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Rodrigo Nogueira

Rodrigo Nogueira

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Na Palma de Godinho

Na Palma de Godinho

Como é que se lembraram de fazer um concerto juntos? Sérgio: Queríamos qualquer coisa juntos de mais consistente. Jorge: De raiz. S: Já tínhamos entrado no quintal um do outro várias vezes. N'O Irmão do Meio ele está presente, eu toquei no “Na Terra dos Sonhos” com ele. Já o convidei e ele já me convidou para concertos. J: Aniversários... S: Baptizados... J: Até funerais... S: E somos muito amigos, isso é indiscutível. Desde há muitos anos. J: Aquela amizade que não exige almoçar todas as semanas. Há uma cumplicidade, de facto. Eu ando a seduzir este gajo há 40 anos. Ainda ele não me conhecia. S: “Há 40 anos a seduzir o Sérgio”. É um slogan, não é? J: Estou farto de contar isto, mas quando fui para a Dinamarca, antes do 25 de Abril, por causa da tropa e da guerra, já tinha ouvido os dois primeiros discos do Sérgio. E quando em Copenhaga sou convidado para ir à rádio cantar as minhas coisas, uma das canções foi a “Pode alguém ser quem não é?”, do Sérgio. E só nos encontrámos já depois do 25 de Abril. Foi uma versão não autorizada, portanto. O Sérgio já recebeu direitos por isso? J: Huh... vou pagando em géneros. O Sérgio e o Zé Mário [Branco], na altura, tinham uma maneira de cantar em português que eu nunca tinha ouvido. Tinha muito mais a ver com as minhas raízes. S: É que as minhas raízes também se misturam muito com as raízes folk-rock, com a canção francesa da altura e também com certas coisas da música brasileira, que pega na palavra de uma maneira diferente. Se o Bob Dy

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Bons Rapazes

Bons Rapazes

5 out of 5 stars

Na Los Angeles dos anos 1970, tão decadente e com os céus tão poluídos e consumidos pelo nevoeiro com fumaça que a população é aconselhada a ficar em casa em certas alturas do dia, uma jovem actriz pornográfica morre assassinada. Esse é o mote para um homem que costuma bater em pessoas por dinheiro, interpretado por Russell Crowe, e Ryan Gosling, um detective charlatão que prefere ganhar a vida a engonhar do que a resolver casos, investigarem uma conspiração gigante. É essa a premissa do novo filme de Shane Black, um dos argumentistas mais bem pagos dos anos 80 e 90 que se reinventou, depois de anos afastado dos filmes, como realizador com o excelente Kiss Kiss Bang Bang, de 2005. Bons Rapazes tem muito de tudo o que Black já escreveu: além dos diálogos hilariantes, de ser algo deprimente e da importância dada à história e ao caso em si, de os protagonistas serem dois falhados e pessoas não muito recomendáveis, só ligeiramente menos maus do que os maus, no fim da linha o início lembra Arma Mortífera e o facto de a pessoa mais inteligente e pura ser a filha da personagem de Gosling (uma óptima Angourie Rice) já existia em A Fúria do Último Escuteiro. Mas soa fresco e Gosling, no papel de alguém pouco inteligente, tem das melhores prestações de comédia física dos últimos anos. Um triunfo.