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Quinze minutos depois de Frankie, de Ira Sachs, começar, ficamos com a sensação que o filme não foi concebido com Isabelle Huppert (que interpreta a personagem principal) em mente, mas sim para admirar e mostrar Sintra, onde foi rodado, de tal forma a vila, as paisagens em redor, o seu microclima e os seus aspectos turísticos mais típicos e reconhecíveis se destacam, monopolizam a câmara do director de fotografia Rui Poças e ameaçam subalternizar personagens e enredo.
Huppert interpreta a Frankie do título, uma estrela de cinema com um feitio difícil, que está a morrer de cancro e juntou toda a sua complicada família, mais uma amiga que muito preza, para umas últimas férias de Verão, em que quer deixar tudo resolvido e apaziguado, dos aspectos materiais aos sentimentais. O rol de actores é multinacional e vistoso (Marisa Tomei, Brendan Gleeson, Greg Kinnear, Pascal Geggory ou Jérémie Rénier) e Sintra faz um vistão, embora Frankie funcione, do princípio ao fim, em baixa voltagem dramática. É um filme tão bonito como monótono.
Por Eurico de Barros