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A Time Out diz

Depois de ‘Florbela’ (2012) e ‘Al Berto’ (2017), este é o terceiro filme de Vicente Alves do Ó sobre artistas portugueses é o menos conseguido de todos eles.

Depois de Florbela (2012) e Al Berto (2017), Amadeo, dedicado ao pintor Amadeo de Souza-Cardoso, é o terceiro filme de Vicente Alves do Ó sobre artistas portugueses, e o menos conseguido dos três. O realizador tem os actores (Rafael Morais é um sóbrio Amadeo), tem as paisagens, tem uma boa recriação de época e execução cinematográfica, mas falta-lhe um ponto de vista sobre o artista e uma âncora narrativa. O filme abre nos anos finais da vida de Amadeo, quando o eclodir da I Guerra Mundial o afastou e à mulher, Lucie, de Paris, e os confinou à casa da família em Amarante; tem alguns flashbacks pelo meio e conclui-se com a morte do artista, de gripe pneumónica, em 1918, com apenas 30 anos. Amadeo não tem quase nada de consistente, relevante ou comunicativo para dar ao espectador sobre a biografia, as relações com os artistas seus contemporâneos, as opiniões estéticas e a pintura do seu protagonista, e toda a última parte é ocupada, arrastada e lugubremente, com os padecimentos dos familiares de Amadeo atingidos pela pneumónica. É verdade que o facto de o pintor ser de uma família abastada, nunca ter conhecido dificuldades financeiras, ter tido uma vida sentimental estável e feliz e gozado de algum reconhecimento (sobretudo internacional) ainda em vida, reduz bastante as hipóteses de dramatização da sua curta existência – cuja única grande tragédia foi, precisamente, a morte prematura.

Escrito por
Eurico de Barros
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