‘Springsteen: Deliver Me From Nowhere’: a história íntima de um álbum
Em 1980, Bruce Springsteen tinha já gravado cinco discos, o último dos quais, The River, saído nesse mesmo ano, tinha sido o primeiro a atingir a tabela dos 200 álbuns mais vendidos da revista Billboard. A editora de Springsteen, a Columbia, entusiasmada com as vendas de The River, com o sucesso dos concertos da respectiva digressão, e com a crescente popularidade do músico nos EUA e internacionalmente (neste caso, desde o terceiro disco, Born to Run, de 1975), queria que ele se pusesse a trabalhar num novo álbum o mais depressa possível. Mas Springsteen tinha outras ideias. Especificamente, um álbum a contracorrente dos que tinha feito até aí. E que sairia apenas em 1982, intitulado Nebraska.
Em 2023, Warren Zanes, crítico de música, professor e autor, entre outros, de livros sobre Tom Petty e Dusty Springfield, publicou Springsteen: Deliver Me From Nowhere, em que conta a história pouco conhecida da criação de Nebraska, o atípico disco de Bruce Springsteen, que o gravou sozinho, no quarto de uma casa de campo isolada de um rancho, que havia alugado em Colts Neck, no seu estado de Nova Jérsia, usando material de gravação básico, com a presença apenas, para apoio técnico, do seu engenheiro de som, Mike Batlan. É um álbum totalmente acústico, em que Springsteen toca todos os instrumentos, e cujas dez canções, bem como a sua identidade sonora e lírica, despojada, melancólica e sombria, são fruto de várias influências.
Estas vão desde filmes como Noivos Sangrentos, de Terrence