Uma Bela Manhã

No novo filme (de tonalidades autobiográficas) de Mia Hansen-Love, Léa Seydoux interpreta Sandra Kienzler, uma tradutora que cria a filha de oito anos num pequeno apartamento parisiense, enquanto procura um lar adequado para o seu próprio pai, um ex-professor de Filosofia que sofre de uma doença neurodegenerativa. Cruza-se então com um velho amigo, com o qual se envolve, apesar de este ser casado e ter um filho. Esta história de uma mulher que vê o pai idoso apagar-se lentamente para os seus e para o mundo, ao mesmo tempo que aparece a possibilidade de uma nova relação amorosa, tinha enorme potencial melodramático. Mas Hansen-Love conta-a com luvas de pelica emocionais e sem puxar pelos sacos lacrimais, embora o filme tenha tempo a mais e tenda a chover no molhado, com demasiadas idas e vindas da personagem principal. A rodear Léa Seydoux, no papel de uma heroína frágil mas resistente e paciente, encontramos os sempre fiáveis Pascal Greggory, Nicole Garcia e Melvil Poupau.