caracterizar os materiais a utilizar e, durante o mês de Novembro, iniciar-se-á a aplicação das metodologias definidas, com o objectivo de devolver a grandiosidade e o brilho originais dos painéis". DR/Parques de SintraCanal dos Azulejos O processo culmina com a reposição do espelho de água que ali existiu durante o século XVIII e "que antigamente se estendia ao longo de todo o canal, com a instalação de um sistema rebatível sob a ponte das comportas, possibilitando a formação de um lago temporário durante o Verão". O espelho será desactivado na época húmida, de forma a garantir a preservação do equilíbrio natural e do correcto escoamento das águas
Alvo de críticas de descuido, Jardim da Estrela está em “reabilitação” e mostra nova cara

Alvo de críticas de descuido, Jardim da Estrela está em “reabilitação” e mostra nova cara

As zonas áridas em várias partes do Jardim da Estrela marcaram a imagem dos últimos meses, da Primavera ao Verão, para muitos dos que moram e frequentam o bairro. Depois de repetidos desabafos nas redes sociais e artigos de opinião mostrando indignação em relação a um dos espaços verdes com maior carga histórica de Lisboa, o Jardim da Estrela tem agora um aspecto mais verde e cuidado, na sequência das várias intervenções realizadas de forma faseada pela Câmara Municipal de Lisboa. "A reabilitação dos relvados e sistema de rega teve início em Outubro e abrange quatro zonas relvadas com maior degradação, num total de 3.285 m²", informa a autarquia, acrescentando que "a intervenção inclui a mobilização do terreno, protecção das árvores com mulch (estilha) e instalação de novos tapetes de relva". Ao mesmo tempo, têm sido plantados canteiros e estão também a ser instaladas novas vedações, com o fim de proteger as novas espécies e as áreas sob intervenção. DR via CMLJardim da Estrela Em Julho, o sociólogo e morador da Estrela, António Barreto, escreveu no jornal Público um artigo intitulado "Voto no jardim", abordando os diferentes períodos por que passou o "seu" jardim, do auge de chiqueza ao desmazelo. "Em numerosos lanços dos caminhos, o pavimento está em vias de destruição, há alguns anos esburacado e em levantamento. Os canteiros, meu Deus, os canteiros! Relva queimada e erva seca. Flores murchas e mortas. O coreto está entaipado, tapado, para obras, com anos de atraso, j
Algumas zonas de Lisboa, Sintra e Oeiras vão ficar sem electricidade na manhã de domingo

Algumas zonas de Lisboa, Sintra e Oeiras vão ficar sem electricidade na manhã de domingo

Algumas ruas e pontos de Lisboa, Oeiras e Sintra não terão electricidade entre as 05.00 e as 11.00 de domingo, 9 de Novembro, informa a E-Redes, explicando que a situação se deve a "trabalhos localizados na rede de distribuição", que servem para garantir a qualidade do fornecimento de energia e também para "corrigir situações que podem gerar insegurança da rede eléctrica e/ou prevenção de avarias". Saiba quais serão as zonas afectadas em cada um dos concelhos: Lisboa: Avenida Conselheiro Fernando de Sousa e Rua Professor Sousa da Câmara, na freguesia de Campolide; Oeiras, na União Das Freguesias de Algés, Linda-A-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo (prevê-se que a interrupção, neste caso, dure entre as 07.00 e as 11.00): Bairro 25 De Abril, Rua 1.º De Maio, a Rua Almeida Garrett, Rua Angola, Rua António Nobre, Rua Brasil, Rua Capitães De Abril, Rua Eça De Queiroz, Rua General Norton De Matos, Rua Luís De Camões, Rua Marconi, Rua Moçambique, Rua Pêro Da Covilhã, Travessa Associados, Travessa Da Alegria, Travessa Da Bela Vista, Travessa Da Creche, Travessa Dos Canteiros, Travessa Esperança, Travessa General Humberto Delgado, Travessa Independência, Travessa Marconi, Travessa Sacadura Cabral (todos os pontos se enquadram na União Das Freguesias de Algés, Linda-A-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo); Sintra, na União das Freguesias de São João das Lampas e Terrugem (das 06.00 às 11.00): Beco Das Figueiras, Caminho Do Pinhal, Caminho Do Vádio, Carreirinha Bacelo, Carreirinho Da Baleia, L
Da destruição à resistência, o Festival de Arte Digital da Trafaria propõe novos ecossistemas

Da destruição à resistência, o Festival de Arte Digital da Trafaria propõe novos ecossistemas

De 14 a 16 de Novembro, o Convento dos Capuchos e a vila da Trafaria, em Almada, acolhem o Periphera – Festival de Arte Digital da Trafaria. Experimentando novos ecossistemas e intersecções entre arte e tecnologia, do campo plástico ao performativo, o evento, de acesso gratuito, junta exposições, performances, palestras e workshops para fazer pensar os tempos que vivemos e os que aí vêm, e como se mete a tecnologia nas nossas vidas e nós nela. No dia de abertura, serão apresentados os dez projectos desenvolvidos no âmbito de residências artísticas decorridas em Outubro nos espaços adjacentes ao Presídio da Trafaria, em que se abordam realidades ciborgue, se viaja pela narrativa de mulheres grávidas que "desenvolvem um apetite voraz por medusas" ou se dialoga com instrumentos que "traduzem o CO₂ da respiração e da voz em composição generativa de som e luz". Do cartaz fazem também parte projectos e nomes sedimentados da cena artística portuguesa, como a dupla Ana Borralho e João Galante, que vai apresentar o seu "Manual de Resistência para 2050", ou a artista plástica Marta de Menezes, conhecida pela sua abordagem directa ao mundo digital, que traz a este festival "Eco-System: Life, Cork, Light and Water". Também Francisca Rocha Gonçalves propõe novas paisagens com as suas "Underwater Listening Sessions", em que os participantes vão poder explorar as profundezas dos ambientes aquáticos, com auscultadores, e a bordo de um barco no Tejo.  DRAlgorithms in Reflection Noutro pris
Movimento Aqui Nasceu Lisboa quer salvar antigo celeiro da Ajuda com mais de 5000 anos

Movimento Aqui Nasceu Lisboa quer salvar antigo celeiro da Ajuda com mais de 5000 anos

É considerada "a estação arqueológica pré-histórica mais importante escavada em Lisboa" e o "primeiro povoado estruturado" da cidade. A sua descoberta remonta a 2017, a partir de sondagens arqueológicas, mas, desde então, nada se fez para preservar e valorizar este lugar com mais de 5000 anos, do qual fazem parte os vestígios de hortas e silos onde se guardariam os cereais. Para lutar pela manutenção do local, foi criado o movimento Aqui Nasceu Lisboa, que em poucos dias juntou mais de 200 cidadãos e cerca de 25 organizações em torno da causa e vem "fazer barulho" para que este testemunho da história não caia no esquecimento nem seja coberto por uma nova construção, como conta à Time Out, por telefone, Álvaro Dias, professor do ISCTE na área de marketing e turismo e mentor da iniciativa. "Havendo um projecto urbanístico para aqui, pode correr-se o risco de o sítio ser destruído ou de algo ser construído por cima", teme o professor, que conheceu o local em Junho, numa das visitas organizadas pelo Centro de Arqueologia de Lisboa (CAL), e percebeu que uma parte das ruínas já tinham sido cobertas (sob a devida política de protecção) por um bloco de apartamentos, há cerca de dez anos. Em Setembro, o professor lançou assim as raízes do movimento Aqui Nasceu Lisboa, não só para chamar a atenção do local como para que este fosse o início da materialização de um projecto cultural, social e turístico a apresentar à Câmara Municipal de Lisboa (CML). "A proposta seria envolver outros esp
Lisboa espera chuva, vento forte e trovoada

Lisboa espera chuva, vento forte e trovoada

Os avisos são vários para esta quarta-feira, 5 de Novembro: condições favoráveis à ocorrência de trovoadas e fenómenos extremos de vento, entre as 03.00 e as 09.00, forte agitação marítima durante todo o dia e precipitação, por vezes forte, desde a noite até ao início da tarde (15.00). São estas as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que coloca o país sob os avisos amarelo e laranja durante esta quarta-feira. Lisboa não é excepção. A agitação marítima e a chuva deverão persistir na zona de Lisboa até quinta-feira, com um abrandamento das condições atmosféricas ao longo do dia. As previsões indicam mesmo um dia de sol, mas com temperaturas de Outono: máxima de 18 ºC e mínima de 12 ºC. Sexta-feira, já sem alertas, a chuva deverá regressar. 🗞️ Mais notícias: fique a par das novidades com a Time Out 📲 Siga-nos nas redes sociais: Whatsapp, Instagram, Facebook e LinkedIn 
Luzes de Natal acendem este mês e Sara Correia vai abrir a festa

Luzes de Natal acendem este mês e Sara Correia vai abrir a festa

As luzes de Natal em Lisboa vão acender-se a 22 de Novembro, após mais de dois meses de montagens. Os trabalhos no terreno começaram em Setembro (embora todo o planeamento se inicie no começo do ano), ainda os termómetros superavam os 30ºC, e as cerca de mil estruturas luminosas e de 5900 peças decorativas estarão agora instaladas um pouco por toda a cidade. "Este ano, estas iluminações totalizam um percurso com 182 quilómetros de luz, o equivalente a mais de três voltas à cidade", comunica a Câmara Municipal de Lisboa (CML). Já o valor do investimento é o mesmo do ano passado, de 750 mil euros.  No quarto sábado de Novembro, o arranque da "época luminosa" será assinalado, como é hábito, no Terreiro do Paço, às 18.30, junto à árvore de Natal de 30 metros de altura. Na agenda, está um espectáculo de luz e orquestra com efeitos de pirotecnia, com a participação da fadista Sara Correia.  Rita ChantreMontagens das iluminações, 2025 A CML informa, ainda, que na Rua Garrett haverá "nuvens de luz dourada", a Rua do Ouro contará com "estrelas cintilantes" e a do Carmo terá uma "sequência de arcos de luz" que vai criar um túnel luminoso. Já a Rua Augusta terá árvores e nuvens luminosas e a Praça de Luís de Camões vai ganhar "uma nova vida com uma instalação monumental inspirada num palácio festivo, ponto de encontro para fotografias e momentos inesquecíveis". As luzes estarão acesas das 17.30 às 23.00, entre domingo e quinta-feira, com o horário a prolongar-se até às 00.00 à sexta-
A ‘piccola’ livraria italiana de Arroios cresceu, mudou de casa e ganhou um café. É entrar para ver

A ‘piccola’ livraria italiana de Arroios cresceu, mudou de casa e ganhou um café. É entrar para ver

"Entra: più siamo meglio è! [Entra: quantos mais formos, melhor é!]" A frase, colada no vidro amplo da nova Piena (a tradução literal é "cheia") – libri persone visioni, tem o objectivo de acabar com incertezas. Vamos mesmo entrar numa livraria onde se lê quase tudo em italiano? Sim, vamos. Por um lado, porque também isso é abrir caminhos. Por outro, porque a livraria que abriu no final de Setembro na Rua Luciano Cordeiro, após três anos no seu micro-espaço de Arroios (zona onde, a par dos Anjos e da Penha de França, se concentra grande parte da comunidade italiana de Lisboa), é um lugar comunitário. Entrando, vemos que o instinto não estava errado: há o poster dos gestos de Munari (Suplemento ao Dicionário Italiano), incitando a falar com as mãos; os Pasolini de olho no interessado leitor; a cafetaria ao centro; e uma pequena selecção de livros de autores italianos traduzidos em português (de Elena Ferrante a Alberto Moravia), coisa residual na antiga livraria e que aqui ainda vai aumentar. Rita ChantrePiena "Em Arroios conseguimos crescer, criar uma comunidade, organizar muitos eventos, como apresentações de livros, leituras ou workshops. Mesmo num espaço pequeno como aquele. Mas precisávamos de dar um salto", explica Elisa Sartor (de Milão), à frente da Piena com Sara Cappai (da Sardenha). Salto é a palavra, porque, além de terem migrado para um espaço maior (antes funcionava aqui uma cervejaria), têm também de assumir (com mais duas pessoas) os comandos da máquina de ca
Das filas aos preços, ainda queremos visitar monumentos em Lisboa?

Das filas aos preços, ainda queremos visitar monumentos em Lisboa?

Em 2024, quando os residentes em Lisboa ainda podiam entrar no Castelo de São Jorge sem pagar (o regime mudou em Julho deste ano por decisão judicial, mas já lá iremos), apenas 19.896 pessoas decidiram fazê-lo, ou seja, 1,1% do público total, que foi de 1,7 milhões. A fracção era mínima, mas, em Junho deste ano, o Tribunal Central Administrativo Sul aceitou uma providência cautelar interposta pelo Ministério Público para terminar com a “prática discriminatória” que permitia aos moradores em Lisboa não pagarem bilhete, ao contrário dos restantes residentes nacionais. A consequência poderia ter sido a gratuidade para todos os residentes em território nacional, mas, ao invés disso, os lisboetas passaram a ter de pagar 15 euros para aceder ao monumento, como todos os outros. Ainda não foram avançados números relativos aos residentes que, ainda assim, terão decidido ir na mesma ao Castelo. Mas, certamente, aqueles 15 euros são dissuasores. A EGEAC fez logo saber que discorda da decisão (que abarca também a Casa Fernando Pessoa, monumento nacional gerido pela empresa municipal de cultura lisboeta) e que avançaria para recurso. Mas enquanto nada acontece, e desde o dia 3 de Julho, todos pagam.  Rita ChantreCastelo de São Jorge Vamos então para a porta do Castelo perceber como são as esperas. À chegada, há duas entradas: a primeira, para quem comprou o bilhete online, não tem ninguém à espera, enquanto a segunda, destinada aos que vão à bilheteira física, compõe-se de uma fila raz
Uma vez por mês, uma rua do Areeiro manda os carros passear e avança para a brincadeira

Uma vez por mês, uma rua do Areeiro manda os carros passear e avança para a brincadeira

No domingo, dia 2 de Novembro, entre as 10.00 e as 13.00, um trecho da Rua Acúrcio das Neves (junto ao 18A), fecha-se ao trânsito automóvel para as pessoas poderem conviver e brincar – crianças e adultos misturados. A iniciativa chama-se Brinca Bairro e partiu da vontade de um grupo de vizinhos do Areeiro, muitos com filhos pequenos, que andavam a trocar ideias no WhatsApp sobre como ganhar espaço, liberdade e tempo de qualidade no bairro. "Se, uma vez por ano, uma rua do Areeiro fecha ao trânsito para o arraial, por que não fazer o mesmo, com maior frequência, pensando na comunidade?", pensaram. Pela primeira vez, a 26 de Julho, cortou-se então o trânsito na Capitão Henrique Galvão. Mas, com alguns carros estacionados no meio, o resultado não foi o melhor, pelo que o passo seguinte foi procurar outro espaço. Não sendo ideal, um trecho da José Acúrcio das Neves, onde os constrangimentos seriam menores (basta limitar, durante uma manhã, o uso de três lugares de estacionamento), foi a "solução intermédia", como conta à Time Out Marta Cerqueira, residente na freguesia e uma das mentoras da iniciativa. Para a Junta (que se mostrou sempre muito aberta à ideia), explica, não é linear chegar a uma rua e proibir a entrada de veículos a motor. "Há sempre queixas dos vizinhos", diz. Mas o objectivo, desde sempre, foi que o Brinca Bairro tivesse impacto, ao ocupar-se a rua "com pessoas e não com carros". DR via Freguesia do AreeiroBrinca Bairro Como em muitas outras intervenções no es