No elevador, um aviso já antecipa o código local: “Não perturbe a música”. O 111 Music Bar, novo projeto de Menandro Rodrigues, completa o chamado complexo Haru, que além do restaurante japonês de grande sucesso conta também com o omakase Umai. Quando o elevador abre as portas, o visitante já cai diretamente no salão, que é lindo, com luz baixa e bem planejada, sofás gostosos de estar, mobiliário de madeira feito sob medida e peças de decoração garimpadas. O nicho do DJ fica em um tatame, onde eles tocam de meias, cercados por discos raros e de capas lindas. É difícil não soltar um “uau” ao entrar no 111.
Menandro conta que fez uma longa pesquisa de listening bars pelo mundo. Mas foi ao chegar ao Japão que entendeu que buscava, na verdade, um music bar. “Fui atrás de um sistema de som low-fi, da música como protagonista e de zero clima de festinha”, diz ele. Para isso, equipou o andar com caixas da marca finlandesa Genelec, referência em som de alta fidelidade. A experiência sonora realmente é especial, tão agradável quanto o cardápio.
Na cozinha, Menandro se permite experimentar mais. Diferentemente do que acontece no Haru e no Umai, no 111 ele passeia além do Japão. Há influências da Coreia, referências ao McDonald’s, ingredientes brasileiros como tucupi e petiscos típicos de bar, como as azeitonas com takuan (R$ 49 a porção). O tuna crudo (R$ 76), fresquíssimo, chega à mesa com molho romesco, tucupi com dashi e azeite verde defumado. O carapau (R$ 49), peixe considerado menos nobre, transforma-se em uma das melhores pedidas, temperado com molho citronette. O tartare Yukhoe (R$ 78) lembra um clássico francês no visual, mas entrega sabor coreano.
Para quem busca aconchego, o cremoso missô capuccino (R$ 35), uma homenagem ao de Claude Troisgros, leva caldo de missô com tofu e espuma de shiitake. Uma brincadeira que une a praia do Rio à cultura japonesa é o potinho de edamame com milho doce (R$ 38). Há ainda ostras (R$ 78 a dupla) e vieiras de Hokkaido (R$ 75 duas unidades), servidas com manteiga e mel de jataí. Completam o menu sashimis, sushis e dois sanduíches: o Fish Burger (R$ 54), uma versão luxuosa do McFish, e o Hambagã (R$ 59), um hambúrguer PCQ no brioche tostado. “Aqui o cardápio é mais sofisticado, como o do Umai. Não trabalho com cream cheese, salmão e afins. É um menu mais aberto, que me permite colocar em prática ideias novas”, explica Menandro.
Os drinques são outro ponto forte da casa, com preços a partir de R$ 48, além de uma carta de saquês. Entre os autorais, há o Flor de Murici, que leva a fruta do Cerrado, gim, saquê e shochu. Outro destaque é o Dirty Bamboo, preparado com jerez manzanilla, vermute seco, saquê junmai, bacuri, bitter de laranja e solução cítrica.
A curadoria musical é dos DJs e produtores Danny Dee e Memê, que marcam presença frequente ali. Danny tem feito sucesso com sets de música japonesa e não é raro ver clientes recorrendo ao Shazam para guardar as faixas tocadas.
Antes de ir embora, vale uma visita aos toilettes. Além de belíssimos, eles contam com uma trilha especial composta por áudios de stand-up comediantes japoneses.
Onde: Rua Raimundo Corrêa, 10, 3º andar, Copacabana
Quando: terça a sábado, das 19h à 1h
Reservas: (21) 96883-5146

