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Bill Nighy está nomeado para o Óscar de Melhor Actor pelo seu papel neste remake da obra-prima homónima de Akira Kurosawa de 1952, com argumento da autoria do romancista Kazuo Ishiguro (também candidato à estatueta de Argumento Adaptado), que transpõe a história de Tóquio para a Londres dos anos 50. Um homem comum e funcionário público habituado à rotina, é diagnosticado com uma doença terminal e tem apenas alguns meses de vida. Decide então deixar algo de útil aos que ficam, antes de desaparecer do mundo. Nighy enche o filme com uma interpretação em que diz absolutamente tudo, falando e fazendo o mínimo possível (uma palavra também para Aimee Lou Wood na sua jovem ex-colega de repartição), mas este Viver, realizado pelo sul-africano Oliver Hermanus, é uma versão peso-pluma da fita de Kurosawa, sentindo-se muito também a ausência do contexto histórico do Japão derrotado e arrasado do pós-II Guerra Mundial imediato. O que sobra ao filme em rigor da recriação de época, repressão emocional e understatement tipicamente ingleses, falta-lhe em densidade de angústia e tristeza.