Notícias

Lorena Moreira abre sua primeira exposição "Corpo Delírio", em Niterói

Famosa por seus quadros em azul cobalto, a artista abre novo capítulo na carreira e explora novos tons, formas e sentimentos

Lívia Breves
Escrito por
Lívia Breves
Editora Time Out Rio de Janeiro
Lorena Moreira
Giovanna Figueiró
Publicidade

Na paleta de cores da artista Lorena Moreira, o azul cobalto deu espaço ao azul da Prússia. Mas não foi só isso que mudou em sua rotina. A precisão das formas de figuras como corpos femininos, mãos, olhos, vasos e cálices monocromáticos que eram sua marca dão lugar a figuras que se misturam e ao uso de materiais que se sujam e se mesclam, como carvão vegetal, giz oleoso e seco. As novas obras formam a exposição "Corpo Delírio", que abre hoje, no Espaço Cultural dos Correios de Niterói, com curadoria de Carla Oliveira.

Lorena Moreira
Giovanna Figueiró

Foram três meses imersa em ateliê para concluir os 25 quadros da mostra. Lorena coloca o delírio como fio condutor da vida. "É a primeira vez que pinto para algo e não para alguém. A inspiração é uma análise da loucura, do delírio no mundo. Essas pinturas surgem porque precisam, são como se fosse a minha forma de escrever teses sobre esse assunto", conta Lorena. "A loucura dentro da sociedade é muito mal vista e mal cuidada, a minha vontade aqui é justamente cuidar e abraçar esse delírio", conta ela que se debruçou no estudo da obra da psicanalista austríaca Melanie Klein (1882-1960). "Principalmente sobre a culpa que amarra a ambiguidade dos sentimentos ditos bons e ruins e naveguei nisso para criar. Foram seis meses enlouquecendo no ateliê pra conseguir pintar de fato só nos últimos dois", lembra. 

Lorena Moreira
Giovanna Figueiró

Nas imagens há corpos dançando, cavalos correndo, mulheres se alongando e fazendo malabarismos e até autorretratos. Cenas que foram traçadas em um período pós momento de reclusão muito grande, quando Lorena conseguiu sair de casa e foi viver a vida lá fora. "Depois de processos pessoais intensos e um sinal de alerta para a maneira recolhida que eu estava tendo, consegui juntar forças para estar fora de casa, vivendo a rua e as pessoas. Uma ideia de se enxergar como corpo em movimento e de acompanhar o tempo, o ritmo, os desejos e os medos. As pinturas falam disso", explica.

Lorena Moreira
Giovanna Figueiró


Nesse sábado, ela dá a dica aos cariocas: vá até a feira de antiguidades da Praça XV e, sem seguida, pegue a barca para Niterói.  

Serviço:

Espaço Cultural dos Correios: Av. Visconde de Rio Branco, 481, Niterói.
Até 25 de outubro.
Entrada gratuita.

Últimas notícias
    Publicidade