Escrito, como sempre, por Julian Fellowes, este terceiro filme deverá ser o derradeiro dos que foram feitos após o colossal sucesso internacional da série homónima criada por aquele. É também o primeiro sem Maggie Smith, cuja personagem morreu no anterior, Downton Abbey: A Nova Era (2022), realizado, como este, por Simon Curtis. Estamos em 1930, logo após o enorme e trágico crash financeiro que abalou os EUA e as bolsas mundiais.
Lady Mary vê-se envolvida num escândalo público devido ao seu muito mediatizado divórcio, e a família enfrenta problemas de liquidez, por causa dos investimentos desastrados do bem-intencionado mas incompetente tio americano, Harold (interpretado por Paul Giamatti). Assim, os Crawley são forçados a abraçar a mudança, com a geração seguinte a liderar Downton Abbey para o futuro e garantir a continuidade do seu bom nome, da propriedade e da tradição. E há também uma importante passagem de testemunho ao nível do pessoal da centenária casa senhorial.
Fellowes, Curtis e todo o elenco e equipa técnica sabem muito bem o que fazem, da recriação da época à elaboração do enredo e à interacção das personagens, e Downton Abbey: Grand Finale, dedicado a Maggie Smith, é um final lógico e uma despedida ao melhor nível para a saga da família Crawley e dos seus fiéis e dedicados empregados, também eles uma “família” em si. E tem a participação especial de uma das maiores celebridades da época, Noel Coward, que, usando o seu carisma, talento e afabilidade, vai ajudar Lady Mary a recuperar a credibilidade social perdida.