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Patrícia Domingues

Patrícia Domingues

Articles (1)

Ideias para aproveitar o mês Pride

Ideias para aproveitar o mês Pride

O mês Pride tem diferentes significados para diferentes pessoas e há mais do que uma razão por trás das demonstrações de Junho, das cores, das marchas, do barulho. É simultaneamente um protesto e uma celebração que, segundo a activista trans Marsha P. Johnson, só deveria resultar em orgulho no momento em que houvesse a libertação de todos. Ainda vai levar tempo até as bandeiras serem arrumadas. Até lá temos muito para celebrar, entre festas, marchas, exposições e arraiais. Desejamos a todos os homofóbicos um mês super-desconfortável. Recomendado: Os melhores filmes LGBT+

News (2)

Fado Bicha: "Nós estamos vivas é agora"

Fado Bicha: "Nós estamos vivas é agora"

Sentamo-nos num quiosque lisboeta no dia em que Paula Rego nos deixa e há uma frase sua a surgir mal a conversa começa: “Quando alguém compreende o nosso trabalho, então essa pessoa compreende-nos a nós.” Atiramo-la para a mesa. “O nosso trabalho incide muito nas questões que nos preocupam e nos animam, num olhar político sobre as coisas através de uma perspectiva queer e de dissidência e fala de quem somos e da posição que tentamos ter na vida”, começa Lila. "Mas talvez só quando tiver 80 anos e o nosso trabalho já tenha atingido expressão tal de temas e perspectivas é que possa pensar assim." João completa: "O nosso 'eu' é uma coisa mutável e a arte é estanque" – e se há coisa que não estão é parados. Lançado há uns dias e apresentado este sábado, 25 de Junho, na Praça - Hub Criativo do Beato, Ocupação ancora o sucesso de Fado Bicha, falando de uma urgência queer de viver um presente. “Quanto maior a necessidade mais bruta é a ocupação.” Ocupação: ocupar-se, apoderar-se, invadir. Há desde o início do projecto uma resinificação empoderadora das palavras, como o Bicha que também está tatuado nos dedos de Lila. Que termos ainda faltam? "Os que sirvam para definir a nossa identidade que não sejam insultos", começa João. "Falta vocabulário emocional", diz Lila. "E isso denota uma tendência geral de relegar para um plano inferior as experiências emocionais e a sua importância na tomada de decisões, pessoais e macro." Essa falha, sente-a na pele, quando compõe as canções de Fado B

Lola Herself: a rainha do Arraial Lisboa Pride

Lola Herself: a rainha do Arraial Lisboa Pride

Os dias anteriores pareciam ameaçar os planos, mas naquela quinta-feira Lisboa acordou no pico de um Verão prematuro. O sol brindou o Cais das Colunas por servir os seus antigos propósitos de porta nobre da cidade, quando dava entrada às figuras maiores que visitavam a capital, como a Rainha Isabel II. Aquele mármore que já viveu mais de sete vidas, que surgiu após o terramoto mais destruidor em Portugal, abraça-nos com pedra e cal enquanto Lola Herself surge na proa do barco da Oceanscape como uma sereia com premonições de futuro. A imagem fala por mil palavras: ela é o seu próprio pilar, o seu bote salva-vidas, a maior conquistadora. “A libertação de ter gritado ao mundo que sou uma mulher trans deu-me paz de espírito, tornou a minha vida mais fácil. Hoje eu posso sair de casa de qualquer maneira que eu sou eu”, diz, triunfante, à chegada. Este ano, será ela a apresentadora do Arraial Lisboa Pride, uma oportunidade que usará para sensibilizar as pessoas para as causas da comunidade trans (e para usar o maior número de outfits possíveis). Foi assim que passou o dia anterior à sessão fotográfica para a capa da Time Out Portugal, entre tecidos e agulhas a criar aquele que descreve como um guarda-roupa futurista, feito à sua imagem. Moda e dança sempre foram as suas paixões, tanto que apesar de continuar a actuar como drag pontualmente, está mais dedicada ao Ballroom e à sua House of Bodega. Também está a investir no podcast Razoavelmente Shady, que criou com Tiago Amorim, e q