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Por que cargas de água é que a Virgem Maria aparece a Lúcia (Alba Rohrwacher), uma topógrafa e mãe solteira que vive no interior de Itália, e lhe ordena que peça para ser construída uma igreja exactamente no local onde vai ser erguido um grande edifício? A protagonista deste filme de Gianni Zanasi nunca chega a fazer esta pergunta à Virgem; nem tão-pouco Lhe pede que dê um sinal da Sua presença às outras pessoas, que pensam que ela está louca ou com alucinações. Ainda por cima, a Virgem é mandona e nada meiga: puxa os cabelos a Lúcia, empurra-a, fá-la passar por vergonhas em público. Esta comédia dramática sobrenatural, dobrada de fábula moral (ainda alguém acredita no divino no mundo de hoje?), tem uma boa ideia condutora, embora o final seja decepcionante. Tanta confusão só para abrir um buraco no solo?
Por Eurico de Barros