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Quatro velhos amigos e colegas de muitas décadas no cinema argentino partilham uma casa no campo: a diva Mara (a grande Graciela Borges) e o marido, um actor secundário paraplégico, o realizador de alguns dos seus filmes, e um argumentista. Passam os dias às turras, sobretudo Mara com os três homens. Quando, por um acaso, surgem na propriedade dois jovens e dinâmicos agentes imobiliários, a diva, lisonjeada pela admiração que estes lhe votam, decide vender o casarão. Esta nova realização de Juan José Campanella é uma comédia negra que, por ter como principais protagonistas quatro veteranos desta arte, se diverte a brincar às convenções dos filmes com o espectador, ao mesmo tempo que celebra a vitória da experiência de quem já viveu muito sobre a insolência de quem por ser jovem pensa que o mundo é seu e pode dispor dele, e dos outros, a seu bel-prazer. O Conto das Doninhas é um divertimento venenosamente cómico, embora menor, considerando que Campanella O Filho da Noiva e O Segredo dos Seus Olhos.
Por Eurico de Barros