Foram quase dois anos de busca até o chef argentino Gonzalo Vidal, natural de Santa Fé, encontrar o ponto perfeito para abrir o restaurante Gonza, seu projeto mais pessoal. O endereço escolhido não poderia ser mais simbólico: a charmosa esquina entre as ruas Pacheco Leão e Estela, no Horto, de frente para o Jardim Botânico. “Queria que o Gonza tivesse alma de bodega, e as melhores bodegas estão sempre em esquinas. Ainda pintamos a fachada de rosa, minha cor favorita”, conta o chef.
O clima despretensioso e acolhedor se revela logo na calçada, onde mesas sob ombrelones vermelhos convidam a longos almoços e jantares entre amigos. Dentro, há dois ambientes charmosos: um voltado para o balcão, com uma imponente fatiadora vintage vermelha e a cozinha à vista, e outro onde ficam o bar e a vitrine de embutidos.
Famoso por seus pastramis, salames, mortadelas, copa-lombos, lardos e guanciales artesanais, Gonzalo garante que a charcutaria segue como estrela da casa. Uma boa pedida para começar é a tábua Picaditas (R$ 79, para dois), com seleção de embutidos, queijos, geleia, uvas e pão assado na hora. “Aprendi charcutaria aos 12 anos com meus tios. Quando cheguei ao Rio, aos 22, fazia tudo no meu apartamento em Copacabana e vendia em feiras”, lembra o chef, que mais tarde comandou por oito anos a cozinha do Casas Brancas, em Búzios.
Entre as entradas, destaque para as empanadas de carne (R$ 22), a salteña de polvo (R$ 36) e a de milho com cebola caramelizada e provolone (R$ 22). Já os crudos, com pegada mais carioca, trazem versões refrescantes. Um deles leva ponzu de mate, biscoito de polvilho e milho (R$ 58), combinação que é puro Rio. O sando de pastrami de cupim com queijo meia-cura, picles e mostarda no pão brioche (R$ 52) é imperdível, assim como a tortilla de batatas com espuma de aioli de alho assado e salada (R$ 44).
Nos principais, o cardápio mescla conforto e técnica: carbonara com guanciale artesanal (R$ 84), bife ancho na brasa com glacê de chimichurri, batata ao murro e hollandaise (R$ 129) e duas versões de milanesa, a clássica (R$ 89) e a do Gonza (R$ 98), que leva molho de tomate, mozzarela de búfala, mortadela artesanal, salada e batatas.
As sobremesas mantêm o mesmo nível de afeto e cuidado. O destaque vai para a torta de catupiry cremosa com goiabada cascão da casa e gelato de goiaba (R$ 42), uma releitura irresistível da tradicional goiabada com queijo. A bananita (R$ 39), mousse de banana com caramelo salgado, chocolate branco e gelato da fruta, fecha a refeição com leveza.
A carta de drinks, assinada pelo também argentino Sebastian Alarcón, valoriza os vermutes da casa, que envelhecem em barris à vista do público. Alguns coquetéis são servidos em jarrinhas de pinguim, símbolo das bodegas portenhas, e dividem espaço com clássicos e criações autorais pensadas para harmonizar com o cardápio.
Onde: Rua Pacheco Leão, 868 – Jardim Botânico
Quando: quarta a segunda, das 12h à meia-noite (fecha às terças)

