[title]
Segue aberta a temporada de fondue da Casa Horto. Enquanto estiver inverno, tem o clássico nas noites de quarta. Melhor: um blend especial de queijos, trufa em pó, legumes variados, pães, linguiça e tornedor de mignon, nas opções para duas (R$ 276) ou quatro pessoas (R$ 538). Melhor ainda, a sommeliére da casa, Elaine de Oliveira sugere vinhos impensáveis para a ocasião, não fosse essa numa cidade que ferve até mesmo no inverno.
“Sou do time que não abandona os vinhos brancos nem no inverno, pelo contrário! Quando o frio chega, só mudo de estilo: passo a preferir brancos mais estruturados, que enchem a boca, com personalidade e caráter no paladar.”
Para quem deseja seguir os passos da especialista, uma das sugestões é o vinho branco Ribeiro Santo Cimento (Dão, Portugal). Mas tem muitos outros...
“Um dos meus preferidos nessa época é o Ribolla Gialla, do produtor brasileiro Villaggio Conti, em São Joaquim, Santa Catarina. Ele fermenta em grandes tonéis de madeira e depois estagia também em madeira. O resultado é um branco elegante, com corpo, camadas e muita complexidade. Perfeito para pratos mais ricos ou para beber sozinho, devagar”, crava Elaine.

Do lado português, a sommeliére sugere o Quinta das Cerejeiras Grande Reserva branco, da região de Óbidos, em Lisboa. “Ele é feito com Arinto, Fernão Pires e Chardonnay — e fermenta em barricas de carvalho, onde também estagia por 12 meses. Um vinho branco de inverno com todas as letras: aromático, profundo e extremamente gastronômico. Aquele tipo de vinho que conversa com o prato e com a gente também.”
E do Alentejo? Peça o Marquês de Borba Vinhas Velhas, do João Portugal Ramos, “um vinhaço!” Ele é feito com Arinto, Roupeiro, Antão Vaz e Alvarinho, e passa oito meses em barricas de carvalho francês e húngaro. “É untuoso, tem textura e entrega uma boca cheia, envolvente. Um branco que chega chegando, ideal para noites frias e pratos mais estruturados.”
E aqui vai uma dica de ouro de Elaine: vinhos brancos mais estruturados como esses não devem ser servidos muito gelados. “Quando o vinho está gelado demais, a gente perde aroma, perde sabor. O ideal é servir refrigerado, sim, mas com moderação — ali entre 10 e 12 graus costuma ser o ponto ideal.”
Na ala dos laranjas (feito de uva branca em contato com a casca), tem Era dos Ventos Peverella, feito no Brasil, na Serra Gaúcha pelo Luiz Henrique Zanini, “uma verdadeira obra de arte”. Produzido com a uva italiana peverella, típica da imigração italiana, ele macera com as cascas e entrega um vinho intenso, rústico na medida, cheio de textura e história. “Um laranja perfeito para o inverno.”