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Baz Luhrmann assume o ponto de vista do coronel Tom Parker, o empresário enigmático e parasita de Elvis Presley, para filmar esta biografia da lenda do rock, mas não só não mostra nada que se ignore sobre a sua vida e a sua carreira, seguindo a vulgata simplificadora e temporalmente condensada dos biopics (para já não falar nas muitas omissões), como nem sequer explora com alguma profundidade quer a personalidade de Parker, quer a complexa relação profissional e pessoal que existiu entre ele e Elvis.
Tom Hanks, praticamente irreconhecível devido às próteses de maquilhagem, interpreta Tom Parker numa só nota dramática e com uma voz que rapidamente se torna irritante, Austin Butler aplica-se a personificar Elvis mas não faz melhor de que muitos dos seus múltiplos imitadores profissionais, e Luhrmann, além de se abster quase totalmente de mostrar os aspectos mais desagradáveis dos últimos anos da vida do seu biografado, realiza com o seu costumeiro estardalhaço visual e sonoro, conseguindo que Elvis seja ainda mais kitsch do que as sequências passadas nos muito kitsch anos 70. Nem o genérico de abertura e a ficha técnica final escapam.