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Vicky Krieps produz e interpreta o papel de Isabel da Baviera, imperatriz da Áustria e rainha da Hungria, vulgo Sissi, neste filme de Marie Kreuzer nos antípodas das produções dos anos 50 que fizeram a fama de Romy Schneider. Corsage – Espírito Inquieto começa quando Sissi faz 40 anos e se sente cada vez mais tolhida e inútil no seu papel de mulher do Imperador Francisco José I. Se por um lado a realizadora é fiel a vários factos, à personalidade e às idiossincrasias da imperatriz, e às suas relações com o marido, os filhos e aqueles que lhe eram mais próximos (caso do primo Luís da Baviera), pelo outro inclui no filme vários irritantes anacronismos, para a tentarem fazer parecer cool e “rebelde” à maneira contemporânea. É o caso da música pop na banda sonora ou de alguns comportamentos totalmente deslocados de Sissi, sem falar no absurdo final em que ela se atira de um barco de cruzeiro moderno para a água. A metáfora dos espartilhos apertadíssimos que a imperatriz insistia em usar por causa da sua obsessão com a figura, para representar os constrangimentos da corte imperial, é muito óbvia, e a realização de Kreuzer arrasta-se até à letargia. No final, Corsage – Espírito Inquieto é um desperdício de guarda-roupa e de majestosos palácios e castelos.