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O filme de despedida do quase nonagenário realizador inglês Ken Loach, escrito como sempre por Paul Laverty, é uma mistura de preocupações sócio-políticas, realismo soturno, propaganda socialista antediluviana e sentimentalismo aos litros, e muito inferior aos dois anteriores Eu, Daniel Blake e Passámos por Cá, que deixavam a ideologia em segundo plano para explorar, com parcimónia emocional, os problemas sociais e humanos que abordavam. O Pub The Old Oak passa-se numa cidade mineira outrora próspera do Norte de Inglaterra que está a sofrer um acelerado processo de renovação imobiliária, por um lado, e um afluxo de refugiados sírios, pelo outro, ambos vistos com apreensão e revolta pelos habitantes. O pub do título, propriedade de TJ Ballantine (Dave Turner), é o último que ali resta, onde as pessoas ainda se podem encontrar, mas o dono mal o consegue manter aberto por falta de dinheiro. A chegada de mais uma leva de refugiados da guerra na Síria, entre eles Yara, uma jovem apaixonada por fotografia, vai agravar as tensões. Sobretudo após TJ recusar aos amigos uma sala do pub que está devoluta para eles lá fazerem uma reunião para discutir a situação, a transformar numa cozinha comunitária para servir refeições quer aos locais necessitados, quer aos refugiados. Loach e Laverty coleccionam clichés de aflição e indignação social, sublinham tudo a traço grosso no caso de os espectadores não estarem a perceber a mensagem que querem passar, caem na mais óbvia e fácil lamechice (ver o cãozinho de TJ) e arvoram um idealismo tão sincero quanto esquemático e irrealista. Concorde-se ou não com as ideias políticas de Ken Loach (que em 2021 foi expulso do Partido Trabalhista por não abdicar das suas convicções radicais), O Pub the Old Oak não é um adeus à altura da sua importância e do seu papel na história do cinema britânico.