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Ameaça em Alto Mar

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Ameaça em Alto Mar (2019)
©DRAmeaça em Alto Mar de Antonin Baudry
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A Time Out diz

3/5 estrelas

É tudo uma questão de ouvido. E bom ouvido é o que não falta a Chanterelle (François Civil), que a bordo de um submarino nuclear francês, tem a função de captar e identificar todos os ruídos feitos no mar e fora dele. Por exemplo, distinguir entre o som feito por uma fragata iraniana, um pacífico cachalote ou um submarino russo. Chanterelle é aquilo a que se chama no meio um “analista de guerra acústica”, ou no calão dos submarinos, um “orelha de ouro”.

Este sobredotado da audição vai ser absolutamente fundamental na intriga de Ameaça em Alto Mar, o thriller militar realizado por Antonin Baudry (que é nem mais nem menos que o argumentista da banda desenhada Quai D’Orsay, sob o pseudónimo de Abel Lanzac), e que evoca por um lado as ficções militares hard tech de um Tom Clancy e, pelo outro, bandas desenhadas patrióticas de aventuras como Tanguy e Laverdure.

Ameaça em Alto Mar começa com uma arriscada operação de recolha de comandos na Síria e um confronto entre um submarino francês e um helicóptero do Irão, e põe logo de seguida em cena a ocupação de um país báltico por tropas russas e um ataque (aparentemente russo) com mísseis nucleares a solo francês.

Depois de uma reviravolta na história, a acção passa para debaixo de água, onde ficará até ao final do filme, com dois submarinos nucleares envolvidos num claustrofóbico e letal jogo do gato e do rato quase em tempo real, que se desenrola às cegas e totalmente dependente de dados sonoros. E aqui, as “orelhas de ouro” de Chanterelle serão fundamentais.

O filme não deixa de ter algumas incongruências (e os submarinos tripulações forçadamente multiculturais), mas à complexidade realista e aos milhentos detalhes das operações militares e dos procedimentos a bordo, Baudry junta uma impecável gestão dramática e cinematográfica da acção, fazendo de Ameaça em Alto Mar um bastante aceitável e empolgante acrescento ao subgénero do “filme de submarinos”. Que estávamos muito mais habituados a ver emergir das bandas de Hollywood do que do cinema europeu.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Classificação:15
  • Data de estreia:sexta-feira 6 dezembro 2019
  • Duração:116 minutos
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