Maria Monteiro

Maria Monteiro

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Oito livros para celebrar o Dia Mundial da Poesia

Oito livros para celebrar o Dia Mundial da Poesia

“Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar só”, escreveu, um dia, Fernando Pessoa, nome maior da literatura e cultura portuguesa. O que Pessoa não imaginava era a quantidade de pessoas que iriam sentir-se menos sós ao ler um verso ou poema seu. Num país onde a poesia está tão enraizada, ela continua a brotar por todo o lado, cada vez mais em verso livre, mas sempre elevada na sua simplicidade. Para assinalar este Dia Mundial da Poesia, reunimos oito livros de autores emergentes e consagrados, portugueses e brasileiros, para acrescentar à sua lista. Boas leituras. Recomendado: As melhores livrarias no Porto
Dez obras de arte que nos lembram como é bom estar em casa

Dez obras de arte que nos lembram como é bom estar em casa

Quantos de nós desejam, todos os dias, ter mais tempo para estar em casa? Agora que o temos de sobra devido ao surto de Covid-19, mal podemos esperar para sair à rua de novo. E se nunca foi tão fácil estar entretido dentro de portas, a ausência de rotina pode tornar esta quarentena penosa. Por isso, reunimos dez obras de arte que mostram como o interior pode ser um lugar de conforto e lazer. Nelas, vemos actividades rotineiras como estrelar ovos ou ver o mundo pela janela, passatempos como tocar piano ou trocar cartas ou detalhes preciosos como o raio de sol que preenche uma sala vazia. Aproveite e veja como é bom estar em casa. Recomendado: Galerias de arte que deve conhecer no Porto
Doze museus internacionais para visitar sem sair de casa

Doze museus internacionais para visitar sem sair de casa

Graças à Internet, nunca foi tão fácil estar entretido entre quatro paredes. No entanto, para quem não dispensa uma visita ao museu para contemplar as obras de mestres de arte renascentista ou de nomes relevantes da arte contemporânea, fazer scroll infinitamente nas redes sociais ou devorar uma temporada (ou várias) de uma série na Netflix não é suficiente. Felizmente, há vários museus que apresentam visitas guiadas virtuais às suas colecções e exposições para que não lhe falte a sua dose diária de arte. Muitos estão presentes na Google Arts & Culture, projecto em que a Google colabora com mais de 1200 instituições em todo o mundo para levar a arte a todos. Deixe-se ficar no sofá e, sem filas ou bilhetes à mistura, só tem é de aproveitar. Recomendado: Dez obras de arte que nos lembram como é bom estar em casa
Dez ideias para oferecer arte no Natal

Dez ideias para oferecer arte no Natal

É certo e sabido que a arte colocada numa parede transforma uma divisão banal num espaço dinâmico e com personalidade, mas há muitas outras formas de experienciá-la e de oferecê-la. Prova disso são os catálogos das lojas de galerias e de pequenos artistas que, além das fiéis ilustrações e serigrafias, incluem produtos tão diferentes como cadernos, brincos, peças de roupa, vasos, entre outros. Se não sabe o que escolher ou se está seriamente indeciso, nada tema, porque há cartões presente para o salvar. Escolhemos dez sugestões de presentes de Natal para aquele amigo ou familiar que não vive sem a sua dose de arte. Entre no espírito natalício e contribua para a continuidade de pequenos artistas e negócios locais. Garantimos que será uma prenda certeira. Recomendado: Cinco criadoras de brincos artesanais que deve conhecer  
Roteiro de arte no Bonfim

Roteiro de arte no Bonfim

Se há zona da cidade com talento natural para as artes é o Bonfim, ou não fosse ele o ponto de convergência de muitos que querem dar os primeiros passos neste mundo, nomeadamente através da formação na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Por isso, não é com surpresa que vemos as várias expressões artísticas transporem as suas paredes para se instalarem em galerias de arte contemporânea, estúdios de artes gráficas, oficinas de artes manuais, ateliês de artistas, feiras de arte, e muito mais. Actualmente, o Bonfim serve de expositor a uma série de artistas emergentes e conceituados, com o espírito dinâmico, irreverente e alternativo que sempre o caracterizou. Para que não se perca, preparámos-lhe um roteiro de arte pelo Bonfim. Recomendado: Galerias que deve conhecer no Porto
Três sítios para aprender bordado criativo no Porto

Três sítios para aprender bordado criativo no Porto

Antigamente, o bordado era inevitavelmente associado às avós e donas de casa que manobravam diferentes tipos de agulhas e fios de algodão, seda, lã, linho ou metal no aconchego dos seus lares para criar determinados desenhos ou figuras em tecido. Hoje a história é bem diferente. Há uma nova geração de bordadeiras a tomar as rédeas da tradição e a tingi-la de modernidade. Desprendem-se da rigidez dos modelos anteriores, aprimoram a técnica sozinhas, rabiscam desenhos ou ilustrações originais e, claro, ensinam a arte a quem a quer aprender. Plantas, animais, silhuetas humanas ou frases irónicas são algumas opções para pôr as agulhas a mexer. Escolhemos três sítios para aprender a bordar no Porto. Recomendado: Três sítios para aprender a costurar no Porto
Cinco criadoras de brincos artesanais que deve conhecer

Cinco criadoras de brincos artesanais que deve conhecer

Dizem que os brincos completam qualquer look, mas eles têm todo o potencial para ser o centro das atenções em vez de simples acessórios. Por cá, não faltam pequenos artistas e marcas que criam peças bonitas, irreverentes e irrepetíveis, em madeira, argila polimérica e/ou aço inoxidável, e acompanham o processo do início ao fim. Tudo é feito à mão, muitas vezes por uma só pessoa, que idealiza, desenha, modela, pinta e lixa o par de brincos que, depois, é posto à venda. Figuras como Vincent van Gogh, Salvador Dalí ou Frida Kahlo, plantas, frutos, motivos florais ou torcidos coloridos e minimalistas estão entre as peças que não vão passar despercebidas. Apresentamos-lhe cinco criadoras de brincos artesanais que deve conhecer. Recomendado: 13 lojas online do Porto que tem de conhecer
14 passeios para fazer na natureza

14 passeios para fazer na natureza

Em dias de sol abrasador, não há nada como fugir para o meio da natureza e ficar resguardado sob as copas frondosas das árvores. Muito mais num ano que se quer longe de enchentes e do bicharoco que se espraia tranquilamente entre elas. A menos de uma hora do Porto, abundam paraísos verdes onde se escuta pouco mais que a vida a trepar pelas árvores e a água de rios e lagoas que banham a paisagem e nos convidam a dar um mergulho. Com alguma sorte, ainda poder ver várias espécies de aves que chapinham na água ou que se passeiam entre a folhagem. Reunimos 14 passeios para fazer a pé, de bicicleta ou para praticar birdwatching. Recomendado: Piscinas naturais em Portugal para mergulhar na natureza
Três sítios para aprender a pintar no Porto

Três sítios para aprender a pintar no Porto

Se dermos uma folha branca e materiais de desenho e pintura a uma criança, ela saberá o que fazer sem ter de pensar muito no assunto. Se o fizermos com um adulto, ele provavelmente vai ficar a olhar para eles, encolher os ombros, e repetir pela enésima vez que não tem jeito para as artes. Mas nunca é tarde para recuperar a ligação com aquela que é uma das nossas primeiras formas de expressão. Para perder o medo, nada melhor que experimentar uma ou várias técnicas de pintura, como pastel seco, tinta a óleo, tinta acrílica ou aguarela, com a orientação de quem percebe da coisa. Quem sabe descobre um talento adormecido ou um novo hobby divertido e relaxante. Escolhemos três ateliês onde pode aprender a pintar no Porto. Recomendado: Três canais no Youtube para se iniciar na aguarela
A segunda vida do MAAT

A segunda vida do MAAT

Chegou a Lisboa em Setembro, depois de quase 20 anos dedicados à arte contemporânea, design e arquitectura na China. Beatrice Leanza, sinóloga, curadora e crítica de arte italiana, inaugurou a 10 de Junho a sua programação no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), que fechou para obras em Dezembro e viu a reabertura adiada pela pandemia. O MAAT Mode 2020 – que até Janeiro tem como pano de fundo uma intervenção do estúdio de arquitectura SO-IL – é um programa de concertos, conversas, screenings e workshops que atravessa arte, arquitectura, design, tecnologia e ecologia. A nova directora apresenta um museu pautado pela multidisciplinaridade e horizontalidade de relações entre artistas e visitantes, um organismo vivo em constante metamorfose. Eis o que podemos esperar dele. Chegou ao MAAT depois de 17 anos na China. O que a atraiu de volta ao OcidenteGerir um museu é uma oportunidade fantástica, não se diz que não (risos). Passei a maior parte da minha vida adulta, pessoal e profissional, na Ásia. Muito do meu trabalho envolveu projectos relacionados com os desenvolvimentos extraordinários que a China sofreu durante esse período. Esta foi uma oportunidade de trazer metodologias e discursos da prática contemporânea que fui acumulando lá. Em Portugal, a cena artística chinesa é quase desconhecida. Como a descreveriaEncontramos os mesmos players: casas de leilões, galerias blue chip [focadas nas obras de artistas consagrados, cujo valor monetário se mantém ou aumenta com
Ó-i-ó-ai, vou comer sardinha assada

Ó-i-ó-ai, vou comer sardinha assada

Este ano, não há ruas impregnadas com o cheiro a sardinha assada nem multidões prontas a saboreá-las no pão ou no prato, em torno das habituais mesas colocadas ao ar livre. Mas, embora a pandemia tenha tornado os santos populares num evento caseiro e intimista, há quem não dispense provar a especialidade da época numa tasca de ambiente familiar e comida tradicional portuguesa ou num restaurante plantado à beira-mar com uma esplanada convidativa. Quem não aprecia a sardinha na brasa não fica de fora, já que há restaurantes que reinventam a forma como a confeccionam e servem. Passe os olhos por esta lista para saber onde se pode lambuzar com sardinhas gordas e boas.  Recomendado: Os melhores restaurantes de peixe no Porto e arredores  
A segunda vida dos painéis de São Vicente

A segunda vida dos painéis de São Vicente

Visitar o Museu Nacional de Arte Antiga é ter por certo que há pelo menos uma obra que não lhe pode falhar à vista – os famosos Painéis de São Vicente (c.1470). São atribuídos a Nuno Gonçalves e entram agora num longo processo de restauro por parte do MNAA, mais de 100 anos após terem sido alvo de uma primeira (e única) intervenção. Falámos com Joaquim Caetano, director do museu, para perceber os contornos da complexa operação que arranca a 1 de Junho e que será realizada à vista de todos através de uma instalação montada para o efeito.  Recomendado: Visitas aos museus de Lisboa dentro de casa

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Diet Plan for the Western Man

Diet Plan for the Western Man

É um espectáculo com comida e, naturalmente, acontece à mesa. Mas esta não
 é uma mesa qualquer – é uma estrutura em ziguezague, com quatro alturas diferentes, em que a comodidade não é de todo prioridade. Não espere recostar-se no banco mais confortável do mundo nem sair de barriga cheia depois de um bom jantar. Diet Plan for the Western Man, conferência-performance que se estreou no ano passado na Bienal de Berlim e que está em cena no Ateneu Comercial do Porto de quinta 11 a sábado 13, no âmbito da programação do Teatro Municipal, quer fazer precisamente o contrário.
 O objectivo é criar uma inquietação no público sobre a “complexidade do sistema que governa a forma como a comida acaba na nossa mesa”, conta Carlos Azeredo Mesquita. O designer e artista visual
– criador e intérprete da peça
 a meias com a coreógrafa
 Luísa Saraiva – nota que os espectáculos com comida seguem normalmente uma abordagem afectiva ligada “às memórias e à pertença”. “Não queremos falar de como o caril da tua avó te faz pensar nas férias”, atira. Em vez disso, pretende-se reflectir sobre “a comida enquanto arma ao serviço da dominação cultural”. “Tem a ver com relações de poder, trocas comerciais, rotas criadas e questões de exploração”, sublinha Luísa Saraiva. O acesso que uma população tem a certos produtos alimentares é marcado por esse conjunto
 de factores que, boa parte das vezes, nos passa ao lado quando comemos. “Como habitantes
 de uma sociedade em que tudo está disponível, achamos que
 a

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Onda Bienal 2020 inaugura a primeira exposição colectiva na Casa do Vinho Verde

Onda Bienal 2020 inaugura a primeira exposição colectiva na Casa do Vinho Verde

A descentralização da arte, através da organização de exposições e da dinamização de espaços culturais dentro e fora do país, é o objectivo da Onda Bienal, iniciativa organizada pela Artistas de Gaia — Cooperativa Cultural nos anos de interregno da Bienal Internacional de Arte Gaia. A edição deste ano do projecto arranca com a exposição colectiva que acontece entre 28 de Fevereiro e 11 de Abril na Casa do Vinho Verde. A curadoria é de Agostinho Santos, artista plástico e director artístico da Bienal de Gaia. Zulmiro de Carvalho, Rui Costa, Sobral Centeno, Carmo Diogo, António Bessa ou Gérard Morla são alguns nomes que constam do alinhamento da exposição, que integra desenho, pintura ou escultura e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 09.00 e as 18.00, no Salão Nobre do edifício, na Rua da Restauração. A Onda Bienal vai apostar na internacionalização ao longo de 2020, estando previstas exposições e parcerias com artistas da Galiza e do Rio de Janeiro. No âmbito do projecto, estão programadas, ainda, uma exposição de desenho e pintura de Valter Hugo Mãe e uma outra, antológica, em homenagem a Avelino Rocha, reconhecido artista que este ano celebra 80 anos.  Em antecipação à Bienal Arte Gaia 2021, cujo tema será a democracia, estão previstos também uma série de debates e ciclos de cinema na Casa-Museu Teixeira Lopes e no Gabinete da Bienal, respectivamente. + Exposições a não perder no Porto Fique a par do que acontece na sua cidade. Subscreva a nossa newsletter
No Teatro Nacional São João há jovens a vestir a pele de actores

No Teatro Nacional São João há jovens a vestir a pele de actores

Há três meses, Mafalda Barbosa não imaginava pisar um palco profissional tão cedo. Já tinha queda para o teatro, era presença assídua nos clubes da escola, mas só com a entrada para o Clube de Teatro do Teatro Nacional São João (TNSJ) é que teve “a primeira experiência a sério”. Em Janeiro fez parte do grupo de 15 adolescentes, entre os 14 e os 18 anos, que arrancou com o projecto e que, durante 12 semanas, se encontrou aos sábados para improvisar e representar em salas do TNSJ e do Teatro Carlos Alberto (TeCA). Chegada a hora da apresentação final, há um nervoso miudinho que toma conta do auditório do TeCA. No ensaio geral, passa-se em revista cada cena e cada fala sob o olhar atento de Emílio Gomes. Bem antes de aqui chegar, o actor e coordenador começou por lançar ao grupo o desafio do improviso. “Era um misto de emoções: nervosismo, medo de errar e de olhar para um monte de gente desconhecida e bloquear”, recorda Igor Dias. Depois de uma fase inicial dedicada a jogos de construção teatral, cada participante construiu uma ficha de personagem com “nome, idade, profissão, trauma, sonho ou história insólita”, revela Emílio Gomes. “Depois foi feito um corta e cose destes mundos completamente diferentes que resultou num guião baseado no absurdo”. A peça, que acabou por estrear sem nome, retrata “cenas do quotidiano que podem passar despercebidas e que aqui fazem as pessoas rir e pensar”, nota o formador. Um grupo que faz comentários xenófobos e homofóbicos num jardim ou um padr
Festival Regards Croisés vem a Gaia mostrar que a dança não tem fronteiras

Festival Regards Croisés vem a Gaia mostrar que a dança não tem fronteiras

É uma linguagem universal e não precisa de palavras para fazer-se entender. Pode fazê-lo, se assim desejar, mas o único requisito para existir é o movimento. Depois de ver os seus gestos paralisados para a estreia inicialmente prevista para Março, o festival transfronteiriço Regards Croisés toma conta do Armazém22 (A22), em Vila Nova de Gaia, entre 8 e 11 de Outubro.  O evento apresenta vários espectáculos oriundos de Portugal, Espanha e França a esta sala à beira-rio, workshops para profissionais e público em geral, ensaios abertos e momentos de discussão entre artistas e público. A Kale Companhia de Dança faz as honras de abertura no dia 9 com Terras, a sua mais recente criação inspirada no Dia Mundial da Floresta e com a participação de três coreógrafos, Companhia La Tierce (França), André Mesquita (Portugal) e Matxalen Bilbao (Espanha). Já no dia 10 sobe ao palco a francesa Compagnie Adéquate com Chronique Diplomatique, “espectáculo para duas bailarinas que explora a ideia de dois corpos em negociação”, descreve o comunicado de imprensa. O festival fecha com Mutu, espectáculo da companhia da basca Myriam Perez Cazabon que reflecte sobre a “sociedade actual onde as ‘relações pessoais estão sobredimensionadas enquanto os valores humanos estão em decadência’”. O programa do Regards Croisés reflecte a vontade de “cooperação coreográfica para a difusão da dança contemporânea e a promoção de encontros entre o público, artistas e estruturas educativas”. Além dos espectáculos, ha
Exposição no Maus Hábitos questiona a sociedade capitalista e extractivista

Exposição no Maus Hábitos questiona a sociedade capitalista e extractivista

“A nossa relação fundamental com os objectos pode resumir-se a guerra e propriedade”, defendeu o filósofo Michel Serres, em 1990, em Le Contrat Naturel. Neste livro, o autor problematiza a necessidade de criar uma espécie de contrato entre ser humano e natureza para tentar restaurar o equilíbrio e a reciprocidade das relações entre ambas as partes, conceitos que têm sido completamente negligenciados na sociedade moderna. No entender do pensador francês, o progresso contemporâneo resulta de uma sucessão de violências perpetradas pela acção humana na vida natural. “[Nós achamos que] o mundo natural é uma coisa separada de nós e existe apenas para nos servir”, afirma Bruno Leitão, que foi buscar a Serres o nome para a sua mais recente curadoria, uma co-produção entre o Hangar – Centro de Investigação Artística e a Saco Azul Associação Cultural, do Maus Hábitos. Contracto Natural, exposição colectiva que pode ser visitada entre 20 de Novembro e 30 de Dezembro, reúne seis artistas portugueses e estrangeiros residentes em Portugal, cujo trabalho assenta na investigação e no questionamento do ecossistema político, económico e social em que estão inseridos.  “A sociedade em que vivemos é uma sociedade capitalista totalmente assente no extractivismo”, refere o curador sobre o modelo organizacional que dissemina a desigualdade pelos vários pontos do globo. “Os países que deveriam ser os mais ricos do mundo [devido à abundância de recursos naturais] não o são.” Bruno Leitão chama-lhes “
Esta exposição mostra que o Porto não é (só) uma cidade branca

Esta exposição mostra que o Porto não é (só) uma cidade branca

O título desta exposição não é apenas um nome à cabeça da folha de sala que passa diante dos nossos olhos por instantes e depressa vai parar às profundezas do esquecimento. É, antes, uma afirmação determinada, proferida de punho cerrado, que quer tornar visível a existência de uma comunidade ainda pouco falada e (re)conhecida no Porto e reclamar um lugar para ela no espaço público. “Diria que tem um duplo sentido: é uma constatação de que estas pessoas estão aqui presentes e, ao mesmo tempo, de que estas vidas fazem parte do presente da cidade”, contextualiza José Sérgio, a propósito de Presentes! Africanos e afrodescendentes no Porto, exposição que pode ser vista no Mira Fórum, em Campanhã, entre 31 de Outubro e 23 de Dezembro. O fotógrafo e fotojornalista apresenta 40 retratos que formam “um primeiro registo fotográfico” de uma realidade plural, heterogénea e multicultural. Nem sempre foi esta a ideia de José Sérgio sobre o Porto. Há mais de 20 anos que trocou Moçambique por Portugal, primeiro na Área Metropolitana de Lisboa – onde a comunidade africana e afrodescendente tem uma dimensão e representação substanciais. Mas quando ia ao Porto ficava com a impressão de estar sozinho numa cidade branca. “Tinha na cabeça essa imagem, que vim a perceber ser errada, de que não havia comunidades africanas no Porto.” © José Sérgio Tudo mudou quando foi viver para a cidade, em 2018. Ao contrário do que acontecia quando a visitava pontualmente, começou a ver mais pessoas com a sua co
Pedro Calapez apresenta série de obras inéditas na Galeria Fernando Santos

Pedro Calapez apresenta série de obras inéditas na Galeria Fernando Santos

Depois de, no ano passado, ter apresentado Redemoinho no Espaço 351, área da Galeria Fernando Santos dedicada aos pequenos formatos, Pedro Calapez regressa ao espaço principal do galerista com Olhar Indiscreto, exposição individual que inaugurou a 26 de Setembro e que fica ali patente até 19 de Dezembro. O artista plástico, cujo trabalho ganha forma sobretudo na pintura, vai mostrar uma série de “obras novas, na maioria de grandes dimensões, inéditas, a acrílico sobre tela ou alumínio”, descreve o comunicado de imprensa. Como habitual, recorre a um registo abstracto e colorido para criar paisagens repletas de fragmentos e texturas. Como o nome deixa antever, a exposição foca-se no olhar, tema que serve de matéria de criação para Pedro Calapez regularmente. “A obra pode ou não despertar questões para quem a observa, mas inevitavelmente contém em si elementos, resultantes de uma actuação física, que se propõem a um olhar”, problematiza o artista no texto de apresentação.  Além de ter sempre lugar face ao magnetismo da obra, o olhar atravessa todo o processo criativo, do “momento em que este acontece, o momento em que este se faz e aquele outro em que se olha o feito”. Em Olhar Indiscreto “procura-se o lugar entre a mão e um olhar”. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta, das 10.00 às 12.30 e das 15.00 às 19.00, e ao sábado, das 15.00 às 19.00. A entrada é livre.   'Tenho no quintal um limoeiro 03', 2020, acrílico sobre tela© Pedro Calapez   + Galerias de arte que de
UIVO: Há uma mostra de ilustração para ver na Maia

UIVO: Há uma mostra de ilustração para ver na Maia

Num dia distante de Março, batemos a porta de casa com a certeza de que não voltaríamos a abri-la da mesma forma. Pousámos os sapatos à entrada e tirámos os chinelos do armário, trocámos as calças de ganga rígidas pelas roupas confortáveis e passámos a fazer uma nota mental para não nos esquecermos das máscaras, além das chaves, antes de sair. A pandemia confiscou-nos a rotina, o toque e o convívio e limitou a nossa experiência do mundo à janela ou varanda mais próxima. Tirou-nos muito, tudo no caso de alguns, mas deixou aos artistas aquilo que precisavam para fintar o marasmo dos dias e formar um novo olhar sobre as coisas que viam constantemente. Entre lápis, pincéis, canetas digitais, telas, folhas e ecrãs, ilustraram as várias dimensões da mudança desencadeada pelo surto de Covid-19 nos nossos hábitos diários, nas dinâmicas de trabalho e nas relações interpessoais, assim como as vivências, emoções e pensamentos dela decorrentes. É sobre “propostas para novos quotidianos” que incide a UIVO 10 – Mostra de Ilustração da Maia, que abre ao público a 5 de Dezembro (sábado) e pode ser vista até 28 de Fevereiro nas Galerias do Fórum da Maia. “Percebi que os artistas estavam com muita necessidade [de criar] e de expor o seu trabalho, muitos iam publicando online o que faziam”, introduz Cláudia Melo, curadora do evento desde 2018. À medida que se deparava com novas obras, percebeu que era impossível desviar a sua proposta curatorial do assunto mais universal do presente. “Fazia to
Nova criação do Teatro Viriato mostra que o lugar da diferença é em cima do palco

Nova criação do Teatro Viriato mostra que o lugar da diferença é em cima do palco

Na idade dos porquês, vemos tudo o que é diferente com curiosidade. Apontamos o dedo, fazemos perguntas e tecemos comentários sem filtros e sem julgamentos, porque a pureza do olhar permite-nos encarar a diferença como mais uma característica e não como um defeito. Mas rapidamente a sociedade entra em acção para nos tapar a boca, inibida pelos preconceitos e tabus que foi desenvolvendo em torno de tudo aquilo que foge à norma. “Se uma criança vê outra sem um braço, o que ela diz é ‘aquele menino não tem braço’ e na maioria das vezes o que ela ouve é ‘não pode falar isso’”, introduz Henrique Amoedo, fundador do Dançando com a Diferença, grupo criado em 2001 para trabalhar a dança com pessoas em risco de exclusão social. O silenciamento e exclusão de corpos e vozes diferentes deve-se às pré-concepções sociais formadas com base no desconhecimento e subsequente incompreensão da pessoa com deficiência. “A gente vai desconstruindo isso com a presença, o estar, ver e conviver com as pessoas, e aí passa a ser normal”, afirma o director artístico da companhia madeirense, que desde 2014 é Projecto Residente do Teatro Viriato, em Viseu. “O objectivo era ter pessoas com e sem deficiência dançando juntas para mudar a imagem social das pessoas com deficiência e produzir espectáculos com qualidade estética e artística.” A implementação de um espaço de fala e representatividade para pessoas com deficiência, a sua profissionalização através da arte e a criação de referências que sirvam de esp
Vem aí um mercado de Natal com marcas sustentáveis na Nü Coworking Criativo

Vem aí um mercado de Natal com marcas sustentáveis na Nü Coworking Criativo

Não há nada como oferecer um presente original e feito à mão com amor e atenção ao detalhe por um artista ou artesão. Se está sem ideias sobre o que pôr no sapatinho das pessoas que lhe são queridas, o melhor será dirigir-se ao Manüal de Natal, mercado de Natal que decorre a 5 e 6 de Dezembro, das 11.00 às 19.00, na Nü Coworking Criativo.  Descrito como “um mercado onde as mãos são as estrelas”, o evento vai reunir várias marcas artesanais e sustentáveis portuguesas para “aquecer e promover a economia local” e “trazer prendas que tenham significado”, revela a Nü em publicação de divulgação.  Estarão presentes marcas e artesãos como Bicla, MSouza Ceramics, Mazurca Handmade, Ophelia, Rival, Andreia Marques e Musgo, que trarão produtos como peças de vestuário, acessórios, têxteis para a casa, mobiliário, objectos decorativos e utilitários em corda e madeira e cerâmica de autor. A maior parte das peças são feitas com matérias-primas de origem natural e, em alguns casos, provenientes de Portugal ou da Europa. Paralelamente ao mercado colaborativo, decorrerá uma série de workshops de tecelagem, block printing, origami de Natal e macramé, que permitirão a miúdos e graúdos pôr a mão na massa e fazer a sua própria peça para mimar alguém durante esta quadra natalícia. Neste momento, e durante os próximos dias, a Nü está a apresentar no Instagram todas as marcas que vão marcar presença no mercado. É estar atento para ir ao mercado com conhecimento de causa e poupar tempo de indecisão. 
Casa da Música acolhe concerto final do Concurso Internacional Santa Cecília

Casa da Música acolhe concerto final do Concurso Internacional Santa Cecília

Todos os anos, mais de 70 jovens pianistas de todo o globo rumam ao Porto para participar no Concurso Internacional Santa Cecília, um dos mais reconhecidos concursos internacionais de piano nesta faixa etária, organizado pelo Curso de Música Silva Monteiro. Face ao actual contexto pandémico, teve de se adaptar e reestruturar, mas é um dos poucos do género a realizar-se nas presentes circunstâncias. A final acontece no sábado, às 10.30, na Sala Suggia da Casa da Música, e contará com a presença dos três finalistas, que estarão acompanhados pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, sob a batuta do maestro Osvaldo Ferreira. Habitualmente, os participantes encontram-se durante uma semana para competir nas várias eliminatórias até serem conhecidos os três finalistas. Tendo em conta a evolução da pandemia de Covid-19, as primeiras fases da 22.ª edição realizaram-se online, a que se seguiram as semifinais presenciais com 16 pianistas de países como Brasil, Japão, Itália, Áustria, Ucrânia, Polónia e Coreia do Sul. Desse grupo sairão os três finalistas, que vão actuar no concerto de sábado. Este ano há um prémio especial com votação do público, a decorrer online até sexta-feira. O vencedor do concurso arrecada um prémio monetário no valor de 10 mil euros, além de ter a oportunidade de editar um CD com a produtora KNS Classical e de participar em recitais e festivais de música em Portugal, Espanha e França. Os bilhetes para o concerto final custam 7,50€, mas quem não conseguir um dos luga
Ó! Galeria junta-se ao Planetário do Porto em exposição colectiva

Ó! Galeria junta-se ao Planetário do Porto em exposição colectiva

Na incerteza e inquietação do contexto actual, a ideia de tirar os pés da terra em direcção ao espaço parece bastante convidativa. Era isso que faziam (metaforicamente) os espectadores de Cosmos: uma viagem pessoal, série televisiva de Carl Sagan que, nos anos 1980, foi um ponto de viragem na comunicação e divulgação de ciência. O programa teve seguimento em 2014 com Neil deGrasse Tyson, responsável pela apresentação da segunda e terceiras temporadas, Cosmos: uma odisseia no espaço e Cosmos: mundos possíveis. A partir da emblemática série televisiva, a Ó! Galeria convidou 13 ilustradores a assistir a um episódio atribuído e a imaginar uma narrativa gráfica com base nele. O resultado pode ser visto em Cosmos: Uma Nova Odisseia Ilustrada, exposição que está patente presencialmente entre 27 de Novembro e 9 de Dezembro na Ó! e que já pode ser visitada virtualmente no site do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, parceiro da Ó! nesta iniciativa. A exposição conta com trabalhos de Joana Estrela, André Caetano, Paulo Patrício, Fátima Bravo, Miss Lazy Fat Cat, Alexandre Fuentefria, Sérgio Marques, Kev Odyssey, Mariana Malhão, Mantraste, Biacosta, Bárbara R. e Ivo Hoogveld. © DRIlustração de Ivo Hoogveld   + Dez ideias para oferecer arte no Natal + Exposições a não perder no Porto + Leia aqui a edição online e gratuita da Time Out Portugal
Cristina Ataíde vai dar corpo ao vazio no Museu Berardo

Cristina Ataíde vai dar corpo ao vazio no Museu Berardo

Descreve-se como viajante compulsiva, mas não precisa de sair do quarto para dar vida a essa faceta. Para Cristina Ataíde (n. 1951, Viseu), viajar não tem a ver com a deslocação ou distância, mas com o olhar e a atenção que depositamos no nosso entorno, independentemente dos passos que damos. “O importante é aquilo que estou a ver e a percorrer, porque está sempre tudo a modificar-se”, explica a artista plástica, cujo trabalho germina em boa parte da curiosidade e fascínio pelo outro e da observação e aprendizagem de novas ideias, tradições e culturas. “A minha viagem é sempre uma viagem de descoberta”, afirma. Em mais de 30 anos de carreira, não tem feito outra coisa. No sentido convencional, a bordo de um avião e de um ponto do mapa para outro, mas sobretudo no infinito de possibilidades do seu ateliê. Começou pela escultura, área em que se formou e que lhe conferiu notoriedade na cena da arte contemporânea portuguesa – desenvolveu, inclusive, várias obras públicas para espaços como a Mata do Fontelo, em Viseu, ou o Parque de Escultura Contemporânea de Vila Nova da Barquinha –, mas ao longo do tempo derivou para meios como desenho, instalação, fotografia e vídeo para se expressar. “Dar corpo ao vazio”, que inaugura a 26 de Novembro (quinta-feira) no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, e ali fica até 14 de Março, convida-nos a embarcar numa viagem temporal e espacial pelos vários períodos e suportes de produção artística de Cristina Ataíde. “Os outros suportes funcionam como