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A saga fantástica ‘A Torre Negra’, iniciada por Stephen King em 1982, inclui oito livros com um total de mais de quatro mil páginas, é um compósito de fantasia, ficção científica e western, convoca influências tão díspares como O Senhor dos Anéis, de Tolkien, o poema Childe Roland to the Dark Tower Came, de Robert Browning, ou a lacónica personagem de Clint Eastwood nos western spaghetti de Sergio Leone.
Diga-se em abono da verdade que A Torre Negra está muito longe de se incluir entre o melhor do escritor americano, cuja especialidade é o terror puro e mais tradicional, seja sobrenatural, seja psicológico, e não o compósito de géneros com excesso de influências e de referências à mostra.
Este filme realizado pelo dinamarquês Nicolaj Arcel vai buscar elementos de vários dos livros da saga, para tentar, em apenas hora e meia, fazer uma síntese própria da mesma, que sirva de introdução a um projecto mais vasto, que inclui não apenas mais filmes, como também uma série de televisão.
Tendo Iris Elba no papel do Pistoleiro, Matthew McConaughey no maligno Homem de Negro, um feiticeiro que também usa a tecnologia, e o jovem Tom Taylor no de Jake Chambers, A Torre Negra é uma simplificação extrema do convoluto enredo dos livros, que não satisfaz quer devido a essa compressão narrativa radical, quer devido aos defeitos inerentes à saga, considerada por King como a sua “obra magna”, mas que aqui acabam por saltar mais à vista.
Por Eurico de Barros