Get us in your inbox

António Pires

António Pires

Articles (1)

Pelas vielas de Alfama com Cuca Roseta

Pelas vielas de Alfama com Cuca Roseta

No Largo do Chafariz de Dentro ensaia-se uma ópera e na Rua de São Miguel ouve-se Zouk Love. Mas ainda é o fado que espalha os seus odores em todos os recantos do bairro. Para Cuca Roseta, que nos guia neste passeio, Alfama representa a sua descoberta e a sua afirmação: “Ouvi fado pela primeira vez ao vivo no Clube de Fado, do guitarrista Mário Pacheco, quando tinha 18 anos e ainda estava nos Toranja. Dois anos depois, comecei a cantar aqui regularmente e foi aqui que me fiz fadista”. É de manhã e o Clube de Fado está fechado. Ainda assim as portas abrem-se para receber Cuca Roseta, que durante mais de dez anos foi fadista residente neste restaurante. Nas paredes alinham-se dezenas de fotos de cantores – fadistas e não só, desde Caetano a Rui Veloso – e outras celebridades. Cuca também está por todo o lado, incluindo numa imagem em que, mesmo ao lado, surgem Cristiano Ronaldo e Eusébio a segurarem uma guitarra portuguesa. “Foi no Clube de Fado que tive mestres como a Maria da Nazaré ou o Alcino de Carvalho, e principalmente o Mário Pacheco, com quem aprendi quase tudo. E era aqui que eu estava a cantar quando fui ouvida pelo Gustavo Santaolalla, que viria a produzir o meu primeiro álbum, e pelo Carlos Saura, que depois me convidou para o filme Fados”. Cuca Roseta não sabe, como ninguém sabe, se o fado nasceu em Alfama (ou na Mouraria ou noutro bairro de Lisboa). Mas sabe uma coisa: “É aqui que se mantém a chama acesa e todos os fadistas vêm cá parar”. De seguida, ressalva: “O