Notícias

Peixoto Sushi: um olho no peixe e o outro no balcão

Casa egressa de peixaria ganha ponto em Botafogo com maior variedade de peixes da costa carioca e experiência em frente ao chef. Provamos e aprovamos

Bruno Calixto
Escrito por
Bruno Calixto
Editor Time Out Rio de Janeiro
Itamae-San Wiliams Souza prepara tudo no balcão aberto e entrega na mão do cliente
Bruno Calixto | Itamae-San Wiliams Souza prepara tudo no balcão aberto e entrega na mão do cliente
Publicidade

A gente se preparava para sentar de frente um para o outro e iniciar a sequência de pedidos quando percebemos o mais perceptível: um enorme e bem iluminado balcão com poltronas confortáveis (encostos de braço) à nossa espera. Mergulhamos por ali, para seguir a noite de frete para a dupla Wiliams Souza e Ramiro Santos - respectivamente Itamae-San (板前) e sous chef do Peixoto - que, depois de dois anos de formato pós-praia no Leblon, enfim, ganhou uma casa à altura, na ardente Botafogo, zona Sul do Rio.

Salão Peixoto Sushi Botafogo
Bruno CalixtoSalão Peixoto Sushi Botafogo

Todo o foco no peixe. Sentar-se diante do chef e receber das mãos dele as duplinhas de combinações infinitas requer confiança. Wiliams sabe que tem. Sushiman experiente, veio de Sobral para o Rio há mais de 20 anos, com passagens por casas como Naga, Gurumê e Koji, entre outras. Antes ficava escondido na cozinha do Peixoto Leblon, mas agora pode executar para que todos possam ver malabarismos com as mãos que ora se apoiam na feitura do arroz para o sushi, ora se coaduna com o manuseio preciso das facas nos cortes dos peixes. E estes são muitos, viu. A maior parte da nossa costa, que boa notícia! 

Xerelete, cara-pau, olho de cão, tainha, graçainha, pregereba  por aí vai o mergulho do casal de proprietários Viviane Schvartz e o marido Beni Schvartz, este pescador de mão cheia. Ele faz questão de escolher os peixes da casa e ainda toca uma peixaria de mesmo nome (no bairro Peixoto), um porto seguro para abastecer restaurantes de ponta do Rio. 

Minha companheira de hashi Juliana Prado fotografa o chef
Bruno CalixtoMinha companheira de hashi Juliana Prado fotografa o chef

E que lindo salão tem a nova casa Peixoto,  projetado por Helena Cohen, que sobra em iluminação indireta (as bengalinhas que ficaram famosas pelas mães da light designer carioca Inês Benevolo), mobiliário confortável e peças de decoração pintadas a mão (algumas pela mãe do Beni, a dona Dania). São mais ou menos 30 lugares, sendo dez no balcão nobre. E vamos ao show!

Uma cumbuca carregada de shitake e shimeji (R$ 45) faz as honras da entrada, tudo quentinho, junto com gyoza de cogumelos (R$ 35) e tempurá de shiso (R$ 70). Timaço para um pontapé certeiro ao gol. E seguimos com carpaccio de salmão no azeite trufado e ovas de ikua, em cortes delicados (R$ 60). Um combinado de sashimis com peixes do dia (R$ 60) chegou com ares de frescor, ancorado pelo potente caldo oishi san. Para tomar depois que as peças forem para dentro. Momento de renovar a taça de saquê (R$ 40 o nacional) e esperar pela dupla de sushi de vieiras, abertas na alga, um tanto maior do que deveria, mas de um sabor único (R$ 60). 

Ramiro Santos no preparo de um combinado
Bruno CalixtoRamiro Santos no preparo de um combinado

Alguém me ouviu dizer salmão? Sim, o favorito das massas leva um toque especial do chef e chega com um ovo de codorna (R$ 34). E dá-lhe tainha, cavala e muito mais até finalizar com a dupla de sushi de enguia (R$ 65). Precioso!

Quase 15 cursos, um omakasse perfeito, mas que ainda não entrou no cardápio, embora tenha tudo para reinar absoluto naquele balcão que faz jus ao nome da casa e a à riqueza dos mares.

Últimas notícias
    Publicidade