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Tal como nunca cultivou alguns géneros que existem em muitas outras cinematografias, ou mal tocou neles (é o caso do fantástico, ou do policial), o cinema português também esteve alheio a fenómenos como o filme trash. Este Mutant Blast, primeira longa-metragem de Fernando Alle que conta com a co-produção da Troma, deverá ficar para a história como o primeiro trash nacional, embora seja já um epifenómeno tardio e gozão, para ser visto com muitas aspas irónicas. Mutant Blast tem um orçamento famélico, uma história que mete ao barulho, e a trouxe-mouxe, todos os clichés dos filmes de zombies pós-apocalípticos, espirra gore a cada passada e safa-se de levar a classificação mínima por causa da mão-rato mutante e da lagosta gigante francesa chamada Jean-Pierre que odeia golfinhos.
Por Eurico de Barros