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Em O Céu da Meia-Noite, de e com George Clooney (em estreia na Netflix), passado num futuro próximo, o nosso planeta está a morrer e a humanidade em extinção devido a uma catástrofe planetária. Há uma sofisticadíssima nave espacial que regressa à Terra, depois de ter detectado um planeta semelhante ao nosso algures no cosmos, e cujos tripulantes ainda não sabem o que aconteceu. E Clooney é um cientista com uma doença terminal que ficou sozinho numa estação no Árctico e desafia a neve, os gelos e as temperaturas frígidas, acompanhado por uma criança esquecida na evacuação, para chegar a uma antena com alcance suficiente para avisar os astronautas do que se passa. Mas o que é que descobrimos estar, afinal, no centro dramático desta dispendiosa ficção científica distópica cheia de efeitos digitais? Uma história de remorso e redenção paternal corriqueira, estereotipada e pegajosamente hollywoodesca. Interstellar, de que O Céu da Meia-Noite parece um epígono medíocre, fez tudo muito melhor: o enredo de ficção científica apocalíptica e o drama familiar. E Matthew McConaughey nem precisou de arvorar uma barba severamente bíblica como a de Clooney.