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Em uma ponta está o tradicional Beco do Rato, reduto do samba. Na outra, o Jurema, bar novato no roteiro carioca, mas que já garante casa (e rua) cheia. Localizado na rua Morais e Vale, via cheia de sobrados onde já moraram nomes como o ícone LGBTQIA+ Madame Satã (1900-1976), o poeta Manuel Bandeira (1886-1868) e a compositora Chiquinha Gonzaga (1847-1935), a casa, toda pintada em verde e branca, tem um cardápio baseado em clássicos da botecagem - mas que aparecem em versões atualizadas.
Tem a barriga de porco curada e assada em caramelo de vinho tinto e tomilho (R$ 32), o rosbife fatiado com molho e tártaro (R$ 30), o cogumelo chamuscado com babaganoush de jiló e molho romesco (R$ 27), a coxinha de frango servida com coalhada (R$ 18), o enroladinho de salsicha empanado na folha de arroz com conserva de tomate verde e maionese picante (R$ 18, duas) e as croquetas de couve-flor com curry servidas com chutney de tomate (R$ 19, duas). Todas criações do chef Pedro Attayde, que investe nos ingredientes que encontra na Feira da Glória, ali ao lado.

"Fazemos uma homenagem às cores e aos sabores que encontramos quando passeamos entre as barracas. Uma grande variedade de legumes e verduras, diferentes tipos de feijões, especiarias e ervas aromáticas. Juntamos tudo isso aos produtos que fazemos na casa e montamos um cardápio divertido tanto para quem come quanto para quem faz", conta Pedro.
Ainda há as sobremesas, como a rabanada com creme e espuma de café (R$ 18) e o brulée de milho-verde (R$ 20).

Agora vamos aos drinques, um dos maiores chamarizes do bar. Foram todos pensados pelo bartender Zurriê Firmo, idealizador do movimento Carta Black, que foca em preservar a cultura afro-brasileira. A caipi uva de cheiro (R$ 22), com cachaça, uva e manjericão é levinha e refrescante. O Capivara de Jesus (R$ 22), com cachaça, limão e... Guaraná Jesus, refrigerante rosa pink comum no Nordeste, é divertida e surpreende. E o Jurema Spritz (R$ 29) que leva cajuína, espumante seco e Lena Prata e tem sabor de férias na praia.

"O menu tem um estilo tropical urbano, com referências indígenas e afro-brasileiras, utilizando ervas, frutas, destilados e licores artesanais", explica Zurriê.
Nos finais de semana (sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h), a casa oferece ainda um menu de almoço que muda mensalmente.

O ambiente é todo cheio de graça. Tem tijolinho, vaso com espada-de-são-jorge, imagens do fotógrafo de bares Preah, filtro de louça, paredes pintadas de verde e branco com frases divertidas e ainda uma cozinha aberta para o salão. Espaço lindinho e que fica lotado aos fins de semana. Thomás Faria, sócio da casa, conta que o Jurema chega para somar ao movimento cultural do entorno, valorizar a região e agregar à cultura local. "O projeto vai além de ser apenas um bar. A intenção é trazer visibilidade, arte e novas oportunidades para a área, envolvendo pesquisa, engajamento e respeito pela comunidade", comenta.

Onde: Rua Morais e Vale, 47, entre a Glória e a Lapa