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Esta Terra é Nossa

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esta terra é nossa
©JEAN-CLAUDE LOTHER
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A Time Out diz

O realizador e actor belga Lucas Belvaux ao menos não esconde o jogo: Esta Terra é Nossa é um filme concebido e executado como uma arma de arremesso contra a Frente Nacional (FN) e Marine Le Pen a pouco tempo das eleições presidenciais em França, uma ficção de intervenção política onde só falta dar o nome aos bois, já que Catherine Jacob, que interpreta o papel da populista Agnès Dorgelle, é quase uma sósia da líder da FN. O partido acusou o toque e contra-atacou, numa resposta muito mediatizada em França. A fita acabou por ter resultados modestos nas bilheteiras e a reacção da crítica não foi especialmente elogiosa, mesmo a mais à esquerda.
A excelente Émilie Dequenne interpreta Pauline, uma enfermeira e mãe solteira de Hénart, uma vila mineira do Norte de França, pessoa muito conhecida e querida na região, afectada pelo desemprego, pela criminalidade e pela imigração. Pauline diz-se vagamente de esquerda mas nunca vota e está desiludida com a classe política. Um médico local, o Dr. Berthier (André Dussolier), convence-a então a candidatar-se a presidente da Câmara pelas listas de um partido de direita nacional, o Rassemblement National Populaire, que se quer aproveitar politicamente da popularidade e da simpatia de que Pauline goza.
Esta Terra é Nossa é um daqueles casos em que o engajamento político a todo o preço arruina o cinema: argumento laboriosamente demonstrativo, maniqueísmo galopante, personagens quase todas caricaturais, diabolização a martelo, história entre o previsível e o inverosímil. O cinema político francês já teve dias muito melhores e menos básicos.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Duração:117 minutos
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