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Até Nos Vermos Lá em Cima

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Até Nos Vermos lá em Cima
©DRAté Nos Vermos lá em Cima
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A Time Out diz

A sombra de Jean-Pierre Jeunet paira sobre esta ambiciosa e dispendiosa adaptação do romance homónimo de Pierre Lemaitre, vencedor do Prémio Goncourt em 2013, assinada pelo actor e realizador Albert Dupontel, que também chamou a si um dos papéis principais.

Passado mesmo no final da I Guerra Mundial, e depois na Paris dos anos 20, Até Nos Vermos Lá em Cima centra-se em dois antigos soldados, o humilde e corajoso Albert (Albert Dupontel) e Edouard (Nahuel Perez Biscayart), um filho-família com vocação artística, que perdeu a parte de baixo da cara nas trincheiras, fingiu a própria morte para não voltar a enfrentar o pai, um poderoso industrial, e usa máscaras para que ninguém lhe veja a face mutilada.

Os dois amigos decidem vingar-se de uma sociedade que atirou a sua geração para o matadouro da guerra, e de Pradelle, o oficial sádico que os comandou e casou por dinheiro com a irmã de Edouard. E fazem-no ficando com o dinheiro recebido por adiantamento dos concursos para a construção dos memoriais da guerra que ganham graças ao talento daquele, e denunciando as traficâncias de Pradelle com funerais de combatentes.

Adoptando uma estética visual algo laboriosa e um tom narrativo próximo dos filmes de Jeunet, Até Nos Vermos Lá em Cima aspira a ser uma denúncia da guerra e daqueles que se aproveitam dela para enriquecer, uma comédia macabra e cínica com uma infiltraçãozinha de luta de classes, e uma homenagem rétro ao cinema clássico francês. Só que Dupontel não consegue dar harmonia ao conjunto e o filme acaba por não satisfazer em nenhuma das suas declinações.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Duração:117 minutos
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