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O quê, mais um filme de boxe?, Dirá o leitor farto de tanta história de gente aos murros num ringue, desde veteranos banhudos (Ajuste de Contas, com Sylvester Stallone e Robert De Niro) a aspirantes a campeões (Último Round, de David O. Russell, com Mark Wahlberg e Christian Bale), até aos reboots de Rocky (Creed: O Legado de Rocky, de Ryan Coogler, o melhor de todos os filmes recentes do género).
Só que em O Verdadeiro Campeão, do canadiano Philippe Falardeau, os murros propriamente ditos não têm muito tempo de antena, porque o tema da fita é a forma como o boxe, e todas as aspirações, as bravatas e as decepções que lhe estão associadas podem marcar e definir a vida de uma pessoa. E essa pessoa é Chuck Wepner, o homem que inspirou a personagem de Rocky Balboa a Sylvester Stallone, um obscuro pugilista de New Jersery que saltou directamente para a ribalta em 1975, quando combateu com Muhammad Ali, teve os seus 15 minutos de fama e pouco depois foi posto KO pelos excessos que vêm associados à dita. Liev Schreiber produz, e interpreta Wepner neste modesto mas honesto drama proletário americano, bem acompanhado por Naomi Watts, Elizabeth Moss e Ron Perlman.
Por Eurico de Barros