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A menina deste filme de estreia de Cristina Pinheiro, passado na imigração portuguesa em França após o 25 de Abril, é Luísa, de dez anos (Naomi Biton, que “rouba” o filme aos adultos). Ela vive com o pai (Nuno Lopes), alcoólico e com uma doença grave que esconde à família, a mãe (Beatriz Batarda), analfabeta e moura de trabalho, e o irmão mais velho (Thomas Brazete). O pai trata Luísa como a menina que ela ainda é, enquanto que a mãe a vê como mais crescida e é mais dura com ela.
Cristina Pinheiro apanha bem o ponto de vista da criança e a forma como olha para a realidade familiar e o mundo em seu redor, e tenta percebê-los, mas deita tudo a perder nos últimos 20 minutos do filme, muito mal resolvido. Onde havia elipses, subtileza e subentendidos, aparecem os clichés da praxe e o sentimentalismo pegajoso.
Por Eurico de Barros