Os meninos costumam querer ser astronautas, bombeiros ou cowboys. Alex, o herói de Miss, segunda longa-metragem de Ruben Alves (A Gaiola Dourada), queria ser Miss França. Um desejo que vai tentar realizar quando crescido, interpretado pelo andrógino manequim Alexandre Wetter. Para isso conta com a ajuda da sua excêntrica família adoptiva, que vive na mesma pensão que ele, e inclui desde Lola, um travesti veterano, até duas indianas que ali têm um ateliê de costura ilegal. Ruben Alves pisa terreno delicado em Miss, que quer ser, ao mesmo tempo, uma farsa de transformismo na linha de A Gaiola das Malucas, que atraia o espectador médio, e um filme sobre um rapaz que, não pretendendo mudar de sexo, se sente mais mulher do que homem (ambicionando assim falar para o sector LGBT e ser inspirador de tolerância à diferença em geral). E não convence em nenhuma das vertentes, apesar do confortável orçamento, de um robusto pelotão de secundários (a patusca Isabelle Nanty na dona da pensão, Thibault de Montalembert desopilante em Lola, Stéfi Celma na azougada Miss PACA) e de alguns bons gags sortidos. Sem falar numa aparição da octogenária Amanda Lear.
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