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A Borboleta Negra

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Borboleta Negra
©DR
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A Time Out diz

É sempre de desconfiar dos filmes que têm personagens que dizem que o cinema não sabe como é a vida real, e que vão mostrar às outras personagens como é que as coisas se passam nela.

É isso que sucede a certa altura de Borboleta Negra, um thriller do actor e realizador Brian Goodman, onde Paul Lopez (Antonio Banderas), um escritor e argumentista em crise criativa e dado à bebida, e que vive numa casa isolada no interior dos EUA, dá boleia e alojamento a Jack (Jonathan Rhys Meyers), um vagabundo que o defendeu de um camionista agressivo num restaurante de beira de estrada. E que poderá ou não ser o serial killer que matou várias mulheres nas redondezas nos últimos anos. Para retribuir a boleia e 
o abrigo que Paul lhe deu, Jack decide fazer-lhe uns consertos na casa, que este quer vender para angariar dinheiro mas está um bocado desleixada, e também libertá-lo do bloqueio que lhe emperrou a escrita. E é aí que aparece a conversa sobre “como funciona a vida real”, que vai fazer Paul arrepender-se de o ter ajudado.

Remake de um filme francês de 2008, com o mesmo título e com Eric Cantona num dos dois papéis principais, Borboleta Negra é uma daquelas fitas em que tudo está
 a correr sobre rodas, até cometer um erro que a faz estatelar-se ao comprido e borrar a pintura toda. E esse erro é, precisamente, as coisas passarem a ser como no cinema, em vez de manterem uma verosimilhança que as torna aceitavelmente próximas da vida real. Não contente em estoirar com a credibilidade do filme, Brian Goodman abusa das surpresas forçadas e dos falsos finais (Borboleta Negra tem pelo menos dois), rematando a história com um cliché daqueles de carregar pela boca. Uma pena, porque 
a fita tinha tudo para ser uma apetecível e sólida série B.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Duração:93 minutos
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