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Imagens Proibidas

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Imagens Proibidas (2018)
©DRImagens Proibidas de Hugo Diogo
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A Time Out diz

“A minha vida gostaria de ser quanto muito o estilhaço de um espelho que se partiu sem querer”, diz o protagonista mal a coisa começa. Pronto. É assim, com esta platitude que procura colocar o filme naquele momento em que o sonhado choca de frente com a realidade, que Hugo Diogo mostra ao que vem na sua terceira longa-metragem. E depois é sempre em frente. Voltando ao enredo (inspirado em Saudades de Nova Iorque, de Pedro Paixão), o encontro com David dá-se quando este fotógrafo e escritor está existencialmente nas lonas, abandonado pelo seu grande amor, antes de regressar a Lisboa para enfrentar uma família que é como um fantasma do passado, e dedicar a vida à conspiração sentimental a pretexto de um projecto artístico que envolve polaróides e duas mulheres (Diana Costa e Silva, Ana Vilela da Costa).

Podia ser o retrato do artista num enclave criativo e pessoal. Contudo é um chorrilho de frases feitas e situações padrão do cinema de festival, com o défice acrescentado de uma realização tão sossegadinha como monótona e previsível. Elmano Sancho, a única mais-valia no ecrã, ainda tenta, digamos, elaborar sobre o vazio do argumento e a lamentável direcção. Faz o que pode para tornar este pretensioso objecto cinematográfico menos doloroso de ver. E, de facto, a sua interpretação dá uma réstia de dignidade a Imagens Proibidas, mas, como diz o fado, uma andorinha não faz a Primavera.

Por Rui Monteiro

Escrito por
Rui Monteiro
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