Olha que Duas

Goldie Hawn e Amy Schumer são duas actrizes muito talentosas e estimáveis, duas comediantes de categoria, aqui engajadas num daqueles filmes em que mãe e filha, mais ou menos contrariadas, partem em viagem turística para curar suas feridas sentimentais num paraíso tropical que, claro, num instante e quando tudo parecia correr bem, se transforma numa variedade do inferno na Terra.

Mesmo sem ser original, a ideia não é de todo má. Depende, portanto, da execução. E nesta execução, que, por vezes, parece uma versão feminina de A Ressaca, uma mãe, divorciada, junta-se à rapariga, já crescidota, entretanto despedida e abandonado pelo respectivo querido, desbocada e frustrada como uma Bridget Jones em modo pespineta largada no meio da selva equatoriana. E ambas partem de férias para destino exótico, assim como quem tenta compor as coisas que, por esta altura, o argumento de Katie Dippold ainda não esclareceu quais são. Depois metem-se em sarilhos, e depois saem deles pelas mais absurdas técnicas de fuga e resolução de conflitos. Resultado final? As protagonistas ficam felizes e “reencontradas”,
e os espectadores assistem a uma sucessão de gags, umas vezes com graça, outras, a maioria, apenas desopilantes.

Por Rui Monteiro