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Primeira longa-metragem da lusodescendente Cristèle Alves Meira, Alma Viva passa-se numa aldeia de Trás-os-Montes onde a pequena Salomé (Lua Michel), filha de emigrantes em França, passa as férias de Verão com a sua querida avó, que tem reputação de “bruxa”, um tio cego e músico e uma tia solteirona. Quando a idosa morre subitamente, Salomé fica afectadíssima e pensa ver o espírito da avó, que lhe diz o que quer que a família faça para o funeral. Entretanto, os familiares vindos de França e os da terra começam a discutir azedamente por causa do enterro e de dinheiro. A realizadora rodou Alma Viva na aldeia da avó materna (que lhe inspirou a história) e da mãe, e o filme tem em tudo – das personagens às situações e aos conflitos, passando pelos ambientes e pela coexistência da modernidade e da superstição – uma veracidade e um sentido de enraizamento raros no cinema português. O elenco mistura actores com pessoas da região e a pequena Lua Michel, que é filha de Cristèle Alves Meira, sai-se muito bem como Salomé, a menina perturbada por uma culpa que não é sua, pela dor da perda da adorada avó, e pela aflição ante a discórdia entre pais e tios, que desrespeitam a memória da morta.