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Assim que o sol se põe e a noite chega de mansinho, uma porta de fundo vermelho e neon verde se abre para o Morro da Providência. É hora de dar início ao expediente num dos mais novos bares da Zona Portuária, na área conhecida como "estômago" da Pequena África.

O Baiuca (sinônimo de quitanda, birosca, onde se encontra amigos para comprar comida) fica no Santo Cristo, de cara para o VLT Gamboa, mais uma casa do ator Marco Nanini, agora sob a responsa do produtor Cabbet Araujo (ex-Fosfobox) com o sócio Fernando Deperon, que tem levado para lá atrações culturais diversas e os mais diferentes estilos de público. Mérito do gênio da noite carioca, desde a pandemia também um agricultor de responsa. Cabbet comprou um terreno em Itaguaí, reflorestou, plantou um a série de alimentos que traz para seu Baiuca. Mas de volta ao bar...
Numa terça-feira comum, é possível por exemplo participar de uma audição de discos. A última foi com a cantora Cato. Isso mesmo que você leu, um bando de pessoas interessantes e moderninhas sentadas ouvindo um disco que ainda será lançado. Bons tempos eram aqueles em que sentávamos para ouvir (e não ver) música. Cabbet e Deperon entendem de bar. Entendem de música. Sacam de gente!

A décor do baiuca, sinta, é tudo aquilo que se espera de um CEP descolado e antenado aos tempos atuais: luzes indiretas, nada de TV, obras de arte nas paredes (repare, de perto, o trabalho de azulejaria no banheiro - todos unissex), pintura no balcão, cabine de DJ (da Fosfobox, no caso);
Isso tudo num ambiente rodeado de bananas orgânicas do Sítio Liberdade, do Cabbet, de onde ele traz ainda todas as frutas das caipirinhas e o açaí que vira poupa no sacolé. A maior parte do cardápio vem de lá. A outra parte vem de um sítio da família em Minas, leia-se linguiça e queijo frescos.

Domingo tem macarronada à vontade (R$ 30) a partir das 14h. Ah, as bananas, você pode pegar à vontade viu! Quem não ama um lugar desses?

