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The Beatles: Eight Days A Week

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Beatles: Eight Days a Week
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A Time Out diz

4/5 estrelas

Assim como é muito difícil fazer um mau documentário sobre os Beatles, dado a abundância de imagens de todo o tipo e de várias proveniências, de fotografias, documentos e registos sonoros, e a possibilidade de se falar com os dois membros da banda ainda vivos, assim como gente próxima dos Fab Four, e com fãs célebres ou anónimos, também é muito difícil fazer um documentário original e que tenha muitas coisas novas para mostrar e dizer sobre eles. Mesmo assim, o novo filme de Ron Howard sobre a banda, The Beatles: Eight Days a Week documenta os anos em que os Beatles andaram em digressão, entre 1962 e 1966, até ficarem fartos – dos espectáculos em estádios, de tocarem ao vivo e não se conseguirem ouvir com toda a gritaria, das precárias condições de segurança para eles e para o público, da crescente hostilidade de alguns media, de estarem sempre “on” e não terem férias nem tempo para fazer o que mais gostavam, fazer experiências e gravar em estúdio. Para além do mais, tem suficiente material inédito ou pouco visto para cativar o beatlemaníaco como o fã mais institucional. É que Howard contou, por um lado, com a plena colaboração de Paul McCartney, Ringo Starr, das viúvas de John Lennon e George Harrison e de várias pessoas que trabalharam ou privaram com os Beatles nos anos 60, caso do jornalista americano Larry Kane, que os acompanhou em exclusivo durante a digressão pelos EUA e Canadá, no Verão de 1964; e pelo outro, com filmes amadores cedidos por fãs que assistiram a concertos do grupo, e nos mostram o ponto de vista do espectador. A equipa de Ron Howard até descobriu uma jovem Sigourney Weaver num dos filmes de arquivo de um concerto americano dos Beatles, que fala sobre a experiência (entre outras figuras, surgem também a depor, em unanimidade de devoção, Elvis Costello, Whoopi Goldberg, Eddie Izzard ou o compositor Howard Goodall). O documentário fecha com os 30 minutos da actuação dos Beatles no Shea Stadium em Nova Iorque, a 15 de Agosto de 1965. A imagem e som foram tratados digitalmente, o que nos permite, finalmente, ouvir a música e não apenas a berraria do público. No que sobra, o filme confirma que os Beatles foram o grupo certo na altura certa – a do advento de uma geração de adolescentes que não queriam ouvir o que os pais ouviam e foram os primeiros actores e clientes da cultura de massas do pós-guerra. E que os quatro de Liverpool eram, além de invulgares talentos musicais, animais de palco consumados, com um carisma natural, uma despretensão genuína e uma boa disposição inoxidável. De outra forma, não teriam aguentado tanta coisa, tanto tempo. E há muito Yeah, yeah, yeah!, claro.

Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Classificação:12A
  • Data de estreia:quinta-feira 15 setembro 2016
  • Duração:120 minutos

Elenco e equipa

  • Realização:Ron Howard
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