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Luz Obscura

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Luz Obscura
©DR
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A Time Out diz

Um mar negro surge no ecrã. O tempo passa, parece que uma enormidade, até se ouvir uma voz de mulher, quase sussurrando. Não fora o texto introdutório, que parece indicar o início de um documentário, o lento alinhamento das imagens sugere antes experimentalismo. E mais ou menos é – embora o pretexto seja a resistência ao fascismo.

Luz Obscura é a continuação por outra forma de Natureza Morta (2005) e 48 (2010), todos criados à maneira memorialista de acordo com o mesmo processo de aglomeração de fotografias e depoimentos. Contudo, agora, Susana de Sousa Dias vai mais longe no apuramento da sua técnica de montagem e na elaboração das suas metáforas visuais para contar como o regime de Salazar determinou a vida familiar dos que o combatiam, para isso acompanhando a saga dos filhos do dirigente comunista Octávio Pato do nascimento até ao fim da ditadura. É um filme sentido, dorido, revelador de como o fascismo construiu o temor que o sustentou e de como marcava os indivíduos na sua mais profunda intimidade. Mas também é um filme monótono.

Por Rui Monteiro

Escrito por
Rui Monteiro

Detalhes da estreia

  • Duração:76 minutos
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