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Umberto Eco – A Biblioteca do Mundo

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Umberto Eco – A Biblioteca do Mundo
DRUmberto Eco
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A Time Out diz

3/5 estrelas

O realizador italiano Davide Ferrario parte da colossal biblioteca deixada pelo escritor Umberto Eco para pôr em confronto a cultura digital e a analógica.

Davide Ferrario teve a plena colaboração da família do falecido autor de O Nome da Rosa para fazer este documentário em que dá alguma atenção à colossal biblioteca deixada por Eco (cerca de 32 mil volumes, 1500 dos quais antigos, incluindo vários muito raros). O realizador italiano parte dela, e da personalidade de omnívoro cultural do escritor, para falar dos gostos pessoais deste, e das excentricidades, em matéria de literatura e de leituras (Umberto Eco valorizava tanto os “livros importantes” como os policiais ou a banda desenhada, uma das suas paixões); para salientar os seus pontos de vista sobre temas como o confronto entre o mundo da cultura digital e o da cultura impressa, o papel sempre importante do livro, o crescente excesso de informação que se transforma em ruído e contraria o conhecimento, e a sua aversão aos telemóveis, ou ainda o papel das bibliotecas, pessoais ou outras, para a preservação do acervo de conhecimento e da memória colectiva da humanidade. Ferrario serve-se abundantemente das imagens de arquivo das muitas entrevistas, intervenções públicas e conferências protagonizadas por Umberto Eco ao longo das décadas, ouve a viúva, os filhos e o neto do autor, bem como amigos e colegas, e filma um punhado de momentos em que actores e actrizes dão voz a ensaios dele sobre vários temas, o que apesar de interessante, torna Umberto Eco – A Biblioteca do Mundo demasiada e desnecessariamente digressivo. Os fanáticos de O Nome de Rosa (e os que só leram apenas este livro de Eco) poderão ver os desenhos dos monges protagonistas da história, bem como os vários esquemas do labirinto da biblioteca da abadia, feitos pelo próprio Eco. Que odiava o livro (e aparece a dizê-lo veementemente perante uma audiência), por ter ofuscado, com a fama planetária que ganhou, os seus romances seguintes, que ele considerava serem “bem melhores que O Nome da Rosa”.

Escrito por
Eurico de Barros
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